sábado, 12 de setembro de 2020

 

ENCARNAÇÃO VIEGAS, 

UM COSTELETA JORNALISTA

     Nascido em Castro Marim, há 87 anos, veio para Faro, onde viveu até aos trinta e alguns anos, para prosseguir os seus estudos trilhando a formação eclesiástica e ingressando no Seminário. Foi porém «sol de pouca dura», pois o António da Encarnação Viegas, assim se chamou este nosso dilecto amigo, volvidas semanas voltava à casa paterna, situada no típico casario do Largo das Mouras Velhas, onde quanto solteiro sempre residiu. Foi aprender música e fez-se filarmónico de uma das duas Bandas (Legião e Sport Lisboa), então existente na capital sulina, cidade que ele adoptou com todo o amor e relevantes serviços como sua.

        Ingressou na Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira, então a funcionar na «Vila - a - Dentro» e, concluído o Curso de Comércio, ingressou na vida profissional, como empregado administrativo (Seguros - A Pátria, do saudoso sr. Guerreirinho; Autosil, de que era chefe da oficina o sempre lembrado José Barão, o «Barão das Businas» e Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, dirigida pelo Joaquim Manuel Bentes Aboim, seu primeiro director.  A par deste ofício sempre vimos o Encarnação a militar no jornalismo, quer nacional, como correspondente de «Mundo Desportivo», «Diário Popular», etc. como regional, colaborando em vários jornais, entre os quais «Jornal do Algarve», de que foi responsável pela secção desportiva e um dos «cronistas» de «Crónica de Faro, que ainda hoje perdura no «Times». Mais tarde foi jornalista profissional, destacando-se de modo próprio como redactor do centenário «Diário de Notícias» e havendo exercido funções na Direcção Geral da Comunicação Social.   

     Com um aspecto acentuadamente loiro, quer pelo cabelo como pela «fáceis» rosada, distinguia-se na sua singularidade física. Foi um excelente amador teatral, ali nos «Artistas» (Sociedade Recreativa Artística Farense), recordando de especial modo na «Ceia dos Cábulas», da autoria do são-brasense José Dias Sancho e onde contracenava com outro saudoso «costeleta», o Carlos Martins, também jornalista. Casou em Huelva com a distinta senhora onubense D. Rosalia Borrero e foi pai da Dra. D. Maria Viegas (quadro superior do Banco Bilbao e Viscaya) e do Eng. João Viegas (técnico superior da EDP).            

      Faleceu em Lisboa e está sepultado em Castro Marim, ali à beira - Guadiana, que ele tanto amava. 

 

                                                                               JOÃO LEAL