sexta-feira, 3 de setembro de 2021

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL


              A «FRUTARIA GERTRUDES»


              Situa-se no mediático bairro de São Sebastião, onde durante séculos existiu um poço e onde são referências assinaladas: a capela em honra do mártir (outrora limite da cidade), o Ria Mar (em tempos idos a sede da armação do atum), os palacetes Mateus da Silva (que também foi Hospital Lusíadas) e Guerreirinho (residência / messe dos oficiais), o comando territorial da GNR (no Convento dos Capuchos, outrora cadeia comarcã e museu arqueológico)...

                E claro as referências do povo - o forno / padaria do Lopes (agente da PSP), as mercearias do Zé Bento e do Horácio, a taberna do «Smaquim», o latoeiro ao canto, a ti,Vitória dos bolos, a torrefacção de café do Dias...

                 Havia também a casa do pintor Sidónio, a cabeleireira «prima Celeste» (irmã do saudoso ciclista Ildefonso Rodrigues), a fonte / bica transferida para a Rua da Abegoaria e, claro, a casa de fresco das Ascensôas (em boa hora restaurada pelo Refúgio Aboim Ascensão).

                  Ali na Rua de Loulé (homenagem toponímica á cidade vizinha) situa-se a «Frutaria Gertrudes», igual e gémea de dezenas de outras na cidade, de centenas no Algarve e de milhares no País. Mas diferente, sim e por razões várias, para nós, diferente na sua afectividade e na sua essência. No primeiro caso, que tanto nos toca, porque constitui o seu nome uma lembrança saudosa de nossa «Mãe / Coragem», a «Estrudinhas» (Gertrudes), costureira que nos gerou e que anos e anos labutou «á ponta de uma máquina» como costumava dizer, para sustentar a família que Deus lhe deu. No seu concretizar porque é um projecto audacioso de gente jovem, que recusa o caminho fácil da subsidiodependência para com espírito de inovação, de trabalho e de empreendedorismo, abrir novos caminhos á vida com o seu trabalho e a sua ideia de apoiar «o que é nosso», fazendo chegar aos clientes e amigos os frutos da nossa terra.

               Aí está a «Frutaria Gertrudes», um projecto, um propósito, um meio de vida digno e honesto, de mangas arregaçadas e muito trabalho, que bem merece o nosso sim!


CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



                    NA MORTE DE UM AMIGO


Éramos há 75 anos, vividos no início no CNE (Corpo Nacional de Escutas), onde essa amizade se cimentou e perdurou para toda a vida. O António, o António Miguel Fantasia, assim se chamava este saudoso e dilecto amigo, contava 82 anos e não resistiu agrave enfermidade. O internamento no CHUA, em Faro e as contingências em vigor não nos permitiram sequer um derradeiro e vivo olhar. no sentido adeus de um «até sempre».

Nascido em Boliqueime, viveu alguns anos em Quarteira, por via da profissão do pai (agente da Guarda Fiscal) e veio «menino e moço», como milhares de tantos outros morar para o então periférico bairro do Alto Rodes.  Já moço feito, escadas ao ombro, que Magyrus não havia, ei-lo, como aprendiz na Aliança Eléctrica do Sul durante o dia e à noite a estudar na Tomás Cabreira.

Passou os anos mais activos da sua activa vida, nas minas de África, de modo próprio no Botswana e em Angola, donde regressou após a descolonização.

Apaixonado pelos pombos conquistou inúmeros troféus em competições nacionais e internacionais, alcançando os seus voadores elevados valores nos mercados de além - fronteiras.

Residia no Monte Negro e era frequentador, enquanto a saúde o permitiu, da Tertúlia do Tutti Café, na Praça de Alandra.

Morreu o António Fantasia, moço da minha geração e da minha vivência, um dilecto amigo, daqueles que não havido nascido em Faro, sempre se assumiu como um verdadeiro farense.


«LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM»



                             «MARIA KEIL»


                                     MAFALDA BRITO / RUI PEDRO LOURENÇO


                          Maria Pires da Silva Keil do Amaral, a artista MARIA KEIL, tem um novo livro que lhe é dedicado e da autoria de Mafalda Brito e Rui Pedro Lourença. «Maria Keil», assim se intitula foi apresentado no «Dia do Concelho de Silves» (3 de Setembro), junto ao painel da artista, em Silves, no Largo Comendador Magalhães de Barros. Natural da antiga capital do Algarve, onde nasceu a 9 de Agosto de 1914 e faleceu em Lisboa (10 de Junho de 2012), foi uma notável pintora modernista portuguesa a ilustradora, autora de inúmeros trabalhos, entre os quais os azulejos que decorem as estações de metropolitano em Lisboa. Em 1981 Maria Keil foi condecorada com o grau de Comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada.


               «NAVE DO BARÃO - MEMÓRIAS E IDENTIDADES»

                      

                       Na «Associação dos Barões», associação cultural e recreativa na localidade de Nave do Barão em plena Serra do Caldeirão (Salir, Loulé) foi apresentado o livro monográfico «Nave do Barão - Memórias e Identidades», da autoria de três jovens - David Gomes, Rita Marques e Eva Teixeira. O prefácio é da autoria do Prof. Dr. Alberto de Melo e, para o Eng. Vítor Aleixo (Presidente da Câmara Municipal de Loulé) a mesma «é uma herança com qualidade que se deixa para o futuro». Narra a história de Nave do Barão desde as suas origens, com documentos comprovativos.


                                                               JOÃO LEAL


 ANTÓNIO MIGUEL FANTASIA,

MAIS UM «COSTELETA» QUE NOS DEIXOU!


                    Faleceu no Hospital de Faro, onde se encontrava internado, o veterano «costeleta» António Miguel Fantasia.

                     Era natural de Boliqueime, contava 82 anos de idade, residia no Monte Negro e durante muito tempo viveu em África (Botswana e Angola).

                      Fez parte do grupo dos primeiros tempos do Grupo 157 do CNE (Corpo Nacional de Escutas). Apaixonado pela columbofilia conquistou inúmeras competições nacionais e internacionais.

                     O funeral realizou-se da Igreja de São Luís para o Cemitério da Esperança, em Faro.

                     Deixa viúva a sra. D. Maria de Lurdes Queimado Fantasia, a quem, bem como a seus filhos, apresentamos a expressão de profundo pesar.


                                                                           JOÃO LEAL