terça-feira, 23 de julho de 2013

POESIA



Já a manhã falece


Já a manhã falece,
Há muito o melro pia,
Quem me dera que nascesse,
Amanhã um novo dia!

Outro dia com mais esperança,
Cada qual com um sorriso,
Que acabasse esta matança,
Que nos dá cabo do juízo!

Que estes que vão à frente,
Tivessem muito mais tento,
Para o que a miséria sente,
Recobrasse um outro alento!

Que espécie de tempos estes são?
Tempos de dor e de bater o dente,
Aflige-se o nosso pobre coração.
Endoidece quase a nossa mente!


Manuel Inocêncio da Costa