domingo, 14 de junho de 2020

MAIS QUADRAS POPULARES


Está na hora de rimar
Nesta noite de arraiais
Com sardinhas e fogueiras
Escondidos entre quintais

Comprei só um manjerico
À entrada do supermercado
Trouxe-o hoje comigo
P'ra não ficar encalhado

Vou na meca d'um caldo verde
Com um tinto a acompanhar
Preciso de me aquecer
Que está um frio de rachar

Diz-me lá ó Santo António 
O que é feito dos teus dotes
Devem andar escondidos
Debaixo de grandes escadotes

Por muitas voltas que dê
Não os consigo encontrar
Começo a ficar farta
Preciso de descansar

Qualquer dia faço um bruxedo
E depois eu quero ver
Não há vela, nem igreja
Que te possa valer

Já te virei ao contrário 
Já te pus num altar
Continuas amuado
E eu cansada de t'aturar

Deixa-te de ser birrento
Porta-te bem por favor
Este ano já vai a meio
Encontra-me aí um amor

Tenho só uma condição:
Precisa ser aprumado, 
Comer de boca fechada
E um espírito bem humorado

Se peço também agradeço
Mas sem velas nem mezinhas
Promessas também não faço
Deixo-as para as vizinhas

Com as rimas vou parar
Pelo menos por agora
Se continuo aqui
Irá p'la noite fora.

                                                      Margarida Vargues

QUADRAS POPULARES


Sto. António, marafado
Este ano não há festa
E sem bailes nem assado
Vou ali dormir a sesta

Acordei muito aflita
Com um sonho todo marado
Sto António arrebita
E não m’arranjes um tarado

Tanto queria eu dançar
Que fui procurar um disco
Serve para um moço encantar
Vamos ver se morde o isco

A Cinderela usava vestido
E uns sapatos de cristal
Em bikini eu chamo o cupido
Descalça danço no areal

Põe a máscara e anda daí
Faz de conta que é carnaval
Baila comigo aqui e ali
Que isto é uma festa informal

                                     Vânia Vargues 

FALANDO DE





SANTO ANTÓNIO
13 DE JUNHO
Ontem
Baptizado com o nome Fernando de Bulhões, nasceu em Lisboa, entre 1191 e 1195, na Rua das Pedras Negras, junto à Sé de Lisboa. Na casa onde nasceu e viveu a sua infância está hoje a Igreja de Santo António, e na Cripta é possível ver um pedaço de um dos ossos do Santo, autenticado por Bula.
Santo António morreu a 13 de Junho de 1231, em Arcella, perto de Pádua, na Itália, e é por essa razão que 13 de Junho passou a ser Dia de Santo António.



Manjerico

Sardinhada na brasa

De onde vem a tradição dos manjericos e das sardinhas?

Não se conhece qualquer relação entre Santo António e estes dois símbolos das Festas de Lisboa. Até porque o manjerico e a sardinha são símbolo de todas as festas populares do mês de Junho, incluindo São João e São Pedro. A sardinha, peixe que nada nos mares portugueses, tem a partir da primavera a sua época alta. A primavera é também a época associada ao amor e, na tradição popular das festas, era costume os rapazes comprarem um manjerico (também conhecido como a erva dos namorados) num pequeno vaso, para oferecer à sua adorada. O facto de as condições da primavera e do verão serem as ideais para o crescimento dos manjericos ajudou a que a planta se tornasse tão popular nesta altura.
A “pandemia do vírus” quebrou os festejos, a sardinhada e as belas marchas Populares.
Um arranjo de Roger