quarta-feira, 8 de março de 2017



Recordações e Casos da Vida Real                                 
     De um costeleta aposentado                                          
                                        
                                                                      Paixão Pudim
   A CRISTINA
 
  Recentemente, desloquei-me ao Centro Comercial Colombo, aqui em Lisboa e, fui agradavelmente surpreendido com um inesperado cumprimento. Na minha frente apareceu-me uma simpática senhora acompanhada pelos giríssimos, dois filhos, e um sorriso amável a transparecer cordialidade e amizade.
   Rapidamente reconheci a Cristina... Embora passados uns 20 anos. Tivemos um caso desportivo. Eu, como dirigente do club do bairro e ela na qualidade de atleta, jogadora de basquetebol.
   Certo dia a minha colega de direção, responsável pelo pelouro do desporto, por motivo de doença de um familiar, solicitou-me ajuda no cumprimento de acompanhar as equipas nas deslocações aos jogos. Nesse longínquo período, tínhamos oito equipas quatro masculinas e quatro femininas. Uma das equipas a de seniores femininos tinha uma deslocação a Torres Vedras para um jogo do campeonato regional e lá fui eu prestar serviço de dirigente responsável. Iniciou-se o jogo e logo fiquei surpreendido com o equipamento de uma jogadora que não vestindo os habituais calções brancos usava uns azuis. - o equipamento normal é camisola verde e calção branco. Chamei a atenção para o sucedido e, pela reação das outras jogadoras, logo tive conhecimento que era normal o procedimento da atleta, Tratava-se da melhor jogadora e gostava de dar nas ”vistas”. - Era a Cristina.
   Logo avisei que na próxima vez, ela não jogava se comparecesse com calções diferentes.
   Aconteceu que no fim-de-semana seguinte fomos á Amadora num jogo importante e decisivo para apurar as equipar para a segunda fase. A nossa Cristina apareceu com uns calções cinzentos e não autorizei que jogasse. Perdemos o jogo e fomos eliminados. O treinador, aluno finalista da Faculdade Desportiva que prestava serviços no club, achou exagero a minha decisão e pediu a demissão. O pai da jovem, sócio antigo da coletividade, também não gostou do meu procedimento e barafustou.  
   A Direção reuniu e pus o meu lugar a disposição.

    Felizmente acabaram por reconhecer a minha razão e, nesta e outras ocasiões, fiz prevalecer sempre os valores que aprendi com o nosso querido e amigo professor Américo. 

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