sábado, 27 de fevereiro de 2010


EM PRIMEIRA MÃO

A nossa Sede vai ser uma realidade!

Temos o gosto de informar todos os associados que já temos uma sede.
Na sexta feira, dia 26, pelas 17 horas, indigitados pelo Presidente Joaquim Teixeira, que não podia estar presente, Isabel Coelho e Fernando Oliveira, dois elementos da Direcção da Associação, deslocaram-se â Câmara Municipal de Faro para em reunião com o Presidente da Câmara Engº Macário Correia, tratarem do assunto da sede, uma promessa de 1995
A reunião durou apenas 10 minutos, o suficiente para o Presidente da Câmara nos ceder uma casa para implantação da nossa sede.
Depois da visita que se vai efectuar ao local, na Rua Bocage, junto ao Largo do Pé da Cruz, para conhecimento da casa, irão seguir-se os trâmites legais com a documentação do respectivo protocolo.

RC

"SILÊNCIO... CANTA-SE O FADO"



JANTANDO E OUVINDO O FADO

Um grupo de Costeletas, inseridos numa excursão, deslocaram-se na 4ª feira a Lisboa para jantarem ouvindo o fado no Café Restaurante Luso, no Bairro Alto. O rancho folclórico da casa fazia parte do espectáculo.
Na 5ª feira estiveram no Centro Cultural de Belém apreciando as exposições e almoçaram no restaurante. O café e os pasteis foram tomados na casa dos pasteis de Belém (pasteis de nata).
Foi uma jornada bem passada, com alegria e boa disposição.
Apresentamos uma reportagem fotográfica do acontecimento.

O Tesoureiro Ramalho /à direita)
A Conceição Sério (2ª da esquerda)
O Bernardo Estanco (à direita)

O Augusto Coelho (ao centro)

A Isabel e o Rogério
O Rancho Folclórico da casa
A fadista Isabel Noronha
O fadista Pedro Moutinho

A fadista Iola Diniz
Os guitarristas Santeiro, Toneto e Jorge Carreiro
A fadista Elsa Laboreiro
O fadista Filipe Acácio
Em fim de festa o tesoureiro Ramalho com a esposa Adelaide, entram no grupo folclórice de arquinho e balão.
RC

AGENDA

ANIVERSÁRIOS

Fazem anos na 1ª quinzena de Março, os associados Costeletas:


3-Maria Eduarda Madeira Trindade Lisboa; 4 – Dr. Jorge Fernandes Andrade Monteiro. 5 - Maria Elete Teófilo Lopes Dias Nobre; António José Valente Viegas; Mário Joaquim Marvão Gordilho Zambujal. 6 - Francisco Manuel Leote Marques; Carlos dos Santos Vasques; Maria Lisete Faustino Alves Pires; Herondina Maria Cabrita Águas Silva. 7 - Maria Luísa Guerreiro Barroso. 8 - Edménio Guerreiro Madeira Caetano. 9 – Maria Luisa Baptista dos Santos da Velha. 10 - Firmino Correia Cabrita Longo. 13 - Aurelina Carlota Nobre.
OS NOSSOS PARABÉNS
RC

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

DO CORREIO


MINHA OPINIÃO

Sobre o Blog é de que me identifico com o mesmo !
Permite-me ter notícias de colegas da Escola há mais de 50 anos , e que em grande parte tinha perdido contacto e até de alguns já não me recordava o nome .

Fala o Poeta Recordar é Viver !

Aqui encontrei Figuras Típicas , relatos sobre Ruas Locais e Actividades desenvolvidas na década de 50 marcantes na memória .
Numa ausência de 20 anos da cidade entre os anos 1980 a 2.000 deu para observar o antes e depois das pessoas e o aspecto da cidade me dando a sensação de ter viajado no tempo !
Num espaço de 50 anos nos trás há memória colegas adolescentes e agora , como se fala aqui no Brasil estamos na “ Melhor Idade “ Aquela em que temos conselhos para dar mas os novos não os querem ouvir !

São essas recordações que me fazem entrar na Rotina de consultar o Blog , alimentado pelas crónicas publicada escritas com boa qualidade por colegas da nossa escola e cidade !

Se “ A crueza dos números de Jorge Tavares “ desencadeou temporariamente o movimento do numero de publicações , e não impede de ser o mês actual “ Fevereiro “ dos menos prolíferos em publicações na vida do Blog !
A Associação dos Antigos Alunos da Escola , rege-se por normas e estatutos em que qualquer de nós pode ou não concordar , mas se pretendemos colaborar temos de respeitar .

O mesmo se passa com as crônicas dos colaboradores publicadas , por muito boas ou interessantes que sejam nunca podem agradar a todos , sendo ponto aceite que Ninguém é perfeito Cada ser humano tem as suas particularidades, e isto, é muito fácil de perceber, mas certamente muito DIFICIL DE ACEITAR .

Naturalmente que leio os Comentários , e o reparo de JBS , um dos principais Pilares deste Blog sobre uma crônica de A. Palmeiro “ escreveu mas talvez porque há Brasil a mais ” desencadeou de outros ilustres Costeletas opiniões contrárias .
Como participante das crônicas sobre o Brasil , informo que me sinto lisonjeado com as mesmas porque não importa se falam mal ou bem , o importante é que falem .
Concordo que seria bom a prioridade em publicações com “ textos académicos e a Escola “ se o Universo Costeleta tivesse uma dimensão que permitisse essa seleção .

Mas o Blog tem sim de ser um Órgão aberto para todos os Costeletas e o meio que os rodeia ,não importa se chegaram ao topo acadêmico ou não concluíram o curso .
E não os Costeletas para o Blog , então seria uma associação anti -democrática !
E se Aristóteles contestava sobre a democracia , de que seria o regime fundado na idéia de que os homens são iguais em tudo, e a oligarquia, fundada na idéia de que os homens são desiguais em tudo !
Não é assim que desejamos o Blog !

Da minha parte enquanto forem publicados os textos que envio vou continuar a escrever sobre o Brasil , País de origem portuguesa em que o Algarve teve papel importante .
Não pretendo mudar nada , porque se de acordo com estudos científicos o Besouro não têm condições de voar , no entanto o inseto alheio a esses estudos voa !
Também não tenho condições de fazer mudanças , e sim de continuar dentro da minha filosofia de vida .

Saudações Costeletas
António Encarnação

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

DO CORREIO

Estádio Algarve

Sobre o Euro 2004

Aconteceu !
Foi uma honra para Portugal ter sediado o Euro 2004 , em que um dos Impulsionadores para a concretização foi Carlos Cruz , uma figura pública que alcançado o objectivo declinou a sua continuidade na área .

Apareceu o Scolari com todo marketing entusiasmou os Portugueses com aquele frase “ Você é o outro jogador " (se não estou em erro ?) nunca se viu tanta bandeira portuguesa por todos os cantos de Portugal e na realidade foi uma época de grande entusiasmo só comparado ao que assistíamos no nosso tempo de Escola cada vez que jogava o Farense e Olhanense , mas isso foi outro tempo .
Os Gregos travaram todo o Ímpeto da nossa Seleção , que para o Futebol se resume a Desporto . o Pior é como se fala em Minas o Abacaxi ( Problema ) que as Câmaras tem para o descascar !
O estádio do Algarve um deles , se nem sequer na Região tinha equipas de Futebol na Primeira Liga , ( como se falava no passado sobre a viabilidade em negócios ) é como vender frigoríficos a esquimós !
Culpas não existe mas quem paga todos sabemos !

Como outros desportos o Futebol também evoluiu , já não é aquele desporto por amor á camisola ou até o complemento de rendimento que complementava o salário do passado , pessoalmente não critico os altos salários de alguns jogadores , considero merecidos , na realidade são Artistas que se destacam na actividade , pena é que nem todos os clubes consigam arcar com as despesas para ter suas Estrelas e um futebol de Qualidade que atraísse mais adeptos . ( ex. Farense ) !

Me Recordo de um Camionista que no nosso tempo de estudantes transportava Cenouras e outras hortaliças produzidas nas hortas das Campinas , Patacão Braciais etc. para os mercados abastecedores ( 24 de Julho e Rego ) onde eram vendidas pelos Mandatários .
Quantas vezes depois de terminar o jogo actuando como Guarda redes no Olhanense ( também jogou em outros clubes ) pegava no volante e conduzia a maior parte da noite para bem cedo estar no mercado em Lisboa.
Seu nome Francisco Pedro Filhó ( O FILHÓ ) jogadores com outra actividade era normal , nem todos eram o Eusébio ou outras estrelas dos grandes clubes .

Tentei pesquisar mais sobre esse jogador mas não encontrei dados significativos .

Saudações Costeletas
António Encarnação

OPINIÃO


AQUELA DO CHURCHIL


Uma senhora, que não gostava de Churchil, disse-lhe:

- Se eu fosse sua mulher, punha-lhe veneno no chá.

- E eu, se fosse seu marido, bebia-o, disse Churchil



Vem isto a propósito do post do Maurício. Que gosta dos posts do Palmeiro e do Encarnação.

Sobre isso nada tenho a opor. Eu falei nisso há dias, manifestando a minha opinião. E o Maurício, hoje, no post, deu a dele.

É assim que acho correcto. Ou seja, aproveitar este espaço para uma troca de ideias. Que foi o que o Maurício fez; Deu a sua opinião.

Concordo.

Acho esta dinâmica interessante.

Ab.

João Brito Sousa
MADEIRA - DILÚVIO MORTAL









AMIGOS

Todos nós sabemos e lamentamos a terrível catástrofe que se abateu sobre a Ilha da Madeira. Recebi agora algumas fotos tiradas a alguns pontos que estão em condições miseráveis. Custa a acreditar como estas coisas acontecem. Agora há que reconstruir e de ajudar toda aquela população portuguesa que sofreu e continuará a sofrer todas estas calamidades. Ficamos perplexos perante a fúria dos elementos da natureza que arrasam tudo na sua passagem.
Que a população e os Governos da Madeira e de Portugal saibam reagir e envidar todos os esforços para que a Ilha da Madeira continue a ser a "pérola do Atlântico".muitas palavras de solidariedade para tdos os madeirenses.
Um abraço do Manuel Silvestre

Enviado pelo Maurício (com fotos do "dilúvio mortal")

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010


FALANDO DE AUSÊNCIAS E COMENTANDO A MINHA


Caros António Palmeiro e António Encarnação

É com muito agrado e interesse que vejo os vossos artigos sôbre culturas do Brasil. Já manifestei várias vezes a minha satisfação
por tão enriquecedores assuntos e, para quem não conhece o Brasil, esses temas têm muito interesse para quem deseja reforçar a
sua cultura geral, dando-nos a conhecer civilizações que a maioria desconhece.
Agora e melhor do que nunca, uma vez que a nossa História tem sido esquecida, ou omitida, no ensino das nossas escolas, os vossos
artigos sobre o Brasil são bastante valiosos.
A permanência dos Portugueses em Terras de Santa Cruz foi valiosa , levou uma cultura e uma religiosidade tão fortes que hoje nos
envaidece e os enche de orgulho. Quem pode renegar isto ? Quem pode rejeitar o seu conhecimento ?
Tenho pena de me não ser possível comentar os trabalhos apresentados por estes dois bons amigos Costeletas, dar também uma
achega, mas o desconhecimento do Brasil, das suas gentes e culturas, obrigam-me sómente a assimilar o que me é apresentado
em boa hora pelos amigos Palmeiro e Encarnação. Continuem amigos !

Pena é que no Oriente o enraizamento da nossa Cultura não tenha sido mais forte, especialmente na India, uma vez que a nossa
Gente teve de lutar contra Civilizações instaladas e muito mais antigas, contra o Induísmo, o Budismo, o Eslamismo e muito especialmente
contra a Maura Gente que viu perder o seu comércio de especiarias e pedras preciosas .
Será que temas semelhantes sôbre a India e especialmente sôbre Goa , Damão e Diu, onde deixámos raizes profundas, seriam
enjeitados por alguns dos nossos Costeletas ? Julgo que não !

Embora seja sempre agradável recordar a nossa juventude, nunca é de mais falar sobre a Rua de St.º António, o Café Aliança,os jogos de
futebol e outras lembranças já contadas e recontadas, não será também útil conhecer um pouco mais de temas que nos dão a nós, e às
novas gerações ,ensinamentos bastante úteis e de grande interesse cultural ?
Tragam-nos mais coisas do Brasil .

Estoril , 22 de Fevereiro de 2010
MAURÍCIO SEVERO DOMINGUES

Os politicos,o circo e o bater mal da bola.

No nosso país,onde se fala de milhões nos dias de hoje como se falava de escudos quando eu cresci,como se fossem copos de água,pode parecer que os esbanjamentos governamentais são coisas abstactas,que nunca nos batem à porta,diluídas em obscuras contas do orçamento do estado que poucos ligam e muitos menos entendem.
Na última semana,porém vieram a público números de fazer arrepiar o cabelo até aos mais incautos e distraídos.E, mais ou menos é isto.Só para manterem os cinco estádios levantados de raiz aquando da realização do campeonato da europa de 2004, e para amortizarem as ajudas que concederam aos clubes locais nas obras de acesso a outros estádios, oito Camaras Municipais vêem-se hoje a braços com uma conta calada de 26 milhões de euros anuais em amortizações,juros e manutenção.Braga,Leiria,Aveiro,Faro,Loulé ,creIo que Porto e Guimarães tambem,gastam assim em contas redondas 71 mil euros por dia para pagarem uma folia que durou mais ou menos um mês e de que já ninguem se lembra.
Alguns estádios estão às moscas (o nosso por exemplo!).
Em outros,abrir os portões custa tão caro que o melhor é dixá-los fechados a sete chaves( Aveiro).
Na maioria dos casos, as edilidades só desejariam vender os mamarrachos assim houvesse algum interessado.
Quando os políticos nos presenteiam com o circo que em Portugal sempre substitui o pão, talvez devêssemos fazer melhor as contas.
Antes de TGVs,aeroportos e tal e tal,fazer contas antes.Não depois.
Sei que nem todos concordam, antevejo o meu amigo JBS,amante de futebol,vir à liça dizendo que houve mais dinheiro mal gasto e,eu concordo mas esta é a minha reação à noticia e, vale o que vale. Uma opinião de contribuinte!
Se fôr publicado,um abrço para todos.
Diogo

FORÇA e ESPERANÇA


UMA PALAVRA PARA A MADEIRA



De solidariedade, porque aquilo que aconteceu na ilha foi mau de mais, apesar de me parecer que o homem tem que ver, em parte, com o que aconteceu.

Andamos por todo o lado a brincar com natureza e depois dá nisto.

Gostava que se fosse entendimento da AAAETCABREIRA que este texto fosse publicada e levasse em nome de todos os costeletas, um abraço de apoio moral., aos madeirenses.

Sabemos que é pouco mas é uma forma de estarmos, em pensamento, com esses desventurados da sorte.

Penso que ninguém tem consciência plena da dimensão da catástrofe. Deverá ser verdadeiramente desolador .

Por isso CORAGEM.

Texto de
JBS
GRANDES FIGURAS ALGARVIAS

De Alfredo Mingau

Aos 23 anos

FRANCISCO FERNANDES LOPES

Embora sendo médico, notabilizou-se sobretudo como musicólogo, musicógrafo, historiador, filósofo, etnógrafo, inventor, etc., etc. ...
Nasceu em Olhão, em 27 de Outubro de 1884, onde permaneceu até 1965, vivendo os últimos anos em Lisboa, onde viria a falecer em 6 de Junho de 1969, com 84 anos.
Foi sempre um aluno brilhante em Olhão (Escola Primária) e em Faro (Curso Liceal Geral). Em 1901 segue para Lisboa para continuar os seus estudos (no Algarve não havia nessa época mais que o curso liceal geral) e conhece no Liceu da Regaleira alguns estudantes que o iriam marcar e tornar-se figuras importantes: Pulido Valente, que dará o seu nome ao actual Hospital Pulido Valente e o irá convencer a cursar medicina, e o futuro dramaturgo Ramada Curto que o levará a assistir à sua primeira ópera.
Além destes amigos, Francisco Fernandes Lopes torna-se também conhecido e admirado por muitas outras figuras importantes do princípio do séc. XX português: os irmãos músicos Luís e Pedro de Freitas Branco, Castro Freire, Câmara Reis, Rui Coelho, Carlos Amaro, Carlos Olavo, Israel Anahory, Ivo Cruz, Almada Negreiros e Fernando Pessoa.
Para conhecer melhor esta fase adolescente da sua vida, assim como dos seus colegas ilustres, convido o leitor a ler um artigo da autoria do próprio Francisco Fernandes Lopes (clique aqui)
Licenciado com dezoito valores pela Faculdade de Medicina de Lisboa em 1911 , doutorou-se em 1916 com dezanove valores, com a tese Drogas e Farmacopeia, mas recusa os convites para leccionar nesta Faculdade e regressa à sua Vila.
No que diz respeito à enorme importância que Francisco Fernandes Lopes teve para Olhão, apenas poderemos dizer que ele pôs a sua vila de pescadores no mapa cultural, não só a nível nacional como até internacional. Através das suas actividades ele "vendeu" como até hoje mais ninguém conseguiu, a imagem da sua terra, nas décadas de 1920 a 1960, como se tratasse uma autêntica "secretaria de estado da cultura e turismo", apenas dedicada a Olhão. Vivia-se então um momento de prosperidade económica atendendo ao labor das pescas, navegação de cabotagem e, sobretudo, à indústria conserveira e, nesse sentido, Francisco Fernandes Lopes foi também o homem certo no momento certo.
Em 1924-28 organiza os seus "Serões Musicais", no Grémio Olhanense, onde executa dezenas de palestras, ilustradas por excertos musicais executados por um grupo ensaiado por ele próprio.
Estas palestras adquiririam grande notoriedade nacional, tendo trazido a Olhão nomes importantes da música como Luís de Freitas Branco (director artístico do Teatro de S. Carlos), Rui Coelho, Francine Benoit, e a musicóloga Ema Romero da Câmara Reis (esposa de Luís da Câmara Reis). Esta convida Francisco Fernandes Lopes para repetir algumas das suas palestras em Lisboa (integrado num ciclo de conferências chamado Divulgação Musical) e publica-as na sua obra "Seis anos de divulgação musical" (Lisboa, 1929-1930). Foi no âmbito deste convite que Francisco Fernandes Lopes fez ouvir em Portugal, pela primeira vez, em 25 de Janeiro de 1932, o Pierrot Lunaire, de Schoenberg.
Francisco Fernandes Lopes escreve ainda sobre música em vários jornais regionais, nacionais e em revistas francesas da especialidade, continua os seus "Serões Musicais" em Olhão (1929-30) e é convidado a participar em novas conferências musicais em Lisboa (1934) e em programas radiofónicos na Emissora Nacional , onde fica célebre uma sua palestra, pela polémica - "A evolução do Fado, da guitarra à sinfonia"(1935).
Francisco Fernandes Lopes também compõe a música de fundo para o Auto das Rosas de Santa Maria, escrito pelo poeta algarvio Cândido Guerreiro, que é executado em público pela Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional (maestro Pedro de Freitas Branco), em Sagres, no ano de 1940, no âmbito das Comemorações da Fundação da Nacionalidade.
Interessa-se também por História, sobretudo dos Descobrimentos, escrevendo vários artigos sobre a localização da Vila do Infante (que revela ser em Sagres e não no Cabo de S. Vicente), da vida de Cristóvão Colombo, dos irmãos Corte-Real, de Duarte Pacheco Pereira, dos castros e fortalezas portuguesas em África e, sobretudo, da vida do Infante D. Henrique, com a publicação em 1960 do livro "A Figura e a Obra do Infante D. Henrique", ao qual foi atribuído o único Prémio no Concurso das Comemorações Henriquinas desse ano.
No Algarve, sobretudo em Faro, foi professor em diversas escolas - Liceu Nacional João de Deus em Faro, a Escola Primária Superior de Faro (da qual foi director durante 7 anos) e a Universidade Popular do Algarve - e de diversas disciplinas totalmente diferentes, desde as línguas - dominava o castelhano, francês, alemão, italiano e russo -, até à Matemática, História e Ciências Naturais, Geografia e Desenho.
Não renegava a sua origem social pobre e analfabeta - o pai foi comerciante de peixe - e dizia frequentemente que precisava recuperar o que os seus antepassados não puderam aproveitar. Talvez por isso, quando se casou em Olhão com Raquel Pousão do Ó (sobrinha do pintor Henrique Pousão e prima do poeta João Lúcio), em 9 de Junho de 1915, não quis trajar o melhor fato e pôs sebo nos sapatos para estes não brilharem demasiado...
Foi pai de cinco filhas e um filho, aos quais deu nomes curiosos: Belkiss (nome da Ópera que musicou, retirado de um poema de Eugénio de Castro), Melusina, Raquel , Isis , Selma e o Francisco Lopes (júnior) - o Lopinhos - também médico.
O amor imenso pelo povo da sua terra, fizeram-no resistir sempre aos convites prestigiantes para leccionar nas Universidades de Lisboa, Porto e Coimbra. Para ele, o "velhíssimo Reino do Algarve mais cantado" era "aquele que tem Olhão no centro" e "Olhão era um laboratório de sociologia permanente, viva, prática e aplicada, que vale sempre a pena e cada vez mais estudar, compreender e aprofundar, tão rica e surpreendente se nos apresenta".
Politicamente foi um republicano radical na sua juventude que, por vezes, se assumia como anarquista. Pertenceu ao corpo redactorial de uma revista mensal - a "Mocidade", publicada em Lisboa entre 1901 e 1905, que congregou jovens estudantes republicanos e libertários. Aquando da instauração da República em 1910, com 26 anos e enquanto terminava o seu curso de Medicina em Lisboa, advogava a instauração da Ditadura Republicana por um período temporário, de forma a ensinar os valores republicanos ao Povo e assim libertá-lo do jugo cultural dos caciques monárquicos da província.

Muito, mas mesmo muito, poderíamos acrescentar à biografia e obra de Francisco Fernandes Lopes. Mas cremos ser o suficiente para darmos a conhecer esta grande Figura Algarvia.

Recebido e colocado por RC

domingo, 21 de fevereiro de 2010


FALANDO DE AUSÊNCIAS E COMENTANDO A MINHA


Começo por me referir à minha ausência ultimamente e a razão para tal é simples e fácil, falta de tempo para escrever. Motivos profissionais e nada mais além disso.
Tenho no entanto acompanhado o toque a reunir aqui lançado pelo colega Jorge Tavares, no seu artigo “a crueza dos números”, bem como os comentários que se seguiram.
Estando de um modo geral de acordo com o que o colega escreve, encontro apenas um senão, a saber:
“Penso ter encontrado algumas razões para tal, mas porque as mesmas poderão ser demasiado criticas e algo fracturantes”
Se existe um problema e se o mesmo foi identificado, é meu entendimento que quem o identificou deve frontalmente colocar a questão, com todas as criticas ou fracturas inerentes, para que futuramente não volte a acontecer.
É impossível num espaço como este, que não existam opiniões divergentes, maneiras diferentes de ver o mesmo problema, gostos diferentes, comentários não concordantes, mas todos respeitáveis, desde que transmitidos de forma correcta, com educação e sem ofensas pessoais.
Relativamente ao artigo do João (JBS) “Situação no Blogue” nem sempre estou de acordo com ele, mas em meu entender o que se destaca é o artigo em si, mas um comentário do João, que com a devida vénia vou transcrever:
“Escrevi estas notas para que eu próprio sentisse que me teria de educar e criar condições para me relacionar com os outros. Nem sempre estive bem e quero ser melhor pessoa.
É uma espécie de auto critica”
Isto que o João escreveu, define a pessoa, mas acima de tudo define um ser humano de excepção.
Todos viveremos num mundo melhor, o nosso País a nossa Sociedade, serão melhores, se existirem cada vez mais “Joões”. Este é o caminho, o caminho da humildade. Bem hajas, João.
Quero ressaltar ainda neste artigo o ponto 5 onde o João diz: “ Gostava que houvesse textos e comentários livres” Concordo, meu caro amigo, esse é o caminho.
Quero também referir-me ao colega António Encarnação, a sua explicação sobre a carne de sol e a carne seca é perfeita e deixa-me com água na boca, porque meu amigo, um bife de carne de sol, descia agora que era uma maravilha. Temos 25 anos de diferença da realidade brasileira, quando viajei pelo sertão da Bahia e pelo sul do Piaui e Pernambuco, o prato forte era mesmo a carne de jegue e não havia a proibição governamental a que se refere.
Sou um admirador da culinária baiana, mas antes de ser adepto e na primeira vez que por lá viajei, estive um mês com os intestinos avariados, como sabe o tempero é muito forte e o azeite de dendê, precisa que nos habituemos, experimentei a famosa feijoada no local certo, ou seja no Mercado Modelo em Salvador, respondi à maliciosa pergunta da baiana, se a feijoada era quente ou fria e inocentemente respondi que era quente, o que me forçou a comer o típico prato, com tanto picante que nem sei como fui capaz. Obviamente que a pergunta é feita com segundo sentido e “quente ou fria” era em relação à pimenta (piri piri).

Aguardo sempre com curiosidade e admiração o que você escreve, porque fala de algo que conheço e duma terra que também gosto muito.
Na verdade muita gente tem estado inactiva em relação ao Blogue, é preciso que todos voltem. Tenho sentido a falta do colega Diogo e dos comentários do colega Maurício, sempre frontais e de grande interesse.
Para todos sem excepção, com frontalidade e amizade.
Um abraço costeleta
António Palmeiro

LANÇAMENTO DE LIVRO


ANAIS DO MUNICIPIO DE FARO - 2005 . 2008

Ontem, dia 20 de Fevereiro, pelas 16 horas, na Biblioteca do Município de Faro, foi apresentado o livro Anais do Municipio de Faro - 2005 . 2008 que a foto reproduz. Representando a Direcção da nossa Associação, esteve presente a Costeleta Isabel Coelho.
Temos o gosto de transcrever uma passagem do livro apresentado.

"E, novamente, a paisagem do mar vai invadir o espaço. No Largo da Sé e nas Portas do Mar, o espectáculo é deslumbrante. Um conjunto de homens de pele queimada pelo mar, com calças e camisa arregaçada, vão confeccionando murejonas e largando enormes redes pelo chão, reparando-as, para que as possam novamente colocar no mar, repetindo desta forma, a faina quotidiana.

Também os arredores servem para ampliar este cenário. É assim que no Largo de S. Francisco, não só a reparação das artes, mas também um conjunto de homens calafates reparam os barcos ao longo do largo fazendo do mesmo um prolongamento desta paisagem marítima.

Faziam as artes ali, no Largo da Sé. Estendiam as redes ali, aquilo era tudo em areia. Traziam as redes do barco ( . .) e estendiam as redes ali para secar e depois arranjavam.

Os calafates arranjavam os barcos ali em São Francisco ( . .).

Manuel Costa, 75 anos "
RC

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010



GRANDES FIGURAS ALGARVIAS


De Alfredo Mingau

FILIPE FERRER

Muitas vezes o encontrei cumprimentei e conversámos na Rua de Santo António, em Faro, principalmente á noite, passeando com o seu grande amigo Rafael Correia autor do programa “Um lugar ao Sul”, programa património, de boa memória.

Luís Filipe Martins Lopes do Rosário (Nasceu em Faro, 25 de Agosto de 1936 – Faleceu em Lisboa, 26 de Junho de 2007), conhecido pelo pseudônimo Filipe Ferrer, foi um actor, cantor e encenador português.

Filipe Ferrer nasceu em Faro, tendo estudado no liceu da capital algarvia. Iniciou a sua carreira artística aos 13 anos no Colégio de Santo Tirso, onde estudou declamação e teatro, e mais tarde viajou para o Brasil, Paris e Londres.

De regresso a Portugal, a partir da década de 1980, participou em mais de 60 filmes para cinema, nomeadamente "Camarate" e "A Bomba" (ambos de 2001), entrou em 15 telenovelas e séries de televisão, como por exemplo "Casino Royal", "Médico de Família", "Repórter X" (1987), "Querido Lilás" (1987) ou "Bocage" (2006).

Realizou filmes publicitários e reportagens para a RTP, fez pelo menos 14 peças de teatro para palco e para televisão, como por exemplo "As Pestanas de Greta Garbo", um "one-man-show" original do artista "sobre a história secreta de alguns rapazes e raparigas" da sua geração, "nascidos em Portugal, em meados dos anos 30".

Foi director de vários grupos amadores de teatro e trabalhou como actor em companhias tão distintas como a Companhia Nacional de Teatro, Teatro do Nosso Tempo ou Casa da Comédia.

Faleceu no Hospital Curry Cabral, aos 70 anos de idade, vítima de doença prolongada.
IN Wikipédia
Recebido e colocado por RC

OS POETAS

Um poema, é uma forma de comunicar que contem algo de belo e sai da alma de quem os produz – os poetas. O poema tem que nos encantar, tem que nos dizer coisas que mexam connosco, que nos façam sorrir ou, inclusivamente, nos faça surgir uma lágrima na face.

A poesia, pode ser triste como uma noite fria de inverno, mas é sempre digna, apesar de, às vezes, ser mentirosa. Porque faz sonhar. Mas, apesar disso, é uma boa companheira. Foi António Nobre que disse a propósito do seu livro, o “Só”, tenham cuidado não vos faça mal que é o livro mais triste que há em Portugal.

Um poeta é tido como um escritor e tem uma missão a cumprir; tornar os seus leitores melhores pessoas. A poesia ajuda-nos a ver a vida por outra forma e se não nos faz feliz, pelo menos evita que sejamos infelizes, como disse Vargas Losa.

É uma forma de comunicação fortemente relacionado com a música; tem as suas raízes históricas nas letras de acompanhamento de peças musicais. Tal como na música, o ritmo, tem uma importância fulcral na poesia.

A poetisa Sophia de Mello Breyner fazia os seus poemas e declamava-os em simultâneo.

Os poetas cantam a vida. Como o poeta popular António Aleixo, que sendo mais ou menos analfabeto, cantou a vida em quadras lindas. Como esta: quem trabalha mata a fome/ não rouba o pão de ninguém/quem não ganha o pão que come/rouba sempre o pão de alguém.

A Maria José Fraqueza, o Casimiro de Brito, o Mário Zambujal, o Orlando Bica, o Augusto Silva, a Maria Romana e se calhar outros, são referências da poesia costeleta.

Espero que continuem.

Ab.

João Brito Sousa

Do romance

ONDE SOPRA O ARACATI


Aqueles homens partiam para os interiores selvagens sem olhar para os lados e para trás, ora em busca de pedras e metais preciosos, ora do gentio para escravizá-lo. Um, três, cinco, oito anos! Às vezes, esperava-se para nunca mais! Alguns se transformaram em lendas. Com o passar dos anos, rareavam. Ainda assim, pergunta-se: eram homens ideais? A quem interessava, se a coragem não valorizava a mulher além de sua condição servil?
Chapadões, serras, vales, florestas, litoral... onde estivesse o homem, anunciava-se a miscigenação miraculosa entre europeus, índios e negros, originando caldear consistente, caracterizado pela cultura antepassada multifária.
Primeiro, foi o encontro entre portugueses desasseados e índias. Eles não tomavam banho, lavavam as intimidades e ficavam por aí. Elas se banhavam de duas a três vezes por dia. Constituiu-se em raridade a cruza entre o índio e a mulher branca.
O português pioneiro, desqualificado e egresso da pior delinqüência, era rude, insensível, desumano, egoísta e cobiçoso. Outros tantos adjetivos se amontoariam, melhor definindo a espécie de gente que veio para as terras do Novo Mundo.
As índias eram livres para o amor. Esse relacionamento modificou as carcterísticas físicas e culturais da descendência. Surgia o filho das terras recém descobertas, virgens e expectadoras das ritualísticas tribais. Era uma geração nova traduzindo a mestiçagem indômita do Brasil embrionário, onde o macho decidia o destino dos grupamentos, como ação imperiosa da natureza mais determinadora.
A mulher paria e trabalhava. O índio pescava, caçava e guerreava. O português desbravava, colonizava, explorava e farejava riquezas; sua prole mameluca emergia do mundo aventureiro. Do futuro dessa gente, quantos sabiam? Ah, se advinhassem!
Bifurque-se o entendimento sobre a causa e natureza da opressão sofrida pela mulher. Muitas são desconhecidas; outras, óbvias. Não havia pior que o indígena no vezo de tratá-la com superna indiferença. Pouquíssimo como companheira, mãe de seus filhos, parceira na dor e na alegria. Se o homem branco rendia homenagens ao seu falo, subindo-lhe à cabeça os comemorativos afins, subjugando a mulher à intensidade de sua lascívia para, ao depois do prazer, mantê-la ainda disponível ao seu lado como companheira, mãe e mantenedora do lar e da educação dos filhos, o indígena, a seu turno, fazia a mesma operação, só que rendendo tributo ao tacape, com desprezo à fêmea após o êxtase. Contraditoriamente, as rudes experiências do gentio foram de enorme validade, pois nada mesquinhas à liberação da fêmea, transformando a história numa aventura de libertação feminil.
Se a protagonização e o patrocínio dos portugueses fossem algo exclusivo na encenação dos fatos e acontecimentos, a História mostraria resultados muito diversos. Com o português, o sentimento de posse sobre a mulher obrigava-a ao conviver monogâmico. É verdade que nunca se traiu tanto; quem pensar o contrário, recorra à história e encontrará lares tomados de choramingos e reclamos. Os homens lançavam-se nas mais variadas empreitadas, tantas vezes sucumbindo em favor das grandes descobertas. Deixavam suas jovens esposas sob esperas indefinidas. O homem branco não se liberava da tradição egocêntrica no que tangia à posse irresoluta da mulher. Quando à índia, mantinha-se ela ao alcance da lascívia do aventureiro português. O índio não mastigava mesquinharias como as cunhadas pela civilização européia. Entregava-se ao sentido procriador das relações.
Em algum lugar da alma sertaneja remanescem singularidades dos preadores de bugres, coabitando com a doçura, a ingenuidade e a selvageria do gentio.
Na comunidade indígena, primeiro o homem. A mulher encarnava a submissão; aquele cultivava o hábito da liberdade. A mãe era babá e ama de leite. Nutria o filho, que atendia aos predicativos e circunstâncias ditadas pelo pai. Ela não influenciava na criação.
O índio era apático em relação à mulher, no momento da divisão do pão. A exceção revelava-se quando o objeto da doação se referisse à libido.
Nos rituais antropofágicos, outorgava-se à mulher o pesado da lida. No descambar da subsistência canibalesca, aos homens, como aos leões, privilegiavam-se as primeiras porções, com o desfrute dos melhores nacos da carne moqueada. Também eram homens, esses inconfundíveis da raça!
Morto o marido, a índia casava com o cunhado, que a escravizava e desconsiderava sua honradez. Nessa trilha, amamentava o filho até após completar quatro anos. Depois, o menino deixava-a e seguia o pai no aprendizado das artes do arco, dos escudos de couro de anta, do tacape, da esgaravatana, do fojo, do mundéu ou arapuca, das bolas e tantas quantas existissem no grupamento tribal a que pertencesse, visando a guerra, a caça e a pesca.
As mulheres idosas preparavam farinhas, venenos e bebidas fermentadas, como o aypy-y, licor de aipim; o auaty-y, , licor de milho; o caju-y,, licor de caju; o janipa-y, licor de jenipapo; o pacova-y, , licor de banana. As bebidas recebiam o nome genérico de caju-y. Os europeus alteraram tal referência para cauim. As velhas índias facilitavam a fermentação das raízes e frutas, mastigando-as.
O pai dava nome à criança, que podia ser de uma árvore, um animal ou uma ave. Crescida, ela escolheria o nome de guerra definitivo conquistado nos combates. Essa troca encerrava a simbologia do merecimento, sem o qual o índio permaneceria com o nome original até a morte.
Eram muitos os encargos da mulher. Os homens caçavam, pescavam, construíam as malocas, protegiam a tribo e guerreavam. Elas teciam redes e cordas de embira ou algodão; moqueavam a caça e o peixe; limpavam cadáveres humanos nos festins antropofágicos; reduziam peixes a pó para melhor conservá-los; fabricavam utensílios domésticos, como talhas, vasos de barro, cuias, cestas e balaios de palha, peneiros, igaçabas, tipitis, canastras de junco, patiguás, jamaxis; produziam farinha de mandioca. Na agricultura, os homens limitavam-se a roçar o mato, enquanto a mulher plantava, cuidava e colhia os principais alimentos da subsistência, como mandioca, milho, cará e feijão. Nas matas, elas transportavam provisões e outros objetos.
Executado o inimigo, competia às índias idosas limpar o cadáver e prepará-lo para o banquete. Dele participavam aliados e membros da tribo. Fosse pouca a carne para atender os partícipes da comilança, destinavam parte dela à preparação de caldos e sopas, onde colocavam os ossos, de modo que todos comessem. Outra vez, convocava-se a mulher para o preparo da iguaria.
A antropofagia era solenidade concorrida. Nela se destacava a coragem do prisioneiro diante de sua breve execução. Amarrado, afrontava os executores, dizendo-lhes que seus companheiros o vingariam e que também já comera muitos inimigos. A bravura dos sentenciados à morte transmitia força aos vitoriosos para enfrentar futuras eventuais derrotas, não recuando nos confrontos. Os índios não gostavam de medrosos e covardes. Acreditavam que lhes eram transmitidas essas qualidades, ao se banquetearem com sua carne.
Quando não submetiam o prisioneiro ao ritual do sacrifício de imediato, levavam-no a aguardar a ocasião em local próprio. Ali, o inimigo recebia bom tratamento. Destinavam-lhe uma mulher para acompanhá-lo. Advertiam-na, porém, para não se apegar ao prisioneiro.
A vantagem de ser mulher era escapar da culinária inimiga. Mantinham-na escrava. Durante o tráfico de escravos indígenas, vendiam-nas por ninharia. Valiam insignificância, embora representassem mão-de-obra importante.
São apontamentos de fatos e acontecimentos apurados pelos idos de mil, quinhentos e poucos, quando os conquistadores espanhóis, para as bandas do pacífico e dos andes, alimentavam seus cachorros com carne de índio, segundo afirmava o Frei Bartholomeu de Las Casas. Matavam-nos e faziam postas, como se se tratassem de bichos do mato.
Os costumes transmudaram-se, plantando-se a semente da civilização nas serras, vales, campos, areias e oceano. Forjava-se um povo mais-que-perfeito, lavrador de liberdades, repugnando os anos de subserviência, dor e desrespeito, sentenciando que no Ceará não tem disso não!
Mudanças profundas. Deu-se caldeamento gerador de mulheres fortes, decididas, tuxauas! A "Capitania do Siará" de 1535 ficara para trás.

da autoria de
Antonio Kleber Mathias Netto


Saudações Costeletas
António Encarnação


UM PEQUENO TEXTO

OS ESCRITORES


Escrever é um acto solitário, E de sofrimento também Frente a frente, o autor e o papel, as ideias, o plano da obra e o livro acaba por sair. Nesse dia há um misto de contentamento e dor. Contentamento porque a obra foi concluída; dor, porque a mesma vai começar a enfrentar as dificuldades da caminhada, que, por vezes é muito difícil.

Para se escrever um livro, precisamos de possuir bons conhecimentos sobre muita coisa, sobretudo acerca da matéria que queremos abordar. Mas além desse saber, há que seleccionar os objectivos da obra, saber onde queremos chegar e outras coisas mais.

Um dia perguntei a um escritor como é que se chegava a escritor. A resposta foi, treinando muito. E eu acrescentaria, lendo muito, também

Quando se escreve, há uma motivação para o fazer e a pessoa que escreve sente-se realizada nesse campo. Ser escritor é uma profissão que enobrece quem tem esse desempenho. Porque o escritor ensina e tem no horizonte tornar o mundo melhor. É esse o seu contributo, como disse Vergílio Ferreira.

Escritor, é aquele que escrevendo prosa ou poesia, faz do leitor um homem melhor.

Os poetas ou os homens da expressão dos sentimentos, escrevem aquilo que sentem. Um poema é uma maneira bonita e agradável de transmitir uma ideia tornando o texto belo.

Escrever um poema é simultaneamente compensador e divertido. Um poema deve conter musicalidade, sonoridade e sobretudo mensagem. Escrever é uma forma artística de estar e exige uma aprendizagem constante. E desenvolve o lado espiritual de quem o faz.

Um escritor vê o mundo de forma diferente, observa melhor as injustiças que proliferam à sua volta e denuncia-las. Os poetas cantam o amor à vida, são mais sensíveis e dizem mais com menos palavras.

A escrita, como arte que é, tem evoluído muito nos últimos anos. Há mais gente a escrever o que não significa mais qualidade. Mas as pessoas pensam mais. Poderá ser um bom indicador para se conseguir uma sociedade melhor.

O escritor é uma pessoa polémica, que procura entrar no coração dos outros, com as suas histórias, levando-as a discutir consigo próprias os contornos da vida. O amor e os desgostos de amor também. Os conflitos que surgem no dia a dia, a razão … tudo isso.

Obviamente.
João Brito Sousa

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010


SITUAÇÃO NO BLOGUE

Algumas considerações;

1 - Tem vida e está aí com aquilo que pode dar. Pode melhorar se os costeletas quiserem. Só isso. Em minha opinião, o blogue deveria conter textos que motivassem os leitores costeletas a discuti-los, transmitindo-lhe dinâmica e profundidade.

2 - Estou convencido que muitos costeletas dizem cobras e lagartos, mas no fundo gostam disto. (aconteceu comigo)

3 - Eu preferia que a linha do blogue incidisse sobre assuntos da vida académica costeleta, porque estou convencido que há historias para contar.

4 - Há costeletas que há muito tempo que não põem cá os pés, como diz o Rogério e seria interessante que regressassem. O que se passa contigo Romualdo Cavaco? E contigo Norberto Cunha?

5 - Gostava que o blogue nos desse confiança, quero dizer, gostava que houvesse textos e comentários livres. Quero dizer, se um de nós disser NÃO, que o dissesse com respeito e fosse comentado com educação.

6 - Que tenhamos coragem.

7 - Em minha opinião, a prosa do Jorge Tavares é indispensável aqui, bem como a do Maurício Severo, a do Diogo, a do Palmeiro, Alfredo Mingau e de todos.

8 - A poesia da Maria Romana onde anda?

9 - E um poema Casimiro de Brito, porque não.

10 - E uma crónica do Mário Zambujal, porque não'

11- O MEU POEMA


VENHAM

Era tão bonito que todos viessem.
E que fossemos todos vistos e tidos
Como colegas ... e amigos também.
Talvez os casos ficassem resolvidos

Sim, há casos, de má interpretação
Penso que é isso, estamos distantes
Era tão bonito um dar ao outro a mão
E tudo voltasse a ser como era dantes


E estou disposto a isso de verdade
É dessa paz poderia vir a felicidade
Para que todos aqui permaneçam


Poderíamos fazer uma boa equipa
Por isso peço a cada um que reflicta
No que foi a nossa Escola e VENHAM.


Ab.
João Brito Sousa

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

DO CORREIO

Padeira


RUA BRITES DE ALMEIDA


Todos os Costeletas conhecem esta Rua , que vai do Largo do Pé da Cruz até “ ao Largo da Alagoa “ Praça Alexandre Herculano e também é continuada por outra Rua que dá até ao Arco do repouso início do Largo São Francisco .
Foi uma Mulher do Povo cuja vida se tornou Lendária ! nasceu em 1350 , talvez entre Faro e Loulé . Filha de donos de uma pequena taberna , bem cedo se revelou uma moça nada de acordo com o papel de submisssão tradicional da mulher nessa época . Falam que não era bonita mas sim muito Forte , se fosse actualmente de certeza que teria fama de lésbica.
O jogo do Pau era uma arte que o Povo cultivou até há cerca de meio Século, como forma de defesa imitando a espada “ arma da época “ e Brites cedo dominou o jogo do Pau e também a espada . Ficando orfã pouco depois dos vinte anos , vendeu todos os seus bens e se fez ao mundo, andou de feira em feira, cidade em cidade e sua fama de valentona a procedia . Foi essa fama , que levou um soldado alentejano machista e fanfarrão a lhe propor de forma maldosa “ casamento “ , ao que ela o desafiou para um duelo e se ele vencesse casava ( entendem ? ) com ele . Por acidente o feriu de forma profunda que o levou á morte .
As leis na época eram muito sumárias e matar um soldado era crime grave , a nossa conterranea decide fugir para Espanha embarcando num Barco o transporte mais prático na época , não contava era que a embarcação fosse atacada pelos Piratas mouros que assaltavam as costas Portuguesas da mesma forma que os Portugueses e Espanhois assaltavam as do Norte de África , acabou sendo presa e vendida como Escrava em Argel a um senhor que também era dono de outros dois escravos Portugueses .
A vida como Escravo não era fácil e ela pela mãnha se finge de obediente , até que surge a oportunidade e matam o Dono , roubam um Barco e fogem . No entanto uma tempestade atrapalhou os objectivos e acabaram por apanhar terra próximo da Ericeira .
Não tinha prescrito ou sido esquecido o caso da morte do soldado , sabia que podia ser apanhada e daí convenceu os companheiros a seguirem sua vida , se disfarça de Homem compra 2 mulas e exerce actividade de Almocreve ( transportes de terra em terra de mercadorias ) mas não sendo já muito nova esse modo de vida torna-se difícil , e passando por Aljubarrota é informada que a Padeira da terra está muito velha e precisa de uma ajudante acabando por ser admitida , passado dois a tres anos morre a padeira e Brites fica herdeira da Padaria .
Todos conhecem os factos históricos que levou á batalha de Aljubarrota , a nossa Algarvia já com cerca de 40 anos e debaixo daquele entusiasmo ouve o fragor da batalha e não aguenta, o antigamente vem à tona. Corre para o campo da peleja, recolhe a espada de um moribundo e trata de juntar-te à tropa portuguesa e à arraia-miúda que perseguem os espanhóis já em fuga .
Desgrenhada, esfarrapada, ensanguentada, ao anoitecer chega a casa. Estranha que a porta do forno da padaria esteja fechada quando tem a certeza que a deixou aberta. Trata de reabri-la e dentro do forno vê sete soldados castelhanos que fingem dormir. Agarra na pá de ferro e começas a arrear porrada valente em todos eles. Gritando de dor, vão todos saindo, um a um. é quanto basta para que, dando um golpe na nuca de cada qual, todos eles tombam mortos. Diz-se também que, depois do sucedido, Brites teria reunido um grupo de mulheres e constituido uma espécie de milícia que perseguia os inimigos, matando-os sem dó nem piedade.
Consta que se casou mas se desconhece a data da sua morte .
A história desta padeira se tornou célebre e Brites foi transformada numa personagem lendária , uma heroína transmitida e celebrada pelo povo nas suas canções e histórias tradicionais . A 14 de Agosto, há uma procissão em Aljubarrota. E à frente dessa procissão vai sempre a pá de ferro atribuída .
Desconheço se a Placa da Rua brites de Almeida faz menção á Padeira de Aljubarrota ?
Aproveito para enviar um abraço ao costeleta Alfredo Mingau autor da Rubrica e agradecer as dicas que me deu .
Saudações Costeletas
António Encarnação


O GOSTO DE ESCREVER

De Alfredo Mingau

Quando se escreve, e quem o faz com o objectivo da satisfação, tem sempre presentes três aspectos fundamentais:

a narração, a descrição e a dissertação

NARRAÇÂO

Narrar é contar uma história, que pode ser real ou imaginária, fictícia, ou, mesclando dados reais e imaginários. Essa história deve envolver personagens, que interagem entre si gerando acontecimentos, os quais ocorrem em um determinado lugar e em uma determinada época.
.
Assim, a narração se caracteriza por ser uma modalidade dinâmica de redação, na qual predominam os verbos de ação, ao contrário da descrição, onde predominam verbos de estado (ser, estar...).
.
Ela baseia-se numa evolução de acontecimentos, mesmo que não mantenham relação de linearidade com o tempo real. Assim sendo, está pautada em verbos de ação e conectores temporais.
.
A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo do papel que o narrador assuma em relação à história. Numa narrativa em 1ª pessoa, o narrador participa activamente dos fatos narrados, mesmo que não seja a personagem principal (narrador = personagem).
.
Já a narrativa em 3ª pessoa traz o narrador como um observador dos fatos que pode até mesmo apresentar pensamentos de personagens do texto (narrador = observador).

DESCRIÇÃO

A Descrição, ou texto descritivo, é a redacção que dá informações detalhadas sobre determinado ser, objecto, lugar ou mesmo um sentimento. O objectivo desse texto é fazer com que o leitor consiga imaginar e recriar na própria mente a imagem do ser ou objecto descrito.
.
Num texto descritivo, não há uma relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases. Dessa forma, sua ordem pode ser alterada sem mudança do sentido global do texto.
Predominam os substantivos e adjectivos, e apesar de ser possível a existência de verbos de acção, prevalecem os verbos de estado (ser, estar...).

DISSERTAÇÃO

Em primeiro lugar, é preciso analisar o tema dado e levantar idéias sobre o assunto.
Na maioria das vezes, o tema é amplo e pode dar margem a vários desdobramentos. O Costeleta João Brito de Sousa, que me recorde, comentando alguns dos meus textos escrevia, “tem pano para mangas, dava para escrever um livrto”.
Não perca tempo, preocupando-se com estar inspirado ou não.
Anote todas as ideias relacionadas ao tema que lhe vierem à cabeça. Faça como eu.
Essas anotações o ajudarão a definir a linha de raciocínio a ser seguida na dissertação.
Uma dica para quem está se preparando e quer fazer boas redacções dissertativas é ler revistas, jornais, artigos, livros etc.. Eu leio muito.
Quanto mais material for lido, mais ideias surgirão nos momentos necessários.
.
Esta terceira modalidade, a dissertação, que é a que nos interessa, tem como objectivo defender uma ideia por meio de elementos que reiterem a todo momento o ponto de vista de quem escreve, tornando cada vez mais esse ponto de vista aceitável, perante o leitor.

Nota do autor: - Tenho vários trabalhos “em cima do joelho” de grandes figuras Algarvias. Este meu texto é apenas uma narrativa descriminada sobre a dissertação que emprego na congeminação das minhas obras para o blogue
Inté
Recebido e colocado por RC.

DESMOTIVAÇÃO


"As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando não as encontram, as criam." (George Bernard Shaw)

A perda de entusiasmo é um processo endógeno, ou seja, inerente a cada um. Parte de dentro para fora e pode ser consequência de diversos factores. Primeiro, de um trabalho desalinhado com os propósitos de cada um, em especial missão e visão. Segundo, é natural que gradualmente o interesse se desvaneça, e não se enxerga sentido no que se faz, porque, se insurge contra outrem. Terceiro, não aceitar as considerações que façam do nosso trabalho

Aplacar os sinais de desmotivação depende exclusivamente de cada um. Em princípio, é necessário estar atento para identificar estes sinais. Em seguida, procurar agir para combatê-los. Isso pode significar mudar ou melhorar o ambiente de trabalho, buscar relações mais amistosas com os outros, mesmo que não os conheçamos.

É necessário alterar, sempre que possível, a rotina, perseguir novos desafios e estreitar um diálogo construtivo, para não haver perda de entusiasmo. E aí, a desmotivação desaparece para dar lugar a projectos mais criativos! A comunidade “Costeleta” gosta de criatividade.

A desmotivação e o afastamento resultam em saudade. Saudade de voltar a criar, de conviver. Porque escrever é conviver.
E escrever no nosso Blogue é conviver.
RC



A crueza dos números


Abrir o blogue dos costeletas e ler os seus textos e comentários continua a preencher algum tempo do meu espaço de leitura.
Com alguma tristeza, esse período tem vindo a diminuir e por vezes, limito-me a abrir e fechar o site, porque há pouco ou nada para ler.
Esta situação, aliada à curiosidade natural da minha formação profissional, conduziu-me à análise do conteúdo estatístico inserido, e muito bem, no blogue e referente ao número de textos publicados por dia/mês/ano.
Duma forma sucinta passo a descrever:
No ano de 2009 os textos publicados mensalmente, de Janeiro a Dezembro, foram os seguintes:47, 41, 35, 44, 30, 44, 39, 57, 68, 78, 107, e 101.
Em Janeiro de 2010, o número de publicações foi de 49 e nos primeiros 10 dias de Fevereiro, foi 8.
Estes números demonstram que no ano transacto o blogue foi enriquecido com a participação dum maior número de textos a partir do mês de Agosto, atingindo o seu nível mais elevado nos primeiros 10 dias de Dezembro.
Esta tendência inverteu-se a partir do final de Dezembro, tendo-se agravado particularmente, no mês passado, sendo que a expectativa para o corrente mês não é melhor.
Procurei fazer uma reflexão sobre as razões que possam estar na base deste aparente vazio de colaboradores, analisando quem escrevia, quem escreve, quem comentava e quem comenta.
Penso ter encontrado algumas razões para tal, mas porque as mesmas poderão ser demasiado críticas e algo fracturantes, limito-me a transmitir as que individualmente me assistem: Também deixei de escrever e comentar ... por desmotivação ( talvez temporária).

Um abraço costeleta

Nota: Acabei de tomar conhecimento da c omemoração do quinquagésimo aniversário de casamento dos costeletas e particulares amigos - Mimi e João, bem como Maria José e Rui. Parabéns a ambos os casais pelo bonito aniversário, especialmente como exemplo para as novas gerações.

Jorge Tavares
costeleta 1950/56

domingo, 14 de fevereiro de 2010

EFEMÉRIDES

ANIVERSÁRIOS
FAZEM ANOS NA 2ª QUINZENA DE FEVEREIRO

. 16 - António da Cruz Bica; João José Machado; Eduardo Octávio Abreu Neves. 18-António Santos Domingos. 19-Maria Luísa R. Marques Alves Miguel. 20-Armando Pereira Gonçalves; João Manuel Prudêncio Oliveira. 21- António Gonçalves Melão; Maria Alzira de Sousa Silva; Maria Filomena Farinha Prior de Sousa. 22-Fernanda Marçal Morais Nascimento. 23-Francisco Cabeleira; José Joaquim Silva. 25-Almerinda Santos Coelho;Jorge Manuel Matos Santos 26-Florêncio Pereira Vargues; Helder Madeira Tavares Belo; José Rodrigues Gonçalves; Vasco Gil da Cruz Soares Mantas. 27-João Rosário da Silva; Francisco José Coelho. 28-Adília Nascimento Nunes Aleixo; Alice Baptista Romão Lopes; José Joaquim Fernandes; Maria de Fátima Madeira Gago; Maria João Mendonça Rolão. 29-Maria da Conceição P. Tinoco Pudim

PARABÉNS A TODOS


O NOSSO PRESIDENTE ELEITO MEMBRO DO CONSELHO DlRECTIVO NACIONAL DA ANAFRE


O «costeleta» Joaquim Teixeira, presidente da nossa Associação e do nosso Jornal, Presidente da Junta de Freguesia da Sé (Faro), foi eleito, durante o XII Congresso da ANAFRE (Associação Nacional de Freguesias), para fazer parte do Conselho Directivo Nacional desta Instituição.
As nossas felicitações ao nosso dedicado Presidente, a expressão da honra que para todos os costeletas representa esta eleição e as maiores felicidades no desempenho do cargo que, saber, engenho e dedicação, não lhe faltam, como no quotidiano o tem concretizado


BODAS D'OURO

PARABÉNS MIMI E JOÃO
Completaram 50 anos de vida conjugal os nossos dedicados amigos e devotados obreiros da nossa Associação, os «costeletas» Mimi e João, duas referências da amizade de todos nós e desta obra que nos honra e orgulha.
Foi há mais de meio século que neste conviver na Escola essa fase tão linda da adolescência que é o despertar da amor, que a Mimi e o João, encetaram esta aventura maravilhosa, que culminou no casamento e que ora conheceu as suas «Bodas de Oiro».
A presença e palavras do nosso Presidente, Joaquim Teixeira, foram a expressão e os votos de todos nós, que aqui reiteramos repetindo o que essa outra figura veneranda de costeleta, o Joaquim Almeida Lima, poetou:

«E os amigos vão rezar

P'ra que este casal amante

Ainda possa festejar

As Botas de Diamante».

PARABÉNS ZEZINHA E RUI
Com grande esplendor e elevada solenidade decorreu, na Igreja Paroquial de N. Sra. do Carmo, na Fuseta, onde há meio século se consorciaram, a Euca.ristia de Acção de Graças pelas «Bodas de Ouro Matrimoniais» da querida «costeleta» Maria José Fraqueza (poetisa, escritora, dinamizadora culrural, professora, etc), a nossa «Zézinha» e de seu esposo Rui Fraqueza. A celebração foi presidida pelo Padre Alberto Teixeira, Pároco daquela Comunidade e abrilhantada pelo Grupo Coral da Paróquia.
Seguiu-se num salão de festas, em Olhão um fraterno almoço e um animado convívio, que se prolongou tarde em fora, com a participação de conhecidos artistas.
Para este casal amigo as maiores felicidades do Mundo e os parabéns da «Família Costeleta».

RC

sábado, 13 de fevereiro de 2010


REFLEXÃO


Queria aqui manifestar o meu apreço e agradecimento ao colega Diogo, pelos dois excelentes artigos de opinião com que nos brindou.
Se em relação ao primeiro, “Divagando sobre a democracia” subscrevo totalmente o seu teor, já em relação ao segundo “Divagando sobre a república e a monarquia” entendo que deverá ser, neste momento, uma questão de difícil aceitação. Isto sem entrar no mérito de um ou de outro regime. Neste momento que o País vive, é quase impossível, que qualquer solução seja pior da que está e do que se prevê para o futuro.
Acho que os dois artigos merecem sem dúvida uma profunda reflexão, algo que me parece não é do interesse de muita gente neste país.
Sei que vou criar à Direcção do Blogue alguns problemas, mas não resisto a jogar na fogueira algumas achas.
Porque será que Portugal atravessa ciclicamente situações de crise, de corrupção, de fome e de miséria?
Permito-me transcrever algumas linhas do livro “Afonso o Conquistador” da autoria de Maria Helena Ventura, páginas 47 e 48.
Numa das suas deslocações a Paço de Sousa, houve quase em surdina, da boca do povo:

-“De passagem ouve-lhes as necessidades, promete melhorias num futuro próximo, condoído com a palidez dos rostos.
- É muita fome senhor… Muita fome senhor … Muita fome
- Vozes baixas, quase interditas aos ouvidos dos detentores de tenências, gente próxima do rei, dentro desses domínios, com poder de execução da justiça pela mão de seus delegados. Afonso chega-se mais perto de Gonçalo Mendes de Sousa:
-Fome em terras tão fartas? Trata de saber porque não desenvolve o Ranha a região que governa.
Nem eu sabia. A ver se meus servidores começam a trazer informes mais detalhados.” (fim de citação)

Quase mil anos depois, os detentores de tenências continuam sem saber de nada.
Darei aqui um salto na História e se me for permitido irei transcrever um pequeno trecho do livro “D. Sebastião e o vidente” de que é autora Deana Barroqueiro (páginas 85 e 86).

“-D. Henrique sofria com admirável constância o peso da difícil governação daqueles conturbados reinos e senhorios…
- Temo por Vossa Alteza, reverendíssimo Senhor - alertava-o o embaixador Álvaro de Castro -, ao aceitardes a administração de um império cujo rei é pupilo, que nunca padeceu tantas necessidades como as de agora e cuja gente está pervertida que será mui dificultoso reformá-la. A corrupção que em Portugal se manifesta em todo género de cousa mostra quão necessário é plantar novo reino, novos homens, novas leis, novos costumes.
Como é possível que, possuindo nós todas as riquezas do Mundo, sejamos os mais pobres dele? – escandalizava-se ainda Pires de Távora.
A agricultura, que em toda a parte se estima o nervo principal das nações, aqui olha-se como insignificante ou inútil. Além do mais, os portugueses vivem adormecidos de alma e corpo, na indolência e gastando acima das suas posses.
-Até os estrangeiros que nos visitam por pouco tempo se dão conta do desdém que o nosso povo tem pelo trabalho – lamentava D. Álvaro. Dizem que os portugueses se dão por desonrados se tiverem de procurar emprego para as mãos, que preferem roubar a trabalhar!
Pires de Távora acusava com ousadia, seguro da rivalidade e ciúme entre os cunhados:
- A Rainha foi a primeira a dar o mau exemplo! Os COFRES DA FAZENDA estão vazios, graças à generosidade da Sereníssima Senhora, sempre pródiga na concessão de prelazias…” (fim de citação)

Muitos episódios idênticos aos relatados, ao longo da nossa História, levam-nos a pensar, que esta sina, será o destino de um Povo? Não quero acreditar em tal, mas…
Em Junho de 1926, já com 16 anos da implantação da República e em plena ditadura militar, alguém se lembra de ir a Coimbra e trazer para as Finanças o doutor Salazar. Veio como “ultimo recurso, como salvador da Pátria” e aguenta 13 dias. Regressa a Coimbra para a tranquilidade da docência, tal foi o estado em que encontrou os cofres do País.
Ao fim de mais algum tempo e sem que os militares encontrassem solução para o estado da Nação, voltam de novo a convencer o professor, que se instala em Lisboa de armas e bagagem. Ao fim de 2 anos era unanimemente considerado que “o homem” tinha operado um autêntico milagre com as finanças do país. Não houve revolução, não houve assalto ao poder, houve trabalho e competência.
Mais de 40 anos se passam (tempo demais sem dúvida, talvez 20 anos a mais) e o regime implantado então, sai pela “porta baixa” através de uma revolução previsível. Será que se pode mesmo chamar revolução? O que tem havido de revolucionário na democracia então implantada?
Estou de acordo com a frase de Churchil citada pelo Diogo, mas pergunto, qual democracia?
A do grande estadista ou a pseudo democracia que vivemos aqui, que se assemelha a tudo menos a uma democracia?
Uma democracia controladora da comunicação social, os factos são conhecidos de todos e só não vê quem não quer. Uma democracia que tem mais de mil entidades (Institutos, fundações, entidades reguladoras (ou será desreguladoras) e quejandos, que gravitam na esfera do Estado, suportados pelo “bolo” e com altíssimos salários para gáudio dos amigos e de quem der jeito agradar. Uma democracia injusta que cria autênticos nababos, atribuindo-lhes, duas, três e há casos de quatro, pensões, cujos valores acumulados são uma ofensa para quem trabalhou mais de 40 anos e sobrevive com menos do salário mínimo. Penso que não será necessário citar casos concretos. É uma democracia injusta, com pensões de 12 000 € e pensões de 200 €.
Hoje fico por aqui, citando apenas o cantor brasileiro Zé Ramalho, “este pode ser o país de toda a gente, mas não é com certeza o meu país”
Um abraço
António Palmeiro

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

MULHERES MAIS IMPORTANTES DA HISTÓRIA
De Alfredo Mingau
Em milhares de anos na história e nas guerras existiram centenas de mulheres que realmente seriam consideradas como as mais importantes da história, vou colocar seis, já tendo medo de esquecer, tantas Batalhadoras que nos antecederam....

CLEOPATRA - É uma das mulheres mais conhecidas da história da humanidade e um dos governantes mais famosos do Egito.

ELIZABETH I - Seu reinado é conhecido por Período Elisabeteano foi um período de ascensão, marcado pelos primeiros passos na fundação daquilo que seria o Império Britânico.

JOANA D’ARC - Joana D’arc nasceu na França no ano de 1412 e morreu em 1431 Grande personagem da história francesa e ocidental, durante a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), quando seu país enfrentou a Inglaterra. Joana D’arc foi canonizada (transformada em santa) no ano de 1920.

RAINHA VITORIA - O reinado de Vitória foi o mais longo, até à data, da história do Reino Unido e ficou conhecido como a Era Vitoriana. Este período foi marcado pela Revolução Industrial e por grandes mudanças a nível económico, político, cultural e social.

- MARIA - A mãe de Jesus Cristo, que lutou e também foi uma grande mãe, exemplo de vida e mulher....

MARIE CURIE - Foi a primeira mulher a ganhar o Prémio Nobel, de Física. "Inventou” a radioatividade surgindo interesse pelos fenômenos radioativos.
Podem fazer os vossos comentários, acrescentando a estas seis, muitas outras que a história conheceu. E são muitas. Caras "Costeletas"...
Eugénia Caldeira


PRÉMIO MELHOR ALUNO 2008 - 2009


A aluna Eugénia Caldeira irá receber, no dia 10 de Abril próximo, o prémio instituído pela nossa Associação, por ter sido considerada o "Melhor Aluno 2008-2009".

Recebemos da Eugénia Caldeira, a carta que a seguir transcrevemos:


Foi com evidente prazer que me vi presenteada com o prémio de melhor aluno finalista da Escola Secundária Tomás Cabreira no ano lectivo 2008/2009.
Numa época que é uma ode à individualização e especialização em áreas cada vez mais restritas e distintas, a qualidade de educação torna-se um factor cada vez mais importante para o desenvolvimento das sociedades. Só incentivando o estudo nas gerações mais novas e, mais importante, o gosto pelo estudo, se pode esperar um futuro educado e progressivo. É por experiência própria que confirmo o esforço sempre presente da Escola Secundária Tomás Cabreira em proporcionar aos seus alunos as melhores condições de educação, bem como facultar o acesso a diferentes experiências educacionais, das quais ressalto o intercâmbio em que participei: o Projecto Comenius, entre Portugal e Itália.
É com esta certeza em mente que felicito a direcção da Escola Secundária Tomás Cabreira e a Associação de Antigos Alunos da mesma, "Os Costeletas", pela iniciativa de distinguir o melhor aluno de cada ano lectivo. Desta forma, não só é reconhecido o mérito do aluno premiado, como é lançado um incentivo ao restante corpo estudantil a trabalhar nesse sentido.
Pessoalmente, quero agradecer desde já a distinção que este prêmio representa, bem como o reconhecimento por todo o trabalho elaborado durante a minha vida académica na Escola Secundária Tomás Cabreira. Considero os três anos aqui passados como os que mais contribuíram para o meu desenvolvimento pessoal, e não posso deixar de assinalar a relevância dos professores e da própria Escola para o meu sucesso académico, sucesso este que me permitiu uma das primeiras colocações na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.
Despeço-me assim com um último agradecimento por todo o cuidado dispensado, e com os mais sinceros desejos de que esta iniciativa se prolongue por muitos anos.
Eugénia Caldeira


(O prémio será entregue a Eugénia Caldeira, na sessão solene do Aniversário da nossa Associação, a efectuar no Auditório da nossa Escola pelas 15h00 horas - entrada livre)
Eugénia Caldeira - "Melhor Aluno 2008 - 2009"

19º Aniversário da Associação

Dia 10 de Abril na Escola

Programa

12h00 - Concentração no átrio

13h00 - Almoço Convívio na Cantina:

"Rancho melhorado" servido a mesa

- Caldeirada de chocos c/batata doce

- Galinha de cabidela

sopa, doces variados, vinhos, àgua, sumos

Bolo de Aniversário e café no Bar

15h00 - Sessão Solene no Auditório

Apresentação

Pelo Presidente Joaquim Teixeira

Palestra

Pelo Costeleta João Leal

Momento de humor

Surpresa!

Palavras

Pelo Patrono Dr. Domingos Grilo

Entrega do Prémio a Eugénia Caldeira

"Melhor Aluno 2008 - 2009

(O imprevisto do programa pode ser alterado)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Encerra dia 12VINTE ANOS APÓS A SUA MORTE

«CHICO» ZAMBUJAL RECORDADO EM PECHÃO



Passadas duas décadas sobre a sua morte o Clube Oriental de Pechão, uma das mais ecléticas e dinâmicas colectividades algarvias, prestou uma significativa homenagem a esse sempre lembrado companheiro, costeleta acérrimo e um dos maiores caricaturistas portugueses de sempre, que foi Francisco Zambujal.
Assim promoveu uma exposição de grande número de trabalhos do nosso saudoso colega, propriedade de familiares do autor, focando figuras das mais diversas áreas, da nossa Escola ao desporto, da política ao Café «A Brasileira», do ensino às tertúlias, etc.
A exposição, que proporcionou o salutar ensejo de reapreciar-se a obra desse genial artista, foi inaugurada com uma sessão de homenagem, em que falaram o Presidente do Clube Oriental de Pechão, Wladimiro Carromba; o irmão do homenageado, o escritor, igualmente costeleta, Mário Zambujal e o autor deste apontamento, que destacaram quem foi e o que foi o saudoso «Chico Zambujal».
João Leal


NUNCA É TARDE PARA APRENDER: A "CAUSA GLORIOSA"

Robert Middlekauff, The Glorious Cause. The American Revolution, 1763-1789, Oxford History of the United States, 2005.

Este foi um dos melhores livros de história que li nos últimos tempos. Tive tanto gosto em lê-lo que continuo na Oxford History of the United States e estou a ler o livro de James McPherson sobre a guerra civil americana com idêntico prazer. O livro de Middlekauff é uma síntese notável de um momento igualmente notável da história, que encontrou um grupo de homens (e algumas mulheres) também notáveis, para fazer uma revolução que ainda hoje está longe de se extinguir nos seus efeitos. Os EUA são um dos casos de construção política que, depois de mais de dois séculos, continua a "funcionar" com base na "intenção" original. É um país com uma génese política voluntária, fruto de uma revolução cujos objectivos "patrióticos" colocavam o poder e a sua representação como o centro da revolta, e com um sistema político pensado a partir de uma reflexão séria sobre o que é "governar" em nome do "povo", sem correr o risco de despotismo. A Revolução Francesa conheceu muitas "ideias", mas o seu produto final, os Napoleões, o verdadeiro e o de imitação, eram, como "imperadores", uma cedência ao modelo político que a "canalha" tinha guilhotinado. A Revolução Americana começou "democrática" (claro que sem os indíos e os escravos) e acabou "democrática", e por isso o seu Cincinato acabou por ser Presidente e não Rei.

No livro de Middlekauff há três momentos: a revolta que culmina no Tea Party em Boston, a guerra entre os "patriotas" americanos e os ingleses e os "lealistas", e por fim os primeiros passos da construção dos EUA, assentes no frágil equilíbrio entre estados independentes de diferente dimensão e a necessidade de "consolidar um governo", que fosse o do conjunto do país. Destas três partes, a que me parece mais bem conseguida é a primeira, descrevendo como o conflito com o Parlamento inglês sobre os impostos, o "no taxation without representation", confrontou uma tradição de autogoverno local com um império britânico com que os americanos tinham um sentido de pertença cultural, mas ao qual perdem progressivamente o respeito político. A parte sobre a guerra da independência é igualmente bem conseguida, com Middlekauff a fazer uma excelente síntese quer dos momentos iniciais na frente norte, quer, depois, na frente sul das campanhas conduzidas por Nathanael Greene, em que quase nenhuma batalha foi ganha pelos americanos e a guerra foi perdida pelos ingleses. Por fim, já depois de seiscentas páginas, os capítulos sobre os debates constitucionais e o papel de homens como Madison, Adams, Jefferson, Hamilton, Franklin, mesmo Washington, sabem a menos do que os relatos anteriores, talvez porque a linha de história narrativa que Middlekauff segue para os eventos revolucionários se adapta menos aos debates teóricos dos "founding fathers".

Tirado da net,hoje ,no blogue "Abrupto" de José Pacheco Pereira.
No meu entender muito bem escrito e o primeiro passo para se comprêender a genese dos USA
Abraço
Diogo