sexta-feira, 4 de julho de 2008

DO CORREIO

Lembram-se da Prof. Cândida, aqui com a Romana?







Recebemos uma carta da nossa associada nº 075 – Maria Romana Costa Lopes Rosa agradecendo a colocação, no nosso Blogue, da sua poesia que mereceu o 1º prémio da Junta de Freguesia do Estoril. Nela incluía algumas fotografias, que se podem apreciar em cima. O agradecimento é nosso Romana. Fomos colegas na “Velhinha”, como diz, Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira, num prédio da rua do Município, logo acima do Arco da Vila. Recordo a Romana, já no actual edifício, sempre com este sorriso que não esquece.
Transcrevo, na íntegra, a seguinte passagem da sua carta:
“.................
Estava, ainda, ao serviço da nossa Escola quando se fundou a Associação e, com todo prazer, alinhei no projecto, uma vez que fui aluna da velhinha Escola Tomás Cabreira (arco da vila), também frequentei a actual, que foi antigo liceu, já lá vão tantos anos!”
E mais adiante:
“Quero-vos dizer que, na biblioteca da Escola, deve haver alguns vestígios meus. O «Histórias de Mil Cores», contos para crianças, foi apresentado em 1993 e ficaram lá, muitos exemplares.”
Ela ajudava toda a gente, sempre com aquele sorriso e uma palavra amiga de conforto.
Fico aguardando toda a sua colaboração para colocar no nosso Blogue, querida amiga.
Bem haja! Um grande abraço

Rogério Coelho

POESIA DE UM COSTELETA

POEMA DE
MANUEL INOCÊNCIO DA COSTA

Manuel Inocêncio da Costa é um costeleta dos anos 50 e advogado há mais de quarenta anos. Foi bancário no BNU em Coimbra e foi nesta cidade que se licenciou em Direito. É um velho amigo dos tempos do nº 4 da Ventura Coelho e dos tempos em que era conhecido pelo menino Manuel. É um amigo perdido e reencontrado.

Estive com ele no almoço anual e gostei.

O MANUEL INOCÊNCIO vai muito brevemente publicar um livro de poesia. Vamos apresentar aqui um poema que vai ser a rampa de lançamento da obra.


LOBOS

O lobo é um animal em vias de extinção
É urgente fazer tudo para o preservar,
Dizem uns sem qualquer hesitação
Deve proibir-se totalmente de o caçar.
Antigamente habitava barrancos e fragas,
Passeava-se altivo na montanha e no penedo
Alimentava-se de coelhos, cordeiros e cabras,
Hoje parece que lhe aplicaram pena de degredo.
Todavia esta perspectiva é cheia de ilusões,
Pois os lobos são tantos que são difíceis de contar
Hoje à face da terra os lobos são centenas de milhões
E, sempre, sempre com tendência para aumentar.
Há lobos cada vez mais, de muitas cores e variedades,
Lobos brancos, pardos, pretos, cinzentos, amarelos
Há-os em toda a parte, mas mais nas cidades
Eles crescem, crescem que nem cogumelos
Muitos andam disfarçados no meio de nós,
E nós distraídos, ocupados não os conhecemos
Já era assim também em tempos de nossos avós
Só olhando com muita atenção é que os vemos!
São lobos grandes, pequenos, todos vorazes,
Eles comem, estragam comem muito-são uns glutões!
Têm técnicas de destruição muito eficazes!
Sacrificam pessoas, aniquilam cidades e até nações!
Muitos deles andam disfarçados com pele de cordeiro,
As suas vozes, soam mansas, suaves, melodiosas
Tapemos os ouvidos com cera primeiro,
Para não os ouvir, qual Ulisses, junto das ninfas amorosas,
Extintos, caçados, estes lobos deviam ser;
Mas caçá-los exigiria, muita, muita, dor
Não se vê tal possível de assim acontecer.
Se por vezes se confunde o caçado, com o caçador.
Os lobos das fragas só comem para viver,
Estes, os humanos, de comer tudo fazem questão,
Para os despistar e evitar, que havemos de fazer?
Enquanto a s coisas estiverem como estão?
Jesus dizia – já passaram dois mil anos fulgentes:.
“Como ovelhas no meio de lobos. Eu vos envio”
E, dava-nos a sábia receita- “Sede pois prudentes”!
E o Senhor conhecia-os bem, de fio a pavio!


O MEU COMENTÁRIO

Manuel. apetece-me dar-te os parabéns pelo trabalho.

A tua, é uma poesia de índole social que alerta para as desigualdades. A vida, como eu também a entendo, não deveria ser assim... .mas é.

O homem é de facto o lobo do homem..

A tua é uma poesia realista.
Aí te deixo um abraço de parabéns.
Texto de
João Brito Sousa