segunda-feira, 10 de maio de 2021

CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



                OS «ESTORIS» DE FARO


         O recente retorno do Grupo Desportivo Estoril e Praia à Divisão Maior do Futebol Português, na temporada de 2021 / 22, trouxe-me à memória as ligações havidas entre a capital sulina e a equipa da Costa do Sol. Estas são muitas e perenes, hoje grandemente esquecidas, mas que são factos incontroversos.

            Ainda não tinha sido constituída a agremiação da «Estoril Plage» (Casino, Hotéis, Transportes, etc.) que o foi, oficialmente a 17 de Maio de 1939, quando já em Faro existia o «Estrela Farense Football Club», com equipa idêntico ao que seria no futuro o dos «canarinhos» (amarelo e azul) assim designado por similitude com o da Selecção Brasil, uma presença incontornável na História do Futebol Mundial. O «Estrela» foi fundado a 12 de Abril de 1932 e teve a sua sede na Rua Castilho, nº 32, pouco nós sabendo do seu historial  que terminou a 25 de Agosto de 1944.

             Existiram na capital algarvia duas filiais do Estoril e Praia. O Grupo Desportivo Estoril e Faro, sediado na Rua José Estevão (Rua dos Ferreiros), num edifício onde funcionou a Perfumaria Lourdette e hoje está um estabelecimento de restauração. Tinha as portas e janelas exuberantemente pintadas das cores estorilistas - azul e amarelo e fundiu-se em 1946 com o Sporting Clube Farense daí resultando o Clube Desportivo de Faro, de efémera duração (2 anos). De entre os jogadores do Estoril e Faro, que disputou os Regionais da Associação de Futebol de Faro nas temporadas de 1944/45 e 1945/46, destaque em especial para dois jogadores - João de Jesus Ventura (Ventura I - Rato) e José Joaquim, que jogaram no Farense (II Divisão) até aos primeiros anos da década de 50 do século XX. O Grupo Desportivo Estoril e Xixo, com sede no popular bairro do Alto Rodes, criado pelo entusiasmo futebolístico desse que seria um dos nomes grandes do futebol português, o avançado Francisco André de Sousa Júnior (Chico André) e que jogou na Selecção Nacional, Farense, Os Belenenses, Académica de Coimbra e Olhanense. Teve vida e existência de 1948 a 1950.

                 Lembranças e memórias do clubismo farense vindas à colação pela subida nesta época de 2020 / 21 à Divisão Maior do «padrinho» Estoril e Praia. 

João Leal


CRÓNICA DE FARO JOÃO LEAL



        VIEGAS GOMES, UM JORNALISTA AMANTE DA «TERRA MÃE»


               Leio e releio, com indiscutível deleite, este escrito de «Faro, Cidade Mediterrânica», surgido em Maio de 2013, pela pena magnífica desse incorrigível cronista desta urbe, de que é filho dilecto. Francisco Viegas Gomes, com abundante e valiosa colaboração dispersa, durante décadas e décadas por uma vasta panóplia de jornais do País e da Região (caso do «Jornal do Algarve») é o amante da terra onde acontece «o encontro de todas as solidões».

               O «Chico», como o tratamos e meio mundo o afectiva, transpõe-nos para um «sentido de partilha», onde nos inunda com a saber acumulado ao longo de oito décadas de vivências, saberes, viagens e estudos.

                Dedica a Faro um invulgar e filial sentido bem traduzido, para além dos já referidos artigos soltos a que fizemos merecida alusão a quatro livros publicados sobre a mesma. São eles: «Faro Cidade», «Faro, Cidade Possível», «Faro, Mudar é Possível» e «Faro, Cidade Mediterrânica». Um destino ou uma ensombração? Ele próprio o refere: «Como dizia Simone Beauvoir, um livro é coisa pouca para dar a volta ao que se pretende».

                E o que Francisco Viegas Gomes pretende, evola ou busca, é a sua cidade com o adn do Mediterrâneo mas que tenha «reputação, novo empreendedorismo, um projecto de mudança...». E acrescenta: «Em pleno século XXI, a Ria será de novo um desafio. Porventura dos maiores atractivos de Faro». 

                 Quatro livros que objectivam: «O sentido de partilha. De ajudar a abrir portas. Gerar relações...».


João Leal