sábado, 20 de fevereiro de 2021

«LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM»



                         «LIVRO VERMELHO DAS ARTES TRAICIONAIS AMEAÇADAS DO ALGARVE»


                 Aguarda-se, com evidente expectativa, a publicação do anunciado «Livro Vermelho das artes Tradicionais Ameaçadas do Algarve», que irá categorizar as actividades artesanais por grau de ameaça e que deverá estar concluído em Julho próximo.

                    O Empresário Eng. João Ministro, da empresa algarvia Proactivetur, que coordena o trabalho que «as equipas estão a fazer no terreno para recolha da informação», sublinha que nada existe no género em Portugal e é o primeiro livro do género.

                     Esta obra foi lançada pela CCDRA (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve) no âmbito do projecto «'Interreg» e o objectivo é apontar soluções para a salvaguarda, numa fase posterior, das actividades ameaçadas.


                                                                                                         JOÃO LEAL


 «FARENSES» QUE NÃO NASCERAM EM FARO


                     JOAQUIM REINA E A SUBIDA

Á I DIVISÃO


                     Se há figuras carismáticas e muitas as há, felizmente, que não havendo nascido nesta terra de «Santa Maria de Faro», se confundem com a naturalidade farense e um desvelado orgulho na sua dedicação ao concelho, é de realçar o, hoje, nonagenário Joaquim Martins REINA. Nascido em Vila Real de Santo António (1 de Outubro de 1930), começou por jogar futebol no clube popular Grupo Desportivo «O Celeiro», nos anos de 1947 a 1949, naquele que foi um dos históricos dos torneios que se disputavam no Verão na Cidade Pombalina e onde surgiram tantos nomes famosos do futebol português. Pelo seu inquestionável valor ingressou na equipa principal do Lusitano Futebol Clube (LFC), na época de 1951 /52 e nas duas seguintes, disputando os campeonatos nacionais da II e III Divisão. Aos 23 anos veste pela vez primeira, o que haveria de se repetir durante 13 épocas consecutivas, a camisola nº 2 do Sporting Clube Farense, actuando sempre como seu assumido defesa direito. Corria o ano de 1953 e este voluntarioso e destemido jogador marca-ria um tempo e uma ápoca, a dos Isaurindo, Ventura II, Bentinho, Queimado e tantos mais que souberam construir vitórias e assumir um comprovado empenho. «Gente raçuda» como este incontestável, mas contestado Joaquim Reina que, não obstante as pedras lançadas, conquistou a «Medalha de Mérito Desportivo (Grau Ouro» e ajudou o Clube, pela primeira vez, a conquistar a «Taça Disciplina». Ninguém nega os ardorosos despiques com os dianteiros contrários, de modo próprio e com memória marcada com o falecido e saudoso João Parra (Sporting Olhanense). 

            Do vasto currículo de Mr. Reina, um assumido farense, lem-bramos que ele foi o técnico que pegando na equipa na ponta final do Campeonato levou os leões de Faro, num feito inédito, à I Divisão (1969/70). Como jogador destacamos as vitórias na II Divisão Zona Sul e ter sido semifinalista da «Taça de Portugal». Como treinador e para além do feito memorável que a ascensão á Divisão Maior representa, a acção como técnico das camadas jovens do Farense e a sua orientação em muitas outras equipas (Lusitano de Vila Real, Esperança de Lagos, Silves, Louletano, Lagoa, Penha, Campinense, Moncarapachense, etc.).

                Dava gosto falar com este «farense» nascido à beira - Gua-diana - evocar factos e lembranças, analisar tácticas e sistemas, recordar jogos e incidências, fora e dentro dos campos ou nos balneários, como profundo conhecedor dos homens que ele o é.


                                                                             JOÃO LEAL