domingo, 24 de maio de 2020

CRÓNICA DE FARO - JOÃO LEAL




O MENINO ZÉ
      Desde quase o instante inicial em que ao Mundo veio que o Zé Zambujal, ora tão prematuramente desaparecido, fez parte afetiva do nosso viver. Era, há sessenta anos, o menino concretizado no amor dos sempre lembrados Natércia e Chico, companheiros de estudos, de sonhos e de vida profissional, vivida ali na Escola de São Luís. Depois era-o na tertúlia várias ve-zes acontecida ao dia na frequência quotidiana da lembrada «Brasileira». Foi-o, vida em fora, o vermos assumir a sua alegria de viver, de ser e de a todos albergar na generosidade do seu coração. Deixou-nos, na sequência de uma terrível doença, que não distingue nem idades, nem amores, nem ondas de permanente entrega. Morreu nesta cidade, onde para orgulho de todos nós, seus amigos (quem não podia ser amigo do Zé?) e conterrâneo, ele vira a luz do dia há 60 anos. Como foi, justamente referido, «era conhecido por ser um apaixonado pela vida», «um homem de talentos com um grande coração…que se multiplicou em ser e em fazer (professor de educação física, jornalista, produtor de concertos, guionista de programas televisivos, fotógrafo free lancer, assessor de imprensa, realizador de tournées mundiais de grandes artistas – Dulce Pontes, Cesária Évora…eu sei lá) numa curta vida em que tantos «impérios» construiu. Generoso até final deixou-nos, pouco tempo antes de morrer, mais exatamente a 26 de Abril último esta mensagem – abraço para todos nós: 
                    «E se não for pedir muito, feliz gostava que ficassem por  ter feito parte das vossas vidas, como feliz vou partir para esta última viagem, por vos ter na minha vida».
                     Obrigado, Zé! 
João Leal 

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