domingo, 29 de setembro de 2019

E UM DEFENSOR DA IDENTIDADE CULTURAL DO ALGARVE


UM PINTOR QUE "PARTIU"

Com a morte do pintor Fernando da Silva Grade, ocorrida a 8 de Setembro, uma das assinaladas referências da pintura portuguesa contemporânea, desaparece com todo o profundo significado e verdadeiro simbolismo que a sua vida representou, um dos valores maiores da arte nascidos em Faro e um testemunho cívico da mais acendrada relevância. Alguém que, na sua reconhecida humildade, testemunhava na íntegra os conceitos maiores que ao Mundo importam e olhava o futuro com a visão inquietante com que assinalava, sem temor do dedo apontado a denunciar, as atrocidades urbanísticas e ambientais cometidas na sua e nossa Terra Mãe.
Por isso nos tocou, de uma forma sensibilizadora e formativa, o comunicado que a Associação «Almargem», de que Fernando Grade era sócio e colaborador, tornou público, a propósito do seu desaparecimento, que representa «uma perda irreparável para o Algarve».
Biólogo, de formação académica, escritor («O Algarve tal como o destruímos», em 2014), pintor («sua realização pessoal e profissional»), jornalista, interventor cívico («nas últimas décadas desenvolveu atividades ligadas à defesa patrimonial, cultural e ambiental e na promoção da cidadania, criticando desmandos urbanísticos que têm assolado a Região») e um acérrimo defensor da identidade cultural do Algarve.
Há cerca de um ano (7 de Setembro de 2018), no «Dia da Cidade» o Município concedeu, com plena justiça, a este seu dileto filho a «Medalha de Mérito – Grau Ouro».
Ao prestarmos o tributo da nossa homenagem a Fernando da Silva Grade reafirmamos a certeza na vivência da frase-chave que era seu ADN – «Por um Algarve mais genuíno».


João Leal

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