ESTE NÃO É O OLHANENSE DAS GENTES DE OLHÃO
Nas últimas temporadas futebolísticas o glorioso, centenário e
histórico Sporting Clube Olhanense, orgulho de toda uma Região,
tem andado afastado das posições cimeiras e da constante citação
jornalística, a que durante épocas no habituou. Outro tanto diremos
em relação á presente época futebolística de 2022/23, sem que
algo se saiba do que vai ser e das perspectivas de subida de
escalão.
Certo é que, na formação futebolística o Olhanense continua a
desenvolver uma acção digna de todo o apreço, mantendo uma
tradição que tem no sempre saudoso Mestre Cassiano o seu
expoente maior.
Notícia tem-no sido face a circunstâncias indesejáveis que se
têm vindo progressivamente a acumular e a deixar o clube maior da
Cidade Cubista em situação pouco invejável.
Os mais afectos sócios já o entenderam e manifestaram o seu
acrisolado ensejo de mudança em várias assembleias gerais, sem
que até agora surgisse, pelo menos que o seja do conhecimento
público, um travão a esta queda.
Este não é o Sporting Clube Olhanense quando em fundaram
em 1912 Armando Amâncio e outros nomes conhecidos; como não
o é o clube que em 1924, nos tempos de Cândido Ventura, foi
campeão de Portugal; como não o é o da década de 40 do século
passado, quando foi finalista da Taça de Portugal; nem tão pouco o
Olhanense das gloriosas subidas e êxitos das décadas de 50 e
seguintes. Tão pouco é aquele Clube que tinha a dirigi-lo gente
determinada da estirpe de um José dos Santos, António Leal e
tantos outros.
Hão-de pairam os «olhanenses» que envergaram com
determinação, empenho e valor, a camisola «negro / rubra» de um
Raúl Tamanqueiro, Grazina, Abrão, Poeiras, Reinas, Loulé,
Joaquim Paulo, Alexandrino e toda uma inumerável multidão de
nomes ao longo de sucessivas gerações?
Este não é o Olhanense do Eng. Diamantino Piloto (meu
saudoso professor de Matemática), do Herculano Valente, do
Deodato Pires e de homens de letras e de crença no seu amado
clube.
É, de há muito, tempo de dizer basta! Queremos um
Sporting Clube Olhanense em consonância com o seu passado, o
seu historial e a gradeza construída com empenho e querer. Aquele
mesmo querer fazia dele «o menino querido» das gentes
olhanenses!
JOÃO LEAL