terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

CRÓNICA DE FARO



 “Fui obrigado…”
As palavras são do atual presidente do município farense, dr. Rogério Bacalhau, que com o seu voto isolado, qualitativo e a favor, conseguiu a aprovação do Orçamento (“real e transparente”, no seu dizer) e do Plano de Actividades para o ano em curso da autarquia de Faro. E que os restantes membros da vereação (3 do PSD, 4 do PS e 1 da CDU) abstiveram-se e assim o responsável primeiro teve que o fazer, para como declarou: “Fui obrigado a votar favoravelmente o documento, com alterações introduzidas pelos eleitos do Partido Socialista, sob pena de não haver orçamento…”. E uma atitude positiva, que não obstante as críticas já aqui realizadas e a despeito da inequívoca amizade que nos une, traduz um sentido realista e de interesse para o concelho capital da região sulina, nos apraz registar.
Anote-se também e desde já, o que não acontecia há uma década que a Câmara Municipal de Faro, encerrou no ano fiscal, civil e económico de 2015, sem dívidas a fornecedores ou pagamentos em atraso, o que de certo modo nos alegra, como farenses que somos há mais de 78 anos e a situação que desde há anos se vinha vivendo em torno das finanças municipais, causava-nos também uma notória vergonha.
Não queremos desconhecer as situações vividas que em muito para tal contribuíram nem o actual momento que, de há algum modo, o concelho vive, em muitas e variadas áreas, mas esta situação de “bom pagador” é sintomática e já levou a que, segundo aquele responsável autárquico, os preços base de certas empreitadas descessem até 40%, já que os empreiteiros ou fornecedores, ante o atraso dos pagamentos e a situação que ora se vive tivessem de deixar de recorrer à banca para satisfazer os seus próprios compromissos quer para com as entidades bancárias como para o terminar das empreitadas.
Nesta onde que não é, nem de louvaminhas ou de “bota abaixo”, atitudes ambas a que eu sou adverso, mas sim com uma análise correta sobre a vida financeira da autarquia, queremos ainda registar duas obras imediatas, que o são a requalificação da Avenida da República, com a pedonalização da rua da Alfândega “criar uma nova centralidade na baixa”, quer na Avenida Calouste Gulbenkian (54 mil euros a investir em 3 zonas de semaforização – cruzamentos com a Estrada da Senhora da Saúde, Rua Heróis da Pátria – Centro de Saúde e Escola Dr. José Neves Jr e Hospital, para controlo da velocidade e prevenção dos muitos acidentes que ali ocorrem, bem como da criação de passadeiras de travessia desta importante artéria que vai das rotundas da Penha à do Teatro das Figuras.
Mas apraz-nos salientar que no ano passado a dívida total do Município baixou de 52 milhões, quando em 2010 a mesma era de mais de 72 milhões. E que o “Faro, 2016” e por aí adiante no retorno do concelho ao progresso, crescimento e valorização de décadas idas, tem em grande parte a ver com esta questão dos “tostões e dos milhões…”.

João Leal

CANTINHO DOS MARAFADOS

Uma história enviada pelo Ludgero Roque.

O PROBLEMA DOS 17 CAMELOS



Um homem, que tinha 17 camelos e 3 filhos, morreu.
Quando o testamento foi aberto, dizia que: metade dos camelos ficaria para o filho mais velho, um terço para o segundo e um nono para o terceiro.
O que fazer?
Eram dezassete camelos: como dar metade ao mais velho?
Um dos animais deveria ser cortado ao meio?
Tal não iria resolver, porque um terço deveria ser dado ao segundo filho.
E a nona parte ao terceiro.
É claro que os filhos correram em busca do homem mais erudito da cidade, o estudioso, o matemático.
Ele raciocinou muito e não conseguiu encontrar a solução, já que a mesma é matemática.
Então alguém sugeriu: "É melhor procurarem alguém que saiba de camelos, não de matemática".
Procuraram assim o Sheik, homem bastante idoso e inculto, mas com muito saber de experiência feito.
Contaram-lhe o problema.
O velho riu e disse:
- É muito simples, não se preocupem!
Emprestou um dos seus camelos - eram agora 18 - e depois fez a divisão.
Nove foram dados ao primeiro filho, que ficou satisfeito.
Ao segundo coube a terça parte - seis camelos.
E ao terceiro filho foram dados dois camelos - a nona parte.
Sobrou um camelo: o que foi emprestado.
O velho pegou seu camelo de volta e disse:
- Agora podem ir!...



Esta história foi contada no livro "Palavras de fogo", de Rajneesh e serve para ilustrar a diferença entre a sabedoria e a erudição.
Ele conclui dizendo: "A sabedoria é prática, o que não acontece com a erudição.

17+1= 18
1º filho- 18/2= 9
2º '' - 18/3= 6
3º '' - 18/9= 2
9+6+2= 17 camelos
(está cumprido o testamento)