“Terraluz” ou um viver pleno do Algarve
Aquele final de tarde de um sábado outubrino, mas com
pleno verão algarvio, acontecido na nobreza palaciana do Solar dos Pantojas,
sede de uma veterana e respeitada agreminação da capital sulina, o Clube
Farense (mais de 150 anos em prol da cultura, do recreio, do convívio e da
arte), contitui, em si mesmo e desde logo um exaltação plena ao Algarve.
A antologia de 50 poetas algarvios ou ligados ao
Algarve editada pela nossa sempre querida Casa do Algarve em Lisboa, através do
seu dinâmico Centro de Arte e Cultura Manuel Teixeira Gomes, tão simbolicamente
intitulada de “TerraLuz”, é em si mesmo um hino e um monumento a esta região de
vates desde os primórdios até à actualidade.
Fê-lo e em boa hora o fez a nossa Instituição
Regionalista deslocar algumas das suas figuras maiores, todos “algarvios dos
quatro costados”, entre as quais o presidente António Feu e o “obreiro mór”
desta iniciativa Rogélio Gomes, na vivência assumida de um tempo de Algarve
onde estiveram todos (Bernardo Passos, João de Deus, António Pereira e Cândido
Guerreiro, estes declamados com excelência), mas todos os que cantaram a terra
e o homem, de Ibne Ammar a Ramos Rosa, cujo 90º aniversário do nascimento, dias
antes ocorrido e celebrado, foi lembrado por vários oradores e na magnífica
interpretação do conhecido poema “Funcionário Cansado”, pelo dr. Emílio Coroa.
A apresentação de “Terra/Luz” (Colectânea de Poesia de
Poetas Algarvios” foi um magistral testemunho da Dra. Maria Isabel Silva
Soares, que durante vários mandatos dirigiu essa capital da poesia árabe, que é
Silves e o fez na sua qualidade de administradora da empresa “Águas do
Algarve”, entidade que patrocinou esta edição.
A arte esteve presente através da música e com um
altíssimo nível nas interpretações dos farenses maestro João de Almeida (piano)
e do jovem e prodigioso violinista e pianista Rui Wang e do Grupo Coral da
Confraria do Medronho “Os Monchiqueiros”, lídimo intérprete, sob a regência do
maestro Miguel Silva, das tradições vocais da Serra Mãe.
E se houve esse desfilar da poesia dita, não raro,
pelos seus atores, na plenitude concretizada nesta tarde outubrina no Clube
Farense, do conhecido dito “Algarve é Terra de Poetas”!
João Leal