sexta-feira, 1 de novembro de 2019



LEMBRANÇAS DA NOSSA ESCOLA

O  DECLAMADOR LUÍS PINHÃO

Naqueles tempos, saudosos e recordados tempos da segunda metade da década de cinquenta, em que tivemos esse honroso e honrado ensejo de frequentar a nossa querida Escola Tomás Cabreira, havia mundo em fora, uma predilecção especial em escutar os declamadores ou «diseurs» que nos traziam, quais trovadores da Idade Média, o que de mais belo havia na poesia. Veio também esse misto de criatividade artística que eram os «Jograis», havendo-se constituído na sequência da semente deixada pelos brasileiros “Jo­grais de São Paulo” (quem não se recorda do Armando Bógus, o Nacib da telenovela «Ga­brlela”), que atuaram no Cinema Santo António os “Jograis do Meio Dia”, com a presença de vários Costeletas de então. Recordamos alguns dos grandes declamadores a nível na­cional, com destaque para o trio João Vitaret, o maior entre os maiores, a par do clásslco Manuel Lereno ou de Miguel Trigueiros. Em todas as festas, reuniões ou serões culturais, sobretudo de cunho escolar, o programa incluía vários nomes de declamação. Foi assim, nesta ordem de ideias, que se deslocava à nossa Escola em múltiplas ocasiões o ator teatral e declamador Luís Pinhão, que preenchia em verdadeira antologia da- Poesia Portugue­sa, sessões para os alunos. Creio bem, se a memória me não trai, que os grandes impulsionadores desta vinda a Faro do aplaudido Luís Pinhão eram os saudosos e sempre lembrados Mestres Costeletas Dr. Fernando Artur Moreira Ferreira (Diretor e Professor de Portu­guês e grande poeta) e o Eng. Geógrafo José de Campos Coroa (ele próprio um exímio de­clamador}. Para custear a deslocação a malta contribuía com um donativo na medida das disponibilidades que, não raro, eram exíguas. Mas lá que ouvimos grandes sessões de elevado nível da “arte de bem dizer” lá isso ouvimos com o ator Luís Pinhão.

JOÃO LEAl

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