sábado, 31 de outubro de 2020

 OS DIAS NA VILA

Uma das minhas vizinhas sabe que eu passo muitas horas sentada. Bem, eu posso dizer que ela faz o mesmo: e até sei mais, pois além de saber que está sentada, sei que está no café.

 

Ora, se ela sabe que eu passo muitas horas sentada, também as criaturas à sua volta o sabem. Contudo, também eu sei que eles lá estão a beberricar o dia todo: cerveja ao pequeno almoço, uns copos não sei de quê - não posso saber tudo! - a meio da manhã e durante o resto do dia continuam a cervejar. Os proprietários do café vivem destes clientes... Não sei se é bom, se mau, pois mais ninguém ali vai.

 

No talho, sabem qual o meu queijo fresco preferido e dizem-me: "Vai mesmo bem com pãozinho quente!"  - e olham para o relógio na parede a verificar se está quase na hora do padeiro passar. Conlusao: também se sabe que costumo comprar pão...

 

Um dia destes troco as lâmpadas de casa por outras de cor vermelha e com o entra e sai de miúdos da minha casa, quero ver o que irão dizer...

 

Ahhh, como é bom viver no campo!

 

                          Margarida Vargues


HALLOWEEN


DIA DAS BRUXAS

31 OUTUBRO

 Uma bruxa é geralmente retratada no imaginário popular como uma mulher velha, nariguda e encarquilhada, exímia e contumaz manipuladora de Magia Negra e dotada de uma gargalhada terrível. É inegável a conexão entre esta visão e a visão da Hag ou Crone dos anglófonos. É também muito popularizada a imagem da bruxa como a de uma mulher voadora sentada sobre uma vassoura , ou com a mesma passada por entre as pernas, andando aos saltitos.

                    Colocado e digitalizado por Roger

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

 

DOIS MONUMENTOS HONRAM O MUTUALISMO NO ALGARVE

 

       Tem profundas raízes o mutualismo na região algarvia. Vem de séculos esta presença da economia social e do apoio mútuo, como o atestam os Compromissos Marítimos ou Corpos Santos, envolvendo as populações da beira mar ou os montepios e instituições mutualistas, estas com especial relevância nos finais do século XIX e entrando já na centúria passada.

       Aliás este pensamento das mãos unidas teve, inclusive, incidências na história do mutualismo em Portugal, com destaque para a fundação do Montepio Geral, hoje a maior associação mutualista portuguesa, pela intenção decidida do algarvio Francisco Manuel Álvares Botelho, nascido em Tavira (22 de Janeiro de 1803) e falecido em Lisboa no ano de 1875.

         Em sua memória foi erigido na sua cidade natal um monumento com o busto deste eminente homem da economia social, oferecido pelo Montepio Geral e situado numa das colinas tavirenses, no Alto de São Brás, junto ao templo da mesma invocação.

          Outro monumento honrando o mutualismo  e sua vivência encontra-se em Faro, junto ao edifício sede da Mutualidade Popular, uma das grandes referências do sector no espectro português. Oferecido também pelo Montepio Geral representa, numa modernidade conceptiva, o tradicional símbolo do pelicano a alimentar com o seu próprio sangue, os filhos.

          Localizado na confluência das ruas Ferreira Neto e José Estevão com o Largo do Terreiro do Bispo (vulgo Largo da Palmeira), na capital algarvia é uma estátua que valorizou o património evocativo farense.

          Também a Câmara Municipal de Faro fez edificar um curioso obelisco na Praceta da Mutualidade Popular, homenageando esta instituição e o eleva-do contributo da acção mutualista em prol das populações.

 

                                                                                     JOÃO LEAL

«LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM»


«CICLOS DE SABORES DO MERCADO MUNICIPAL , 2011 - 2019»


C. M. SÃO BRÁS DE ALPORTEL


Integrado num projecto regional de dinamização do Mercado

Municipal, a Câmara Municipal de São Brás de Alportel, reuniu em livro as

propostas de cerca de oitenta convidados, que protagonizaram perto de uma

centena de demonstrações culinárias naquele espaço público sambrazense.

De entre os objectivos prosseguidos pela Autarquia destacamos

o dar a conhecer o saboroso património que a gastronomia consegue preser-

var, valorizando os produtos que, confeccionados, aliam saúde e sabores.


JOÃO LEAL

DIÁLOGOS CROMÁTICOS

 


De: Elos Clube de Faro - Associação Cultural
    "Em defesa da Língua e Cultura Portuguesas"


CONVITE EXPOSIÇÃO "DIÁLOGOS CROMÁTICOS" DE ROSINDA VARGUES - BIBLIOTECA MUNICIPAL DE FARO

Estimados Companheiros e Amigos,

O Elos Clube de Faro em parceria com a Biblioteca Municipal de
Faro António Ramos Rosa tem o prazer de convidar os companheiros e
amigos para a Exposição de pintura em acrílico sobre tela "DIÁLOGOS
CROMÁTICOS", de Rosinda Vargues
- Inauguração dia 4 de Novembro, pelas 17,30 horas.

A exposição estará patente ao público entre os dias 4 e 27 de Novembro,
no horário da biblioteca.

Acerca da autora:

Rosinda Maria Pereira António de Mendonça Vargues, natural de Pechão,
Concelho de Olhão e residente em Faro, é licenciada em Artes Plásticas
(Pintura) pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Seguiu a carreira
profissional de Professora na região de Lisboa, tendo regressado ao Algarve
passados alguns anos, onde exerceu a sua profissão de Professora do QND de
Educação Visual do 3º ciclo, na Escola EB 2/3 Dr. Joaquim Magalhães em Faro,
até à sua aposentação.
Como Artista Plástica tem vindo a realizar várias exposições individuais
e coletivas de Píntura e algumas de Fotografia.
1996 - Exposição coletiva de Pintura na Quinta de Marim e Galeria Margem em Faro.
1997 - 1ª Mostra da Associação dos Artistas Plásticos do Algarve e Amigos da Arte
na Galeria Municipal Arco, em Faro.
1997 - Exposição coletiva de Pintura no Hotel Alvor Praia, em Portimão.
1999 - Bienal de Faro - Arte Contemporânea Algarve Andaluzia, na Galeria do     
            Conservatório Regional do Algarve.
2005 - Mostra dos Artistas Plásticos do Concelho de Faro, no Jardim Manuel Bivar.
2006 - Exposição individual de Pintura "MEMÓRIAS" na Junta de Freguesia de Pechão.
2006 - Exposição de Arte "Pluralidades" na Biblioteca Ramos Rosa, em Faro.
2006 - Mostra dos Artistas Plásticos do Concelho de Faro, no Jardim Manuel Bivar.
2008 - Exposição individual de Pintura "MEMÓRIAS" na EB2/3 Dr. J. Magalhães.
2008  até 2013 - Festa das Artes - organizado pelo Agrupamento de Escolas José
           Belchior Viegas de S. Brás de Alportel no Museu do Trajo.
2013 - Exposição coletiva de Fotografia "Espírito da Água", na Biblioteca
            Municipal de Faro e promovida pela ASSP.             
2014 - Exposição individual de Fotografia "O Lado Mágico da Água-I", na Junta de   
            Freguesia de Pechão.
2015 - Exposição coletiva de Fotografia " Jogos de Luz" na sede da ASSP de Faro.
2016 - Exposição individual de Fotografia "O lado Mágico da Água-II" na Casa Museu
Dr. José Fernandes Mascarenhas em Moncarapacho.
2017 - Exposição individual de Pintura "AMENDOEIRAS", na Biblioteca Municipal
de Faro, integrada nas atividades do Elos Clube de Faro.
2018 - Exposição de Pintura "OLHARES", na Biblioteca Municipal de Faro,
integrada nas atividades do Elos Clube de Faro.
2018 - Exposição de Pintura "OLHARES",  na  Junta de Freguesia de Pechão.
2020 - Exposição de Pintura "DIÁLOGOS CROMÁTICOS", na Biblioteca Municipal de Faro,
integrada nas atividades do Elos Clube de Faro.
Exposição de Pintura de Rosinda Vargues " DIÁLOGOS CROMÁTICOS"

SINOPSE

A Natureza e a sua Preservação, foi a fonte de inspiração para o tema
desta exposição de Pintura em acrílico sobre tela "DIÁLOGOS CROMÁTICOS".
O desenho das formas recreadas, muitas vezes escultóricas, constitui a
estrutura básica da sua obra, associada à expressividade da cor, com toda
a sua gama de gradações e contrastes, criando variadas texturas, valorizadas
pela luz, elemento essencial na sua Pintura.
Neste diálogo constante entre os vários elementos que constitui o seu processo
plástico e criativo, a autora desenvolve os seus trabalhos, utilizando variadas
vezes uma estética surrealista, levando o observador a experimentar sensações
e emoções, criando liberdade para o seu imaginário.

Estão todos convidados e esperamos poder contar com o vosso
habitual apoio.

Cordiais saudações elistas,

Dina Lapa de Campos
Presidente da Direcção do Elos Clube de Faro

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL

 


FIGURAS DA CIDADE

ARMANDO DA LUZ (PATÓ)

 

Era por todos conhecido pelas suas qualidades de trabalho, arte e inovação que nas mesmas colocava e por um certo sentido de vivência boémia que muito o seduziam. Armando da Luz, que tinha por alcunha «Pató» nasceu na freguesia rural de Santa Bárbara de Nexe e veio para Faro, menino e moço, ajudar seu pai, um operoso e apreciado artista. Tinha a sua oficina de canalização no «ferro de engomar», triângulo edificado por detrás do Tribunal Judicial, na Avenida 5 de Outubro, onde hoje se ergue a sede da União de Freguesias (Sé / São Pedro), donde se transferiu para a Travessa das Alcáçovas, em rés - do - chão ainda existente e hoje em ruínas.

O Armando da Luz, que tinha uma irmã que foi «costeleta» (aluna da Escola Tomás Cabreira), parava muito, até pela proximidade da sua oficina pelo desaparecido Café «A Brasileira», donde irradiava para as suas incursões, maioritariamente nocturnas em Faro e arredores. Eram os bailes (Sport Lisboa, Artistas, 20 de Janeiro...) e as «casas de meninas», nessa altura legalizadas, de que era assíduo frequentador. Tornou-se referenciado pelas suas inovações e criatividade, entre as quais para além de verdadeiras obras de arte em cobre martelado, a cataplana e o esquentador a álcool. A primeira, naquele metal e fruto de longas horas a bater o cobre, conquistou fama e prioridade na escolha, com muitas e diversificadas encomendas, vindas de todo o País. Nelas se preparavam e continuam a servir nas cozinhas, as afamadas cataplanas com os «frutos do mar» e saborosos peixes e crustáceos da Ria Formosa e da Mar Atlântico. Disse-me muitas vezes este curioso e amigo artesão farense que foi seu pai a introduzir esta peça, originária de Marrocos e com similitudes com a «tagine» do Norte de África.

O «esquentador a álcool» foi uma criação do Armando da Luz que deu um forte contributo à higiene pessoal naqueles anos de quarenta e cinquenta do século vinte. Consistia num prato metálico onde se colocava o combustível («cinco tostões» - um quarto de cêntimo do euro, de álcool verde) e que aquecia a água que corria numa serpentina de cobre e dava para um reconfortante e aprazível duche semanal a quantos, in luindo o signatário, não possuíam esquentadora gás ou eléctrico. O pior era quando o fogo fazia derreter a soldadura e lá se apanhava com o aparelho na cabeça...

Nos últimos anos em que viveu o sempre lembrado amigo, do peito, Pató, dedicou-se também ao negócio de velharias, com presença diária na Rua Reitor Teixeira Guedes, paredes meias com a sua oficina ou nas «feiras de antiguidades».

Uma saudosa lembrança a deste artesão farense, o Armando da Luz,para todos o popular «Pató».

 

                                        JOÃO LEAL

domingo, 25 de outubro de 2020

FAZEM ANOS OS SÓCIOS

 

PARABÉNS A VOCÊ

NOVEMBRO                                                       ANIVERSÁRIOS

02 - Maria dos Anjos Leocádia Campina Pacheco. 04 – Maria Jovina Reis Carromba.  05 – Daniel Carlos Flor da Rosa. 06 - Alfredo Pedro; Maria Pires Dias Sustelo. 07 - Carlos Alberto Trindade Madeira Gomes. 08 – Francisco Gago da Assunção. 09 - Maria Isabel Martins Neves Gonçalves; Olívio Cabrita Adrião; Aníbal Salvador Costa Rosado. 10 - Arminda Maria Simões da Costa Pequeno Lola. 11 – Eurico Martinho Viegas Bárbara. 12 - Vítor Avelino Gonçalves Palmeiro;  Rogério Luís Nunes Correia;  João Martinho Marcelino Santos . 13 - Rogério Rodrigues Gomes. 15 - Adalberto Jorge Martins Neto. 16 – Maria Vitalina Carmo Martins; Fernando António Amaro dos Santos. 18 - José Glória Marrocos; Olandino Zacarias Caliço. 20 - José Félix Santos Jesus. 21 - Maria de Jesus Guerreiro Bispo; José João dos Santos Bico. 24 - Vitélio Casimiro Cabrita; Maria de Lourdes Marvão Zambujal Chícharo.  27 - Ludgero Francisco Farinha; Maria Manuela Grade Oliveira Coruche. 28 - Joaquim Custódio. 29 - António Inácio Sousa Martins. 30 – André Pinto Caiado.

Feliz aniversário

Um momento especial de renovação para sua alma e seu espírito, porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza a capacidade de desabrochar a cada nova estação e a nós, capacidade de recomeçar a cada ano.

Desejamos a você, um ano cheio de saúde, amor e de alegrias.

Afinal fazer aniversário é ter a chance de fazer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas.

Sorrir novos motivos e chorar outros, porque amar o próximo é dar mais amparo, rezar mais preces e agradecer mais vezes.

Fazer Aniversário é amadurecer um pouco mais e olhar a vida como uma dádiva de Deus.

É ser grato, reconhecido, forte, destemido.

É ser rima, é ser verso, é ver Deus no universo;

Parabéns a você nesse dia tão grandioso.

A Direção

 

A FILOSOFIA DO TEMPO


O meu tempo, não tem tempo

De alcançar meu horizonte ! ...

Eu bem tento, ter mais tempo,

Mas esse tempo se esvai;

As palavras vão com o tempo,

Desse tempo que o silêncio,

Leva tudo, com o tempo!

                    Romana


quinta-feira, 22 de outubro de 2020

POEMA

 

 

Escuta Portugal



Escuta oh nobre Povo de Portugal; 
Lembra as caravelas que partiram, 
Desbravando o mundo num sem igual, 
Olha esses valentes que te miram!

 Não baixes a guarda - luta;
 Foi o que eles sempre fizeram;

Existirá sempre quem tome a batuta,

E quem lembre os que morreram!


Esses prodígios não foram em vão,   
São um exemplo para os de agora;  
Não quereis desmerecê-los pois não? 
Então em bloco uni-vos - é a hora! 

O País está doente, muito doente,
Já vezes sem conta esteve em sarilhos;
Mas levantou-se sempre - serrai o dente, 
Arregaçai as mangas dilectos filhos!


Que temos agora no negro horizonte?
 Dívida enorme - a descrença campeia, 
Então bebamos a água da fonte,

Força, trabalho, não qualquer panaceia!

 

Mobilize-se o País – toda a gente,

Para campos, fábricas, investigação,

Que a tal ninguém fique indiferente,

Vamos – lutemos pela Nação!

 

                     Manuel Inocêncio

 

 

Um texto engraçado, enviado pelo Costeleta José Ramos, que reproduzimos.

 

Assunto: NO CENTRO DE SAÚDE ....Riqueza da Língua Portuguesa

 

 

NO CENTRO DE SAÚDE

Fazer consultas médicas sem tradutor não é nada fácil em Olhão…

Linguagem vernácula de Olhão


Nota prévia:


(A maioria das situações são fictícias
mas os termos empregues foram recolhidos no Centro de Saúde de Olhão, sendo o espelho da confusão semântica e de vocabulário que tantas vezes existe nas cabeças dos nossos utentes... e ao fim e ao cabo de nós todos.)

(Por partilharem comigo as suas histórias, os meus agradecimentos às funcionárias administrativas Inês Simões e Fernanda Veloso, assim como à técnica de cardiopneumologia Sandrina Marto.)


6h00, da manhã. O Sol já aparecia lindo sob o azul celeste.
À porta do Centro de Saúde, um pequeno grupo de utentes organizava-se para a marcação da consulta "à vaga".

A maioria já se conhece. Afinal todos são já bem experimentados nesta forma bem própria de utilização da consulta.
Aliás, o Director do Centro de Saúde até mandou instalar uns banquinhos de jardim no local, para tornar a espera mais atractiva.
É uma excelente oportunidade para trocar experiências e conhecimentos, que todos vão acumulando ao longo do seu percurso de contactos com os médicos e hospitais.
A Maria do Céu vai à consulta do "Parlamento", a Dona Gertrudes vai à consulta da "Monopausa" e a Rita é que as corrige informando-as que aquela consulta chama-se de Planeamento Familiar.

Uma tem um "biombo" no "úbero" e leva os resultados duma "fotografia"; outra está preocupada com comichões na "serventia" do marido, até porque ele, havia poucos dias, tinha já sido consultado pelo médico por estar com os "alforges" todos inflamados. Alguém logo ali diagnosticou um problema na "aprosta" do marido.

Mais à distância desta conversa, um grupo de senhoras falava dos métodos contraceptivos e, uma delas, peremptória, afirmava que nunca aceitaria porem-lhe uma "fateixa" dentro da barriga!
Uma outra discordava, e lá lhe foi dizendo que, por causa disso, é que teve tantos filhos, felizmente todos de parto normal, só o último foi de "açoreana", mas aquele que lhe dava mais problemas era o mais velho que já era "toxico-correspondente"!
Noutro local, um grupo de homens mais idoso ia falando da relação entre o "castrol" e a "atenção".

Às tantas um deles começa a explicação cuidada dum acidente que tivera. Por isso é que tinha a vacina contra o "tecto" em dia, mas o acidente estragou-lhe a "tibiotísica" e causou-lhe uma hérnia "fiscal", pelo que tinha ido fazer uma "fotocópia" e um "traque".
Outro referiu que nunca teve problemas de ossos, o seu problema era uma grande "espirrogueira na peitogueira".
Uma senhora, atraída pela conversa, queixava-se de entupimento no "curso" com dores "alucinantes" quando se "abaixava". Além disso cobria-se de suores e "gómitos", ficava "almariada" e tudo acabava com uma forte "encacheca", ficando cerca de 3 dias com cara de "caveira misteriosa". Alguém lhe falou nuns supositórios que a poderiam ajudar mas ela já os conhecia, aparentemente tinham sido muito difíceis de engolir, pelo que o melhor ainda era o "clistério".

Finalmente, uma outra senhora queixava-se da "úrsula" no "estambo", pelo que vinha mostrar o resultado duma "endocuspia" e ainda algumas análises especiais, como a Proteína C "Reaccionária".


8h30m da manhã. Ainda havia muito para conversar mas a Inês, jovem funcionária administrativa do Centro de Saúde, obviamente tarefeira, acaba de chegar. Os funcionários administrativos não podem chegar atrasados, caso contrário, confundir-se-iam com os doutores.

- Quem é o primeiro, se faz favor? Ora diga lá o seu nome?
- Josefina Trindade.

- Idade?

- 67 anos.

- Estado?

- Constipada, muito constipada!


9h00m da manhã. Aparece a enfermeira Freitas que grita para a pequena multidão barulhenta que cerca a Inês:

- Quem está para medir as tensões? É você? Então entre e diga-me qual é o seu problema?

- Sabe, senhora enfermeira, o meu problema é ter uma doença "arrendatária" que "arrendei" do meu pai e já me levou uma vez aos cuidados "utensílios" do hospital. Afecta-me as "cruzes renais" e por isso dá-me muita "humidade à volta do coração". Aliás, o doutor pediu-me uma "pilografia" e um "aerograma" que aqui trago e recomendou-me beber pouca água.

Finalmente, chega o médico, que logo dá início às consultas:
- Então de que se queixa?

- De uma angina de peito, senhor doutor. Tudo começou há uma semana quando fui às urgências. O médico disse-me que era uma angina na garganta, mas a angina começou a descer e agora apanha-me o peito todo!


Aos poucos, os utentes iam entrando e saindo, com melhor ou pior cara.

Alguns perguntavam à Inês onde era o "pechiché da retrosaria" para pagarem a taxa moderadora.

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL

 

    



       A MENOS DE TRÊS ANOS...

      ...do primeiro centenário da briosa Corporação da Associação dos Bombeiros Voluntários de Faro - Cruz Lusa eis-nos com um grande sonho e uma premente necessidade por cumprir. Com efeito foi a 8 de Janeiro de 1923, portante a dois anos e alguns meses de atingir a centúria, que se fun-dou, oficialmente, esta ONG (associação não governamental), que é orgulho da cidade capital sulina e do Algarve. Dos heróicos voluntários que têm sabido cumprir, em plenitude, o lema de «vida por vida» temos o maior orgulho, recordando venerandas e saudosas figuras que povoam o nosso imaginário histórico. Comandantes Ataíde Ferreira, José Nunes da Cruz, Her-culano da Silveira Herdade, Valdemar Carlos da Silva e tantos, tantos ou-tros, lado a lado, visceralmente irmanados no sonho e no ideal, dessa gigantesca onda humana, não raro ou maioritariamente anónimos que serviu sem se servir. 

           A carência, a falta, o por cumprir, que a todos os farenses nos toca e a todos, por igual, nos envergonha, é a falta do tão prometido e nada cumprido ensejo de se erguer um quartel digno e condigno com o que é e vale a Cruz Lusa. Ao longo desta já longa existência temos assistido a várias promessas, a múltiplos terrenos apontados (junto à Casa do Poeta ou no final da Rua Reitor Teixeira Guedes), ao afirmar de que «desta é que é», sem que volvidas tantas décadas, quase como as palmas das mãos, se tenho passado disso mesmo - promessas, hipóteses, falsas garantias, a que segue a amarga desilusão que hoje vivemos.

           Foi difícil o «parir» do actual e único quartel que os Bombeiros Voluntários conheceram. Ali, na Rua Comandante Francisco Manuel que alojou, em tempos idos, o Mercado Municipal, há quase uma centena de anos, trabalharam árdua e dedicadamente, os voluntários de então, para que o quartel surgisse em vez das milenares muralhas. Mas houve quartel que, de há muito é insuficiente, como por exemplo todas as viaturas permanecerem dia e noite, após cada dia e cada noite, ao sol, á chuva, ao vento...

              Acreditamos no empenho e dedicação da Direcção da Cruz Lusa, presidida por um autarca, Steven Sousa Piedade, com múltiplas provas dadas e que se encontra no 2º mandato das funções à frente dos Bombeiros Voluntários de Faro.

               Importa agora é também acreditar que o Concelho unido, entidades oficiais e todo este povo farense, que o somos, nos ergamos pelo quartel para a Corporação quase centenária.


INFORMANDO JOÃO LEAL

 TURISMO ALGARVIO EM NOTÍCIA

 O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, terminou com a visita aos concelhos de Aljezur e de Vila do Bispo, o seu périplo pelos 16 concelhos do Algarve, iniciado em Junho em Vila Real de Santo António. Pretendeu deste modo expressar o seu apoio ao turismo algarvio gravemente afectado pela pandemia do coronavírus.   


A RTA (Região de Turismo do Algarve) vai melhorar a experiência do visitante no Centro de Educação Ambiental de Marim, no Parque Natural da Ria Formosa. Foi firmado um protocolo entre aquelas entidades para a cedência temporária dos equipamentos, em acto que teve a presença do Secretário de Estado de Conservação da Natureza, Florestas e Ordenamento do Território. 

 

O EVA Senses Hotel, a histórica unidade hoteleira farense, foi distinguida, na categoria de «Interiores de Hotéis» pela Arquitectura Taylors , por via da recente decoração dos seus espaços (Adão, Eva Market e outros) voltados para a Doca. O mar e a Ria Formosa foram os temas dominantes.


O festival anual FESTIVAL MED, que se realiza em Loulé, conquistou pela 2ª vez o Prémio de Melhor Promoção Turística dos «Iberian Festival Awards», na sua 5ª edição.


Não obstante a crise que se vive dois novos restaurantes abriram em Faro, o «Veru» e em Portimão, o «Quinto Império». O primeiro situado na Pontinha é dedicado à cozinha de fusão e á «Reinvenção da Espetada». O restarante portimonense fica no Vale de França, é dirigido pelo Chef Frederico Ramos e especialista num «império de sabores de aquém e de além mar».


O «Algarve Nature Fest», evento de referência do turismo da natureza, decorre até 31 de Outubro e é este ano dedicado aos profissionais de saúde, numa organização da RTA em colaboração com a Administração de Saúde do Algarve.



A União de Freguesias de Faro (Sé / São Pedro) disponibiliza gratuitamente a aplicação informática móvel «VIVER FARO», que procura fornecer um recurso para o cidadão, residente ou visitante, e explorar e descobrir o território.


Dois grandes eventos golfistas a decorrer nos campos de golfe algarvios. Entre 28 de Outubro e 1 de Novembro disputa-se na Penina, São Lourenço e Pinheiros Altos a Taça JJW. Entre os dias 12 e 15 de Novembro decorre no Victoria Golf Course, em Vilamoura, o Dom Pedro Pro - Am Cup.


Foi inaugurado, no campo de golf e Dom Pedro Pinhal Golf Course, a Academia de Golfe de Vilamoura, uma infraestrutura golfista de ensino e apoio aos praticantes que pretendem iniciar-se na modalidade ou aperfeiçoar os seus conhecimentos.


                                             JOÃO LEAL  

    


«LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM»

 

 

             «GUIA DA OFERTA EDUCATIVA»

 

                                           C.M. VILA REAL DE ANTO ANTÓNIO

 

                     O Município de Vila Real de Santo António procedeu á edição anual do «Guia da Oferta Educativa», que constitui uma ferramenta peda-gógica tendo em vista auxiliar as escolas e os profissionais do concelho fronteiriço e sistematizar de forma a abranger os vários níveis de ensino.

 

                                                                       JOÃO LEAL