sábado, 30 de abril de 2011



DESEJO

Esta manhã senti desejo de fazer como o João Brito de Sousa, sair de casa e sentar-me no café da esquina, tomar uma bebida e, em vez de ler o jornal como ele faz, escrever qualquer coisinha no meu “caderno” para depois enviar para o blogue. O desejo convidava-me a escrever mas faltava-me a inspiração…
Folheei o caderno e deparei com uma crónica que escrevera já lá vão alguns meses. Reli e achei que o “escrito” se adaptava ao presente e pensei: “ e porque não?”. E resolvi enviar para publicação (se acharem que sim) esta 2ª via da minha crónica.


“A SEGUNDA LINHA

Os comentários (?) ao meu artigo “Sardinha Assada” e o “artigo de António Encarnação “, colaborador com uma escrita bem estruturada, que eu, e muitos outros apreciam, foram preponderantes para que escrevesse este artigo, mas adiantando desculpas aos que sentirem que algumas verdades sejam acutilantes ao acanhamento de se manifestarem escrevendo.
E, se sentirem receio de não serem bem recebidas as vossas prosas, façam como eu “utilizei um pseudónimo” e, como não me conhecem, não sinto acanhamento com qualquer critica destrutiva.
São merecedores de registo e análise, aqueles “ocupantes da segunda linha”, que gostam de ler e apreciar o que aqui se publica com simpatia discreta e por vezes com a cívica missão de comentar.
Se nenhuma topologia foi estabelecida para se enquadrarem e colaborarem nesta área sociológica pertinente, do nosso Blogue, não vemos razão que justifique a sua não presença, ou melancólica preguiça para não colaborarem na 1ª linha, escrevendo “qualquer coisinha”. Não há, não acredito que não tenham uma pequena história lá guardada, como recordação, no “Baú de Memórias”.
Somos descendentes da soturna clientela de alunos dos anos 40/50, emoldurados ou com ornamentos burocráticos da época de Salazar, em que a notoriedade era o uso da gravatinha, do fatinho cinzento ou azul escuro, não faltando o colete, em que nos tornámos insubstituíveis, porque, como “Costeletas” somos glórias nacionais.
Procedentes de diversificada origem, a todos estes figurantes unifica um objectivo comum, o de beneficiar dos “faróis” da comunicação de massas que os ratifique no direito e desejo de recordar, porque, recordar é viver!
Será que os que aqui colaboram escrevendo, com gosto, e recordando “aquele tempo”, esperando que outros os sigam, não terão aquele desabafo à algarvia, “tanta estafa para que os gajos nem sequer escrevam qualquer m…. para eu recordar?”.
Poderá constituir pura excepção que apenas confirma a regra a que nos andamos atendo.
Qualquer actor declara com orgulho “nasci no palco!”; Todos os Costeletas dirão “nasci na escola!”.
Lastimo que não exista mais alguns Costeletas que possam dizer “nasci no texto”, até porque alguns da “primeirs Linha” já passaram para a “Segunda Linha”, o que dá pena…
Acho que todos poderão enviar as suas histórias. Estou convencido que os escritores deste Blogue se encarregarão de a colocar em prosa. Eu também alinho, dentro das minhas fracas possibilidades de escritor.
Será que a vida é trabalhosa?
Que minudências contem?
Venham! E para outros… deixo o recado: “regressem à Primeira Linha”

Alfredo Mingau”

PS-E foi assim. O último parágrafo já está um pouco ultrapassado quanto ao “regresso”. Eu já cá estou. Espero que o Montinho não se afaste. E venham outros. Um abraço para todos.
AM.