segunda-feira, 29 de setembro de 2025

CRÓNICAS DO MEU VIVER OLHANENSE

UMA LONGA MARATONA, QUE SE ESPERA COM FINAL FELIZ
    Não são os mais de 42 quilómetros que comporta a clássica prova com que encerram os Jogos Olímpicos mas uma longa tirada para a equipa sénior do Sporting Clube Olhanense, que após dois anos afastado da provas oficiais, em que actuou sob o nome de Olhanense 1912. Uma triste história, que nunca se apagará da memória, corolário e consequência da tristemente lembrança do «Olhanense, SAD».
     Maratona iniciada a 27 de Setembro, no Estádio José Arcanjo, onde o adversário foi o Esperança de Lagos, um dos históricos do futebol algarvio e que já militou em provas federativas. Depois foi a deslocação ao Estádio da Campina, frente ao Louletano B, seguindo-se um grupo de adversários, alguns com cotada presença na 2ª e 3ª Divisões (Silves, Imortal de Albufeira, Ferreiras, Quarteirense, etc.) a par do entusiasmo que os dérbis regionais provocam (casos do Culatrense ou dos também «farenses» 11 Esperanças).
    Uma longa maratona esta da I Divisão da A. F. do Algarve, que se prolongará até Abril / Maio de 2026, finda a qual se espera o Sporting Clube Olhanense ocupe o 1º lugar e o consequente retorno ao futebol federativo e a contínua ascensão a lugares compatíveis com o seu brilhante historial, pois como se escreveu em anterior edição de «O Olhanense»: «a nossa força é a nossa história».

                                                 João Leal
CRÓNICA DE FARO
JOÃO LEAL

UM «OBRIGADO», QUE É DEVIDO

    Faltam escassos dias para acontecerem as eleições autárquicas, marcadas para 25 de Outubro (Domingo). O primeiro voto que se formula é que haja uma ampla e decidida participação de todos os cidadãos conscientes de que este é o primeiro direito em democracia. Depois porque se tratando de eleições para as autarquias esta é a forma de assumirmos o que queremos para as nossas terras visando o seu futuro e o progresso (condições de vida) dos seus habitantes.  
   É certo que muitas mudanças se vão verificar, inscritas na própria Lei, como é o caso do cumprimento de três mandatos consecutivos. É certo que é grande a variedade de opções, dado o número de listas concorrentes, casos havendo em que sequer os candidatos conhecemos, nós que por aqui nascemos e vivemos há quase 90 anos.
  Em Faro, cidade natal, a presidência autárquica e outros cargos terá novo eleito já que o actual presidente, o Dr. Rogério Bacalhau está excluído, posto que este é o seu terceiro mandato. Acreditamos, temos este hábito e já não é altura de vida para o deixar, que todos os eleitos hajam dado o melhor de si mesmos para cumprirem as missões que em sufrágio universal lhes foram confiadas.
  Cremos que a grande maioria desses que durante este quadriénio foram chamados ao exercício do poder local, salvo raras excepções, o fizeram com toda a honestidade e o são propósito de saírem com as «mãos limpas» e os honrados ensejos de, com honesta dignidade, servirem e não se servirem.
   É cada vez mais difícil convencer alguém a desempenhar cargos políticos, sujeitos que o estão, pelos julgamentos acontecidos na rua ou às mesas dos cafés ou nas pinturas que enxameiam paredes e muros a serem candidatos às funções provindas do voto. Por isso e porque continuamos acreditando na limpeza de intenções («que santa ingenuidade», lançar-nos-ão muitos) julgamos que na hora da partida é, de toda a justiça, expressarmos o nosso «muito obrigado» a quantos estiveram ligados à gestão do Município, da Assembleia Municipal, na União de Freguesias (Sé / São Pedro)e nas freguesias rurais de Estoi, Santa Bárbara de Nexe, Conceição de Faro e Montenegro. 

io 

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Nota de pesar:

Informo que faleceu a costeleta e sócia da Associação dos Antigos Alunos da Escola Tomás Cabreira.
Maria Isabel Correia Gonçalves de 91 anos que frequentou a Escola Industrial e Comercial de Faro.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

VIDA DO PESCADOR

No berço das ondas suaves divinas 
Gaivotas voavam tão perto do cais
Embalavam em coro,  mais ladinas
Anunciando os ventos e os vendavais 

As ondas soltavam seus vastos caudais
Nas redes os peixes brilhavam demais
Perguntando ao vento: para onde vais
Parar com a tempestade nos areais?

Nas voltas  do vento sem mais desleixes...
Vou para a praça vender os meus peixes
Que minha isca me deu no meu anzol

Ditos proferidos pelo pescador...
Vencendo na pescaria o mar traidor 
Tecendo nas redes os raios de Sol!

Maria José Fraqueza 

terça-feira, 23 de setembro de 2025

NESTA MINHA SAUDADE 

Conquenta anos de Florais
Quantos poetas premiei 
Quantos diplomas executei 
Tempos que não voltam mais! 

Quantos poetas conheci
De Portugal, do Brasil...
Todo esse tempo vivi
Homanagens mais de mil

Muitos ainda estão vivos
Vejo em redes sociais...
Sempre na poesia activos 
Mas esqueceram os Florais

Sem que pecados cometa 
Na palavra verdadeira 
Os Florais da Fuzeta
Foram Jogos sem fronteira

Um verdadeiro tesouro 
Com a maior duração 
Atingiram Bodas de Ouro
Não houve igual na Nação! 

Que digam muitos que vejo
Nessas redes sociais...
Em alguns deles revejo 
Os poetas dos florais!

Meus amigos saibam disto 
Que tenho no coração 
De os louvar não desisto
Pela arte e distinção! 

Gostaria que cada um
Confimasse esta verdade
Que viesse ainda algum
No caminho da saudade!

Que contente ficaria...
Na saudade que se renova 
Dava-me grande alegria 
De amizade a maior prova!

Maria José Fraqueza
FUZETA MEU AMOR 

Para alem do infinito, há beleza
Há um céu de beleza sem igual 
Fico admirando a bela Natureza
O sol nascente da minha terra natal

Eu creio não ver um outro igual 
Vejo nele em ondas de pureza
O mar imenso que banha o areal
Véus de brancura da noiva princesa!
 .
Renasce em aurora boreal o luar
Fuzeta a Branca Noiva do Mar
A Rainha do mais nobre pescador 

Minha Fuzeta és farol, és um luzeiro
No mar o mais heróico marinheiro
Que canto para ti canções de amor!

Maria José Fraqueza

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

CRÓNICA DE FARO
JOÃO LEAL


O FARENSE ISAAC NADER CAMPEÃO MUNDIAL DOS 1 500 METROS

  «Esta conquista enche de pleno orgulho todos os farenses» foi escrito pelo Município de Faro a propósito da conquista por Isaac Nader, nos Campeonatos Mundiais, disputado em Tóquio, da prova dos 1 500 metros. Nós acrescentaremos que esta memorável vitória enche de legítimo e justificado orgulho todos os portugueses. Foi uma vitória do querer, do esforço e do valor do medalhado atleta, que nasceu nesta cidade há 26 anos e que iniciou a prática desportiva no futebol juvenil do Sporting Farense. Foi quando se deu a passagem para o escalão júnior, que se perdeu um futebolista mas ganhou-se um praticante de atletismo à escala mundial.
    Na capital japonesa Isaac Nader seguia na recta a 100 metros da meta na 7ª posição, passando os demais concorrentes com um sprint que lhe daria o título mundial e o pleno júbilo de todos nós. Trata-se de um nome sempre ligado ao desporto. Foi seu tio, o fabuloso Hassan Nader, internacional por Marrocos e o «bota de ouro» - melhor marcador da I liga pelo Farense, na época de 1975/76, donde se transferiu para o Sport Lisboa e Benfica, regressando depois aos leões de Faro. Ainda hoje o nome de Hassan é bem querido às gentes da capital sulina, organizando todos os anos, na pré-época e em sua homenagem a disputa do «Troféu Hassan», com a participação de cotadas equipas ibéricas. O pai do Campeão do Mundo dos 1 500 metros Youssef  Nader também vestiu e serviu o Farense, havendo-se casado com uma jovem farense. 
    Não é todos os dias que este concelho conhece um seu filho como Campeão Mundo e reafirma o seu propósito de ser Campeão Olímpico, para o que acrescentamos ao seu ensejo os nossos melhores votos para que tal venha a acontecer.
     Registamos as felicitações que o farense Isaac Nader recebeu do Presidente da República Portuguesa, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, onde afirma o mais alto Magistrado da Nação: «uma emocionante corrida onde mostrou toda a sua qualidade e determinação».
  

CRÓNICAS DO MEU VIVER OLHANENSE

A «CASA DAS VERGAS»

      Sentia-se que era uma era um centro de amor e de arte aquela «Casa das Vergas», que outro nome lhe não conhecíamos, que o notável artesão sr. Proença, veio das Beiras natais para a abrir frente à Câmara Municipal.  Era um fraterno acolhimento que se dedicava a todos os clientes e pressentia-se que era grande o fraterno amor que unia aquela exemplar família. Para nós está sempre ligada ao nosso enlace matrimonial ocorrido na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em finais de Outubro de 1962, com a sempre saudosa esposa, Maria Armanda de Sousa, natural da «Noiva Branca do Mar».
   É que na preparação da decoração do lar conjugal a quando dos móveis a adquirir minha noiva preparou um conjunto de móveis em verga destinados a sala de estar. Fomos cordialmente recebidos por uma das gentis filhas do sr. Proença (o Director deste quinzenário, o nosso amigo Mário, que «recebeu uma pesada herança, à qual tem dado a melhor continuidade, mantendo o «Sporting Olhanense» como dos melhores jornais clubistas portugueses») era ainda bastante «moço» e entregue às aventuras que nestas páginas tão saudosamente tem recordado
 .) Tocadas as várias sugestões («os móveis sugeridos devem levar uma fitas pretas e brancas (as cores do seu clube, o Farense) e verdes («lembrando o seu outro clube, o Sporting») tudo foi acordado e a obra confirmada. Esta surgiu perfeita, linda excedendo o que suponhamos e ainda hoje, por sucessivas doações familiares, decoram uma qualquer casa na Fuseta. Daqui a recordação da «Casa das Vergas» e a sua ligação ao nosso casamento.
     Isto para referir uma saudosa presença daquilo que foi um dos mais prestigiados estabelecimentos artesanais de Olhão.

                                                 João Leal

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

CRÓNICA DE FARO
JOÃO LEAL

  RADAR SOCIAL - EM PROL DOS MAIS EXCLUÍDOS

   Quase a terminar o seu mandato, por via das eleições autárquicas marcadas para 12 de Outubro o Executivo da Câmara Municipal de Faro lançou um projecto de vasto alcance e que se espera atinja os objectivos visados. Estes são-no fundamentalmente de natureza social já que visam atingir os casos de maior exclusão em diversas áreas. Como é sabido, á dimensão nacional, é cada vez maior o índice de exclusão ou de pobreza extrema, colocando um futuro sombrio.
   Trata-se do «Projecto Radar Social» que é apoiado financeiramente pelo PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e que «visa reforçar e aproximar a rede local de apoio a todos os cidadãos farenses, contendo medidas de maior justiça social e de solidariedade».
  Destina-se assim a quantos vivem em situação de vulnerabilidade, risco de pobreza ou exclusão e o Município vive neste momento uma fase de avaliação de risco, através da identificação de pessoas, famílias ou grupos na referida situação de vulnerabilidade (situação económica, isolamento, insuficiência de rendimentos, falta de suporte familiar, tráfico humano, maus tratos, etc.).
  Os casos podem ser apontados quer pelos abrangidos ou familiares ou por qualquer cidadão, nos Serviços Sociais do Município na Praça José Afonso, nº 1 - 8 000 -172, em Faro (telefone 289 870 869). «Projecto Radar Social» uma ideia que se espera não se fique pela intenção, mas que avance em prol de Faro, um concelho mais fraterno e solidário.
  

terça-feira, 2 de setembro de 2025

CONSIDERANDO...

Parei no tempo cansada
De tanto tempo viver...
O tempo não disse nada
Há que viver e aprender!
Agora quase noventa
Continuo sem saber...
Quem tanto tempo aguenta
Sabe o seu tempo vencer! 

Minha aparência não  diz 
Nem a falta de saúde 
O meu rosto não condiz 
Acho que é uma virtude!

Não perdi a formosura
Dos amigos é opinião 
Talvez seja por lisura 
De amigos do coração 

Quem o feio  muito ama 
Bonito  sempre parece 
Mas quem sempre nos aclama
O coração nos aquece! 

Aquece-nos o coração 
O maus sincero amiguinho 
Com sua dedicação 
Sua amizade e carinho!

Seja ou não seja a realidade
Da sua observação...
Creio na sinceridade
De amigos do coração!

Maria José Fraqueza

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

ATENÇÃO - MUITO URGENTE

   No meu artigo sobre «Um operário de Cristo que serviu o Algarve» houve uma troca de nomes. Onde figura o nome do padre Afonso da Cunha Duarte deve figurar o do PADRE JOSÉ DA CUNHA DUARTE e, claro, o vice - versa. PEÇO A CORRECÇÃO desta troca.
    Grato vos fica o 

                                                 João Leal
CRÓNICA DE FARO
JOÃO LEAL

UM «OPERÁRIO DE CRISTO» QUE LUTOU PELO ALGARVE

     O citar as mais altas distinções que lhe foram outorgadas pelos Municípios de Faro, São Brás de Alportel, Olhão e Tavira, dizem por si quanto o Padre José da Cunha Duarte (sacerdote espiritano) fez pelo Algarve, a que dedicou 36 dos 57 anos da sua comprovada vocação. Aliás toda a extensa e maravilhosa obra realizada aí está para demonstrar o que foi a acção entre nós deste homem nascido, tal como seu irmão gémeo e também sacerdote do Espírito Santo, o padre Afonso da Cunha Duarte.
    Morreu no Hospital de Penafiel, onde se encontrava internado vítima de doença prolongada e incurável o Padre José da Cunha Duarte, de 85 anos, nascido em Bustelos, naquele concelho nortenho. Na Diocese do Algarve exerceu funções paroquiais em São Brás de Alportel, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Cachopo e Olhão, erguendo as mãos aos céus, como era dever do seu compromisso sacerdotal e os pés bem assentes na terra procurando uma maior elevação moral, cultural, histórica e científica para as respectivas populações.
  Foi uma figura destacada na vida intelectual do Algarve deste nosso tempo. A sua dedicação à juventude (criação do agrupamento do Corpo Nacional de Escutas na vila da beira - serra, da escola de música juvenil, do conjunto dos jovens acordeonistas, etc.), do Museu do Traje (ainda hoje uma das grandes referências do Algarve), da Casa da Cultura António Bentes, da criação do boletim «VilaADentro» e da Rádio local, bem como a muita colaboração no «Sambrazense», da frequência da prestigiada universidade parisiense da Sorbonne, da edição dos livros que o são básicos para a nossa Região - «Natal no Algarve - raízes medievais» e «A Páscoa no Algarve - a procissão das Tochas Floridas», o rejuvenescimento da Santa Casa da Misericórdia de São Brás de Alportel, as capelas erguidas no interior concelho, o reaparecimento das festas da Páscoa e dos Jogos Florais das mesmas, constituem uma pequena resenha do que foi a acção deste sacerdote sagrado na missão pelo arcebispo - emérito de Luanda D. Moisés Pinho, tal como o seu irmão gémeo o padre Afonso da Cunha Duarte,
  Foi muito sentida em todo o Algarve a morte do Padre José. O Município de São Brás de Alportel emitiu o seu voto de pesar e disponibilizou a deslocação até Bustelos a quantos quiseram estar presentes no último adeus a este religioso que, como poucos, serviu o Algarve, A nossa saudade!
CRÓNICAS DO MEU VIVER OLHANENSE

O CANAL E A BARRA DA FUSETA

      Estes foram, desde sempre, dois problemas da «Noiva Branca do Mar». Com efeito ao longo de muitas décadas a mobilidade da barra e o assoreamento do canal de acesso à lota da Fuseta constituíram problemas vitais para aquela freguesia piscatória, sobretudo no que respeite a vidas e embarcações.
        Jamais esqueceremos um naufrágio com uma pequena lancha ocorrido na referida barra, com uma vítima mortal e assistido em directo.
        A mobilidade das barras algarvias é bem conhecida e observada, com rigoroso estudo, tanto quanto o permite a «dança» das mesmas e da autoria do engenheiro Bivar em obra publicada no século passado.
        Fomos da opinião que, no caso da barra fusetense, a melhor solução seria o canal navegável entre a barra do porto comum Faro / Olhão e a lota daquela vila marinheira. Mas quem o somos para opinar sobre difíceis questões de hidráulica marítima sem qualquer formação técnica para o efeito?
        O Secretário de Estado das Pescas, Salvador Mauro, em visita a este Concelho anunciou a realização de obras de dragagem e de aprofundamento do canal de acesso à lota da Fuseta, com deposição das areias extraídas nas Ilhas / Praias. De um total de 6 milhões de euros a aplicar em diversas obras no litoral algarvio uma parte destina-se á tarefa a executar na Fuseta, numa perspectiva económica (pesca e turismo) e de protecção das vidas e embarcações dos que ganham, com estoicismo, o «pão nosso de cada dia» nas aguas do Atlântico.
        Ainda hoje a lota fusetense, volvidos os ricos anos das pescas em Marrocos, movimenta por ano entre 1,5 a 2 milhões de pescado, capturado pelas mais de 200 embarcações registadas naquela Delegação Marítima.
        Obras pois da maior importância para aquela Vila, terra dos heróicos pescadores bacalhoeiros.

                                                   JOÃO LEAL

CRÓNICA DE FARO. . JOÃO LEAL O «SENHOR OLIVEIRA».... Foi há algumas décadas. Moço de calções e botas cardadas com brochas para se gastarem menos fascinava-me aquela figura que era um conceituado relojoeiro (nos tempos dos anos 40 e 50 em que os relógios não iam fora porque «peças sempre caras») e de conceituado metereologista amador. Tinha a sua oficina / ourivesaria no mesmo rés-do-chão em que residia num conjunto de imóveis de há muito derrubados para dar lugar à hoje Praça da Liberdade», mas que para nós o será sempre de Pontinha. Tinha duas esbeltas filhas, alunas que o foram da Escola do Magistério Primário e que seguiram a carreira docente, da qual estarão por certo e de há muito aposentadas. Diariamente colocava na montra da ourivesaria / relojoaria o seu boletim metereológico, nos tempos em que não havia o IPAM (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) ou estas facilidades de, a qualquer instante, dispormos de informações científicas e, quase sempre, exactas sobre o tempo. Recorria-se também á experiência acumulada durante anos pelos marítimos. É que os «homens do mar» olhavam para o céu, para a Lua e para as estrelas e ditavam o seu palpite: «a chuva é para amanhã». A «coroa de glória» do saudoso sr. Oliveira foi a quando das históricas e memoráveis inundações nos Países Baixos, quando as águas galgaram os diques e tornaram em mar os ferteis «polders» holandeses. Dias antes o meterologista «por amor à arte» sr. Oliveira previu a tragédia e muitas vidas e haveres foram salvos. Recorda-nos bem da carta provinda da Real Casa da Holanda a agradecer a previsão da figura que hoje, com notória saudade, lembramos.