“Quando a poesia acontece…”
E aconteceu em pleno, numa vivência total partilhada, nas sua múltiplas
vertentes, aquando dessa assinalada jornada que foi a entrega do “V Prémio
Nacional de Poesia António Ramos Rosa” a Luís Quintais (antropólogo, ensaísta,
poeta e professor no Departamento de Ciências da Vida da Universidade de
Coimbra”, distinguindo o seu 11º livro “O vidro”, com edição em 2014.
Decorreu no auditório da Biblioteca Municipal que ostenta o nome do mais
conhecido poeta farense e figura emblemática da poesia portuguesa
contemporânea, com uma assistência completa, que viveu, comungou e aplaudiu os
mais diversos momentos desta tarde de poesia ao vivo, que incluiu não apenas o
lado literário mas também a apresentação cénica de “Fragmentos de Um Homem”, de
Eugénio de Andrade, por um escelente grupo de jovens do Curso de Artes
Dramáticas da Escola Tomás Cabreira e a música “Sopros de Modernidade”, pelo magnífico
Agrupamento de Câmara da Orquestra Clássica do Sul, a par das várias
intervenções registadas.
“Faro, Capital da Poesia” foi-o inteiramente na iniciativa, em boa hora,
retomada pelo município, após alguns anos de interrupção, deste “Prémio Nacional
de Poesia” e com um próximo triénio de realização garantida por via do
patrocínio da Fundação Millenium BCP) e que está-se tornando numa das
distinções mais conceituadas da literatura portuguesa, como, para além de
outras comprovadas razões o atestam as 61 obras recebidas a concurso.
Foram assim celebrados, de forma altamente expressiva e gratificante,
até porque se vivia o estabelecido pela UNESCO “Dia Mundial do Livro” os 15
anos da Biblioteca Municipal António Ramos Rosa, que conforme indicação da sua directora,
Drª Sandra Martins, no ano transato movimentou mais de 65 mil livros e uma
frequência de 138 mil visitantes, para além de muitas e diversificadas
realizações artísticas, culturais e associativas, etc.
Como foi destacado na intervenção do Dr. Fernando Nogueira
(administrador da referida fundação patrocinadora) a longíqua tradição poética
do Algarve, que vem dos antigs poetas árabes aos nosso dias, foi uma vez mais
cumprida sempre que a POESIA ACONTECE.
João Leal