segunda-feira, 6 de julho de 2015

UMA HISTÓRIA À QUINTA FEIRA

NOTA: Problemas com os computadores
têm atrazado as publicações. O nosso perdão.
Esperamos que a oficina nos dê a solução.


CONVERSANDO COM…

O
 título do texto com o nome REVIVENDO, na quinta-feira publicado, era de letras maiúsculas vermelhas, certas, poderiam ser pretas.
Quem o lesse ficaria pensativo.
Depois de “dois bons dedos de conversa” olhei para o Mauricio e, com semblante em que se notava admiração, disse em voz baixa:
- Que “ganda gaita pá!, nem que eu cantasse  a canção do António Mourão, o tempo não voltava p’ra trás.
- Tu achas, heim? Com as coisas como vão e a crise que nos arranjaram… acho que tens razão!
Recostei-me na cadeira, peguei no copo de medronho depois de ter saboreado o café, dei um trago, fiz uma careta, poisei o copo e respondi:
- Aquele texto tem “cabelo na venta”…
Ele retrucou:
- Vai outra golada? E para o garção “mais dois copos”.
Um velhote, não gosto de dizer que alguém é velho, tocando gaita, aproximou-se. Ficámos calados ouvindo. Quando parou a música disse-nos:
- Pagam-me um copo?
A esplanada do café estava vazia.
- Sente-se disse eu.
O homem trazia um cachecol azul, já coçado calçando uns ténis rotos nas biqueiras; pegou no cálice de medronho e puxou conversa:
- Boa tarde… São servidos?
- Boa noite, já são oito horas, disse eu.
- É mesmo! Já bateram as oito horas; engoliu o medronho e disse
- Me vou, obrigado.
Enquanto olhava para o velhote a afastar-se, o meu amigo Maurício comentou:
- Então, continuas a escrever?
Enquanto, com toda a calma, bebia o último trago, respondi:
- A minha inspiração foi de férias, espero que regresse. Já se faz tarde, vou tratar das “sopas”, comentei.
Levantei-me da cadeira, sorri para ele e olhei em silêncio a rua. Fiquei indeciso se subia ou descia. Cuspi e esfreguei o pé em cima do cuspo.
                - Gostei da companhia Maurício, Disse como despedida.
Decidi e fui ladeira acima com calma e sem pressa, porque, os anos já vão pesando…


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