quarta-feira, 26 de junho de 2013

GRANDE ALMOÇO ANUAL COSTELETA


Mais 15 fotos do almoço

O convívio
 O fornecimento





 Os assadores de carne e peixe, variado.






 O fornecimento


As legendas das fotos ficam ao critério de cada um

RECORDANDO



NAQUELE TEMPO

Os bailes da nossa Escola

No início dos anos cinquenta… 1952… 1953, por aí… não era fácil organizar um desses célebres bailes que nos deixaram boas recordações e ainda hoje, muitas saudades.
Começávamos por nomear uma comissão de alunos com a finalidade de ir pedir autorização ao Diretor (Dr. Fernando Moreira). Normalmente o sim era concedido com duas condições: - Convidar um professor que ficasse responsável do evento e mandar rezar uma missa por alma dos professores, alunos e funcionários já falecidos.
Hoje vou recordar, precisamente, quando foi necessário pedir a colaboração do nosso professor de religião e moral, ver. Cónego Falé para a realização da missa na igreja da Misericórdia.
Não foi muito recetivo. Estava magoado com alguns alunos porque acontecera, dias antes, uma situação embaraçosa durante a última aula. O tema em debate era nem mais nem menos o Paraíso de Adão e Eva, nos protagonistas naturalmente.
Comentávamos que tiveram dois filhos Abel e Caim… e para a propagação da vida humana teria que acontecer sempre o incesto… dizia o Zé Amâncio.
A este comentário contrapôs o ver. Falé referindo que Adão e Eva tiveram mais filhos. Respondeu o J. Nobre: - Continua o incesto entre irmãos, filhos e pais. O ver Falé corou com tanta insistente malícia. A aula chegou ao fim com muitos comentários jocosos que nada ajudou a nossa pretensão.
Não sei se foi causa suficiente mas a missa na igreja da Misericórdia não se realizou. Foi transferida para a igreja da Sé… mas agora com a necessidade da intervenção do ver. Cónego Bentes. A nossa comissão deslocou-se ao seminário. Quando chegámos os seminaristas interromperam o jogo de futebol e ficaram com “os olhos em bico” a contemplar as nossas duas colegas que nos acompanhavam. Foi divertido. O rever. Cónego Bentes também nos recebeu com algum azedume e indiferença… porque no domingo anterior à nossa visita tinham colocado uma enguia viva na Pia Batismal que provocou sustos e gritos sempre que alguém se benzia após molhar os dedos na água benta… a enguia saltava.
Conseguimos, mesmo assim, com este cenário desfavorável harmonizar a situação e a missa realizou-se com tanto carisma que até o Filipe Vieira esteve presente (desculpa Filipe a ousadia desta divulgação).
No decorrer da missa dois ou três alunos que nunca tinham assistido a uma cerimónia religiosa acabaram comungando sem se confessarem.
…Foram atrás de uns colegas que se levantaram no meio da missa.
Depois de todos estes acontecimentos, para realizar o baile, faltava arranjar uma sala condigna que foi possível com um pedido da comissão ao Presidente da Câmara Municipal de Faro… a sala do antigo mercado.
Seguiu-se a angariação de fundos, isto é, as “massas” para contratar a orquestra… também conseguido através das entradas pagas… mas com a benesse do chefe das Finanças a quem a comissão tinha ido solicitar um “fechar de olhos”.
Finalmente, a realização do baile com a orquestra Império e o vocalista… nosso saudoso colega José António. – Quem não se lembra dos boleros suspirantes “teus olhos castanhos”, “… quatro palavras” ou “como é bom gostar de alguém”… etc. E os tangos dançados a rigor porque a rapaziada de fato azul, camisa branca de nylon e engravatados condiziam com o ambiente musical. Lembro-me das nossas colegas que esmeravam-se nos penteados com preferência para os “rabos-de-cavalo”… estreava lindos vestidos… e, foi neste período já longínquo, que apareceram as primeiras mini saias com quatro dedos acima dos joelhos… um atrevimento para a época mas que todo o mundo aderiu… e ainda bem!
Haja bom gosto!
Foi também neste período que a Ilha de Faro se transformou do melhor que há na natureza com a chegada dos primeiros biquínis… Bons tempos!... “Um regalo para as vistas”…
Resta-me acrescentar que no final do baile a comissão limpou o salão e o bufete, arrumou as cadeiras, dançou uma única vez, comeu uma bifana e bebeu um pirolito. Comissão sofria!... Como disse no princípio organizar um baile não era fácil.
NOTA:- Aproveito para saudar com muita amizade a Maria Beatriz Brito Figueira e todas as minhas antigas colegas da indústria que estiveram reunidas no almoço de confraternização no Fórum Algarve em Faro.


Paixão Pudim