segunda-feira, 26 de outubro de 2009

UM POUCO DE HISTÓRIA

A PROPÓSITO DAS EFEMÉRIDES

1823- Conjura de D. Carlota Joaquina e D. Miguel para depor D. João VI.
D. JOÃO VI, nasceu em Lisboa no dia 13 de Maio de 1767 onde faleceu no dia 10 de Março de 1826. Rei de Portugal, reinou de 1818 a 1826. Era filho de D. Pedro III e de D. Maria lsabel.
Por motivo do problema mental de sua mãe, passou a governar desde 1792, porém só se tornou Príncipe Regente a partir de 1799. Em 1816, com a morte da mãe, D. Maria, subiu ao trono e em 1818 foi aclamado Rei de Portugal, do Brasil e Algarves.
Fundou o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves nesta mesma época. Era casado com D. Carlota Joaquina da Espanha. Pai de nove filhos, um deles Pedro que seria imperador do Brasil.
Em virtude do conflito entre França e Inglaterra, o seu governo teve um período de grande intranquilidade. A fim de prejudicar a Inglaterra, Napoleão decretou o bloqueio continental. Quando Portugal foi invadido pelas tropas de Junot, a família real portuguesa com toda a corte embarcou para o Rio de Janeiro.
Ao chegar ao Brasil, D. João declarou livres as indústrias brasileirase abriu os portos do Brasil ao comércio estrangeiro. Passou depois a residir no Rio de Janeiro. A D. João VI deve-se a fundação da Academiade Belas Artes do Rio de Janeiro, registando-se também importantes movimentos militares que proporcionaram a ampliação das fronteiras, do País.
Em 1821, a família real e sua corte seguiram para Portugal, deixando aqui o herdeiro do trono português, o Príncipe D. Pedro, que ficou como regente. Chegando a Portugal, D. João VI foi obrigado a assinar a Constituição, mas, seu filho D. Miguel organizou um movimento absolutista, que vitorioso, repôs D. João como Rei absoluto.
A 31 de Maio de 1823, D. João VI, na «Proclamação aos habitantes de Lisboa», escrita em Vila Franca, afirma rejeitar o poder absoluto, prometendo respeitar as liberdades individuais e que assentaria brevemente as bases de um novo código para a felicidade dos súbditos,
È nomeada uma Junta, para preparar a nova Constituição, presidida pelo marquês de Palmela e integrava 14 membros, entre os quais Trigoso de Aragão Morato e outros nomes representantes do tradicionalismo reformista.
A Junta, nomeada a 18 de Junho de 1823 terminará a sua tarefa em Dezembro seguinte, sem resultados práticos.
Projecto frustrado de conjuração, envolvendo D. Miguel e D. Carlota Joaquina, para afastamento de D. João VI, que deveria ser preso em Vila Viçosa e substituído no trono por D. Miguel em 26 de Outubro de1823.
Investigação e recolha de
JOÃO BRITO SOUSA

FARO



Estátua de D. Afonso III

“A CIDADE EXTERIOR”


De Alfredo Mingau


Nota de Abertura pelo autor

Facto Típico para a Época


Agora, que estamos quase no S. Martinho, recordo…, quem não se recorda de, “Naquele Tempo”, em que a “malta” juntava-se em grupo, arranjava um caixote, colocava dois paus compridos e pregava-os por baixo e estava feito o “andor”. Sentava-se lá dentro o mais levezinho, com a cara pintada, um grande bigode, uma chucha na boca, uma vela acesa dentro do caixote e… lá ia a malta com o andor aos ombros, a bater às portas e, até, entrar pelo café Aliança a cantar:

S. Martinho lapa

Vamos ao larapa,

S. Martinho vinho,

Vamos ao copinho

E a “Malta” recebia os donativos que eram, depois, divididos pelo grupo.


Exterior da “Cidade Velha” – Algumas Figuras Típicas


Falámos da “Cidade Velha – Vila-a-Dentro, mas fica um “vazio” se não nos debruçarmos sobre o “exterior, fazendo um circuito pedonal recordando, também, a cidade junto ao exterior da muralha, lançando a vista um pouco mais além.

Saímos pela “Porta Nova”, “Porta do Mar” como é mais conhecida, e apreciamos em frente, a Ria Formosa com os navios da Marinha, a “Bicuda” e a “Azevia” fundeados nas quatro águas. Aqui a passagem de nível com o letreiro “PARE, ESCUTE, OLHE” e, mais à frente a ponte dos barcos, com alguns a descarregar o pescado, vendo-se ancorados os de passageiros que faziam a carreira para a Praia de Faro (Ilha de Faro como era e é mais conhecida). “O Praia de Faro”, da empresa de camionagem António Evaristo dos Santos, o “Ria Formosa”, o “Isabel Maria” do Mestre Cantiguinha, o “Gavião” e o “Alegria”, estes dois do “Chico Alemão”.

E, voltando à direita, deparávamos com o pavilhão da praça do peixe, tendo atrás o apeadeiro das “Portas do Mar”; encostados à muralha as barracas de roupa e quinquilharia com a central eléctrica em frente. Logo a seguir entrávamos no pavilhão da praça, pavilhão fechado, com os talhos e lugares fixos de verduras e frutas. Saíamos da praça e apreciávamos o mercado ao ar livre, tendo à sua direita, encostados à muralha, as Finanças com a sua escadaria íngreme, alguns armazéns de marisco e venda de isco para os pescadores desportivos.

À esquerda a ponte da CP que dividia a Doca da Ria, ponte rotativa, que se abria no intervalo da passagem dos comboios para que as barcaças de carga, encostadas ao cais, pudessem sair e entrar.

Ao fim do mercado ao ar livre, antes do Jardim Manuel Bívar, os vendilhões da “banha de cobra” e um outro que colocava os seus artigos sobre uma esteira, e gritava com as mãos em concha:

- “Erva bicha! raiz da abrótea!, areia para arear! Cágados!

Dava piada porque a areia era para as senhoras limparem os tachos e não os cágados…

E, no Jardim Manuel Bívar, ao fundo, junto e em redor do coreto, os engraxadores e, de vez em quando apareciam algumas figuras típicas como o “Cuco” com a sua malinha cheia de rótulos colados, o “Zezinho dos Cães”, com eles atrás, o “Menino Chico” com as suas castanholas, o “Toquim”, que tinha como hotel as barcaças e dizia que era um “galã do cinema” depois de, lá ao fim do “espaldão” e junto da Capela de S. Luís, ter colaborado na rodagem do filme “Um Grito na Noite”, dando um grito ao pé de uma grande fogueira, a arder em frente da Capela; o “Arpanço” que fazia recados e transportes com uma carreta de mão e que, com uns copitos a mais, deixou-se dormir com uma perna sobre a linha do comboio e só acordou quando o comboio a decepou; a “Maria das Bananas”, baixa, atarracada, pernas arcadas cabeludas, bigode farfalhudo, pés grandes, corria a cidade com o cesto sobre a anca seguro pelo braço, matraqueando com os chinelos na calçada; parava, punha a cesta no chão, e gritava o seu “pregão”:

- Éééé!... Sóóóó!... Cinco tostões a banana!; Alcagóitas torradas!

Os “moces” metiam-se com ela e, da sua boca desdentada, saiam todos os impropérios e corria atrás deles com um pau, que trazia no cesto.

Voltemos ao circuito e, saindo do mercado, sempre ao redor das casas encostadas à muralha, o Governo Civil e, logo a seguir, a porta principal da cidade, o “Arco da Vila” com o seu relógio lá no alto, o hospital e a Igreja da Misericórdia em frente. Logo a vidreira e em frente, junto da muralha, a esplanada do cinema. Seguindo, e dando a volta, lá estava o “palácio do Belmarço”, ainda lá se encontra a decompor-se. Depois passamos pela “Porta do Repouso”, (“Arco do Repouso”) e entramos no Largo de S. Francisco. À esquerda o refeitório económico, a Igreja de S. Francisco e o Quartel de Infantaria 4. Junto da muralha alguns armazéns em que um deles, de barcos, íamos encontrar o “Coelhinho”, grande atleta em argolas, fazia o seu espectáculo para a malta apreciar. E, para finalizar este circuito, ao fundo o apeadeiro de S. Francisco, a passagem de nível sem guarda, PARE, ESCUTE, OLHE, para dar passagem para o cais do Neves Pires e para as salinas.

Espero que tenham gostado de memorizar e recordar, a cidade exterior, em redor da muralha do castelo e… nos anos 30/40…


NOTA:- A cidade de Faro foi elevada à categoria de Cidade, no dia 7 de Setembro de 1540, por El-Rei D. João III, pela seguinte razão: “O lugar é sadio e abastado, está no meio do Reino do Algarve e muito a propósito de nele poder estar a Sé”

Inté

Alfredo Mingau

AGENDA

Efemérides

Outubro - 26 - Segunda Feira

1802 - N. D. Miguel, filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina;
1823 - Conjura frustada em Portugal, envolvendo D. Miguel e D. Carlota Joaquina, para o afastamento de D. João VI do trono;
1841 - N. em Cabbio, Suiça, o português José Fontana. (M. lisboa, 1876), iniciador do movimento operário em Portugal;
1850 - TYratado de Adis Abeba anula protectorado italiano da Etiópia;
- Hung Siu-Tsuen autoprocla-se Imperador da China, após a rebilião de Taiping;
1998 - M. o escritor José Cardoso Pires (N. Peso, Vila do Rei, 1925);
2001 . Autoridades dos EUA, anunciam ter detido 952 pessoas, na sequência dos atentados de 11 de Setembro, em Nova Iorque e Washington.