terça-feira, 15 de julho de 2025

OOCRÓNICA DE FARO
JOÃO LEAL

O ALGARVIO JOÃO BRAZ «PRÍNCIPE DOS POETAS PORTUGUESES» EM 1951

       É pouco conhecida e ainda em menor índice divulgada a obra poética, para não referir já, os textos teatrais do genial poeta sambrazense João Braz, eleito em 1951, a quando dos «Jogos Florais Nacionais» «O Príncipe dos Poetas Portugueses».
        Só por si este invejável título valia a exigência de um maior conhecimento por parte e, especial dos algarvios, deste excelso continuador da vasta e qualificada obra dos vates algarvios, desde há 3 milénios, a quando da ocupação árabe. Vem Al-Mutamid, a par de outros nomes famosos e prosseguida por poetas como Cândido Guerreiro (por considerados críticos «o maior sonetista português»), João de Deus (o poeta e pedagogo messinense), o olhanense João Lúcio, os modernos António Ramos Rosa, Nuno Júdice, Casimiro de Brito, Gastão Cruz e tantos mais.
        João Braz Machado nasceu em São Brás de Alportel (17 /03 /  1912), quando aquela vila da Beira Serra do Caldeirão, era a mais importante freguesia rural do concelho de Faro e de cuja dependência administrativa se libertaria (é bom não esquecer os nomes de João Rosa Beatriz, Silva Nobre e outros a 1 de Junho de 1914). Foi portanto, ainda como farense, que nasceu o autor de «Esta riqueza que o SENHOR me deu», mas sempre e com justificado motivo como havendo nascido sambrazense.
       Desde bem jovem revelou a sua inclinação para a arte poética. Assim sendo tinha apenas 13 anos de idade quando recebeu o1º galardão em certames literários. Muito cedo este «ganhar» repetir-se-ia, vezes múltiplas ao longo da sua vida. Foi a indústria corticeira, a unir as duas localidades, que levou a família de João Braz Machado, a mudar-se de São Brás de Alportel para Silves, então um destacado centro da cortiça, a nível do País.
 Naquela histórica cidade do barlavento algarvio, onde viveu alguns anos, mudar-se-ia definitivamente para a vizinha urbe de Portimão. Aqui produziu a maior parte da sua obra literária e seria um valor da grei portimonense. Era uma figura carismática no «tomar da bica», ali no clássico café - pastelaria «Casa Inglesa», sob o olhar desse quadro magnífico «O monchiqueiro» que o génico desse nórdico Max Thames, que viveu alguns tempos em Faro e Portimão concebeu, com invejável realismo e um rigor regional inexcedíveis.  Autorizada era a opinião de João Braz, sempre concisa, assaz e, por vezes, mordaz. Eram os tempos, em que entre outros tomavam assento na mesa o culto Milton, o jornalista Candeias Nunes (Correspondente de «Jornal do Algarve»), etc. Jornalista o foi também o «sambrazeiro» João Braz, pois além da colaboração dispersa por vários órgãos regionais (Correio do Sul, Jornal do Algarve, etc.), foi correspondente de Diário de Lisboa, Artes e Letras, Diário Ilustrado e fundador e director de «A rajada».
   Mas é no teatro que se encontra muito do estro deste genial escritor e poeta algarvio, tal como as revistas «Sendo assim está certo», «Fitas faladas», «Feira do Algarve», «Isto só visto, que imagem» (com que foi inaugurado o demolido Cinema - Teatro de Portimão. Foi nesta cidade, á beira - Arade que faleceu a 22 de Junho de 1993, em cujo Cemitério Municipal se encontra sepultado.  O seu nome figura na toponímia de São Brás de Alportel, Portimão e Lagos.
    Válido, urgentemente válido é que a obra do algarvio «Príncipe dos Poetas Portugueses - 1951» seja mais divulgada e conhecida.

                                                             

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