sexta-feira, 1 de novembro de 2019

ESPETÁCULOS E EXPOSIÇÕES

ESPECTÁCULOS

          LOULÉ
A MENINA DO MAR

Conto musical de um texto de Sophia de Mello Breyner Andersen, que reúne aterres e músicos.
A realizar em LOULÉ no dia 17 de Novembro, ás 17 horas e no dia seguinte, pelas 1 O horas, no Cine­Teatro Louletano.
        FARO
            MUSICAL MADAGASCAR

Uma aventura musical destinada a crianças e que apresenta as personagens do conhecido sucesso cinematográfico de animação.
No Teatro das Figuras no dia 23 de Novembro às 10h30 e 16h00 horas. EXPOSIÇÕES

TAVIRA
PAISAGENS DO ALGARVE

É possível revisitar diversas construções que marcam as paisagens do Sul de Portugal.
Exposição patente no Museu Municipal até ao dia 30 de Novembro, de terça a sábado das 9h 15 às 16h30.



FARO
"NÓS HIPPOCAMPUS"

Uma mostra coletiva de pintura e escultura da Academia de Artes de Lídia Almeida, pretende sensibilizar para a extinção dos cavalos- marinhos.
Patente no Museu Regional do Algarve, em Faro, até ao dia 30 de Novembro.
             S. Brás DE ALPORTEL
       PINTURA

Um conjunto de obras de Hans van Hoogdalem inspiram - se em temas ligados à natureza e ao ser humano.
Exposição vai estar em exibição no Museu do Trage, em S. Brás de Alportel até ao dia 4 de Novembro.
Um arranjo de Roger




LEMBRANÇAS DA NOSSA ESCOLA

O  DECLAMADOR LUÍS PINHÃO

Naqueles tempos, saudosos e recordados tempos da segunda metade da década de cinquenta, em que tivemos esse honroso e honrado ensejo de frequentar a nossa querida Escola Tomás Cabreira, havia mundo em fora, uma predilecção especial em escutar os declamadores ou «diseurs» que nos traziam, quais trovadores da Idade Média, o que de mais belo havia na poesia. Veio também esse misto de criatividade artística que eram os «Jograis», havendo-se constituído na sequência da semente deixada pelos brasileiros “Jo­grais de São Paulo” (quem não se recorda do Armando Bógus, o Nacib da telenovela «Ga­brlela”), que atuaram no Cinema Santo António os “Jograis do Meio Dia”, com a presença de vários Costeletas de então. Recordamos alguns dos grandes declamadores a nível na­cional, com destaque para o trio João Vitaret, o maior entre os maiores, a par do clásslco Manuel Lereno ou de Miguel Trigueiros. Em todas as festas, reuniões ou serões culturais, sobretudo de cunho escolar, o programa incluía vários nomes de declamação. Foi assim, nesta ordem de ideias, que se deslocava à nossa Escola em múltiplas ocasiões o ator teatral e declamador Luís Pinhão, que preenchia em verdadeira antologia da- Poesia Portugue­sa, sessões para os alunos. Creio bem, se a memória me não trai, que os grandes impulsionadores desta vinda a Faro do aplaudido Luís Pinhão eram os saudosos e sempre lembrados Mestres Costeletas Dr. Fernando Artur Moreira Ferreira (Diretor e Professor de Portu­guês e grande poeta) e o Eng. Geógrafo José de Campos Coroa (ele próprio um exímio de­clamador}. Para custear a deslocação a malta contribuía com um donativo na medida das disponibilidades que, não raro, eram exíguas. Mas lá que ouvimos grandes sessões de elevado nível da “arte de bem dizer” lá isso ouvimos com o ator Luís Pinhão.

JOÃO LEAl



«COSTELETAS CUJA LEMBRANÇA É UMA SAUDADE»

O SR. RAÚL

Quando o conheci era um adolescente, quatro anos mais velho do que eu menino, que apreciava a sua azáfama, onde era um verdadeiro «faz tudo» na Tipografia do Sr, Paulo Seraphim, ali em plena Rua de Santo António, onde hoje funciona o estabelecimento de moda «Paloram». Aquela tipografia era um ponto marcante na nossa vida escolar, quer na procura dos cadernos de que necessitávamos como dos horários que editava e muita falta nos faziam. O meu amigo Raúl desdobrava-se entre a loja- oficina e o armazém existente no então Largo do Bouzela, na atualidade o Largo Dr. Silva Nobre, ao lado da Cervejaria Baia, nestes tempos chamada de «Portas de São Pedro». Depois, ambos crescemos e fizemos as nossas vidas até que a Tipografia Seraphim fechou e o Raúl Jorge Lamy dos Santos Viegas, de seu nome completo, rumou para outras tarefas que não a arte de Gutemberg, que havia que ganhar a vida por quem não nasceu com bens ao luar. Foi sempre generoso na sua colaboração ao associativismo, mormente o Desportiv como a memória me  trás o que foi a vivência com, por exemplo esse sempre lembrado clube popular que em Faro se houve «Os Camaradas» e depois na Associação de Futebol do Algarve. Ingressou no funcionalismo público, como então se dizia no quadro do pessoal menor ou no nosso dizer como «senhor contínuo» na Escola Tomás Cabreira. Correto, cumpridor e atencioso o «Sr. Raúl» desempenhou estas funções; durante décadas; até que se aposentou. Com profundas convicções políticas foi empenhado militante do PCP (Partido Comunista Português). Morreu aos 85 anos em Faro, terra de sua naturalidade e residência. O corpo esteve em câmara ardente na capela mortuária da Igreja de São Luís donde o funeral saiu para o Cemitério da Penha. Á família enlutada as nossas sentidas condolências.
JOÃO LEAL