sábado, 18 de junho de 2016

CRÓNICA DE FARO


 “Quando a poesia acontece…”


 Opinião de João Leal

E aconteceu em pleno, numa vivência total partilhada, nas sua múltiplas vertentes, aquando dessa assinalada jornada que foi a entrega do “V Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa” a Luís Quintais (antropólogo, ensaísta, poeta e professor no Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra”, distinguindo o seu 11º livro “O vidro”, com edição em 2014.
Decorreu no auditório da Biblioteca Municipal que ostenta o nome do mais conhecido poeta farense e figura emblemática da poesia portuguesa contemporânea, com uma assistência completa, que viveu, comungou e aplaudiu os mais diversos momentos desta tarde de poesia ao vivo, que incluiu não apenas o lado literário mas também a apresentação cénica de “Fragmentos de Um Homem”, de Eugénio de Andrade, por um escelente grupo de jovens do Curso de Artes Dramáticas da Escola Tomás Cabreira e a música “Sopros de Modernidade”, pelo magnífico Agrupamento de Câmara da Orquestra Clássica do Sul, a par das várias intervenções registadas.
“Faro, Capital da Poesia” foi-o inteiramente na iniciativa, em boa hora, retomada pelo município, após alguns anos de interrupção, deste “Prémio Nacional de Poesia” e com um próximo triénio de realização garantida por via do patrocínio da Fundação Millenium BCP) e que está-se tornando numa das distinções mais conceituadas da literatura portuguesa, como, para além de outras comprovadas razões o atestam as 61 obras recebidas a concurso.
Foram assim celebrados, de forma altamente expressiva e gratificante, até porque se vivia o estabelecido pela UNESCO “Dia Mundial do Livro” os 15 anos da Biblioteca Municipal António Ramos Rosa, que conforme indicação da sua directora, Drª Sandra Martins, no ano transato movimentou mais de 65 mil livros e uma frequência de 138 mil visitantes, para além de muitas e diversificadas realizações artísticas, culturais e associativas, etc.
Como foi destacado na intervenção do Dr. Fernando Nogueira (administrador da referida fundação patrocinadora) a longíqua tradição poética do Algarve, que vem dos antigs poetas árabes aos nosso dias, foi uma vez mais cumprida sempre que a POESIA ACONTECE.

João Leal

JOÃO LEAL INFORMA


CÂMARA DE LISBOA 
DISTINGUIU O «COSTELETA» MÁRIO ZAMBUJAL

É uma afetiva figura emblemática dos «costeletas» (alunos da Escola Tomás Cabreira) o conhecido escritor e jornalista Mário Zambujal, que ora foi distinguido pela Câmara Municipal de Lisboa, cidade onde vive há décadas, com a «Medalha de Mérito Cultural».
Mário Marvão Gordilho Zambujal, de seu nome completo, nasceu em Amareleja (Moura), mas veio «menino e moço» residir para Faro, onde, nos anos 50 do século passado, tirou o «Curso Geral de Comércio» na Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira, evidenciando desde muito jovem a sua vocação para a escrita, de que é testemunho, para além de outros o jornal escolar e de parede «O Camarada» (órgão do 2° 4ª) e de que era ilustrador seu irmão, o saudoso professor Francisco Zambujal, um dos nomes maiores da caricatura portuguesa.
Autor de uma plêiade de livros, alguns deram argumentos cinematográficos (caso de «Os bons malandros»), com relevante destaque no jornalismo, na rádio e na televisão, a «Medalha de Mérito Cultural» com que o Município Lisboeta distinguiu Mário Zambujal é um justo e merecido tributo às suas qualidades e ação desenvolvida e motivo de grande orgulho para todos os «costeletas».
Para o Mário, por mais este marco assinalado, os parabéns da malta!


JOÃO LEAL

ALMOÇO COSTELETA

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O NOSSO ALMOÇO ANUAL

O sempre aguardado almoço anual aconteceu em Vilarnoura, com início ao sol em zénite, tal como a saudade e o reencontro que a todos animava e todos viviam. Foi mais uma jornada, que todos os anos, a Deus querer e os costeletas o desejarem prosseguirá, naquela Sábado de Junho, em que se reuniram oito dezenas de antigos alunos da Escola Tomás Cabreira, na vivência da sua modelar, ao nível do país, associação e na plena concretização do lema associativo: «Vitalidade, Solidariedade, Fraternidade». O número de presenças, não obstante a participação de gentes de todo o Algarve e de alguns vindos de vários pontos da portuguesa Grei (Montijo, Lisboa, Margem Sul, etc.), não foi desta feita o atingido em anteriores realizações, mas prevaleceu o pleno entendimento na vivência única e autêntica da recordação dos tempos passados por largas dezenas de milhares de costeletas, alguns chamados à eternidade e que frequentaram as várias escolas profissionais que lugar houveram e é na capital sulina (Pedro Nunes, Tomás Cabreira, Serpa Pinto, Industrial e Comercial...).
Reviveu-se a história dos verdes anos, envolvendo toda a comunidade escolar (professores, empregados e alunos) com a devida e inevitável extensão à envolvência da Alameda, do Largo da Sé, dos Blocos, dos Largos de São Francisco e da Sé, das Ruas de Santo António e do Município, das Oficinas e de tantas e tantas outras lembranças, que um só número do «Times» não dava para as rememorar.
A quantos afetados pelos anos (haviam presentes costeletas e alunos a caminho dos 90 de idade!) ou pela saúde (os sempre lembrados Professor Américo, o Júlio Piloto, o João Sebastiana, para neles evocar todos os ausentes mas imbuídos nessa corrente admirável e única que é a amizade e presentes estiveram) aquele forte, uníssono e vibrante grito académico «alabi, alabá, alabi, bum, bá, escola, escola, escola, urrah, urrah, urrah». _____
Para a dedicada gente que mantem viva a Associação dos Antigos Alunos da Escola Tomás Cabreira, com relevo para a sua Direção, simbolizada nessa mulher genial que incarna em pleno o próprio espírito de ser costeleta, que é a Isabel Coelho, a incontida e grata admiração de toda a malta.

Viveu-se a nossa Escola na revelação única das amizades forjadas e que os anos mais e mais cimentam. «Ser costeleta é uma virtude», referiu um dia esse mestre sempre lembrado, que é o Professor Américo, grande mentor desta cadeia solidária, que se revelou, uma vez mais naquele Sábado luminoso!

JOÃO LEAL