domingo, 8 de dezembro de 2019

LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM



        “HELIANTHOS”
EMILIANO DA COSTA
O poeta Emiliano da Costa é referido como «o mais algaravista dos poetasalgar­vios », face à forma como poetou esta terra, seus hábitos e costumes, seus elementos naturais e paisagens, suas gentes e crenças, suas ruralidades e ambientes. Surgiu agora a reedição da sua primeira obra «Helianthos», publicada em 1926 e que é também o 12 vo­lume da «Coleção Completa da Obra Poética de Emiliano da Costa«, quando ocorre os cento e trinta e cinco anos do seu nascimento em Tavira (3 de Dezembro de 1884). A ini­ciativa, reunião e comentários desta «Emilianus Monumentea>> é do polifacetado valor farense Luís Barriga e foi apresentada na sede da União de Freguesias de Estoi e Concei­ção de Faro, uma das autarquias que apoia a edição juntamente com a Câmara Municipal de Tavira. O dr. Emiliano da Costa, que faleceu em Estoi, onde viveu mais de cinquenta a­nos, a 1 de Janeiro de 1968, fez os primeiros estudos em Tavira, o ensino liceal em Beja e licenciou-se em medicina (1914) em Coimbra. Exerceu a clínica médica em Estoi durante toda a vida. A obra tem na capa um retrato do poeta da autoria de Sidónio de Almeida, que também lhe esculpiu um busto e inclui várias citações do Professor Amílcar Quaresma de Almeida, antigos costeletas, o primeiro como aluno e o segundo como professor. Luís Barriga é neto paterno do professor da Tomás Cabreira, nos anos cinquenta, Xencora Ramachonda Sinai Nadkarni.

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        “PARA MEMÓRIA”
MARTINS COELHO
O vilarrealense e conhecido democrata Martins Coelho é o autor do livro «Para Memória», que foi apresentado na Biblioteca António Vicente Campinas, em Vila Real de Santo António. Publicado pela Editora Guadiana a obra é objetivada, «para que não fiquem esquecidos os vilarrealenses que lutaram pela Democracia que hoje desfruta­mos» e historia as lutas travadas duramte o anterior regime e a forma como a população de Vila Real de Santo António se houve, relembrando este período da História de Portugal.

                                   JOÃO LEAL

LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM




«QUANTICUS»
DR. EURICO DIAS GOMES
E Deus disse: «Haja Tempo/ Surja Espaço», substantivos que configuram em plena criação poética, mais uma obra do conhecido médico e alma grande na ação anti - diabé­tica em terras do Algarve, que é o dr. Eurico Dias Gomes. lntituta-se “Quanticus” e é nes­se tempo e nesse espaço que, tal como agora aconteceu ao longo destas quatro dezenas de poemas, em milénios da história da Humanidade, a mensagem surge sublime (porque de uma pureza como as águas do Nerva), contagiante (de um contágio reverente) e a día­logar com os sentimentos maiores, como o são o cântico à Natureza, o encontro entre os homens ou o diálogo acontecido consigo mesmo. Tem este médico escritor, no percurso gémeo havido com outros clínicos e plumitivos portugueses (Miguel Torga, Fernando Na­mora, Bernardo Santareno ... ) ou no caso regional de outros nascidos nesta Terra Mãe (com relevo para Emiliano da Costa, talvez «o mais algaravista dos poetas algarvios .. ») es­sa rara e pertinaz vocação de sentir o transcendente na vida e morte concretizados a ca­da instante. Mas acontece que este minhoto, nascido em terra de Barcelos e de há muito assumido algarvio, prosseguindo, por exemplo Júllo Dinis, tem o suave encanto, de des­crever em matizes sublimes a paisagem envolvente, dela não se excluindo mas figurando como obreiro integrado no que o rodeia - «Foz do Neiva» - No Verão o rio fica verde ... ;  «Jacarandás» - Este Varão tarda / até os jacarandás estão frios secos mudos/ E os azuis não acontecem ... »; «Ilha de Faro».., Só nos é dado escutar/ O doce cadenciado marulhar… Tal como sucedera com anteriores livros, onde inclusive acontece um testemunho antropológico, com tradições, lembranças, jogos, a petizada irmã de décadas idas, o dr. Eurico Gomes, lega-nos a sua vivência íntima e missiva da fraternidade que descobre em cada gesto. «Ouantícus» teve uma merecida apresentação naquele fim de tarde outonal (“O fim da tarde é calmo/ Não corre ponta de vento/ As folhas da figueira do quintat/ Fi­cam quietas secas mudas...), no Clube Farense, em plena «Cale Mayor» da capital sulina e uma digna moldura humana. Usaram da palavra o Eng. Augusto Miranda (presidente daquela centenária tnstítutção), o autor, o ilustrador José Maria Oliveira (que desenhou uma duzia de excelentes gravuras, bem merecedoras de uma edição numerada) e o sem­pre apreciado “mestre” Afonso Dias, que cantou, declamou e afirmou “Eurico Gomes é um homem de afetos que escreve poesia limpa, escorreita e lírica, que convive muito com as suas memórias e que, para além do homem de ciência se interroga com uma soli­dão serena que com ele convive…”.
João Leal

LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM




«BREVE HISTÓRIA SOCIOECONÓMICA DE FARO»
PROF. DR. JORGE CARREGA

No seguimento de uma meritória ação desenvolvida, motivando um maior e mais par­ticipado conhecimento do que efetivamente foi e é Faro, ao longo dos milénios, a União de Freguesias da Sé e São Pedro, editou o livro «Breve História Socioeconómica de Faro», da autoria do investigador, natural desta cidade, Professor Doutor Jorge Carrega. Trata-se de mais um capítulo desta verdadeira Universidade Aberta sobre a «Cidade Aberta sem limites nem fronteiras», como a definiu com a sua proverbial maestria o escritor Vergílio Ferreira (“Manhã Submersa”, “Aparição” ... ), que por aqui ensinou. Desta feita é o senti­do da história económica vivida ao longo de milénios, desde o tempo dos cónios ou cine­tes aos invasores fenícios e ao que tem sido o constante crescer da Ossónoba dos tempos idos até hoje. A obra em referência foi apresentada no ambiente distinto da Sala de Pin­tura Clássica do Museu Munlcipal, no seiscentista Convento das Freiras, perante uma vas­ta assistência de fregueses interessados nestas coisas farenses. O dedicado Diretor deste espaço cultural saudou os presentes, bem como quantos estão ligados à obra e da sua i­negável prestabilidade. É seu autor uma das referências maiores da vida intelectual fa­rense (Humanidades., História, Cinema e Arqueologia) e professor assistente da Ualg (U­niversidade do Algarve), o Professor Doutor Jorge Carrega (Jorge Manuel Neves Carrega}, senhor de um vasto currículo. Seguiu-se no uso da palavra o Eng. Bruno Lage (Bruno Gon­çalo de Azevedo Lage) que, com dedicação e empenho, preside à União das Freguesias da Sé e São Pedro, que referiu tratar-se de «uma obra de divulgação cultural, obrigatória­mente sucinta, que serve de introdução a um tema vastíssimo, mas que estou certo, aju­dará muitos leitores a conhecer melhor a fascinante história da nossa cidade». Coube ao signatário apresentar o livro destacando quer a missão do mesmo, como o valor da ini­ciativa autárquica e ainda da ação do seu autor e do seu empenho em quanto importe à sua e nossa cidade. Valioso e a encerrar a sessão falou o Professor Doutor Jorge Carrega que disse do seu empenho na realização desta missão divulgando temas sobre o passado e o presente de Faro.

João Leal