quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

 FRIO

Nos últimos dias as redes sociais têm sido invadidas por fotografias de termómetros de carros, pessoas vestidas até às orelhas e de casas geladas. Nada de novo ou anormal, afinal é inverno. O que continuo a não compreender é o frio que se passa dentro das casas, quer sejam elas novas ou antigas, como a que onde vivo.

 

Chega a estar mais frio em casa que na rua! E pergunto-me porquê? Não há aquecedores? Não há aparelhos de ar condicionado? Não há recuperadores de calor? Os aquecedores até têm preços acessíveis... mas e depois? Liga-se o aquecimento, a casa fica razoavelmente confortável e ao fim do mês cai o Carmo e a Trindade com a conta da electricidade ou do gás. É preso por ter cão e por não ter cão.

 

Este problema não é de agora... Como é que em pleno século XXI continuamos a construir casas que parecem de papel - sem isolamento adequando ? Ele há empreendimentos com piscina, com aspiração central, com jacuzzi, com o raio que o parta. O que realmente interessa não existe! Quando é que há uma mudança?

 

Vivemos num país à beira mar plantado, gabamo-nos que temos mais dias dias de sol do que de chuva e quando chega o inverno passamos mais frio que na Sibéria!

 

Margarida Vargues 

«LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM»


                                  «SBA, REVISTA DE CULTURA»


               Num gesto de apreciável ousadia, coragem e determinação, um grupo de considerados membros da cultura e inteligência sambrazense, fez sair o primeiro número semestral (Outono de 2020) da revista «SBA, Revista de Cultura».

               Com excelente apresentação gráfica cujo design e paginação foram confiados a Telma Clara e ilustrações a José Amândio Afonso Pereira, tem como Director o Prof. Dr. José d'Encarnação, sendo o a Coordenação Editorial dos Drs. Correia Martins, também proprietário e editor, José Manuel Antonino Belchior e Emanuel Andrade Sancho.

                   Os temas abordados nesta 1ª edição expandem-se de São Brás de Alportel para a Região Algarvia, como acontece com «As Casas Bancárias do Algarve no início do século XX», assinado pelo Dr. Virgílio Martins. Mas merecem igualmente toda a leitura os trabalhos do Prof. Dr. José d'Encarnação («A paisagem são - brasense»), Dr. José do Carmo Correia Martins («Território e Pessoas»), Dr. José Manuel Antonino Belchior («José Pereira da Machada Júnior»), César da Luz Dias Correia («Vivências no Centro do Universo»), Dra. Júlia Guerreiro Dias Neves («A matação do porco), Eng. Francisco Dias Neves («A adega do ti João Neves»), Dr. José Amândio Afonso Pereira («História do Externato S. Brás»), Prof. Dra. Maria Manuel Valagão («Celebrar Estanco Louro») e Dr. Emanuel Andrade Sancho («A acção mecenática de Dom Luiz Bramão»).

                Conforme se assinala no Estatuto Editorial: «SBA Revista de Cultura nasce da vontade de um grupo de são - brasenses profundamente empenhados em preservar a identidade são - brasense. SBA Revista de Cultura propõe, por isso, a reflexão sobre o que consubstancia essa identidade, que está na base da elevação de S. Brás de Alportel a concelho em 1914».


                                                                        JOÃO LEAL                     


CRÓNICAS DO MEU VIVER OLHANENSE



       A ACTRIZ MARIA EDUARDA GONZALO


            Recentes pesquisas para trabalho sobre «O Cinema no Algarve» levaram-me a um mais perfeito conhecimento do que representa nesta arte e para a nossa Região o que foi a consagrada artista olhanense Maria Eduarda Gonzalo. Natural da então «Vila de Olhão da Restauração», onde nasceu a 6 de Março de 1913, de seu nome completo Maria Luciana Martins, era oriunda de modestas famílias, já que seu pai era aguadeiro e a mãe vendedora no Mercado Municipal. Foi educada por uma dedicada madrinha, que lhe proporcionou a Instrução Primária, bem como «aprender a bordar e a tocar piano».

          Em 1931 casou com «um empresário das pescas» e foi morar para Lisboa, registando-se o divórcio em 1943. Seguiu-se uma chamada «relação sentimental com o médico» e a ida aos estúdios da Cinelândia, na capital, onde foi descoberta para a arte cinematográfica pelo realizador algarvio Carlos Filipe Porfírio, nascido em Faro (29 de Março de 1895) e falecido na mesma cidade (25 de Novembro de 1970), que, ao que consta, «ficou fascinado com a sua beleza», o que aliás é um timbre da generalidade das mulheres olhanenses.

Participou, entre outras, nas películas «Sonho de Amor» e «Um grito na noite», este focalizado nas histórias do contrabando na raia de Alcoutim e alcançou grandes êxitos no teatro, sobretudo no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, na década de 50 do século passado. Faleceu em Lisboa a 9 de Janeiro de 1955 e tem o seu nome inscrito na toponímia olhanense, na freguesia de Quelfes.


                                                                 JOÃO LEAL


CRÓNICAS DO MEU VIVER OLHANENSE



                 JULIÃO FLORENTINO TOPA, UM «OLHANENSE» QUE NÃO NASCEU EM OLHÃO

                  Alentejano, natural de Campo Maior (9 de Janeiro de 1898), aos 21 anos radicou-se em Olhão, terra que havia de adoptar como sua e aqui viveu até à sua morte ocorrida a 17 de Abril de 1981, com 83 anos. Tal como outros que «não nasceram em Olhão, mas são olhanenses como os melhores», o sr. Topa, como por todos era afectivamente tratado, é um testemunho e um exemplo de vida. Tivemos o grato ensejo de com ele conviver, de modo próprio a quando do exercício das funções de professor na Fuseta, terra que ele muito amou e a que prestou relevantes serviços e de que, com toda a justiça, «Cidadão Honorário» e dá o seu honrado nome a uma artéria naquela vila piscatória.

                 A sua memória foi-nos reavivada por um oportuno e vivificante texto da autoria do eclético jornalista Luciano Chagas no seu excelente blogue informático «Fuseta Acontece».

                Julião Florentino Topa, que casou em Olhão com a Senhora D. Josefa Horta Correia Topa, exerceu as actividades de guarda livros, comerciante, industrial de construção civil (caso do Bairro dos Pescadores da Fuseta) e empresário, incluindo-se neste vasto manancial a dotação da Fuseta com uma moderna sala de cinema, o Cine Topázio, que foi inaugurada a 10 de Maio de 1953. Este valioso imóvel, onde hoje funciona o dinâmico Centro Cultural Fusetense, doou-o à Junta de Freguesia, quando presidia a esta órgão autárquico o lembrado sr.  Leovigildo Mendes. 

                 Fez parte de direcções do Sporting Clube Olhanense, de que um fervoroso adepto, como foi-o sempre um indefectível republicano e conhecido oposicionista, integrado várias Comissões do MUD e das candidaturas à Presidência da República dos Generais Norton de Matos e Humberto Delgado.

                 O «Sr. Topa», uma saudade e uma lembrança, dispensou-me sempre, durante o meu viver fusetense, um atendimento afectivo, de modo próprio na cedência do Cinema Topázio para espectáculos da Escola Primária, do Rancho Folclórico Infantil, do TAF (Teatro dos Amadores da Fuseta), do Sport Lisboa e Fuseta, etc.

                                                                        JOÃO LEAL


LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM



         «A CONQUISTA E DESTRUIÇÃO DE ANAFÈ  (CASABLANCA)»


                                              DR. FERNANDO PESSANHA


           O erudito investigador vilarrealense Dr. Fernando Pessanha (Técnico Superior do Arquivo Histórico Municipal António Ramos Rosa, de Vila Real de Santo António) trouxe a público mais um valioso trabalho da sua autoria intitulado «A conquista e destruição de Anafé (Casablanca) pelo Infante D. Fernando - 1468».

             Trata-se de um valioso estudo sobre um facto pouco conhecido e comentado da História de Portugal e que descreve uma operação anfíbia, que foi inicialmente publicado na Revista de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Lisboa e ora editado em separata pela Editora Guadiana, na celebração dos 550 anos desta acção liderada pelo irmão de D. Afonso V.

              O prefácio é assinado pelo Professor Doutor Vítor Gaspar Rodrigues, douto catedrático da Faculdade de Letras de Lisboa, que destaca «a importância da guerra naval no Norte de África».


                                                                               JOÃO LEAL 


NOTICIANDO

 TURISMO DO ALGARVE EM NOTÍCIA


    Dos cerca de 180 hotéis que se encontram à venda em Portugal, o distrito de Faro, com 30 unidades é o que se mantam à frente na operação. Aliás os três de maior valor monetário situam-se no Algarve - Paraíso de Albufeira (36 milhões de euros), Balaia Atlântico (20 milhões) e Cerro Grande (18,9 milhões), todos naquele concelho.

     O mês de Dezembro passado foi que, desde sempre, registou os mais baixos índices de ocupação hoteleira, com uma quebra global de 75% e de 900 milhões de quebras no volume de negócios. Neste mês as maiores descidas aconteceram com os mercados da Holanda (menos 83%), da Grã Bretanha (- 79,6%), da Alemanha (- 68,4) e de Portugal (- 37%).

      No ano de 2020 a hotelaria algarvia registou menos 15 milhões de dormidas e 800 milhões de euros a menos nas receitas.

      No âmbito do projecto «Promoturis» a Odiana (Associação do Baixo Guadiana) realizou três vídeos sobre os patrimónios naturais e construídos dos concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António.

        O Algarve vai ter, dentro de 5 anos, o primeiro mega condomínio «anti - aging» e bem estar de luxo da Europa, com um investimento de 250 milhões de euros numa área de 126 hectares (residências, hotéis, hospital e universidade), em local ainda não conhecido.

         A empreitada de construção da nova ponte unindo Carga de Palha à Praia de Faro vai a concurso, até 11 de Fevereiro, pela 4ª vez e pelo valor ampliado de 4,9 milhões de euros.    

João Leal            


 «LOVE AFFAIR», DE WAGNER EM FARO


      Quando os primeiro e vibrantes acordes da Orquestra Clássica do Sul, conduzida pela seu Maestro Titular Principal Rui Pinheiro, ecoaram no Teatro das Figuras, em Faro, deu-se início a uma noite memorável de arte. Um espectáculo de grande nível a que o público correspondeu com elevada presença, considerando as actuais contingências, como com os prolongados aplausos, com que distinguiram muitos e variados momentos da interpretação deste «Love Affair», constituído por árias e duetos compostos pelo genial músico Wolfgang Amadeus Mozart. Foram eles extractos das óperas «Bodas de Fígaro», «Dom Giovanni» e «A Flauta Mágica».

       Três grandes vértices do trilátero que concretizou o êxito deste memorável concerto da obra wagneriana foram a soprano luso - sul africana Filipa van Eck, o barítono Rui Baeta e a Orquestra Clássica do Sul. Esta, que foi fundada em 2015, apresenta hoje um elevado nível interpretativo e tem acumulado êxitos sucessivos que a transformaram num dos maiores agentes artístico - musicais do Algarve.

         Nascida em Joanesburgo, filha de mãe angolana e de pai da República da África do Sul, Filipa van Eck, que reside em Lisboa e é detentor de vários académicos, tem conhecido considerados triunfos em Portugal e no estrangeiro e desta feita no Teatro das Figuras, na capital sulina, comprovou a ascensão artística que prossegue.

       O farense Rui Baeta, um dos valores maiores do actual canto lírico português, tem uma muito justamente apreciada maturidade artística e com uma notável qualificação artística e uma maturidade em palco que justificaram em pleno as prolongadas ovações recolhidas.

           Uma grande noite de arte esta vivida em Faro com as áreas e duetos de W.A. Mozart na «Love Affairs».


                                                                                JOÃO LEAL  


CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL

 


     DESCONHECIMENTO OU DECISÃO


                 Tomámos conhecimento com manifesto apoio à ideia, mas não á sua localização, sem que nos seja permitido o saber das razões que ao facto estão ligadas. Referimo-nos á decisão da abertura do concurso de ideias para a erecção de um monumento ao estudante universitário em Faro, com elevado sentido e significado neste 40º aniversário da Universidade do Algarve. Ninguém, ao que cremos, contesta o que tem sido a vivência da cidade capital e da Região, neste antes e depois do ensino universitário para cá do Vascão. Como ninguém põe em dúvida da avassaladora influência, que prosseguirá jornada em fora na vida regional e no que ao seu futuro concerne. Esclarecidos estes pontos fundamentais para a razão deste escrito e procurando desde logo dissipar dúvidas ou ideias pré-concebidas que não nos colhem, convenhamos a nossa intenção colaborativa e esclarecedora.

               Aí na década de 70 do século passado, era Presidente do Município o Major de Cavalaria João Vieira Branco, a Câmara Municipal de Faro, deliberou erigir na Praça dos Bombeiros Portugueses (à Penha) e na rotunda onde hoje funciona uma fonte um monumento aos Bombeiros Portugueses. Para o efeito abriu o respectivo concurso de projectos para a execução do mesmo, de que saiu vencedor o que foi apresentado pelo saudoso farense arquitecto Francisco Paixão Costa. Era um projecto arrojado nas suas concepções que metia, inclusive, fogo permanente, por via de uma chama alimentada a gás (fazendo-nos lembrar a que existia no parque de combustíveis em Cabo Ruivo, Lisboa). 

                    A despeito do prémio, ao que cremos, ter sido pago, nunca o ousado projecto do «Monumento ao Bombeiro», concebido pelo Arq. Paixão Costa, conheceu a sua concretização, talvez pelos elevados custos que comportava. Não conhecemos qualquer deliberação camarária anulando a intenção pelo que este «concurso de ideias» ora em vigor necessita de esclarecimentos que em «Estado de Direito» devem ser assumidos.

                        É que a localização, para além do atropelar a ideia de homenagem aos bombeiros, gera a continuidade de outras situações congéneres que não gostaríamos de ver prosseguidas na nossa cidade. São os casos de, por exemplo, os monumentos ao Coronel Aboim Ascensão se erguer no Largo de São Sebastião; do Dr. Amadeu Ferreira de Almeida se situar na Praça Alexandre Herculano (Jardim da Alagoa); do Infante D. Henrique na Avenida 5 de Outubro (Rotunda do Liceu) ou do Almirante Ferreira de Almeida na Avenida da República.

                        Algo para pensar e rever. O «Monumento ao Estudante», sim, até pela proximidade ao Campus da Penha, sim! na Praça dos Bombeiros Portugueses, não!


INFORMANDO

 NOTÍCIAS DO TURISMO ALGARVIO


De novo a Fórmula 1 pode regressar ao Algarve, em Maio, com a disputa do Grande Prémio de Portugal, decorrendo as respectivas negociações. Trata-se de uma grande oportunidade para o turismo algarvio e a venda dos bilhetes para o Autódromo da Penina já se encontram à venda na bilheteira oficial.

O chef argentino Gonzalo d,Ambrozio apresentou no seu programa semanal na TVE (Espanha) «Las rutas D,Ambrozio» uma emissão dedicada á gastronomia algarvia, de modo próprio do Guadiana e da Ria Formosa. «La raya de Maria la Portuguesa», o «Polvo à Santa Luzia» e a cataplana foram pratos escolhidos.

A AEHTA apelou ao Governo para não excluir o Algarve dos «Vistos Golden», já que em 2020 provocaram um investimento de 20 milhões de euros no sector turístico - hoteleiro.

A «European Best Destinations», associação radiada em Bruxelas e que visa qualificar o turismo e a cultura europeias incluiu Lagos entre os «13 destinos mais seguros para visitar em tempo de pandemia».

Coordenado pela CCDRA o «ECRESHOT», programa que inclui o Algarve e a Andaluzia, especialmente a província de Huelva, tem-se dedicado, na sua agenda regional e na economia circular à reciclagem dos resíduos de sabonetes da hotelaria.

A importante publicação hípica «Horse Republic» distinguiu com o «Award Excellence», entre 4 mil organizações o Centro Equestre de Vilamoura «pela qualidade de organização de grandes eventos internacionais».


                                             JOÃO LEAL


«LIVROS QUE AO ALGARVE IMPORTAM»



                  REEDIÇÃO DA OBRA DE JOSÉ DIAS SANCHO

                                                        

     C. M. SÃO BRÁS DE ALPORTEL E UNIVERSIDADE DO ALGARVE

     

             A produção literária do erudito jornalista e escritor Dr. José Dias Sancho, nascido em São Brás de Alportel a 22 de Março de 1898 e falecido em Faro (11 de Janeiro de 1988), vai ser reeditada conforme protocolo assinado na data do seu aniversário no Município Sambrazense entre esta autarquia, representada pelo seu Presidente, Vítor Guerreiro e a Universi-dade do Algarve, na pessoa do seu Reitor, Prof. Doutor Paulo Águas. Presente, em testemunho da família, esteve o sobrinho - neto José Uva. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, José Dias Sancho exerceu as funções de Conservador do Registo Silva em Faro e noutras localidades. Foi Director- Fundador do «Correio do Sul» e deixou-nos o romance «Bezerro de Ouro».


                                                                                 JOÃO LEAL