domingo, 16 de novembro de 2008

DO CORREIO ELECTRÓNICO








A nossa Vice Presidente Isabel Coelho recebeu da Maria José Fraqueza o mail que a seguir transcrevemos




Minha Querida Amiga Costeleta Isabel


Venho a agradecer a tua presença querida a representar os meus costeletas queridos e que me acompanharam em muitos bons e saudosos momentos da nossa vida escolar e profissional. Quando te vi ao longe... eu recordei aquela linda menina que tu eras e fiquei com saudades das louras tranças, até me apetecia cantar para ti aquela canção bonita que eu também cantava na Tomás Cabreira e dava os meus "shows infantis" para todas as colegas. O Sr. Reinaldo - o continuo mais novo, até me metia às escondidas, numa sala da "Velha Escola Tomás Cabreira" para eu cantar os fados da Amália. E a canção que me refiro começava assim......
"louras tranças, idade de ilusões.../ em que os nossos corações..../ são corações de verdade..../ louras tranças nessa tua cabecita .../ são coisa mais bonita que trazes da mocidade.
E quando eu chegava à Escola com os meus laços sintéticos da cabeça, o Sr. Castro, o Sr. Viegas, o Sr. Victor (que caracterizava a "moçanhada" nos teatros), o Sr. Bonifácio.... todos me chamavam a "Sintética" por causa dos laçarotes que a minha mãe me punha na cabeça. Ai!. Minha amiga ...tu representaste todos os que eu gostaria de ver, mas diz a eles, que venham até à minha "casa museu" que abro a porta ao amor. Mas diz à querida Jacinta que não venha, sem que eu vá primeiro à casa dela, porque isso é um divida que eu tenho para com ela há muitos anos. Sabem é que eu não dou pelos anos a correr... são tantas as actividades em que me envolvo que tenho de falhar algumas... Já a minha avó dizia com muita graça: "quem a muitos amores ama, a uns é falso e a outros engana" e eu pobre de mim...falsa não sou... mas se calhar ando a enganá-la. que me perdõem as falhas porque afinal, ninguém é perfeito! Como quem diz a verdade não merece castigo.... estou mais aliviada. Vou também dizer-te que o nosso grande e fiel amigo Teixeira que ficou na mesa de honra, teve para mim o maior significado, porque este grande amigo e grande homem, tem acompanhado mais de perto a minha actividade em outros momentos significativos da minha vida. Por isso a praga da Fuseta que vai para ele é esta: "Deus permita que sejas costeleta toda a vida e que não haja nenhum bife melhor do que tu!" Por ele também os nossos costeletas ficaram bem representados. E agora para o meu grande amigo Jorge Tavares, meu bom companheiro, quero dizer obrigado pelas suas palavras e pela carta que me escreveu, é mesmo assim, quando não se pode comparecer... os bons amigos tem uma palavra de afecto. E para ele quero dizer ainda: "quem os meus filhos beija, minha boca adoça"
Agora um beijinho meigo para o Rogério (que tu não desconfias ) e desejos de melhoras desta amiga do coração
Saudações costeletas a todos em especial ao Brito Sousa.
Para Ti ... Isabelinha linda, renovo os meus agradecimentos com um grande beijinho


Maria José Fraqueza
Colocado por Rogério Coelho

O "COSTELETA" CASIMIRO DE BRITO EM FARO

Colocado por Rogério Coelho

ENTREVISTA


ENTREVISTA, com o costeleta

CASIMIRO DE BRITO,

Nasceu em 1938 em Loulé e é poeta, ensaista e ficcionista Viveu a sua infância na região algarvia e frequentou a Escola Comercial e Industrial de Faro.
Em 1956 criou no jornal A Voz de Loulé uma página literária designada Prisma de Cristal, que se publicou até 1959, durante 26 números. Nela colaboraram, entre outros, Ramos Rosa, Gastão Cruz e Maria Rosa Colaço.

De 1958 a 1964 dirigiu, em Faro, a colecção de poesia A Palavra na qual publicaram, entre outros, Fiama Hasse Pais Brandão, Luíza Neto Jorge e Candeias Nunes. Depois de uma passagem por Londres, em 1958, fundou e dirigiu com António Ramos Rosa os Cadernos do Meio-Dia (1958-60), onde se revelaram os poetas do movimento literário Poesia 61 .

Fixou-se em Lisboa em 1971, desempenhando funções no sector bancário, depois de ter vivido três anos na Alemanha. Poeta, romancista e ensaísta, tem cerca de 40 livros publicados. Foi Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Escritores. e é actualmente Presidente do PEN Club.

Dedica-se hoje exclusivamente à escrita e continua a desenvolver uma intensa actividade como divulgador da poesia nacional e internacional. É co-director da revista luso-brasileira Columba e responsável pela colaboração portuguesa na revista internacional Serta.

Entre outros prémios, Casimiro de Brito recebeu o Grande Prémio de Poesia Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Labyrinthus (1981), o Prémio Versília, de Viareggio, para a "Melhor Obra Completa Estrangeira", pela obra Ode & Ceia (1985), o Prémio de Poesia do P.E.N. Club, pelo livro Opus Affettuoso seguido de Última Núpcia (1997), o Prémio Internacional de Poesia Léopold Senghor (2002) e o Prémio de Poesia Aleramo-Luzi, para o Melhor Livro de Poesia Estrangeiro, com o Livro das Quedas (2004).

Encontrei-me com o CASIMIRO DE BRITO na baixa lisboeta e trocámos umas palavras.

João Brito Sousa – (JBS) – E o Volksvagem velho que tu tinhas e que a gente ia aos bailes a Albufeira no Verão.

CASIMIRO DE BRITO (CB) – Ainda tenho esse malandro na garagem. Como tu te lembras disso. Isso foi à cinquenta anos. Belos tempo. Nos éramos jovens e a vida sorria-nos. Quando a coisa corria mal fazia uns versos, Chegaram as andorinhas e esvoaçam à minha volta.... Amanhã vou á praia .... coisas assim.

JBS – E da Escola?

CB – A Escola é saudade. Hoje, à distância, tenho saudades das aulas do Dr. Uva, o Mestre dos Mestres. Então há algum voluntário para hoje... e a malta nada... caderneta ao ar e na volta abria num qualquer.. venha cá .. o Mário Zambujal.

JBS – Foi uma geração de oiro a nossa, diz o Jorge Tavares .

CB – Foi uma boa fornada de alunos. O Xico Zambujal muito bom aluno, o Franklin esse grande amigo de toda a gente, o melhor homem do mundo como eu lhe chamava e ele dizia logo, já me estás a charengar...um homem da poesia, do folclore

JBS – O João Manjua sugeriu agora que a Associação lhe editasse a poesia.

CB – Concordo.

JBS - E da malta, recordas-te?

CB - Como eu me lembro da malta, do Zé Vitorino Neves do Arco que tinha a bicicleta onde o Aníbal dava umas voltinhas, do prof. Américo e daqueles tipos que foram internacionais juniores, o Manuel Poeira que casou com a Avelina Cavaco, o João Parra que uma vez num jogo de andebol com o Liceu secou o Bomba que era bife o Nuno Agostinho da Fuzeta, irmão do Teotónio e cunhado do Zeca Afonso, do Julião. Sabes que o Julião e o Poeira foram parceiros de carteira do Aníbal.

JBS – Mas nunca mais viste ninguém dessa gente?

CB - Não pá, nunca mais vi ninguém

JBS- vais faz r um poema cá para a gente.

CB – Se eu souber,

PS- Esta entrevista foi inventada por mim. Solicitei-a mas não consegui contactar o Casimiro. É uma pequena homenagem do bloge ao grande poeta que agora vai a FARO lançar um livro.

Saúde e sorte para todos.
João Brito Sousa