sexta-feira, 22 de julho de 2011


ABRAÇOS
Alfredo Mingau

Naquele dia estava estendido na praia, com o corpinho ao sol para ficar com um bronzeado mais bonito, e com a cabeça à sombra do meu guarda sol quando, de repente, uma beldade louraça estende a sua toalha à sombra do meu guarda sol, senta-se, bezunta-se com o bronzeador e estende-se em decúbito ventral.

Tudo isto sob o meu olhar de admiração.

Dirige-me o olhar e, sem preocupação de autorização e educação, como dizem das louras, avança com voz calma e descontraída:

- Você já reparou que sempre no Dia dos Abraços, estamos sozinhos, não temos a quem abraçar?

Fiz um tregeito de admiração pela pergunta insólita.

– Não? – Então é porque você está abandonado – Não? – é casado?

Mantive o meu silêncio, com olhar sério. Ela não esperou por resposta.

– Quem não está namorando, ou não é casado, passa por um conflito psicológico – “Está vendo, você foi terminar tudo, suponho, e agora está sozinho. poderia estar comemorando esta data, ao invés disso, está curtindo a fossa, aqui”.

E, de repente, sem me dar tempo a responder

- Não importa, eu não vou perder tempo consigo neste dia dos abraços.

Pegou na toalha e desandou. Fiquei a olha-la

Não é que estive sempre calado, pensativo e intrigado com aquele palavreado que não chegou a ser diálogo? Olhei-a enquanto se afastava rebolando as ancas.

Não é todo mundo que passa por este conflito – Eu sei– alguns homens nem se importam em demorar para ter a primeira namoradoa – a a a – e eu até acredito nisso. É sério, algumas pessoas chegam aos 17, 19 anos, e não estão nem aí para a vida amorosa. Depois de velho acontece-me cada uma…!

Algumas pessoas não dizem que o chocolate é o substituto natural para o amor? – Então! – Tem o substituto natural para o chocolate, o substituto para o substituto do chocolate.

Isso me lembra daquela piada dum sujeito, que não recordo o nome, dizia - quando o fumador depois de um longo e exaustivo tratamento, finalmente, ouve do médico. “Meu amigo, você está curado!”

O que ele fez em seguida? – Não, ele não chorou e agradeceu a Deus. Ele reuniu os amigos e deu uma festa, a festa começou na segunda, continuou na terça, quarta, quinta e sexta-feira, no sábado eles não tinham o que fazer, continuaram a festa, sábado e domingo. Na segunda-feira ele procurou o médico e disse: “Doutor, eu acho que me tornei alcoólico…”

Eu sei que é filosofia barata, mas a vida é assim mesmo.

Creio que o Dia dos abraços, como me fez lembrar a louraça neste dia 20 de Julho, foi criado somente para motivar as pessoas a procurarem seus parceiros, portanto uma forma diferenciada do cupido acertar a seta no alvo… Aí veio o cupido do mal, é, aquele que tem chifrinho, e criou o dia do sexo – Não! – Não me perguntem para que foi criado esse dia, isso é coisa de pervertido… e tudo isto me fez recordar a decada de 70.

Foi uma década mágica, década do “milagre económico”, uma época em que as pessoas sonhavam.

Nessa época as pessoas não perdiam dinheiro com a inflação, mas também não tinham dinheiro. O pobre não tinha dinheiro para pagar a faculdade dos filhos, mas era feliz assim mesmo.

Ninguém tinha dinheiro para viajar nos luxuosos aviões da TAP, aqueles “super constelations”; Na tv, fumar cigarros vendo Hollywood era como uma viagem ao Havaí ou a Cuba com um charuto nos dedos a queimar; Símbolo de sabor a liberdade, aqueles cigarros 20-20-20 e o Português Suave; mas, quando o dinheiro era pouco a salvação era os definitivos e os mata ratos. Por trás de tudo isso, havia sempre a realidade de uma morte à espreita.

Na tv, as series mais famosos eram: Cyborg – O homem de seis milhões de dólares; A mulher maravilha; As panteras; O planeta dos macacos; Jornada nas Estrelas; além das series policiais, - É crime, disse ela.

Noutros horários reprisavam series da década de sessenta como: O túnel do tempo; A feiticeira; Jeanie é um gênio e até o maior mito das séries de tv, Tarzan, além das series de Farwest de 31 episódios.

A música escolhida era “Marcas do que se foi”, essa era a canção que vendia a ilusão de que morávamos num paraíso, e que tudo ia bem.

Apesar dessa música deixar verter uma imagem utópica eufanista de uma época, a música é muito boa, sendo cantada até em igrejas.

Considerada uma mensagem de alegria, paz e fé, a música dos Beatles ficou na memória de todas as pessoas que viveram nessa época. Um hino à esperança e a um recomeço. Com muitos abraços e gritos histéricos.

O que vem à memória duma pessoa só por causa de “O Diados Abraços – 20 de Julho” e de uma louraça caída de paraquedas debaixo do meu guarda sol, fazendo lembrar aquele filme “E Tudo o Vento Levou”… com aquelas“ancas” a rebolar.

Como dizem, “estúpidas mas boas” e não só, neste dia dos abraços, com abraços!

NOTA FINAL: Uma história, para quem gosta, Made in Blog Costeleta.  De ficção. Toca a digerir e não esqueçam o 20 de Julho.
COMPLETARAM 60 ANOS


Que surgiram Três Inovações que mudaram nossos quotidianos !

Os mais novos não conheceram as canetas com Aparo , e muitos nem as denominadas de tinta permanente .

Nessa época apareceu as canetas denominadas de esferográficas BIC .

Mas o que mais marcou foi o Primeiro computador que surgiu na mesma época, o qual pela importância atual dispensa comentários .

Vou apresentar a história publicada por Inês de Menezes de outro facto que completou dia 5 de Julho 60 anos de existência
o Bikini !


Quando se trata de Verão uma das primeiras imagens que nos vem à cabeça é o bikini ou fato de banho que a moda ditou para este ano!

1900
Ir à praia não estava generalizado como hoje. Faziam-no apenas as pessoas a quem fosse receitado apanhar um banho sol medicinal. Não era costume ter a pele bronzeada, indicava que se exercia trabalhos braçais. A roupa de banho era uma túnica comprida que poderia ser feita de lã ou sarja e cobria quase todo o corpo para que fosse possível entrar na água gelada. Além disso, tanto os homens como as mulheres usavam toucas e calçados, tamancos ou botinas, totalmente inadequada para banhos.

A nadadora Anne Kellyrman popularizou os fatos de banho de peça única, pois até à data apenas se mostravam as pernas e os braços. Era feitos de malha elástica, sem mangas, decote redondo mini-calções cobertos por uma minissaia.

1920
É nesta década que começa uma preocupação maior em relação às roupas de banho . Os fatos de banho começam a perder espaço, em detrimento do gosto pelo bronzeado. Caem as mangas e ganham as formas femininas.
Dois modelos são generalizados no gosto popular, o duas-peças composto por uns calções de malha de algodão e uma camiseta e o macaco com pernas, ambos usados com sapatilhas de borracha. Foram lançadas roupas de banho com inspiração cubista e foi confeccionado o primeiro fato de banho de malha elástica.

1930
O desenvolvimento de novos tecidos, como o látex, mais leves e de fibras com propriedades secantes provocam o surgimento do maiô olímpico, de corpo inteiro, quase unissexo que se ajustava ao corpo. Os fato de banho ficaram mais ousados, deixando à mostra os ombros e grande parte das costas.
Sonia Delaunay lançou a moda do pareô como saída de praia.

1940
Os fatos de banhos eram aderente ao corpo e destacados do ventre até à coxa alongando a silhueta. O modelo de um fato-de-banho reduzido e composto por duas peças foi criado pelo engenheiro mecânico francês Louis Réard e apresentado ao mundo cinco dias depois da detonação da primeira bomba atómica dos Estados Unidos no atol de Bikini, no Oceano Pacífico, em 1946. Meses antes, o estilista Jacques Heim já havia anunciado a criação do menor traje de banho do Mundo, curiosamente, baptizado com nome alusivo à catástrofe nuclear - "atome".

Os jornais não receberam muito bem a novidade, até Brigitte Bardot, Jane Russel e Esther Willians começarem a aparecer de bikini nos seus filmes. Embora fosse ganhando aceitação crescente, era usado apenas por mulheres mais ousadas.
O bikini era um grande sutiã bem decotado nas costas e a parte inferior começava na cintura. “É a invenção mais importante deste século, depois da bomba atómica”, afirmou Diana Vreeland (1903-1989), editora das revistas de moda "Vogue" e "Harper's Bazaar". No final de 40 surgem novas técnicas como estruturas com arame que possibilitavam novas formas às partes superiores dos bikinis.

1950
Depois de sete anos o fato de banho de duas peças passa a ser popular, mas agora com um pequeno short masculino e um “top” tipo camiseta. Os fato de banho eram feitos com mais detalhes e enfeites, decotes e tecidos luxuosos que misturavam as formas.

1960
Aparece no mercado uma nova fibra, a lycra, aderente e modelando o corpo antes e depois de molhado.
O estilista americano Rud Gernreich inventa o “monokini”, um bikini apenas com a parte de baixo, deixando os seios a mostra, e o modelo unissex. O padrão de beleza modificou-se, os corpos deveriam ser esbeltos e os seios pequenos.
São usadas estampados vistosos com cores fortes, grandes flores, bordado inglês, sutiãs com arame, cai-cai. É o início de um desnudamento progressivo do corpo feminino. Nesta década, começam a ser confeccionadas roupas para a praia, e acabam sendo incorporadas no dia-a-dia.

1970
A praia tornou-se um ponto de encontro e cresce uma indústria paralela à da moda praia, com produtos voltados para a praia como vestidos, chapéus, protectores solares, óleos, óculos escuros, toalhas, toldos, cadeiras e outros. O topless torna-se normal e a moda brasileira da tanga, lançada em Ipanema, põe à mostra nádegas e seios.

1980
O tecido mais usado para fabrico de fatos de banho era a mistura de nylon e lycra, com variações. Poderia ser fino ou mais espesso, metalizado, com relevo, estampados, entre outros. Volta a exigência de cobrir novamente as partes do corpo que ficaram nuas. Era uma época que olhava para o passado, com roupas despojadas, o preto dominava nas ruas enquanto as cores fluorescentes, brilhos e metalizados dominavam nos fatos de banho. O bikíni foi diminuindo até chegar ao “fio-dental”.

1990
A moda estava reciclada, até se tornar um mix de tudo que já fora usado no passado e visava dar conforto e liberdade. Os modelos de roupas de banho são um reflexo dos usados nos anos 40 e 50, mas com outros materiais. A lycra mistura-se a tudo e a preocupação com a reciclagem cresce.

2000Há uma mistura de referências antigas, grande parte dos anos 70 e 90. Surgem novos modelos e sempre bastante diferentes. Na primeira metade da década o bikini diminuiu bastante para depois aumentar um pouco nos últimos anos.

Saudações Costeletas

António Encarnação