sexta-feira, 17 de abril de 2020



COSTELETAS CUJA LEMBRANÇA É UMA SAUDADE 
ALZIRA MARIA ROCHA LEAL CARNEIRO
Para além das imponderáveis razões de solidariedade costeletiana prende-me à saudosa Alzira uma fraternal estima de primos irmãos, que quase na realidade irmãos o éramos, porque ela nasceu em minha casa de então (Rua Infante D. Henrique, nº 11, ao lado do «Augusto Vieira dos Ramos» e frente ao «Grande Hotel» e connosco viveu muitos anos. Nascida a 1 de Junho de 1948, moça alegre e concentrada, companheira querida, fez o Curso de Formação Feminina na nossa Escola e enveredou depois pelo desempenho de funções administrativas em firmas da cidade. Casou com o Major Octávio Carneiro, na situação de Oficial na Reserva, faleceu, vítima de pertinaz doença, com apenas 63 anos, a 6 de Janeiro de 2011, constituindo o seu funeral, que se efetuou para o Cemitério da Espe­rança, em Faro, uma sentida manifestação de pesar. Era extremosa Mãe de Abílio Carneiro e da Ora. Rita Carneiro. Simples, amiga de todos, a Alzira constitui uma costeleta e uma prima a quem votamos uma profunda saudade.
«COISAS» DA TOMÁS CABREIRA  
O MAESTRO SR. SARAIVA
Aconteceu ali no pátio da Seção Industrial, no Largo da Sé, numa 4ª Feira ou Sábado, á tarde, que eram os dias em que decorriam as obrigatórias atividades da Mocida­de Portuguesa. Talvez nos idos anos de 1951 ou 52 ... Desta feita o horário era preenchido com aulas de Canto Coral, regidas pela Maestro Sr. Saraiva, ao que creio um Sargento do Exército, na Reserva. Morava ali na Rua Lethes, no sentido ascendente para quem vai para o histórico teatro e era casado com uma das duas irmãs que tinham uma afamada pastelaria na Rua de Santo António, onde, mais tarde, funcionou a Papelaria Artys, do António Ca­pela. Tinha Mestre Saraiva uma descendente, nossa colega, a Inês, dotada de grande bele­za e que casou com o também nosso colega António José Manjua da Rocha, que desenvol­veu a vida profissional de bancário em Lisboa.
Naquela tarde, assim a anunciar chuva, o Sr. Saraiva, resolveu fazer um co­ral e chamou, perante os aplausos da «maralha», o LUÍS Alberto Rosa da CUNHA, moço circunspecto e atilado, dos maiores valores intelectuais e cívicos da nossa geração. E lá co­meçou, com grande desafinação e o ar compungido do atónito solista a canção «O mar está bravo e as ondas a bater/ O mar está bravo meu amor vem ver». Só que após o solo e com as bátegas a caírem a malta respondeu: «O mar está bravo e as ondas a bater / O mar está bravo e já está a chover». E perante o ar insólito de Maestro e do Luís Cunha, postados no centro, junto á fonte, todos «batemos a asa» em procura de abrigo.
JOÃO LEAL

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