domingo, 15 de março de 2020

CRÓNICA DE JOÃO LEAL



DOIS GRANDES MÚSICOS OLHANENSES
O concelho de Olhão, terra de tantos lembrados «costeletas» (professores e cole­gas) foi-o sempre uma terra de grandes apaixonados pela música. Desde musicólogos famosos, entre os quais referimos o sempre lembrado médico Dr. Fernandes Lopes e o Dr. Perei­ra Leal (Diretor dos Serviços de Música da Fundação Calouste Gulbenkian) a uma plêiade de notáveis intérpretes, casos dos saudosos pianistas Mello, que acompanhava na RTP o ci­neasta António Lopes Ribeiro, os Casacas, pai e filho ou a famosa Raquel Correia, um dos nomes maiores do piano em Portugal. É-o também através das várias Bandas de Música, das quais continua em plena atividade e pujança, a de Moncarapacho ou de famosos con­juntos, dos quais atingiu assinalada e lembrada projeção «Os Pancas». Tal herança mantem­se em nossos dias com uma plêiade de destacados artistas, emergindo hoje para a nossa crónica quinzenal o
JÚLIO RESENDE, pianista nascido em Olhão, onde aos 4 anos come­çou a estudar nas teclas e, mais tarde, descobriria «que não ficava satisfeito em ser apenas um intérprete de peças musicais, em que não pudesse improvisar». Anos volvidos envereda pelo jazz, ao lado de nomes famosos como Mário Laginha, Rodrigo Gonçalves e Pedro Mo­reirá. Trabalha com os maiores mestres do mediático «Hot Club”, verdadeira catedral do jazz e outros locais míticos desta especialidade musical - New School for Jazz and Contem­porany Music, Berklee College of Music e Bill Evans Academy et Université de St. Dennis (Paris). Foi em 2007 que gravou o seu primeiro disco «Da Alma» para a editora «Jazz Clen Feed», destacando-se em 2015 o 5° álbum, «Fado & Furlher», com a famosa cantora catalã Sílvia Perez Cruz, uma das maiores vozes de Espanha. Há dois anos gravou o aplaudido «Cinderella Cylorg», considerado «um diálogo entre o humano e o desumano»,
E o DOMINGOS CAETANO, o mítico roqueiro do «Atira-te ao mar e diz que te empurrarem ... », nascido na Fuseta aos 63 anos, que recentemente (3 de Março de 2020), no programa da RTP 1 «Outras histórias - Música no Coração», transmitido em ho­rário nobre (2l h30m de 2ªs feiras) levou, uma vez mais, o nome da terra natal por esse mun­do em fora. O artista «que nunca quis trocar a Fuseta por Lisboa» continua igual a si mesmo - irreverente, generoso e solidário. Foi um verdadeiro autodidata no início e depois, haven­do frequentado entre mentes o Conservatório Regional Maria Campina e fundando em fi­nais de 1970 a aplaudida banda «Íris», que encheu os Coliseus de Lisboa e do Porto e soma êxitos após êxitos por todo o País., como o provam os «Discos de Ouro e de Prata» arrebatados.

JOÃO LEAL

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