sexta-feira, 27 de março de 2009

ANTÓNIO RAMOS ROSA, POETA FARENSE


POETAS DE FARO.

António Ramos Rosa,

Não conheci nem conheço o poeta António Ramos Rosa. Sei, via net, que frequentou em Faro os estudos secundários, que não concluiu por motivos de saúde. Trabalhou como empregado de escritório, desenvolvendo simultaneamente o gosto pela leitura dos principais escritores portugueses e estrangeiros, com especial preferência pelos poetas.


Em 1945 vai para Lisboa e dois anos depois volta a Faro, tendo integrado as fileiras do M.U.D. Juvenil, onde militou activamente. Regressado a Lisboa, foi professor de Português, Francês e Inglês, ao mesmo tempo que estava empregado numa firma comercial, e começou a fazer traduções para a Europa-América, trabalho que nunca mais abandonaria e no qual veio a atingir notável qualidade.


O continuado interesse pela actividade literária levou-o a relacionar-se com um grupo de escritores que o incentivaram na publicação dos seus poemas e artigos de crítica, tendo colaborado em numerosos jornais e revistas. Com alguns desses escritores, fundou em 1951 a revista Árvore, que veio a ser uma das mais marcantes da década, procurando divulgar os textos dos poetas e prosadores portugueses mais significativos no tempo, bem como os grandes nomes da literatura estrangeira.


Co-dirigiu também as revistas Cassiopeia e Cadernos do Meio-Dia.

Aqui vai, em sua homenagem, o que gostava que fosse um poema..


TENHO SAUDADES

Da minha cidade...
Que fica lá longe... no SUL.!...
Onde fica a felicidade
E o céu azul.

Essa cidade de poetas e cantores
E de escritores
Cidade de gente séria
e de grandes operários,
Onde não consta que houvesse
essa gente má ... que foram os agrários!...

Mas onde havia gente bem na vida,
Que viviam bem...
E que cumprimentavam a gente
na avenida
Mas que respeitavam o trabalho...

Como o foram o Neves Pires, o Pegos
E o Fialho.

Cidade laboriosa e antiga
Mas para mim
Cidade autêntica e amiga.

Onde me preparei para percorrer
A avenida
Da vida
Fui daí que saí com o diploma
Em direcção à Capital do País
Para iniciar o meu rumo e a carreira
Que foi aquela que eu quis.

Faro, minha cidade... dedico estas linhas
Aos teus poetas, aos teus escritores
E intelectuais
Para que eles nunca se esqueçam de ti
Porque eu não te esquecerei mais.

Porque é este o meu fado
e obrigação.
Faro para ti o meu obrigado..

João Brito de Sousa