sábado, 14 de novembro de 2020

DONALD (?)

 


VITÓRIA???


Política não é, de todo, "my cup of tea", contudo não sou daquelas que falta às urnas para ir para a praia. Ainda assim é impossível ficar indiferente ao processo eleitoral que decorre numa das maiores potências mundiais. Fico presa ao ecrã - coisa rara - para ver o discurso "da vitória" de Donald Trump. Não sei se rir, se chorar das suas palavras, mas o que realmente me prende são os seus gestos e as suas caretas de desconforto que contradizem o que diz. Se calhar estou enganada e o que lhe vai no corpo, em frente às cameras e por trás do púlpito, é uma grande vontade de ir à casa de banho... "Aguardemos com serenidade" como afirmou Biden, pois "não sou eu, nem Trump que anunciará a vitória. essa será declarada pelo povo americano". Esperemos, então... 

                    Margarida Vargues



 CHEIRO A CASTANHAS

O fumo e o cheiro a castanhas assadas costumava invadir a Rua de Santo António. Era fácil saber onde as comprar, pois a presença do assador sentia-se a muitos metros de distância. Bastava seguir o nevoeiro.

Hoje percorri a mesma rua na esperança de, a cada canto, encontrar um... Encontrei. Um. Perdido numa rua que, não sendo grande, se torna gigante perante a estranheza do presente. 

Se estavam boas? Souberam a um futuro incerto e a um "seja o que Deus quiser!" Haja esperança e, para o ano, nevoeiro com aroma a tradição.

              Margarida Vargues 

POEMA

 

ESQUECE, ESQUECE, NÃO VÁS POR AÍ!

 Autor  Manuel Inocêncio

 

Tanta corrupção eu vejo ali;

É o banqueiro e o funcionário;

Esquece, esquece, não vás por aí!

 

O tráfico de influências está na berra;

Tanto, tanto, nunca se vira nesta terra;

O céptico irónico ainda sorri;

Esquece, esquece, não vás por aí!

 

É o ministro e mesmo o juiz?

É o que toda a gente diz;

Esquece, esquece, não vás por aí!

 

São colarinhos brancos – olhai, vede;

Mas, atenção, o peixe grado fura a rede;

Eles não recebem nem um maravedi;

Esquece, esquece, não vás por ai!

 

Bico calado, estás com alucinações,

O que pensaste são puras ilusões;

Ninguém viu nada, eu também não vi;

Esquece, esquece, não vás por aí!

 

Amanhã começa outro inquérito;

Mal começou já pertence ao pretérito,

Que como todos dá em nada – ou eu menti?

Esquece, esquece, não vás por aí!

 

IN VENTOS DO SUL

Inocêncio da Costa