quarta-feira, 29 de setembro de 2021

 NOTÍCIAS DO TURISMO ALGARVIO


       No Dia Mundial do Turismo (27 de Setembro) a Estação Náutica de Faro, face á importância do turismo marítimo para o Concelho, lançou uma plataforma digital (www.nauticalfaro.com) com inúmeras informações para os visitantes.

         O Turismo do Algarve (TA) está empenhado em alavancar o regresso dos eventos profissionais à Região, havendo, recentemente marcado presença em três eventos do sector. Aconteceu em Copenhague (Dinamarca) - «The Meeting Space Autumn»), em Londres (Inglaterra) - (Construtions for All» e em Cascais (Portugal) - «Portugal Business Meeting».

           Dos três aeroportos portugueses continentais o de Faro foi o que menos contribuiu para a emissão de gases com efeito de estufa, gerando 570 mil toneladas dos referidos gases.

            Apesar do ano marcado pela pandemia a EHTA (Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve) voltou a conquistar a «Bandeira Verde» do projecto Eco - Escolas pelas acções desenvolvidas em prol do meio ambiente.

               Um novo percurso pedestre no centro histórico de Albufeira foi criado pelo Município, com início e término no Posto Municipal de Turismo. Os caminhantes encontram um totem com toda a explicação do percurso que tem uma distância de 7,1 klms. nas 3 variantes.

                 «Quinta Dourada» se chama um novo empreendimento turístico em Albufeira, com projecto do conhecido arquitecto Vasco Vieira. Nuna área de 4,6 hectares comporta 97 prédios, que incluem vivenda e um hotel boutique.

                     Vários docentes e investigadores da UAL (Universidade do Algarve) participaram no 2º seminário internacional que decorreu em Tessalónica (Grécia) no âmbito do projecto SuSCons, intitulado «Enchanging Sustainable Tourism in small Fashsinating Med Towns».

                         Um seminário visando incentivar um modelo sustentável e de qualidade em turismo, com serviços inovadores e responsáveis teve lugar em Anatoliti (Grécia), com a participação de representantes de 7 países: Portugal, Itália, Espanha, Croácia, Grécia, Eslovénia e Albânia.

                          O Algarve, através das secções da Escola de Hotelaria e Turismo, conquistou 3 dos galardões em disputa no «Hospitality Educatin Awards», que decorreu no Estoril, organizado pela Associação Fórum Turismo, destinados a distinguir a formação turística e hoteleira, bem como a estimular a melhoria da qualidade formativa. Foram distinguidos com os prémios referentes aos melhores Projecto Educacional - Clube Ciência Viva (Vila Real de Santo António), Carreira Jovem  - Daniela Silvestre (Portimão) e Professor / Formador Abílio de Jesus Nascimento Guerreiro (Faro).

                          Vindo de Valência (Espanha) rumo a Lisboa escalou o porto de Portimão, o navio de cruzeiros «Star Segund», com 100 passageiros americanos e 164 tripulantes.

                            A ALMARGEM (Associação de Defesa do Património Natural, Cultural e Ambiental do Algarve) reeditou o livro «Anfíbios do Algarve», que foi apresentado no Centro Interpretativo da Lota de Sagres e é de grande valia para o turismo de ar livre.


                                                                                      JOÃO LEAL  


 JOSÉ RICARDO NUNES, NETO DO «SAMBRAZENSE « ROSA NUNES É CAMPEÃO MUNDIAL EM TÉNIS (VETERANOS+35 ANOS)


                  «Quem saí aos seus não nega a geração», diz o povo na sua sabedoria multissecular. O provérbio concretizou-se agora e uma vez mais com o ténista José Ricardo Nunes que na cidade de Umag, na distante Croácia, conquistou o título de Campeão do Mundo em Veteranos (mais de 35 anos), fazendo pares com o lisboeta Fred Gil.

                  Uma invulgar proeza que diz muito a São Brás de Alportel já que o novo campeão do Mundo é neto dessa saudosa e sempre lembrada figura de sambrazense, aqui nascido a 13 de Abril de 1922 e que foi o recordado José Rosa Nunes, o primeiro árbitro internacional algarvio, que dirigiu no Estádio Nacional, uma final da «Taça de Portugal» e foi um eclético desportista que praticou várias modalidades - futebol (Farense e Portimonense), basquetebol, bilhar, xadrez, ténis de mesa, etc., sendo quanto a nós «o mais completo desportista do Algarve».

                     José Ricardo que nasceu em Faro é filho dilecto do também campeão de ténis Professor José Rosa Nunes, proprietário e director do Centro de Ténis de Faro.


                                                                                    JOÃO LEAL


CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



                  UM LUGAR DE CULTO PARA OS ISLAMITAS


                  É crescente o número de crentes islamitas que estão radicados entre nós, de modo próprio nesta cidade Faro, por via das correntes migratórias actuais, com novos países emissores, caso do Bangladesh, Nepal e outros. Aumentam assim os crentes no Islamismo, a segunda religião monoteísta com mais seguidores no Mundo, firmando presença em todo o país e com uma incidência própria no Algarve, terra profundamente ligada a este credo.

                  Aqui, nesta cidade, que é a «Nova Jerusalém» (árabe, judaica e cristã), com uma grande tradição ecuménica e, felizmente, uma vivência de profunda liberdade, seja-o em política como em religião, os crentes em Alá e seguidores do Profeta Maomé, reúnem-se para a «Oração» às Sextas Feiras (dia santo para o Islão) numa cave em imóvel na zona do Bom João.

                   Espaço exíguo e com pouca dignidade para um acto de significado transcendente, que bem merece conhecer novo local, mais amplo e com condições para o cumprimento de um dos preceitos ismaelitas.

                   Somos para que esse local seja encontrado e que, aos manifestos ensejos da já expressiva comunidade do Islão vivente entre nós e que no diálogo havido com o Município tem encontrado a maior e mais compreensível abertura.

                    Que em 2022 os farenses, como nós ainda que professando um credo diferente, possam ter o seu digno local de culto!


CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL

 


                 A «FEIRA» ESTÁ DE VOLTA!


               Boas notícias, a preencher algo de vazio quanto a um futuro melhor, com o anúncio de que a multissecular «Feira de Santa Iria», voltará a acontecer, após a suspensão do ano passado, por via da pandemia do corona vírus 19, que felizmente, parece, estar a dar tréguas.

                Conforme o referiu a Câmara Municipal de Faro, acontecerá no Largo de São Francisco entre 15 e 24 de Outubro, numa organização confiada à Ambifaro, com algumas condicionantes por via deste estado sanitário que ainda nos afecta e que se deseja conheça a mais voluntária e decidida colaboração de todos.

                  É o mais importante do seu género entre quantos ocorrem no chamado ciclo das «Feiras Outonais no Algarve», que se iniciava com a «Feira de São Miguel», em Olhão (28 e 29 de Setembro), tinha a sua explosão de negócios com a «Feira da Praia», em Vila Real de Santo António (12 e 13 de Outubro) e prosseguia terra sulina em fora, até meados de Novembro, em Lagos.

                    Instituída no distante ano de 1596, dominava em Portugal a dinastia espanhola dos Filipes, quando a «Feira de Santa Iria», assim chamada por ser na tradição o «Dia Principal» a 20 de Outubro dedicada a esta mártir da Igreja Católica.

                     Amplo historial da mesma é-nos partilhado no livro da autoria do Dr. Libertário dos Santos Viegas «A Feira de Santa Iria» e editado pelo Município.

                        Tempo de feira transporta-nos um incomensurável universo de lembranças que vão das diversões (carroceis e pistas),

dos circos (desde os históricos Lufthman, Cardinali e Royal) ao Poço da Morte (com uma lembrança própria e afectiva para o ciclicta José Martins - o «Vila Real»), às marionetas («Carolina da Ponta da Unha) e Robertos, às farturas, pêros de Monchique, sorrebecos e tecidos, ourivesaria, as varas e material para a lavoura, os sapatos (as botas de atanado), os «carros de choque», as quinquilharias, com menção própria para os brinquedos do «Tio Roseta», os fumos das castanhas e do polvo assado e tudo o mais. Estendia-se então a «Feira» desde o «Largo das Freiras», ao Largo de São Francisco (sua sede - capital), ao «Largo D. Marcelino Franco e com lembranças e apoios próprios como acontecia com a monumental «Adega / Casa de Pasto Rolim», encostada às muralhas frente ao Palacete Belmarço.

               Quem não tem nas suas felizes lembranças o «tempo da Feira»? Ela aí está de novo e que volte em bem e por  bem...


 NOTÍCIAS DO TURISMO ALGARVIO


       «Whe Hotel», unidade hoteleira localizada na zona central de Portimão, reabriu festivamente, após importantes obras de restauro. Possui 66 quartos e a «Carthago Hotels» é a sua unidade exploradora.

          «MONKY» é um novo restaurante chinês situado em Faro, entre as estradas de Olhão e a de São Luís, propriedade e direcção do Chef farense Rui Sequeira, que tem idênticas funções no restaurante «ALAMEDA», na Rua da Polícia de Segurança Pública.

           Em Maio último foi enviada ao Governo a proposta de criação do «Parque Natural do Recife do Algarve», que deverá entrar em funcionamento no princípio do ano. Situa-se entre o Farol da Alfanzina (Lagoa) e a zona oeste da Marina de Albufeira. Com uma área de 155,9 klms 2, visa preservar a rica biodiversidade da zona, a maior do Algarve e evitar a pesca intensiva. É o primeiro do género em águas portuguesas.

               Promovida pela Confraria Gastronómica do Algarve realiza-se no dia 2 de Outubro, em Portimão, a 17ª edição do «Grande Capítulo» que reúne mais de 200 confrades de 30 Confrarias de Portugal, Espanha, Itália e França.

                 A partir do início da estação alta de 2022   a companhia aérea inglesa EasyJet coloca mais um avião na sua base de Faro, que fica com um total de 4 aeronaves e criará 39 novos postos de trabalho. Antes da actual pandemia a EasyJet transportou de e para Faro mais de 20 milhões de passageiros.

                  Decorreu no Funchal o «Concurso Nacional de Coctails», organizado pela ABP (Associação Barmen de Portugal), com a participação de 30 profissionais do Estoril, Lisboa, Madeira e Algarve. A nossa região esteve em destaque ocupando os três lugares do pódio, seguindo-se ao campeão, pela 4ª vez, Jorge Coelho, Carlos Santos e Frederick Reizinho.

                     Acontecimento com marcante interesse turístico volta a realizar-se, em Faro (Largo de São Francisco) entre 15 e 24 de Outubro, organizada pela AmbiFaro, a multissecular «Feira de Santa Iria».

                          O livro «Portugal de Norte a Sul pela mítica EN2» conhece nova edição, a 5ª desta feita, atingindo os 19 mil exemplares. Surgido em 2018 tem uma edição com design renovado, novas partilhas de agentes do território e novas imagens deste percurso de 739,260 klms entre Chaves e Faro.


                                                                              JOÃO LEAL


«LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM»



    «CASA DA RODA DO CONCELHO DE FARO»

                                           PROF. DOUTORA ANDREIA FIDALGO

          A Professora Doutora Andreia Fidalgo, natural de Castelo de Vide (1986) é a autora da obra «Casa da Roda do Concelho de Faro», um estudo efectuado para o Município da capital algarvia. Trata o mesmo de um importante problema, que durante século constituiu um estigma na nossa sociedade e que, neste caso, foca com especial incidência a «história da assistência à infância no Algarve dos finais da Época Moderna aos inícios da Época Contemporânea». 

           A autora, conhecida pelos seus trabalhos de investigação histórica e sociológica, fez os estudos superiores em Faro (Universidade do Algarve) e Lisboa (ISCTE).

             A apresentação de «Casa da Roda do Concelho de Faro) acontecerá no dia 4 de Outubro (18 horas) no Auditório da Biblioteca António Ramos Rosa.


        «PORTUGAL, DE NORTE A SUL, PELA MÍTICA EN 2»

              Conheceu a sua 5ª edição atingindo os 19 mil exemplares a obra «Portugal, de Norte a Sul, pela mítica EN 2». com importantes indicações sobre a via (uma das maiores do Mundo), que liga Faro a Chaves, ao longo de 739,260 quilómetros e 34 municípios.

                 Apresenta-se com um design renovado e mais informações, sendo uma edição da «Fog consigo».


                                                                              JOÃO LEAL


 NOTÍCIAS DO TURISMO ALGARVIO


               Após um ano e meio de ausência os cruzeiros voltaram ao porto de Portimão. Aconteceu com o navio da Saga Cruises «Spirit of  Discovery», com 380 passageiros ingleses e 540 tripulantes. Até final do ano estão previstas mais 8 escalas e para 2022 programam-se 46 cruzeiros.

                 A «Marina de Vilamoura» conquistou o título de «Melhor Marina do Mundo», que lhe foi atribuído pela TYHA (The Yacht Harbour Association), com o apoio da BMF (British Marines Federation) e na sequência da votação dos proprietários de embarcações que escalaram aquele porto algarvio.

                    A «Feira de Santa Iria», em Faro, volta a realizar-se este ano entre 15 e 24 de Outubro, organizada pela Ambifaro, retomando-se uma tradição que remonta a 1596.

                    Faro tem um novo e artístico mapa turístico, obra de Sofia Morais e Luís Carmelo, em edição bilingue (português e inglês). Contempla três vertentes: arte e cultura, património e lifestyle.

                    Segundo um estudo da «Bloom Consulting» o Algarve é o destino turístico por excelência dos portugueses.

                      A caravela «Vera Cruz», réplica do mais importante navio português do século XV, está atracada ao cais comercial de Faro, podendo ser visitada até 25 de Setembro.

                            No certame internacional «The Best Chef», que decorreu em Amesterdão, merecido destaque para os chefes Henrique Sá Pereira (38º), que conquistou também o prémio «Melhor Entrada», José Avillez (44º) e Hans Neuner (50º).


                                                                             JOÃO LEAL


segunda-feira, 27 de setembro de 2021



 Um pequeno intervalo, para inspiração, lendo esta pequena história. Espero que gostem...!

       

   INSPIRAÇÃO

 

              21.00 horas

            As horas iam passando sem que tivesse inspiração para escrever.

 

23.00 horas.

Ligo a TV, corro todos os canais e não encontro programa que me satisfaça. Desligo o aparelho.

 

23.30.

Pego na esferográfica, no papel e… fico suspenso pensando no tema que possa abordar. Irrito-me!

 

Não consigo inspiração…! Não me costuma suceder. Agarro na esferográfica, olho-a e penso: “odeio este objecto”. Não me dá uma ajuda…. Caramba! Maldita esferográfica. Descarrego nela a minha irritação, torço-a, dobro-a, insisto com mais força… estilhaça-se. Fico suspenso; abro a gaveta da secretária e agarro noutra. “Isto nunca aconteceu. Que se passa comigo?”  “Sinto necessidade de escrever e não consigo”. Pego na chave do carro e saio de casa. As horas passam a correr.

 

O1.30 horas.

A noite já ia longa. Não sentia sono. Estava fresco, fazia uma brisa suave; sentia-se um cheiro a maresia.

 

Pus o carro a trabalhar e arranquei; as ruas estavam desertas, não se via vivalma; sai da cidade sem rumo e arrumei o carro no estacionamento de uma discoteca. Uma música moderna, do agrado da juventude, fazia-se ouvir. A porta estava fechada, bati. O postigo abriu-se e entrevi um rosto que disse “estamos quase a fechar”, “ficarei até fechar” respondi. A porta abriu-se, entrei. O som era bastante alto, do agrado da juventude; o recinto estava cheio, dançava-se.

Encostei-me ao balcão do bar. Pedi um whisky com duas pedras de gelo. Agarrei no copo e deambulei por entre a multidão; olhando de lado dei um encontrão noutra pessoa. O copo caiu ao chão, estilhaçou-se, e ouvi uma voz

 

.           - Está a dormir de pé?

 

- Desculpe, olhava para o lado, não a vi.

 

- É o que dizem todos!

 

- Acabei de entrar, é a primeira vez que aqui venho, e está um pouco escuro…

 

- Entrou?,  eu estou de saída!

 

- Porquê, não está satisfeita? Perguntei, notando que a minha interlocutora era uma mulher jeitosa e com uma certa beleza.

 

- Sem companhia isto torna-se insípido, respondeu.

 

- Estou condenado a passar pelo mesmo? Também estou só, podíamos dançar, até fechar, que acha?

 

- Não era má ideia, mas…, tire o cavalinho da chuva se pretende avançar com outras ideias…

 

- Pode estar descansada, não pertenço a essa categoria.

 

Dançamos; a música era lenta, um slow que convidava a relaxar. Ela era boa dançarina. Dançámos em silèncio até à hora de fechar. Olhámo-nos, sorrimos.

 

- Gostei da companhia, disse ela.

- Estou de acordo consigo, adorei, para esquecer o encontrão, acho-a uma mulher simpática, meu nome é Alfredo, Alfredo da Silva, sou gestor de uma empresa, escritor e sou viúvo, apresentei-me.

 

. Muito prazer, sou Ana Maria, trabalho no turismo e, sou divorciada.

 

- Em vez de virmos sozinhos, poderíamos combinar um encontro neste mesmo sítio, o que acha? Perguntei.

 

. Acho bem, respondeu Ana Maria, com um sorriso aberto.

 

E despedimo-nos, com um beijinho, depois de apontarmos o número dos telemóveis.

 

04.00 horas

 

Regresso a casa.

 

Faltou-me a inspiração para escrever, não me tinha acontecido. Porque não substituir, de vez em quando, a escrita pelo convívio, fazendo a vontade a quem não está disposto para me ler?

 

É fácil substituir a inspiração pela disposição… ou juntar as duas.

 

Olho para o espelho por cima da cómoda e fico pensando que o meu cabelo ainda não está grisalho, e sinto inspiração…

 

É madrugada, sento-me à secretária, esqueço a “maldita esferográfica”, abro o computador, sinto disposição e… Inspiração!

 

E escrevo esta crónica.

                         Uma ideia com arranjo de Roger

domingo, 19 de setembro de 2021

 HOMENAGEM AO «COSTELETA» BOTA FILIPE «O PIONEIRO»


       No Convento do Espírito Santo, em Loulé, encontra-se patente até ao dia 20 de Novembro uma exposição evocativa do Coronel António Bota Filipe, falecido há pouco mais de um ano e que foi distinto aluno da Escola Tomás Cabreira. Natural de Vale de Éguas (Almancil), frequentou também a escola primária local e, mais tarde, a Academia Militar. A vocação artística sentiu-a em Moçambique, onde desempenhava uma comissão de serviço, decorrendo a outra em Timor. Bota Filipe, destacada figura do meio artístico algarvio fundou o «ZEFA» (Centro de Arte Contemporânea) e foi o autor dos desenhos para o calcetamento do passeio da Avenida Marginal em Quarteira.


                                                                                 JOÃO LEAL


 TURISMO DO ALGARVE EM NOTÍCIA


         O Well Beach Club, no Vale do Lobo, é uma das grandes inovações em clubes de praia. Inspirado em Bali e na Grécia, decorado com materiais naturais, recria todo um espaço de refúgio espiritual e de zen.

             Recomeça no dia 14 de Outubro (online ou pessoal) o Curso de Guia Intérprete Regional, interrompido em Junho último, por via do período estival. Com uma carga de 600 horas é organizado pela Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve com a colaboração da AGIGARVE.

               A descoberta de um Algarve menos conhecido (interior, gastronomia, vinhos, Via Algarviana, Rota Vicentina, vindimas, etc.) é o objectivo de uma série de visitas organizadas pela ATA (Associação de Turismo do Algarve) e destinada a agentes de viagens, empresários, jornalistas e operadores. Decorrem desde o início de Setembro e já contemplaram os mercados do Reino Unido e da Irlanda.

                 Pela 1ª vez o Algarve esteve presente na VNWTO - Global Conference  e cuja 5ª edição decorreu recentemente. A organização é da OMT (Organização Mundial do Turismo) e dedicada ao enoturismo.

                   O Chefe André Basto voltou, volvidos dois anos, aos comandos da cozinha do Tivoli Marina Vilamoura, para renovar os espaços de restauração daquela unidade hoteleira.

                     Na sede do concelho (Castro Marim) e na freguesia da Altura, com a participação de 18 restaurantes, decorre até 18 de Outubro, a «Festa da Cataplana».

                      O «I Albufeira Coctail Festival», promovido pela ABA (Associação Barmen do Algarve) e Associação Comercial daquele Concelho, tem lugar até 4 de Outubro, com a participação de uma centena de profissionais de Portugal, Espanha, Itália, etc. Em simultâneo decorre o «1º Concurso de Barmaids do Algarve».

                          «Turismo e Mobilidade Sustentável» foi o tema de um encontro online que decorreu no «Centro Europe Direct Algarve», em Faro, com a participação de várias entidades.

                            A «1ª Área Protegida Privada do Algarve» foi instalada em Aljezur (Vale das Amoreiras), por iniciativa da família Raban von Meutzingen.

                                                          

                                                                                    JOÃO LEAL


 «COSTELETAS» NOS «ANAIS DO MUNICÍPIO DE FARO»


              Sempre. ao longo dos 43 números já publicados os «costeletas» marcaram presença no historial dos «Anais do Município de Faro». Há dias, em cerimónia realizada no auditório da Biblioteca António Ramos Rosa, em Faro, foi apresentado o 43º volume referente ao ano de 2021. Presidiu ao acto o Dr. Rogério Bacalhau Coelho (Presidente da Câmara Municipal de Faro), que estava na mesa de honra acompanhado pela dra. Sandra Martins (Directora da Biblioteca) e pelos Professores Doutores Guilherme de Oliveira Martins (Director dos «Anais») e António Branco (ex - Reitor da Universidade do Algarve, que fez a apresentação da obra). A abrir o dr. Fernando Pessanha, conhecido historiador vilarealense e erudito músico interpretou, ao piano, vários textos do concerto «Raposinha».

             Do referido «historial» dos «Anas do Município de Faro» destacamos a presença de «costeletas» nas pessoas do saudoso Professor José António Pinheiro e Rosa, seu fundador; Dr. Libertário dos Santos Viegas, que lhe sucedeu na direcção; Dr. Teodomiro Neto, autor de numerosos textos e outros conhecidos nomes, entre os quais o nosso colega jornalista João Leal, que neste número subscreve o artigo «Farenses que não nasceram em Faro». Neste texto destaca uma venerada figura dos primórdios da Escola Tomás Cabreira - O pintor Professor Carlos Lyster Franco, que foi seu primeiro Director, como o havia sido também na Escola Pedro Nunes. 

João Leal


«LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM»

 


                           «AMÁLGAMA DE FORMAS E SILÊNCIOS»


                                                              RUBEN SANTOS


                          O conhecido e admirado «Senhor Açores», cremos que poucas vezes uma pessoa foi com tamanha justiça adjectivado, brindou as gentes em geral e de modo próprio e afectivo os seus muitos e verdadeiros amigos, partilhou um novo livro de poesia, chamado de «Amálgama de Formas e Silêncios». 

                           Ruben Santos, cidadão do mundo em que viveu e onde espalhou a sua benquista e honrada presença (Açores, África, América do Norte, Algarve), transporta-nos uma vez mais a esse suave encantador mundo que tudo o que tem por base a poesia pode e sabe criar.

                            O açoriano, verdadeiro embaixador do «Rosário das Nove Ilhas», nado na Horta, nessa sempre bela ilha do Faial, sem nunca haver perdido, ao longo de décadas de vida, o odor a verdadeiro mar que lhe vem de factores múltiplos (o «mau tempo no Canal», o «Porto do Pim»...., a «sua rua, a família), em suma tudo o que é o seu humanista Universo, nos chega neste livro em que de mãos dadas se conjuga esta «Amálgama de Formas e Silêncios».

                               Para nosso justificado orgulho de farenses é o nº 163 dos «Cadernos do Meio Dia», essa aventura maravilhosa vivida nesta Cidade, em que tem viajado o poeta pleno, Eng. Tito Olívio Henriques, «o amigo dia a dia» (que admirável «gozo» nos dá ler semanalmente o seu «Poema de Domingo»!), a quem o autor homenageia, com todo o mérito. Reparte tal com a Dra. Alzira Silva, que assina o excelente Prefácio. Dele extraímos: «os poemas tocam o leitor num continuum sensorial ou na oposição de emoções tão inerente ao ser humano.

                              Em «Amálgama de Formas e Silêncios», que se lê de um fôlego, pairou-nos toda uma sensação lírica («Fora eu rio/ correria ao longo do teu regaço/ e a cada passo...», o realismo pungente e dramático («Carrego aos ombros / a voracidade dos tempos...»), o lirismo directo e simples («menina da meia - noite/ que nunca foges à chuva...») ou um temível contemplativismo («Mãos velhas / Cerradas / Lavadas de dor...»).

                              Vale a pena ler este livro, tal como a obra de Ruben Santos, um poeta universal nascido nos Açores e vivente, felizmente, na terra algarvia.


                                                                                     JOÃO LEAL


CRÓNICAS DO MEU VIVER OLHANENSE

 

                         AS «ALCUNHAS», UM ADN DE OLHÃO


                          Cada terra algarvia, supomos que um mesmo acontece com todas as terras portuguesas, tem a sua característica própria, que define a figura das suas gentes e é essa a imagem que das mesmas é exportada. Monte Gordo e Alvor, por exemplo, são as «capitais» ou terras maiores das pragas. Em Olhão as «alcunhas» são uma permanência, não raro com direito hereditário.

                         Uma destas noites encontrámos no «blogue» do nosso amigo alentejano Joaquim dos Santos Charata, um antigo, tal como tantos olhanenses, «costeleta» (ex - aluno ou professor da Escola Tomás Cabreira, em Faro, terra onde vive e que o seja por muitos anos, uma curiosa recolha efectuada pela, ao que cremos, olhanense, D. Esperança Afonso sobre as «alcunhas de Olhão». Não resistimos à tentação, pelo que muito representa de muito etnográfico e social, de o transcrever:

                            «Parados no Bate-Estacas,

O melhor sítio de Olhão,

Vamos vê-los a passar

E prontos para recordar

As Alcunhas. Aqui estão:


Vem o António da Tia

Juntar-se ao Xico da Larga

Começam os dois a rir.

Pelo Luís Planeta

Passa o Coxo da Muleta

Que pára logo a seguir.

Olham prá porta da Praça

Acenam ao João da Boa

Que vem atrás da Vareta.

Zangada c,o Batatinha

Ouve-se a voa da Pavoa,

A mandar vir com o Maleta.


Eis que chega o Zé da Dízima

Vem procurar o Laguinhas

Mas vê o Luís Abelha

A falar com o Da Velha,

E pede lume ao Abinhas.


O Domingos da Pousada

Desvia-se do Zé Má Vento

E passa rente ao Bagó

Ao Ratinho e ao Cocó,

E segue pra barlavento.


Manelinho do Chiado

Convencido, vai a todas:

Larga a Boneca de Palha

Troca olhares com a Escaralha

Esquecido da Bárbara à Rodas.


Tacanito de Senhora

Passa todo arranjadinho,

Já viu o Picha de Lata,

O João da Harpa e o Chata

Falando com o Calhinho


Vira a esquina um dos MáMaus

Faz-se à vida com afã

Junto à bica está o Carulho

O Cata Conas e o Bagulho,

30 Porras e Sandokan


Vejo o Zézinho Maluco,

O Zé Bufa e o Maninu

Da arrelampa do cagador

Vem a Mamas a Vapor

E a Anica do Penico


Também vejo o Cú à Banda

Junto à Mula do Inferno

A passar pelo Cangola

Mais a Maria Espanhola

Com um casaco de Inverno.


Também a Anica Batata

E a Maria dos Flatos

Não faltam na confusão

Tacanito de Ouro, Fanaia,

Fandanguinho e Garraia

E o Cabeça de Melão.


Que salgalhada, senhores

Misturei Novo e Antigo

Na minha imaginação.

Sei que concordam comigo:

Qualquer um tem um amigo

Com uma Alcunha de Olhão.»


                                                      JOÃO LEAL