QUINHENTOS SEM ABRIGO....
O número foi fornecido pelo MAPS, com a reconhecida autoridade que lhe vem da sua continuada presença na área social. O índice, não obstante as diversas acções realizadas, com um esforço meritório de muitos municípios algarvios que têm crido novos apartamentos partilhados, tem vindo a crescer. É-o devido, para além de casos pessoais, a duas realidades pungentes destes nossos tempos: a pandemia e o desemprego.
Sempre conhecemos concidadãos nossos a terem por abrigo o céu estrelado. Em certa altura da nossa vida profissional tentámos colaborar na redução desses «sem abrigos» (chegavam a dormir sob as arcadas da Misericórdia ou no «Arco da Vila», paredes meias com o Governo Civil) surgindo-nos casos insólitos (guardavam esplanadas, «parkings» de unidades hoteleiras e outras razões. Um deles, pequeno proprietário rural da freguesia silvense de São Marcos da Serra dormia nos bancos da estação ferroviária...porque gostava de ver e ouvir os comboios.
Pouco ou nada conseguimos de concreto (um falhanço que reconhecemos) e que ora volta a, face às condições existentes, a um plano de destaque. Acontece em muitos dos 16 concelhos algarvios (Lagos, Portimão, Faro, Loulé, Tavira, Vila Real de Santo António....). Se descidas nestes «sem abrigos» existem este meio milhar de irmãos, a quem não é garantido o direito a um dos pontos básicos da Constituição Portuguesa, choca-nos e provoca a mais que evidente necessidade de o encararmos frontalmente e com determinação decisória.
É preciso dar uma cama a quem a não tem, um tecto protector aos que a ele não têm acesso e o respeito devido á pessoa que os «sem abrigo» o são e como tal os consideramos.
Uma matéria onde é fundamental o querer do Centro Regional de Segurança Social, as Santas Casas da Misericórdia, os Municípios e todos nós, que à mesma não pudemos responder com um encolher de ombros!
