terça-feira, 30 de setembro de 2008

ANIVERSARIO DE ASSOCIADOS COSTELETAS


Fazem anos em Outubro

02 - Hélder Sobral Silva Mendonça. 03 - Florentino Gomes Cavaco. 05 - Manuel Madeira Guerreiro; Vitor Manuel Carlos dos Santos. 06 - Irene Dinorah Coelho Lopes; Fernando Guerreiro Farias. 08 - Clarisse Maria Cabrita; Zélia Maria Cristino Cabrita; José Gonçalves Charneca Júnior; Maria Adelina Mendonça Charneca Modesto; Maria Eduarda Aleixo Mrtins Vargues. 10 - Manuel Francisco Sousa Belchior. 11 - José Correia Xavier Basto; Joaquim Eduardo Gonçalves Teixeira; Aurora da Visitação Moscão Carvalheira. 12 - Maria da Paz Lopes Santos. 13 - José Manuel d'Assunção Brucho; Dr. José Correia. 14 - Ludgero Manuel de Matos Roque. 15 - Maria de Lourdes Pinto Machado Matos; Ezequiel Correia Pereira.

Pesquisa de Rogerio Coelho

OBRIGADO LÍDIA MACHADO


OBRIGADO PELA COLABORAÇÃO

BOM DIA.

AGRADECIMENTO,


À L. MACHADO
que chegou viu

e venceu
e escreveu

coisas lindas
para aqui.. .

Aí vão os meus cumpriementos
para ti.


João Brito Sousa

COMENTÁRIO DE ROMUALDO CAVACO DA CORTELHA TRANSFORMADO EM POST

Caro João:
A RUA DE SANTO ANTÓNIO.

Só a R. de St. António dava para escrever uma enciclopédia.Fizéste-me lembrar os concorridos anos 1950/60.

Por essa Rua também passava o Rodoviária para Olhão e, embora os carros deslizassem muito devagar e com cuidado, por vezes havia surpresas para quebrar a monotonia.

Certo domingo nessa Rua eram tantas as pessoas, talvez por coincidir com a saída do cinema, ouvimos dizer com voz aflita:"Para traz, Para traz"...Tanta aflição, chamou-nos a atenção e reparámos que era um transeunte que tinha ficado com a bota caçada numa roda do FIAT 600 do nosso Prof.Leonel Agostinho.(Prof.de Constituição Politica)Foi a risada dos presentes e a desventura do dono da bota.Um abraço.

Romualdo.


Mensagem: Rua de Stº. António

A MONTRA DOS COSTELETAS


A RUA DE SANTO ANTÓNIO
por João Brito Sousa

Falar desta rua da cidade é falar daquilo que a cidade terá de mais nobre para oferecer a quem a visita. No Natal. então, é uma enchente de malta que vem de todo o lado ver a família e os amigos e depois não falha uma visita à Rua de Santo António. É lá que está a malta do nosso tempo. E no Verão é a mesma coisa.

É lá que encontrávamos sempre o Bernardo Estanco dos Santos, o Alex (já se foi) que uma vez vi andar de tricilo dentro da livraria Silva, o Francisco Machado Valente (já se foi) a discutir o Sporting com o Ló da cortiça, o Jorge Valente dos Santos, conhecido por Jorge Barata, grande jogador de andebol e baskett e meu treinador e conselheiro técnico na minha qualidade de keeper no campeonato inter turmas de andebol, o Zé Manuel Eusébio do Sotto(já foi) o Fernando Cabrita casado com a Pina, o Franklin, o Luís Cunha (já. se...) o Diogo Costa de Sousa y su MONDIAL e muitos mais... E depois há a esplanada da pastelaria GARDY, estrategicamente situada e totalmente lotada por nacionais e estrangeiros.

A rua é a montra da cidade. Era por ali que o homem das perdizes apregoava às quatro da tarde ... éh caça brava, era ali a meio da rua, em frente ao ex BNU de hoje que o fotógrafo Cartaxo tinha a sua vitrine com fotografias dos jogos do Farense. , era ali que fica a loja do Dimas, o portador dessa risada sonora e pura que a cidade tem saudade, era por ali que o Vieguinhas e o Pardal passavam a vender os jornais, o Diário Popular e o Diário de Lisboa, era por ali que passavam às cinco da tarde os Profs. Xico Zambujal, Daniel Faria do Magistério Primário e Prof. Fortes, da ginástica do Liceu. E muitos milhares de pessoas.

E era por ali que passavam das miúdas mais bonitas da cidade, que, segundo o meu critério eram a Avelina, a Isabel Coelho e a Graciete da Escola Comercial e a Rute e a Aidé mais a Ilda Capela, que na minha, era o expoente máximo de beleza feminina da cidade.

É aí na rua de Santo António que fica a farmácia do Dr. Baptista, (repito-me tanta vez,,,) que no final do exame oral de cálculo financeiro do 4º ano lá na Escola Comercial me disse:- você sabe mais do que aquilo que pensa. Nunca mais me esqueci disso e quando passo por lá dou sempre uma olhadela a ver se me deparo com o Mestre amigo. E aí que fica a loja do senhor Rodrigues, a fina flor das lojas das cidade, que tinha coisas lindas, onde a minha mãe teve a ousadia de entrar para fazer uma compra, mas, com aquele seu aspecto de mulher do campo não teve sorte nenhuma, esperou uma hora e nunca foi atendida, porque não tinham nada do que a minha mãe queria (leia-se, não quiseram vender nada à velhota do campo), era ali o consultório do Dr. Campos Coroa, meu professor de Higiene lá na Escola Comercial que um dia na aula falou de relações sexuais e cuidados a ter e a malta baixava a cabeça e ria-se, ficavam ainda a Tipografia Serafim, a loja Tabú, a loja dos Carminhos, eu sei lá.. tanta coisa.

A cultura estava entregue `a Académica, à Papelaria Silva e ao senhor Capela.. Nesses anos cinquenta, havia trânsito que vinha do jardim para a Pontinha e era sempre muito concorrido. O coração da cidade estava ali. E penso que ainda está. Surgiram novos estabelecimentos e a zona comercial manteve o seu estatuto imponente. Não poderei esquece que mais ou menos onde ficava os TAP hoje, havia a loja ATLAS, uma sapataria de preço fixo, aspecto que julgo importante do ponto de vista comercial. Faro era a cidade inovadora e capital de distrito.

A rua de Santo António é importante para Faro como a Rua Augusta o é para Lisboa, como Les Champs Elisées o são para Paris, com Trafalgar Square é para Londres ou como Manhattan o é para Nova Yorque.

E era aqui que ficava também o café Brasília onde eu e o Firmino Cabrita Longo das Fontainhas nos preparámos para o exame de admissão para o Magistério Primário.
Era aqui...

Faro será sempre a minha cidade..

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

PARA DEBATE COSTELETA, Lídia e Manel Piorna incluídos

FRASE DE HOJE

“... nenhum de nós será alguma vez hospede de um mundo perfeito”
Baptista-Bastos, in o Cavalo a Tinta da China..

COMENTÁRIO

Sirvo-me da frase de hoje para alinhavar umas ideias sobre o que é um escritor. Vergílio Ferreira diz que um bom livro não é aquele que proporciona adquirir mais conhecimentos; é sim aquele cujo conteúdo nos torna uma pessoa melhor.

A literatura de Baptista-Bastos tem sido uma grande companheira de jornada. Descubro nela coisas maravilhosas que me põem a pensar. Até me revejo na canção do Zeca Afonso:” Vejam bem... quando um homem se põe a pensar.”

Descubro na literatura de Baptista-Bastos coisas que sabia que existiam mas que não sabia que as sabia.

A frase acima, deveria estar pendurada à entrada dos nossos gabinetes de trabalho, pois deveria tornar-se numa tarefa prioritária diária, o dever de todos contribuir para a construção de um mundo melhor..

Cada um de nós, com a sua arma profissional, deveria fazer isso. .Deveríamos fazer da canção, da literatura, das artes em geral e de outras actividades profissionais a nossa bandeira. O mundo terá de ser forçosamente melhor.

E Baptista-Bastos dá o seu contributo através do seu grande talento literário. Folheio uma sua obra ao acaso e leio frases como esta:

“ Ele possuía uma completa inaptidão para ser feliz, e o seu abismo definitivo poderia concentrar-se, talvez, no imenso vazio da sua vida...”

ou esta:

“... Hoje desembaraçamo-nos dos mortos o mais rapidamente possível. Retêmo-los na memória, e por pouco tempo: mortos e velhos incomodam... "

Por tudo isto considero Baptista-Bastos um grande escritor. Porque Baptista-Bastos, não descreve a porta mas descreve sim, o que se encontra por detrás dela, que é como ele define um escritor.

Escrever e imaginar são uma e a mesma coisa., diz ele ainda.

Gostava de ser escritor.

João Brito Sousa

domingo, 28 de setembro de 2008

JOÃO MANJUA LEAL


JOÃO MANJUA LEAL e COSTELETA
EXMO SENHOR
JOÃO MANJUA LEAL.

O JOÃO É UM SENHOR e um grande costeleta

Penso que o João inicialmente morava na rua do consultório do Dr. MANUEL da SILVA, do mesmo lado da casa de ferragens que havia ali no LARGO, um pouco mais `a frente, quem vai em direcção ao café Aliança.

Conheço o JOÃO LEAL há muito tempo e a última vez que falámos, foi na comemoração dos 120 anos da nossa escola, de quem o JOÃO é um valente cultivador da honradez costeleta.
Vimo-nos nessa tarde e na noite também. Nessa tarde foi ao palco para falar da escola, dos amigos, falar de coisas da cidade, falar dos professores, como ele foi.
Falou do Mário Zambujal e do Encarnação Viegas e do Casimiro de Brito, velhas glórias da Escola.

Falou de professores que eu não conheci ou que não tive....
Falou de tanta coisa. .. e há tanta coisa que ele sabe mas não falou naquela tarde.
À noite o jantar, muito bom, muita amizade, muita cortesia, muita simpatia, muita gente boa por lá.
No fim do jantar foi ele que me procurou para me dar um abraço. Obrigado JOÃO e aceita outro meu.

A Escola, nessa noite, esteve sempre nos nossos corações e eu lembrei-me de muitos valores, como o Franklin, Francisco Zambujal, Maria José Fraqueza, Rafael Correia, Zé Marcelino e outros.
Mas o João conhece a sua cidade e tem orgulho em ser costeleta. È ele que diz, alabi... alabá.. escola... escola.. escola... alabi.... alabá.... bum... bá.

Desta vez não teve tempo de nos falar do CAÇA BRAVA... ó Caça Brava, do fotógrafo Cartaxo, do Dimas da óptica e suas gargalhadas, do moço de fretes RAFINA, do PAPA ARROZ, do PINTO MALUCO, do MARRECO engraxador, do SIDÓNIO pintor e escultor, do seu primo TÓQUIM, do PIRILAU, do ESPORA e do LIPAPROA, do CHORA MENINOS, do PATANINA, do CHICO ARPANÇO, do SABÁ, do MANEL MATA GATOS, do GRILO de tantos... de tantos..
Fica para a próxima.
Até lá aí vai um abraço do
João Brito Sousa

sábado, 27 de setembro de 2008

EU, O ANTÓNIO GABADINHO E O MAURÍCIO


A TODOS OS COSTELETAS

Ao jeito de um comunicado.

Eu, o António Gabadinho e o Maurício Severo Domingues, demos aí uns pontapés na gramática. Mas hoje, recebi do Maurício um mail de extraordinária vitalidade humana e alma de poeta. E, como é sabido, dos poetas espera-se tudo, RECONCILIAÇÃO E AFASTAMENTO também. Mas o mail do Maurício traz verdade, dignidade, a velha alma costeleta... e um abraço sentido. Aí vai um pouco, do muito que escreveu e disse,

" A Conversar é que a gente se entende " João, todos os dias vejo o Blogue e leio com interesse o que lá escreves. Deus te dê sempre essa vitalidade e saúde para continuares a trabalhar em prol dos Costeletas"...

Perante isto, resta-me enviar um abraço ao António Gabadinho pela coragem em apresentar os seus pontos de vista e igualmente um grande abraço, fraterno e amigo, a essa grande alma de poeta que é o MAURÍCIO SEVERO DOMINGUES.

E se me permitem, aí vai também um abraço para TODOS os costeletas.

Duas notas,

1 - Para felicitar e agradecer publicamente à Lídia Machado, convidada e esposa de costeleta, a excelente colaboração dada, e

2 - E esperar que o meu convidado MANEL PIORNA, um costeleta da Escola Comercial e Industrial de Elvas, vizinho e amigo do MAURÍCIO, no Estoril, me envie a sua crónica.

É tudo.

UM BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS.

JBS

O MEU PRIMEIRRO 7 DE OUTUBRO

PROFESSORES COSTELETAS














PARA A ESCOLA
por João Brito Sousa

Nos meus tempos de aluno da primária, a escola começava a no dia 7 de Outubro. Não tenho bem a certeza, mas quando fui para a Escola Comercial e Industrial de Faro, as aulas parece que começavam no dia 1 do mesmo mês.

Na primária, a D. Helena era a professora e a Escola era em Mar e Guerra. Eu vinha dos Braciais, a pé, com o Cadinho e os meus primos, os filhos do ferroviário, o Carlinhos e o Zé Louro. O Cadinho, de nome próprio Ricardo, dava cabo da cabeça da gente, porque soube que eu e o Carlinhos, uma vez, tínhamos desviado da horta do tio Afonso, uns sacos de plástico que lá havia. João, dizia-me ele para mim, amanhã quero que tragas dez laranjas. Se não trouxeres digo, à professora que estragaste os saco ao meu tio e levas umas porradas...O castigo físico sempre esteve ligado à Escola primária e, claro à professora, na óptica da educadora.

Tenho saudades da Escola primária e daqueles tempos porque, nessa altura, arranjei um grande amigo, um homem que, apesar de mais velho, sentia que dele me vinha um carinho especial. Era o homem onde ia comprar os cadernos. Tinha sete anos e tinha m amigo já homem. Tinha e tive sempre um grande orgulho nisso, de ter como amigo o António Cadeiras, o homem da loja dos cadernos. E essa amizade durou uma vida. Mandei-lhe um beijo de amizade, em direcção ao céu, quando soube eu ele tinha falecido. E mando-lhe outro agora, António, esta mensagem é para ti.
A minha primeira namorada foi a Gabriela e depois foi a Piedade. Fiquei igualmente triste no dia em que soube que ela tinha falecido e enviei para o céu “UM PAZ À TUA ALMA”. Os da minha classe eram a NAIR, a MARIA de JESUS, o ZÉ GABADINHO, o JOÃO SILVINO GAGO e o CUSTÓDIO.

O 7 de Outubro foi uma data importante para os da minha geração. Durante quatro anos foi assim. Começávamos nova vida.

Mais tarde vim a saber que o escritor Trindade Coelho, falaria dessa mesma escola no seu romance “OS MEUS AMRES”, no conto “PARA A ESCOLA”. No velho casarão do convento é que era a aula. Aporta lá estava com fortes pinceladas vermelhas, ao cimo da grande escadaria de pedra, tão suave que era um regalo subi-la. Obras de frades os senhores calculam...

Velha malta da escola como te recordo...E é com saudade enorme que me lembro do Jorge Custoidinho e do Gabriel, hoje ferreiro, que foram para a escola já velhotes. E os outros todos, o Zé Elias e o irmão, o Bernardo Estanco, parceiro do Diogo Costa Sousa, e as irmãs.

Tanta malta amiga, a Manuela Antão e a irmã, a Madalena.

O dia 7 de Outubro de 2008 vem daqui a dez dias. E nesse dia faz sessenta anos que fui à escola oficial pela primeira vez.

Porque já tinha andado na escola paga das filhas do Mestre Vicente, na Senhora da Saúde. As mestras eram a D. ALDA, a D. LÍDIA e a D.TERESINHA.

A todos os meus MESTRES, e talvez fossem mas de cem, deixo, para todos eles um grande abraço de amigo. E deixo um abraço especial para o Dr. Baptista da farmácia da rua de Santo António em Faro, que me disse após um exame oral: SABES MAIS DO QUE AQUILO QUE PENSAS.

See you.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

DEBATE ENTRE COSTELETAS E CONVIDADOS

(Daimantino Piloto foi um grande professor)
O CASTIGO FÍSICO NA ESCOLA. ( não há restrições, poderá participar quem estiver disponível e interessado)
Por João Brito Sousa

As palavras que a seguir escrevo, são apenas resultado da minha experiência como professor do ensino primário, secundário e superior. Não fiz qualquer leitura especial para escrever este texto. Escrevi ao correr da pena.

È evidente que o castigo físico que todos nós fomos vítimas desde o ensino primário é de excluir. Mas ele está aí e todos nós o sofremos. Porquê? Da resposta a esta pergunta, talvez que consigamos vislumbrar a razão de ser ou não da aplicação do castigo.

Nunca encontrei nenhum professor que castigasse por prazer mas sim por necessidade de assegurar o bom funcionamento das aulas. E quando não se consegue isso, o professor socorre-se do castigo físico. Se aplicado em último recurso, o castigo físico poderá, até, eventualmente, ser benéfico..

Todos sabem do castigo que foi vítima o costeleta Aníbal, que hoje é o Senhor Presidente da República Portuguesa. Aqui o castigo funcionou e bem.. A educação em casa funcionou.

Ora, atendendo que a Escola e a Família, em matéria de educação se devem situar lado a lado, se o castigo ao nosso Presidente funcionou no âmbito familiar, também esse modelo pode ser transportado para a Escola. Com uma ressalva; apenas quando necessário..

Eu levei quatro ou cinco vezes com a régua na primária; outros levaram cinquenta. Porquê? Bem, á primeira vista, porque eu era um aluno que estudava as lições e comportava-me dentro da razoabilidade. Os outro não e daí o castigo.

Na sala de aula há regras a cumprir. E direitos e obrigações das partes envolvidas, também. Ao aluno compete não perturbar o ambiente na sala e permitir que o professor ensine. Se o Professor for competente, em princípio domina a turma e não necessita de utilizar métodos repressivos.

Todavia, se da parte contrária houver excessos, um castigo aplicado com oportunidade tem pleno cabimento.

Sou pelo castigo na hora certa .

UMA FIGURA NEXENSE


O PROFESSOR LEITÃO
Por JOÃO BRITO SOUSA

(Texto comentado por Arnaldo Silva, costeleta felizmente reformado.)

O Professor Leitão era o professor primário de SANTA BÁRBARA DE NEXE, aí por volta dos anos cinquenta. Naquele tempo, um professor tinha aulas o dia inteiro e tinha as quatro classes e um bocado de trabalho com aquilo, porque tinha que leccionar leitura e divisão de orações, aritmética (com aquele problema das torneiras, muito complicado, que perguntava assim: Em quantas horas encheu o tanque?).

A coisa não era fácil, pois na quarta classe desse tempo, não se ensinava a regra de três simples, era tudo raciocínio lógico. Ensinava-se também História, com os reis todos e mais as dinastias e sobretudo a revolta de 1820 entre os Miguelistas e os Liberais, que era uma matéria difícil para uma criança de dez anos perceber. Havia ainda as Ciências Naturais, onde se estudava o corpo humano, com os ventrículos e as aurículas e, ainda, os batráquios, mais não sei quê, mais não sei quanto.

A sala de aula, que ficava ao pé da Torre da Igreja, era um armazém asseado. O professor morava ali também e a sala estava cheia de rapaziada (rapazes e raparigas) e havia um cântaro de água, com um copo para os alunos beberem. Um dia o Elias, que era um “Choninhas” e que se queixava muito dos outros ao professor, foi beber água ao cântaro. Escorregou, caiu, levou o cântaro atrás e o cântaro lá se foi...

Ao ouvir tal sarrabulho, o Leitão veio e... perante tal situação, virou a cara para o lado, respirou fundo e disse: “Elias, dá cá a mão! Agora são vinte, menino Elias, ouviu?”.

Nesse tempo, o grande auxiliar, do professor primário em geral e do professor Leitão em particular, era a régua que fazia milagres, como dizia o Mestre-Escola dos “Meus Amores”, do Trindade Coelho. E nisso o Professor Leitão era Mestre. Era cada dose de .... de tal maneira e força que quase se ouvia na venda do Amadeu. Apesar de tudo, é importante dizer que havia cooperação entre a Escola e a Família, resultando a (boa) educação do aluno do esforço das duas partes.

O melhor cliente que o professor Leitão tinha era o Bárbara, um rapaz destemido que não tinha medo de nada, tanto dormia em casa como na rua ou dentro do forno e a mãe não dava conta dele. Então, levava-o à Escola e recomendava ao Professor que lhe desse uma tareia das fortes. Só que o Professor Leitão nunca teve muita sorte com isso, porque o Bárbara fugia da Escola, fugia da Guarda Nacional Republicana, fugia de todo o lado. Uma vez quiseram metê-lo na cadeia e os Guardas não conseguiram, porque ele punha os pés à parede e daqui ninguém me tira.

O melhor aluno desse tempo era um dos filhos do Pai da Malta, o hoje Eng.º João Pinto Faria, grande aluno quer na primária, quer na Escola Comercial e Industrial, quer no IST, onde se licenciou em Engenharia. Quando eu cheguei à Escola Comercial em Faro, em 52, estava ele de saída, mas era um rapaz muito popular lá, jogava muito bem à bola, era defesa central, e nos jogos com o Liceu brilhava porque fisicamente era muito poderoso.

Isto foi nos anos 40.

Comentário Arnaldo Silva

Ei!! Miracolo!!!
O amigo Brito 'tá de volta! Como se diria, em boa evocação da anedota, transviou-se por uns tempos e agora voltou "aos caminhos do senhor". Faço votos para que tenha regressado para ficar.
Mas eu gostei da evocação que hoje aqui é feita porque me transportou a tempos longínquos, que marcaram uma geração. A Escola Primária, de muito boa memória, era o princípio da formação de personalidades, do despertar de interesses e capacidades, da integração na vida social para que o Homem se encontra vocacionado desde a sua vinda ao mundo. Eu, por via da profissão do meu pai, passei pelas mãos de vários Leitões (salvo seja!) e por um armazém transformado em sala de aulas, por uma verdadeira Escola (a dos Centenários) e por salas de um velho convento, em Tavira. Mas ficou, para sempre, em marca gravada bem profundamente, a recordação e os efeitos desses quatro anos. Um dia destes abordarei a diferença do tipo de ensino e discutirei a importância de se ficar a saber, naquela idade, os afluentes dos rios portugueses, as linhas férreas e seus ramais, os sistemas montanhosos, os cognomes de todos os nossos reis, as operações com "quebrados", o esqueleto humano, os... Bem! Toda essa pipa de informação que nos foi debitada pela eclétitica sabedoria dos Leitões daquele tempo e que os de hoje ridicularizam e menosprezam.
Mas não quero ir por aí, como já disse. Também não vou pela via da diferença da rigidez disciplinar de então e a flexidade - não queria dizer ausência - da de hoje.
Permitam-me que lembre apenas a sequência de jogos que se desenrolavam no decorrer de cada ano lectivo, como o do berlinde, o do botão, o do pião, o da macaca, o... E lembro este aspecto da Primária para deixar uma pergunta, para a qual ainda não encontrei resposta e que ainda hoje me intriga: quem, o quê, como se determinava a sequência desses jogos?! Venham aí, a terreiro, as cabeças conhecedoras e digam "de sua justiça"!Aquele abraço do

Arnaldo santos silva
Felizmente reformado

COMPORTAMENTOS


NOÇÕES DE ÉTICA, a propósito de alguns comentários direccionados a pessoas. Aqui discutem-se ideias.

A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, é um elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma espécie de "consciência moral", estando constantemente avaliando e julgando suas acções para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a óptica do certo e errado, do bem e do mal. Embora relacionadas com o agir individual, essas classificações sempre têm relação com as matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e contextos históricos.
A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os outros relações justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas ideias de bem e virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz.
A ética não é algo superposto à conduta humana, pois todas as nossas actividades envolvem uma carga moral. Ideias sobre o bem e o mal, o certo e o errado, o permitido e o proibido definem a nossa realidade.

Em nossas relações quotidianas estamos sempre diante de problemas do tipo: “Devo sempre dizer a verdade ou existem ocasiões em que posso mentir? Será que é correcto tomar tal atitude? Devo ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo risco de vida? Existe alguma ocasião em que seria correcto atravessar um sinal de trânsito vermelho?”

Os soldados que matam numa guerra, podem ser moralmente condenados por seus crimes ou estão apenas cumprindo ordens?

Essas perguntas nos colocam diante de problemas práticos, que aparecem nas relações reais, efectivas entre indivíduos. São problemas cujas soluções, via de regra, não envolvem apenas a pessoa que os propõe, mas também a outra ou outras pessoas que poderão sofrer as consequências das decisões e acções, consequências que poderão muitas vezes afectar uma comunidade inteira.

O homem é um ser-no-mundo, que só realiza sua existência no encontro com outros homens, sendo que, todas as suas acções e decisões afectam as outras pessoas. Nesta convivência, nesta coexistência, naturalmente têm que existir regras que coordenem e harmonizem esta relação.

Estas regras, dentro de um grupo qualquer, indicam os limites em relação aos quais podemos medir as nossas possibilidades e as limitações a que devemos nos submeter. São os códigos culturais que nos obrigam, mas ao mesmo tempo nos protegem.

Diante dos dilemas da vida, temos a tendência de conduzir nossas acções de forma quase que instintiva, automática, fazendo uso de alguma "fórmula" ou "receita" presente em nosso meio social, de normas que julgamos mais adequadas de serem cumpridas, por terem sido aceitas intimamente e reconhecidas como válidas e obrigatórias. Fazemos uso de normas, praticamos determinados actos e, muitas vezes, nos servimos de determinados argumentos para tomar decisões, justificar nossas acções e nos sentirmos dentro da normalidade.

As normas de que estamos falando têm relação como o que chamamos de valores morais. São os meios pelos quais os valores morais de um grupo social são manifestos e acabam adquirindo um carácter normativo e obrigatório. A palavra moral tem sua origem no latim "mos"/"mores", que significa "costumes", no sentido de conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito. Notar que a expressão "bons costumes" é usada como sendo sinónimo de moral ou moralidade.
A moral pode então ser entendida como o conjunto das práticas cristalizadas pelos costumes e convenções histórico-sociais. Cada sociedade tem sido caracterizada por seus conjuntos de normas, valores e regras. São as prescrições e proibições do tipo "não matarás", "não roubarás", de cumprimento obrigatório. Muitas vezes essas práticas são até mesmo incompatíveis com os avanços e conhecimentos das ciências naturais e sociais.

A moral tem um forte caráter social, estando apoiada na tríade cultura, história e natureza humana. É algo adquirido como herança e preservado pela comunidade.

Quando os valores e costumes estabelecidos numa determinada sociedade são bem aceites, não há muita necessidade de reflexão sobre eles. Mas, quando surgem questionamentos sobre a validade de certos costumes ou valores consolidados pela prática, surge a necessidade de fundamentá-los teoricamente, ou, para os que discordam deles, criticá-los.

(Texto retirado da net, adaptado)
Publicação de João Brito Sousa

QUEM NÃO SE LEMBRA DELE?


BERNARDINO MARTINS
por JOÃO BRITO SOUSA


Um bom homem e um bom amigo Estou a vê-lo a jogar a bola, de cabeça, `a parede, no átrio da Escola. E era capaz de estar lá o dia inteiro. Sempre com um sorriso nos lábios. Aliás, todo ele era sorriso. Bom dia Bernardino e ele respondia sorrindo...

Andava na Escola à minha frente mas tivemos sempre uma boa relação. Dava-me devaia. Levantava os braços e sorria. Viu-o uma vez a medir um tanque em cima de um camião e, ao ver-me, levantou os braços, sorrindo e contente. Éh Bernardino, dizia-lhe eu

Mais tarde, encontrei-o em TORRES VEDRAS, quando o Farense foi lá jogar. Escrevia para os jornais, agora. O QUEIXINHO era jornalista.

BERNARDINO MARTINS ou o QUEIXINHO, tanto faz, é um amigo.

O que ele fazia bem era jogar à bola. Tinha a impressão que o BERNARDINO discutia o lugar de ponta esquerda com o JÚLIO PILOTO. O JÚLIO diz que não, que era médio e o QUEIXINHO jogava na ponta. Era uma jogador valente, dos melhores que a Escola tinha nesse tempo.

Os médios que serviam a linha da frente eram o ZECA BASTOS e o FAUSTO XAVIER, ambos do BNU.O ZECA jogava do lado direito, era cerebral e por isso tinha a alcunha de PEPE, do BELENENSES, Ao lado do PEPE, jogava o JULIÃO, para ajudar o CARONHO que era o central..

O losango era assim, CARONHO a central, JULIÃO a quarto de defesa, ZECA BASTOS a médio de ataque do lado direito e FAUSTO XAVIER, o pensador e camisa dez, que fazia muitos golos e era o armador de jogo.

À frente à direita jogava o NUNO da Fuzeta e internacional júnior, o JACINTO FERREIRA era o avançado centro, o JOÃO PARRA de Olhão e internacional júnior jogava a segundo ponta de lança e na esquerda, na ponta jogava o BERNARDINO MARTINS.

A linha era assim; Malaia, Júlio Piloto, Caronho, Julião e Pinto Faria, Nuno, Zeca Bastos, Xavier e Queixinho, Jacinto Ferreira e João Parra. Técnico Professor Américo.

Melhor que isto só a linha atacante da selecção da Argentina de 1946, que ganhava tudo e a quem chamavam “La Máquina” e que era constituída por,

MUNOZ, MORENO, ADOLFO PEDERNERA, LABRUNA E LOSTAU

O Queixinho era o LOSTAU argentino. Sempre agarrado à linha, levantava o braço esquerdo e dizia para os médios, Manda Pepe. Manda Xavier..

E uma vez com a bola nos pés era um misto de Garrincha e de Chalana. Simulava que ia a sair por fora e saía por dentro, chegava à linha e centrava para o Parra que já lá estava á espera. E o João ou o Jacinto Ferreira não perdoavam.

Fazia todo o corredor do lado esquerdo e parecia o LATO da selecção da POLÓNIA. O coronel do Exército polaco e jogador de futebol, senhor LATO e o BERNARDINO MARTINS QUEIXINHO eram os únicos que faziam isso.

Viva o BERNARDINO MARINS, o QUEIXINHO.

Se isto não foi assim, desculpa lá ó Bernardino; faz de conta que foi...

Aí vai um abraço

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

LÍDIA MACHADO; CONVIDADA E ESPOSA DE UM COSTELETA


Recebi este texto de uma amiga, a LIDIA MACHADO, minha convidada e esposa de um costeleta, o António Machado de Vila Real de Santo António.

Porque é uma grande mulher, daquelas que não vergam e porque é culturalmente competente e amiga do blogue, tem, aqui, sempre que queira colaborar, um espaço à sua disposição.

Lídia amiga, OBRIGADA POR TERES VINDO..

Muito boa noite, Exmo. Senhor João Brito de Sousa
Por LÍDIA MACADO.


Aceitando tão nobre convite formulado pelo Exmo. Senhor João Brito Sousa e, não sendo eu costeleta comecei por dar voltas aos meus "alfarrábios" tentando encontrar alguma coisa de interesse para todos nós e... consegui !

JOSÉ DE CAMPOS COROA

Em 25/11/1981, o Conselho Pedagógico da Escola Secundária Tomás Cabreira deliberou, por unanimidade, louvar o Professor José de Campos Coroa, nos termos propostos pela Comissão Directiva, a que presidia então o Professor Francisco St. Aubyn:"Com 42 anos dedicados exclusivamente ao Ensino, foi no passado mês de Outubro desligado do serviço para efeitos de aposentação, o Professor Dr. José de Campos Coroa. Ao longo da sua vida soube manter a elegância, a dignidade e a simplicidade de tratamento fazendo amigos por onde passou. A sua contribuição para a causa pública, nomeadamente como gestor da Escola de Vila Real de Santo António, então em fase de arranque, grangeou-lhe justa fama e consideração no meio algarvio.

Tendo iniciado funções na então chamada Escola Industrial e Comercial de Faro, no ano lectivo de 1938-39 e tendo atingido o tempo para reforma na mesma Escola, agora chamada de Secundária Tomás Cabreira de Faro, quis o Conselho Pedagógico deste estabelecimento de Ensino prestar um tributo de gratidão e de sincero reconhecimento pela obra de Professor inteligente e prestimoso e de cidadão impoluto e servidor da sua Pátria e suas gentes, realçar a figura do educador dedicado tomando a sua profissão como razão e objectivo de uma filosofia de vida apontada para valores de dignidade, humildade, compreensão e espírito de sacrifício que hoje devem ser linhas de força do agir e do sentir dos que amam a Pátria.

A Direcção da Escola Secundária de Tomás Cabreira, por proposta do Conselho Pedagógico louva o Professor Dr. José de Campos Coroa pela forma zelosa, cumpridora e digna como desempenhou o seu magistério ao longo de 42 anos e pede licença a V. Exª, Senhor Director Geral do Pessoal, para sancionar e tornar pública essa deliberação."

Aceite os meus respeitosos cumprimentosLídia Machado

MEU COMENTÁRIO

Muito obrigado Lídia pelo excelente documento que nos fizeste chegar. É de toda a justiça trazer aqui a memória do Dr.. Zé Coroa.

QUEM SE LEMBRA DELE...


HENRIQUE JOSÉ PIRES DA CRUZ
Por João Brito Sousa

Foi um bom aluno na Escola Comercial e Industrial de Faro. Faleceu jovem e confirmou-se “ QUE OS BONS PARTEM CEDO”.

Natural de S. Brás de Alportel, muito bom rapaz, o Caronho diz até que ele era muito bom moço. E o Zeca Bastos idem. Pessoalmente, recordo-o com ermoção porque foi um que nos deixou. Ficou a saudade.

Era keeper de andebol e dos bons, na linha dos bons guarda redes de andebol que a Escola tinha.. E eram o Palminha, o João Vitorino Bica, o Lima, o Alfredo Teixeira, o Pires da Cruz, o Soromenho, o Canseira, o Tony Casaca, o Quinito, o Ferreira, o Rita, o Horácio...

Dos piores foram eu, Brito de Sousa e o Azinheira.

O melhor de todos, para mim, foi o Alfredo Teixeira que não teve as oportunidades que deveria ter tido. Era um miúdo de uma fibra inesgotável. Dava tudo e era destemido como um raio. Nunca vi um puto igual ao Alfredo. Qual é o problema? Porrada, jogar à bola, corrida a pé ou de bicicleta, ginástica, Cristo, Argolas, cavalo, ténis de mesa ou de campo, tudo, mas tudo, vamos embora e é para ganhar

Como guarda redes de andebol era assim. Concentrado e mãos na cintura e vamos a eles como “tarzões”. Alfredo Teixeira o maior.

PIRES DA CRUZ era a elegância, o charme e a simpatia. Bom jogador de andebol e de futebol da equipa da Escola. Jogava no meio campo com o Zeca Bastos e o Julião. Fazia aberturas de cinquenta metros a rasgar a defesa.. O interior do seu lado era o João Parra. Quando lançava a bola dizia, aí vai JOHN. À vezes dava golo. E quando dava golo abraçavam-se e o João Parra dizia para ele. Mr. Pires da Cruz. you the best of all. E riam-se muito...

COMENTÁRIO TRANSFORMADO EM POST


UM POST COM DOZE COMENTÁRIOS.

Por João Brito Sousa

Este post, colocado por mim, em 2008.09.22, obteve o seguinte comentário de um costeleta.

A Administração agradece e pede mais colaboração crítica, descomplexadamente.

Ab.

JBS

Aí vai o comentário,

Boa Noite,Sr. JBSousa

Compreendo o seu estado de espírito face aos comentários que fala. Como sabe, quem comunica está sujeito a ser mal interpretado, é normal.Deixando isso, aqui vai a resposta/comentário ao seu post de hoje.

UM POST- é geralmente avaliado consoante a interpretação do seu leitor e não daquilo que o autor pensou ou quis transmitir.

ESTRANHAMENTE- ou talvez não, o leitor não terá capacidade para avaliar o que leu. Por isso reage de maneira intempestiva.

VERDADEIRAMENTE- é uma honra para qualquer costeleta ter este magnífico e bem administrado espaço de comunicação, onde todos os que quiserem poderão e deverão colaborar.

PENSO- que todos os costeletas tal como todas as pessoas, umas mais do que outras, gostam de "palhetar". E porque assim é, também compreendo que devem pôr a preguiça um pouco de lado e, no mínimo, comentarem de forma sincera e construtiva o texto ou texto/s lidos.

ASSIM- informo que tenho a noção de quanto é difícil a quase obrigatoriedade de arranjar assunto para escrever "qualquer coisa" para o post do dia. Creia caro JBS, que muito sinceramente admiro essa sua faceta por vezes quase sacrifício.

POR ISSO- acho bem que solicite a disponibilidade dos costeletas que o possam fazer para que nosso barco continue a sua BELA navegação.

Cumprimentos
um costeleta

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

RECORDANDO

OLÁ PESSOAL!
OLÁ "COSTELETAS"!

Participem!

Enviem-nos a vossa prosa, a vossa poesia, as vossas fotos que devolveremos.
Todos temos uma história "DAQUELE TEMPO" no nosso baú de memórias.
Recordar é viver!

Colaborem!

Rogério Coelho

O ANONIMISMO


O ANONIMISMO
Por Zé Neves
(retirado do APCGorjeios,blogspot.com)

O anonimismo é uma escolástica do pensamento dos instintos. Segundo Freud, o progresso na espiritualidade consiste em preferir os processos intelectuais chamados superiores (reflexões, recordações e juizos), aos dados da percepção sensorial instintivos.

O anónimo é o doutor da escola filosófica do instinto. Tal como o medroso armado dispara instintivamente sobre o que mexe na escuridão, o anónimo descarrega a opinião instintiva sobre qualquer opinião de fora que não faça inchar o seu amor-próprio. A sua caça é a opinião alheia inconveniente, a sua arma o instinto, o seu esconderijo o anonimato.

Actualmente na blogosfera aberta, a grande maioria dos comentários a escritos de opinião ou notícias, são descargas de opinião primitiva dos instintos, como se se tivesse aberto a comporta duma estação de tratamento de águas sujas, sai o que está á porta de saída tal como o anónimo despeja a corrente mental instintiva que lhe ocorre à cabeça.

O Homem primitivo e nosso pai foi caçador nómada, viveu isolado em cavernas, intelectualmente infantil, apenas deixou marcas anónimas. Será que a actuação dos anónimos actuais são sinais remeniscentes dessa freudiana herança arcaica dos nossos pais primitivos?

POESIA DE ZÉLIA CRISTINA

2008.09.24

A VIDA
de Zélia Maria Cristina CABRITA

A VIDA

E esse rio que corre não sei para onde,
Esse mar imenso,
Essa terra que o arado desbrava e semeia,
Essa flor casual que nasce sem ser plantada,
Essa pedra na estrada,
Esse sorriso de criança,
A lágrima no rosto dum velho.
A vida
Essa coisa que nos escorre,
Por entre os dedos,
Que não para jamais,
Enquanto se sente juventude dentro de nós,
A vida
Essa coisa que de um momento para o outro
Pode cessar sem mesmo se ter vivido,
A verdade, depois de se ter mentido,
A ilusão, mesmo depois de a ter perdido.
A vida.
A minha e a tua
Amanhã- pó nada,
Ódios, amores, rancores, indiferenças
Não terão mais sentido para mim
A vida
A minha
Que começou um dia,
Não sei quando,
Teve meio e princípio,
Terá então um fim.

MIGUEL TORGA ENTRE COSTELETAS



FRASE DE TORGA

“... fomos civilizar, emigramos por amor à aventura, sabemos iludir o fisco.”
Miguel Torga


COMENTÁRIO:

Estou de acordo com esta frase de Miguel Torga. O povo português, sempre encontrou na habilidade genuína que possui, uma muleta de apoio ao seu comportamento audacioso, que quase sempre o conduziu à vitória.

Fomos generosos e concretizámos o desejo de nos expandir face ao pequeno território que éramos e somos. A nossa pequenez territorial exigiu-nos golpes de audácia para nos equilibrar com outras potências territorialmente mais alargadas e mais poderosas em recursos disponíveis. Sacrificámos um povo em favor de outros distantes, de grandes recursos disponíveis sim, mas com grandes dificuldades de exploração... em suma e como diz Torga, fomos civilizar.

Nunca fomos um povo acomodado. Os nossos horizontes estavam vocacionados para paragens mais longínquas. O nosso espírito de aventura esteve sempre connosco e ajudou-nos a assegurar a vaidade de que sempre fomos possuídos. A maior parte dos que saíram voltaram melhor. Ganhámos astúcia e perícia com os melhores. Dos menos bons resultou o desenrascanso.

E é aqui, com este desejo de sobressair e auxiliados pelo motor do desenrascanso, que iludimos o fisco e não só ...

João Brito Sousa

terça-feira, 23 de setembro de 2008

UM CONTO DA COSTELETA MARIA ROMANA ROSA

Maria Romana Rosa

UMA AVENTURA NO DESCO­NHECIDO


Conta-se que, uma poetisa, de nome Maria, costumava frequentar tertúlias, que se realizavam em luga­res públicos, vários dias, na sema­na ... Dizia ela, que tinha interesse em conhecer o vasto mundo da Literatu­ra Portuguesa e a possibilidade de saber algo sobre a Estrangeira.
Foi numa dessas reuniões que Maria teve conhecimento de um Concurso Literário, em homenagem ao prestigiado Médico, Jomalista, Escritor e Poeta, Transmontano, Homem multifacetado de grande talento, João Araújo Correia.
O tema era aliciante - A Lín­gua Portuguesa -. Maria ficara entu­siasmada e, logo, pensou em concor­rer. A inspiração surgia e o poema nascia. Depois de cumpridos os requisitos obrigatórios, enviou-o imediatamente, pois, o prazo estava mesmo a terminar.
Decorriam meses, sem nada se saber do resultado. Tudo levava a crer qu~ ela não tivesse sido distinguida, por isso, deixou de pensar no assunto.
Certo dia, recebeu uma carta da Directora do Concurso, em que lhe dizia ter sido premiada e que contava com ela na cerimónia de entrega de prémios aos poetas distin­guidos.
Quando Maria recebeu esta agradável notícia, a sua primeira reacção foi de muita alegria, não cabia em si de contente. Mas, passa­dos alguns dias esmorecera, por pen­sar que a viagem era longa e não iria aguentar tantas horas, até chegar ao Peso da Régua. Telefonou à senhora Directora para lhe pedir desculpas por não sentir coragem em se deslocar até lá. A senhora respondeu que não aceitava a justificação pois já tinha reservado um quarto de casal, no Hotel Régua Douro e que deve­ria ir para conhecer aquela linda Região.
Assim aconteceu. Maria e Car­los, seu marido, concordaram em fazer a viagem. No dia da partida, levantaram-se muito cedo, pois o primeiro comboio saía de Faro às 7:00 horas. Mas, com receio de che­garem atrasados, chamaram um táxi. Coisa estranha, não havia nenhum disponível Aflitos, pegaram na bagagem e a pé, lá foram a toda a pressa. No caminho, encontraram um amigo, que tinha o carro ali por perto e os levou imediatamente à estação. Logo, a seguir, ouviu-se o sinal de partida ... A viagem, até ao Barreira, foi animada. Junto deles, iam umas pessoas que contavam as mais diversas estórias ...
Quando chegaram à estação fluvial do Barreira, correram para apanhar o barco, que atravessava o rio Tejo e os levaria à estação do Terreiro do Paço - Lisboa. Dali, seguiriam num táxi, para Santa Apolónia. O Pendular, comboio de alta velocidade, só partiria às 14,00 horas, por isso, tinham tempo de almoçar num restaurante, próximo da estação ...
Já em viagem, no comboio que os levaria à cidade do Porto, iam apreciando, através das enor­mes janelas, a belíssima paisagem. Lá estava o poético Mondego, ­Coimbra à vista e, por aí fora. Che­garam à tardinha, à estação de São Bento. O sol, ainda iluminava a terra. Desceram do Pendular e fo­ram consultar o quadro electrónico, que indicava o comboio que os levaria a Peso da Régua. Subiram uma escadaria e, na parte de cima, viram uma locomotiva, com muitas carruagens, estacionada numa linha, bem juntinha à margem direita do Douro. Aí, o sol reflectia nas suas águas, dando a impressão de que a luz solar, vinha de baixo, para cima. Que panorama invulgar!..
O comboio estava, completa­mente vazio. Repentinamente, co­mo, num abrir e fechar de olhos, a gare apinha­va de gente. A dada altu­ra, Maria perguntava a um funcionário donde vinha, tantos grupos de jovens. Ele respondera que, a maior parte, eram estudantes, que frequen­tavam as Faculdades na cidade do Porto e, como era sexta--feira, iam pas­sar o fim-de-semana com os familiares
De repente, ouve-se o silvo e toda a gente tomou os seus lugares.
O mal-encarado comboio parava em todos os apeadeiros, sempre "a passo de boi", como se costuma dizer. Os bancos eram muito anti­gos, em madeira e já não havia posição para aliviar o corpo. Foram mais de duas horas, naquele martí­rio ...
A viagem, graças a Deus, estava a chegar ao fim. Maria pedi­ra a uma jovem que estava a seu lado que a informasse como conse­guiria um táxi, para os levar ao Hotel Régua Douro. A rapariga disse-lhe que não era preciso, bas­tava atravessar a rua que ficava à saída da primeira estação e logo avistariam o letreiro luminoso do hotel.
Seguindo aquelas instruções, apresentaram-se na recepção e informaram o funcionário, que tinham um quarto reservado pela Sra. Doutora Maria Fernandes.
Tudo estava certo. Em segui­da, Maria telefonou à senhora para lhe agradecer e dizer que tinham chegado bem. Ela pediu-lhes des­culpa, por não poder estar à espera deles, dada a hora já tardia mas, logo de manhã, estaria no hotel para os conhecer, cumprimentar e trocarem algumas palavras. E assim aconteceu. No outro dia, bem cedo, ainda o casal não tinha ido tomar o pequeno almoço, por ter estado a contemplar, da janela do quarto, o Douro e o Sol a beijar, com certa doçura, as suas águas, quando ouviram o telefone. Era da recepção a avisá-los que a Doutora e sua irmã estavam esperando por eles. Logo desceram para receber as simpáticas senhoras. Elas ti­nham-lhes preparado uma grande surpresa. Contrataram um taxista para os levar a conhecer Lamego e ver a Nossa Senhora dos Remédios, no seu trono. E a enorme escadaria de acesso, rodeada de bonita vege­tação. De regresso à Régua, avista­ram São Martinho da Anta, terra natal do ilustre poeta Miguel Tor­ga. Presenciaram, a cada passo. vinhas bem cuidadas e o Douro a circundar todo o percurso.
Chegaram ao hotel a hora de ser servido o almoço.
Lá estavam junto à recepção os poetas e muitos convidados. Todos se cumprimentavam e se apre­sentavam uns aos outros. Dali, foram encaminhados para a grande sala de refeições, com vista para o Rio Dou­ro. O cenário era deslumbrante, dava a impressão de algo irreal, só visto em sonho. Um verdadeiro paraíso.
O almoço foi servido, com pom­pa e circunstância. Havia em cada mesa um grupo de poetas e, uma representante da Associação Cultural da Casa do Alto Douro. A ementa, como não podia deixar de ser, foi inspirada na gastronomia transmon­tana. À sobremesa foram servidos os doces e o vinho do Porto, da Região demarcada da Régua, não foi esque­cido. Por fim, a Directora do concur­so, dirigiu palavras de apreço a todos os presentes e lembrou que se aproximava a hora de se dirigirem para a Câmara Municipal, onde iria decor­rer a cerimónia da entrega de prémios e lidos os textos distinguidos. As principais individualidades da cidade estavam presentes. Voltando a falar dos premiados, Maria recebe­ra das mãos da senhora Directora do Concurso, Doutora Maria Adelaide Fernandes, a Obra Literária de João Araújo Correia, uma travessa em porcelana, pintada á mão, o respecti­vo diploma e uma embalagem de três garrafas de vinho do Porto ­reserva. Por fim, foi servido um Por­to de honra a todos os presentes. A tarde declinava e o casal que tinha pensado em regressar ao Algarve só no outro dia, mudava de ideia quan­do, um poeta amigo, Engenheiro Domingos Cardoso, que vive em Ílhavo, lhes ofereceu boleia até Avei­ro. A Directora tinha-os convidado a ficar, para conhecerem as quintinhas, onde se faziam bons churrascos. Eles agradeceram muito toda a simpatia daquela especial senhora, dizendo que se Deus qui­sesse, ficaria para uma outra ocasião. Depois despediram-se com um gran­de abraço.
Chegados à estação de Aveiro, o casal ficou encantado ao ver os belíssimos azulejos, em tons de azul, formando painéis, com motivos diversos, da Região de Aveiro ...
A viagem de comboio, até Santa Apolónia, foi muito cansativa. Ao descerem na estação dirigiram-se a um taxista e pediram para que os levasse a um hotel ou mesmo, a uma residencial, com condições dignas, para pernoitarem. Mas, infelizmente, dada a hora bastante adiantada, nin­guém abria as portas, nem sequer atendiam. Agora onde iriam passar o resto da noite, no meio daquele mal­-estar? Pediram ao taxista que os dei­xasse perto da Rua Augusta. E, a pé, encaminhavam-se para a estação do Terreiro do Paço, Àquela hora, as cenas encontradas eram bem tristes! Mulheres encostadas às paredes e homens a rondá-las ... Depois, é que eles se aperceberam dos perigos, em que poderiam ter sido envolvidos.
Ao chegarem á estação fluvial, ouviram o apito do último barco que ia para o Barreiro.
Numa corrida, ainda consegui­ram alcançá-lo. Já na estação, per­guntaram onde poderiam dormir, se haveria algo por ali. O chefe da esta­ção disse-lhes que àquela hora, não havia qualquer hipótese mas, para que não ficassem ao relento, pois a noite estava muito fria, aconselhara­-os a ficarem na sala de espera, com a porta fechada e, de manhã, havia logo um comboio para Faro ás 7:00 horas.
O casal agradeceu a bondade daquele homem. Mas, outro episódio estava iminente. Como foi dito, a noi­te estava muito fria, porque estáva­mos em Fevereiro. Os bancos eram de latão, e sem condições nenhumas, e eles tentavam encontrar, mesmo às escuras, camisolas ou outro ves­tuário para se agasalharem mas, por pouca sorte, encalharam numa cai­xa onde vinham as garrafas de vinho do Porto, uma delas tombou e partiu-se. O vinho espalhou-se pelo chão e já ia a correr junto à porta da rua, mas, com uma cami­sola, ensoparam todo o líquido. Depois meteram tudo dentro de um saco de plástico. Borrifaram o chão com algumas gotas de água-de­ colónia, para disfarçar o cheiro do vinho. A manhã começava a raiar e o movimento nas linhas-férreas, era uma constante. Abriram a porta e foram á procura dos sanitários. O único que existia estava fechado. Dirigiram-se então. a um bar, dentro da própria estação pois, não tinham outra alternativa e logo, aproveitaram a tomar o pequeno­ almoço. entretanto, chegava a hora do embarque. O comboio estava na primeira linha. Através do altifalante, anunciavam a partida para o Algarve. Agora, sim, diziam eles, já mais tran­quilos. A odisseia estava prestes a terminar, mas o regresso a Faro pare­cia não ter fim! Chegados a casa. Tomaram um duche e atiraram-se para cima da cama e só acordaram no outro dia, tal era o cansaço.
Passaram alguns anos, nunca mais voltaram à Régua, mas o contacto com a Dra. Maria Adelaide Fernandes continuou por carta ou por telefone.
Apesar da grande aventura no desconhecido, dizem eles, ter saudades de tudo por que passaram, ao longo da grande viagem... Do Algarve ao Peso da Régua


UM POEMA da Maria Romana:

MAGIA DO POETA


O mundo do poeta tem magia
E há nele uma candeia sempre acesa;
A chama bem ardente, que alumia,
É arte rendilhada de beleza!

Ele é por excelência uma alvorada
- A dádiva tamanha, tão suprema –
É essa luz suave, delicada,
Que exprime o colorido de um poema

Poeta é, sim, aquele que imagina
Um cenário distinto, uma pintura;
A força da mensagem predomina
E a música de fundo se mistura!

Há nele um santuário a palpitar
- A excelsa inspiração por natureza! –
Qual astro especial a cintilar
Ele é a própria Musa, ele é grandeza!


Maria Romana Rosa


Recebido por Rogério Coelho

ANTÓNIO LOBO ANTUNES EM DEBATE


FRASES DE LOBO ANTUNES PARA DEBATE.

“... Entendo tão pouco da vida e o pouco que entendo chegou, é claro, demasiado tarde, quando de pouco me serve. Deviam ter-me dado um folheto de instruções quando nasci, no género dos que acompanham as embalagens de medicamentos: indicações, contra-indicações, posologia, advertências, efeitos secundários. E em certos dias da semana, certos momentos, certas pessoas só podiam ser usados com receita médica.
L. Antunes na visão de 27.04.05, pag 7.

“...tive que enterrar grandes valores para sobreviver. Foi difícil e talvez indigno mas não encontrei outra saída. Uma hipótese era a de aceitar a mentira e conviver com ela; outra era não pactuar. E as duas hipóteses eram particularmente dolorosas.. Entendo tão pouco de amor...”

È PRECISO ESTUDAR ANTÓNIO LOBO ANTUNES.

É um romancista português, nascido em Lisboa no dia 1 de Setembro de 1942 e proveniente de uma família da grande burguesia portuguesa. Licenciou-se em Medicina com especialização em Psiquiatria. Exerceu a profissão no Hospital Miguel Bombarda em Lisboa, dedicando-se desde 1985 exclusivamente à escrita.

A.L.Antunes é, decididamente um autor que exige muito de nós e que nos coloca problemas de nada fácil resolução. É ele que diz que começa a trabalhar às catorze e vai até às vinte e duas (respeitando as horas das refeições, obviamente), mas que às vezes tem de ir até ao hospital ver pessoas.... para não dar em maluco...

Como é que se pode classificar um homem que diz de si próprio o que vem no parágrafo anterior e o que vem nas frases seguintes?:

“.. Entendo tão pouco da vida e o pouco que entendo chegou, é claro, demasiado tarde, quando de pouco me serve. Deviam ter-me dado um folheto de instruções quando nasci, no género dos que acompanham as embalagens de medicamentos: indicações, contra-indicações, posologia, advertências, efeitos secundários. E em certos dias da semana, certos momentos, certas pessoas só podiam ser usados com receita médica. ...

“...tive que enterrar grandes valores para sobreviver. Foi difícil e talvez indigno mas não encontrei outra saída. Uma hipótese era a de aceitar a mentira e conviver com ela; outra era não pactuar. E as duas hipóteses eram particularmente dolorosas.. Entendo tão pouco de amor...”

Será LA um génio, um céptico, um excêntrico, um detentor de uma inteligência fora do normal, será que tem razão no que diz, será que para desfrutarmos da vida necessitaríamos de um folheto de instruções?...

Afinal, o que e que tem para nos dar Lobo Antunes?

João Brito Sousa

QUEM NÃO SE LEMBRA DELE?


QUEM NÃO SE LEMBRA DELE ?...

POMPÍLIO ROMBINHA

Foi um grande atleta e representou a equipa de andebol da Escola. Fez parte de uma equipa de luxo, com o João Bica à baliza e foram campeões.

Academicamente è da turma do Diogo Costa Sousa da Senhora da Saúde, do Florival da Goldra, do Álvaro Paulino Revés da Mina de S. Domingos, do llídio de Vila Real, do Bento e do Manuel Silvestre de Santa Bárbara de Nexe, do Miguel Damasceno, do Zé e do Xico Gabadinho do BateCú, do Artur do Alto Rhodes, do Fernando Oliveira, do Maçarico de Faro, do Pena Santos de Olhão, do Manuel Lima de Salir e de mitos outros.

Fez o serviço militar na aviação e, como eu, foi funcionário dos TAP.

Foi sempre um rapaz correcto e um bom colega.

Jogou Hockey em Campo no Largo hoje ocupado pelo Hotel Eva, com o Chupa, o José João Bico e outros.

Fez vela com o Quica e o Nelson no mar da estação .

Foi ao almoço dos costeletas este ano em VilaMoura, em Junho e levou com ele os costeletas Matos, filho do poeta Raul de Matos e também o José Manuel Bruxo.

Foi convidado para colaborador do costeleta e ainda não disse nada.

É isto o que sei deste velho amigo a quem envio um abraço..

João Brito Sousa

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

DOIS MONTANHEIROS NA CIDADE; UM DELES É COSTELETA !...

(café ALIANÇA)

SAINDO DO LARGO DA PALMEIRA... em breve estamos no CAFÉ CABRITA.

Aos domingos eu ia com o meu amigo Rosendo lá do Patacão ao cinema da Rua de Santo António. O Rosendo e eu gostávamos de cowboiadas e de filmes bíblicos, tipo Sanção e Dalila com o Victor Mature e a Gina Lollobrigida. O nosso programam era : deixávamos as bicicletas a pedal em frente ao restaurante “A NORTENHA” e íamos tomar café ao Café Cabrita, ali ao lado da Tabacaria Dinarte. Passávamos a Farmácia que ficava à esquina do largo, depois havia uma rua estreita que ia dar ao Dias dos caixões, rua onde os montanheiros deixavam também as bicicletas em que se faziam transportar e depois, passávamos ao lado da barbearia Teodoro, seguia-se a loja Tabú, cujo proprietário era um senhor de baixa estatura mas muito forte e depois vinha o café Cabrita onde tomávamos a bica.

O café Cabrita era frequentado pela malta do campo. Da cidade, quem lá ia muito eram os taxista, o Aurélio, o João Coelho, o Ildefonso Rodrigues, o Napoleão, o Caracol entre outros. Falava-se do Farense, que nesse tempo militava na segunda divisão da zona sul. Recorde-se que nos tempos em que foi treinado pelo Artur Quaresma, o Farense ainda fez dois ou três anos seguidos o primeiro lugar da zona. Creio que alinhava com Isaurindo, Reina, Ventura, Zé Maria e Celestino. Francelino e Bentinho. Brito, Balela, Campos, Rialito e Queimado. Foi nessa altura que se começou a falar num grande jogador júnior do Sporting, que começava a fazer furor, o angolano Jorge Mendonça, uma fera na área.

Lá íamos ao cinema e, no regresso íamos jogar bilhar no salão Ulímpico na Rua dos Cavalos, onde ficava a Husqwarna, uma marca de máquinas de costura e ficava também a Tipografia de um jornal e a loja onde trabalhava o Xico Pires, um sportinguista inveterado que sabia tudo de bola e ninguém lhe dava a volta. Ao fundo dessa rua, que ia desembocar na rua de Santo António, em frente ao Banco Totta estava aí um engraxador de sapatos que fazia bom dinheiro aos domingos. Creio que se pagava três escudos por cada engraxadela aos sapatos nos finais dos anos cinquenta.

O salão de bilhares Ulímpico estava sempre cheio de clientela a jogar. O espaço tinha bilhares pequenos, uns sete ou oito, uma ou duas mesas de snooker e uma mesa de bilhar às três tabelas e havia ainda espaço para se jogar o dominó, onde estava lá sempre caído o lutador campeão, José Luís. Jogava-se muito e bem bilhar nesse tempo em Faro. O melhor jogador de todos era o Máximo, que era lá empregado. Era um rapaz alto, de bigode mas magro e parece que andava um pouco adoentado nesse tempo. Mas tinha um jeito para segurar as bolas ao canto, que dava ali uma série de carambolas sem descolar, podendo fazer mais de cem.

Depois de jogarmos a nossa partidinha às cinquenta, umas vezes ganhava eu outras ganhava ele, regressávamos ao Patacão, a nossa santa terrinha..No outro dia ele haveria de voltar ao trabalho dos campos e eu voltaria à cidade para retomar a Escola.

E ainda hoje somos amigos.

João Brito Sousa

CORREIO COSTELETA


UM POST COM DOZE COMENTÁRIOS.
Por João Brito Sousa

UM POST controverso, teve a felicidade de ser contemplado com doze comentários, o que, para alguns, foi uma ofensa ... o que não deveria ser porque o assunto foi tratado com o maior respeito.

ESTRANHAMENTE tenho colocado outros postes, principalmente sobre Literatura e ninguém se pronuncia o que me desgosta por gostar que participassem mais..

VERDADEIRAMENTE ainda não percebi muito bem, o que pensam os costeletas de qual será o significado deste espaço de comunicação. O que é que um costeleta pensa deste espaço de comunicação que lhe foi disponibilizado?... Não sei...

PENSO e nada vislumbro acerca do que vai no pensamento dos costeletas. E não acredito que seja eu o único que gosta de "palhetar". E também não serei eu o único que sei trabalhar no Word. Haverá muitos mais.

ASSIM, penso que alguns costeletas não têm noção nenhuma de quanto é difícil arranjar um tema à noite e publicá-lo a contento de todos. Não me estou a queixar porque faço isto com gosto. Estamos numa de diálogo, é só. E apesar de já ter ganho aqui algumas inimizades não desisto de trazer a malta até aqui.

POR ISSO, peço ao Administrador ROGÉRIO COELHO que me autorize a solicitar a dez costeletas, que me enviem um artigo de quinze em quinze dias, ou seja, dois artigos por mês, para que o blogue não seja tão monolítico.
PEÇO que me enviem para publicação os citados textos ao cuidado de

jbritosousa@sapo.pt c/o BRITO SOUSA


Os convidados, sujeitos a rectificação do Administrador ROGÉRIO COELHO, são,

1 – DIOGO COSTA SOUSA

2 - JORGE DO CARMO TAVARES

3 - ROMUALDO CAVACO

4 – JOÃO VITORINO MENDES BICA

5 – POMPÍLIO ROMBINHA

6 – ANTÓNIO GABADINHO

7 – MANUEL INOCÊNCIO COSTA

8 - BERNARDINO MARTINS


e dois amigos do blogue, externos, mas com provas dadas.


9 – LÍDIA MACHADO
e
10 – MANEL PIORNA

e ainda,
11 – OUTROS. Todos serão bem vindos.


OBS Vamos retomar a rúbrica, “QEM NÃO SE LEMBRA DELE?

domingo, 21 de setembro de 2008

RECORDAÇÕES COSTELETAS


SALÕES DE BILHAR EM FARO

"O ULÍMPICO. "
or João Brito Sousa


As salas de bilhar que eu conheci em Faro nos anos cinquenta foram: o Ulímpico, o Café Acordeón, o Café Aliança e o Café Brasília. Mas penso que haveria mais algumas.

O bilhar entre a juventude, era um desporto muito popular aí em Faro. Havia até bons jogadores dessa modalidade, entre a rapaziada da Escola Comercial e do Liceu. E nós, “os montanheiros” também éramos bons, tínhamos os irmãos Gabadinho, o Zé e o Xico, que se batiam com a malta da cidade e eram bons sobretudo a jogar ao tacho.

O tacho, era uma forma de jogar bilhar que exigia muito domínio do jogo. Era colocado um pires de café no meio da mesa, onde se punha o valor das apostas (era um jogo a algumas moedas), e o jogador deveria fazer o seu jogo de forma a fazer carambola e não atingir o pires (tacho) com nenhuma das bolas. Se o fizesse perderia todas as carambolas já feitas.

Depois de terminadas as aulas, a rapaziada ia até ao Ulímpico para descongestionar um bocado, antes de ir começar a recapitular as matérias do dia. Até mesmo aqueles que não jogavam, iam, como é o caso do hoje Exmº Senhor Doutor Juíz Jaime Machado (filho do Sr. Machado da Casa Verde), que nesse tempo era o Jaime. O Jaime aparecia lá... todo coiso e tal... eh pá tenho que ir estudar Filosofia e tal... e coiso... e mesmo quando já estava em Coimbra a fazer o Curso de Direito, aparecia lá na mesma. O Joãozinho Nobre, da casa de móveis Nobre, que ficava em frente ao cinema da rua de St º António, era outro que aparecia por lá pelos bilhares e mais uns cem ou duzentos rapazes desse tempo.

A melhor sala nesses anos 57/58 e mais...era o Ulímpico na rua dos Cavalos. Da malta que lá jogava, o Elias era o maior. Pegava no taco de uma maneira única, ou seja, mão direita no rabo do taco e metia a outra parte, a mais fina, numa espécie de argola feita com o dedo indicador da mão esquerda. E depois atirava-se para cima da mesa, ele e o taco, dava a força que julgava ideal para a tacada funcionar e, com este modelo fazia mesmo carambola... à Elias. Ora um razoável jogador de bilhar, primeiro assenta a mão esquerda no pano verde e firma-a bem, depois ensaia a tacada após ter visionado toda a mesa e a posição das bolas. Sai a tacada e umas vezes carambola-se e outras não. O senhor Elias preparava tudo fora da mesa de bilhar; punha o taco na argola da mão esquerda, pegava no rabo do taco com a mão direita e aí vai disto. Era um espectáculo.

Disse-me o Mestre de Ourique, que estudou aí no Colégio Farense na Rua Filipe Alistão e jogava futebol (por acaso muito bem) com o Elias no Sport Lisboa e Faro, que nos cantos, quando era o Elias a bater, a bola vinha com uma rosca tal que quem metesse a cabeça à bola estava arriscado a ficar sem cabeça e sem cabelos. Mas o Elias era um jogador de futebol jeitoso e com muita habilidade até.

No Olímpico, às seis da tarde, havia uma partida de bilhar na primeira mesa à esquerda quando se entra, onde jogavam um Oficial de Justiça a trabalhar aí em Faro mas que era do Porto, por sinal um excepcional jogador, o Ministro, um tipo magro, com físico de desportista, que trabalhava no Banco Espírito Santo aí na cidade, o Leal da Câmara de Faro e o Domingos, outro tipo que não me lembro onde trabalhava. Dos quatro jogadores o do Porto era muito melhor e os outros três equiparavam-se. Mas o bilhar é uma modalidade onde é preciso muita concentração e calma. Ora o Leal não tinha nada disso, tinha um jogo largo mas muito seguro, defendia bem e ganhava melhor ainda, porque mandava umas bocas à Pedroto que, no bilhar também desestabiliza os adversários.. O Ministro ficava bravo.. lá tá este gajo com a sorte dele!....porra. ..E o Leal vá de rir à grande...

O melhor jogador do Liceu creio que era o Matias e da Escola Comercial, o melhor era o Jacinto da cortiça, também bom jogador de tacho e de snooker.

Passavam-se ali grandes tardes.

Noutra crónica, falaremos dos outros locais onde se jogava bilhar, vamos recordar o senhor Pereira, ou o Pereirnha, magro e de estatura média que trabalhava no Café Acordeón, que tinha na altura três boas mesas de bilhar. Mas antes disso vamos recordar o senhor Passos (já falecido), da drogaria ali ao lado do café, um homem que vestia muito bem, sempre bem arreado, melhor do que ele só o amigo Moreira da Citroen.

No largo onde se situa o café Acordeón, há ali muito trabalho a fazer: cumprimentar o Aníbal Veríssimo do café Baía que foi para a Bélgica há cinquenta anos e nunca mais o vi, recordar o médico que ali está na estátua, saber dos Barracosas ali da loja (um deles, o que esteve na Casa dos Rapazes tinha um remate terrível no andebol) saber do Toni que foi militante da Luar, licenciou-se agora em Direito e na juventude acompanhava com a gente lá da escola, ir à loja do João Fava e apresentar-lhe cumprimentos, saber se o lutador Alex anda por ali, pois parece-me que trabalhava por aquelas bandas... enfim, vamos numa de matar saudades...

Hasta la vista..

sábado, 20 de setembro de 2008

BOM FIM DE SEMANA


PARA TODOS,

mas em especial para os alunos da turma de francês do 3º ano 1ª turma do ano lectivo de 1955/56, que são o

CUSTÓDIO DO ROSÁRIO FAUSTINO - Rio Seco- Faro

com um abraço cheio de força,


FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA CORREIA MODESTO , Av: 5 de Outubro nº 30 Faro

Modesto amigo onde páras?


JOSÉ DOS SANTOS GUERREIRO, Estrada da Senhora da Saúde (Horta de JOSÉ CIPRIANO) - FARO

com um abraço costeleta


JOÃO REMENDINHO MESTRE, Casa dos Rapazes- FARO

Ói João, where are you ?...


JOSÉ FELIX SANTOS DE JESUS, RUA MANUEL PENTEADO, Nº 25, BAIRRO DE S. FRANCISCO - FARO ALGARVE

Éih.. ó ponta esquerda, como é?...


JOSÉ VITORINO NEVES DO ARCO, Sítio dos Moinhos, FARO

ainda está em MAFRA, Zé?


VITÉLIO CASIMIRO CABRITA, Serrro do OURO, PADERNE

Bom dia Dr.

HÉLIO JOSÉ H. GUERREIRO, Vale de Rãs - S.CLEMENTE, LOULÉ

Ainda estás aí com Manuel Lourenço na REVISÃO DE CONTAS?.. um abraço para ele e outro para ti.

JOÃO TAVARES GRAÇA VEDELHÃO, rua Brito Cabreira, nº 29 FARO

JOHN, quando apareces. Sabias que o ALEX já nos deixou?


EDUARDO JOSÉ LUÍS DOS RAMOS, Almancil GARE, LOULÉ

Aló Eduardo, sabe s alguma coisa do João Cuco?


HENRIQUE JOSÉ PIRES DA CRUZ, Rua do Bourgel, 25 S. BRÁS DE ALPORTEL


Amigo, como é a vida aí?


DANIEL GUERREIRO MENDONÇA, Estação dos Caminhos de Ferro, VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO.


Ói ....


CARLOS ALBERTO PEREIRA MAGALHÃES Rua Carvalho Araújo, 15 FARO,


parceiro do


ALBERTO SANTOS PEREIRA ROCHA de Santa Catarina


ANTÓNIO HIPÓLITO GONÇALVES, Largo da Trindade, Bom João - FARO

onde andas?...


FERNANDO VIEIRA CABRITA, Estrada de Bom João, CASA VERDE, Faro.

aló amigo


JOÃO JORGE CARMO TAVARES, Rua de Loulé, nº 35 FARO


Meu CARO JORGE,

Viva.

Já que estás aqui, convido-te a colaborar activamente. A escrever umas coisitas para este espaço que é nosso. Dizes que não colaboras mas que estás atento. Jorge, é tão difícil fazer isto ao agrado de todos. E depois é aquele cenário, quando está bem zero comentários e quando está algo mal alguns comentários a desancar.

Vem Jorge. Deixa lá as tricas...

ab.

JBS

ANÍBAL ROCHA F. NORTE, Rua de S. Luís, 53 FARO

amigo Norte, como é!..

CUSTÓDIO JULIÃO DE CARVALHO GUERREIRO, Sítio do Patacão, FARO

Aló homem da minha terra, grande quarto de defesa..


HONORATO VIEGAS, Tunes Gare

Bom dia velho amigo e dr.


RAFAEL DAS NEVES CORREIA, Rua D.Francisco Costa, 8 FARO

para o grande profissional do jornalismo, com quem nunca troquei ideias sobre a dita matéria onde me estou a iniciar, aí vai um abraço...


FRANCISCO MACHADO VALENTE, R: Rebelo da Silva, nº28 B - 1º FARO

Aló vellho amigo que partiste.....


E VOU FICAR POR AQUI


Porque a hora já lá vai e o dia está aí

Mas costeletas amigos apareçam e digam

Mesmo que critiquem o meu trabalho aqui

Escrevam, digam coisas e apareçam...


Este espaço é nosso e podemos conversar

Podemos dizer bem ou mal, o que se quiser

È claro que queria vê-los todos a colaborar

Com contos ou outra modalidade qualquer.


Apareçam que cá estaremos para acarinhar

Os consagardos ou os que se estão a iniciar

Seria um blogue emorme bem digno de ti...


Cá te espero ó amigo e velho companheiro

E não te esqueças que a amizade está primeiro

E com um abraço me dispeço e fico por aqui.


JBS

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

CORREIO COSTELETA




Exmo. Senhor João Brito Sousa,


Envio um soneto dedicado a um Grande Homem que nos legou uma obra riquíssima e foi Professor de alguns costeletas.Se o Senhor achar que o soneto tem alguma qualidade pode publicar no blogue, se assim o entender.Este soneto é da autoria do costeleta que cá tenho em casa.

Aceite os meus respeitosos cumprimentos.

Lídia Machado

ZECA AFONSO

Calou-se para sempre a voz magoada
Ritual de protestos, mil razões;
Que fazia vibrar mil corações
Na magia, no som duma balada.

Porque a alma do povo está prenhada
De indeléveis e sãs recordações:
De vermelhos cravos, de canções
E da Morena Vila da alvorada !

Que fique para sempre o que cantou
ZECA AFONSO, honrando a Lusa Gente
E a gesta sublime que gerou

A doce melodia, o tom dolente.
Das canções dos poemas que sonhou
Que lá esteja em paz e cá presente

COSTELETA
ANTÓNIO MACHADO.

CORREIO COSTELETA

Bom dia Rogério Coelho,

Apesar de não participar, continuo leitor atento do blogue e dos comentários aos textos publicados.

Quero deixar um pequeno comentário, não a propósito de qualquer texto em particular, mas à generalidade das respostas a alguns textos ou mesmo a alguns comentários.

Assim:

1. Quando os escritos contêm temas dogmáticos, particularmente sobre religião e ou política, são sempre susceptiveis de "agredir", quem possa não estar de acordo e consequentemente pense de forma diferente.

2.Porque o blogue permite comentários anónimos, "todos" os leitores - costeletas, bifes ou neutros- têm a faculdade, que lhes foi concedida por vocês, de o fazer.

3.Reagir com alguma violência aos comentários anónimos, como tenho lido, não me parece uma política de tolerância, antes um foco de afastamento, de todo, pouco recomendável.

4.Se os administradores do blogue, não têm capacidade ou não querem aceitar esta modalidade de comentário, deveriam suspender, permitindo únicamente a crítica assinada.
Eu próprio, meu caro Rogério, não mais comentei qualquer texto, -anónimamente ou assinando- por sentir alguma intolerância à crítica.

Um abraço

COMENTÁRIO

1 - O texto acima, é de um costeleta dos velhos tempos dos bons alunos da Escola. Diz ele que continua atento ao blogue mas não participa. Não me parecer ser assim, porquanto este texto que me chegou às mãos é sinal de interesse e participação também. E ainda bem que é assim.

2 – Acerca dos temas dogmáticos que fala o texto acima, o que apresentei e respectivo comentário, não contém agressão nenhuma. O autor do texto acima, que me conhece bem, sabe isso perfeitamente, que não é minha intenção agredir seja quem for. Apenas saiu.

3 – Comentários anónimos, ok, fica ao critério de cada um. Não os impedimos.

4 – “Reagir com violência aos comentários anónimos, como tenho lido” ... se foi essa a ideia que deixei quero dizer que não há aqui violência; apenas me defendi em termos normais. De qualquer maneira irei,
de futuro, não agir dessa forma. Há política de tolerância sim, mas também exigimos consideração pelo nosso trabalho que às vezes não sai bem, como em tudo na vida. Rejeito essa citação “de política de não tolerância e foco de afastamento pouco recomendável” . O autor do artigo acima, sabe que não é disso que se trata e vem revelar pouca consideração, ou nenhuma, por quem tem vindo a dar assistência diária ao blogue. Esta atitude tem um nome que me escuso agora de citar.

5 – Já demonstrámos que temos capacidade para enfrentar toda e qualquer tipo de situação. Portanto, continua tudo como está. Comentários anónimos?!.. é com o autor.

6- Não estou agarrado ao lugar e sou um defensor destes diálogos, mesmo que pareçam brutos. Sou pela honradez.. logo...

7 – Digam de sua justiça.

Um ab.

João Brito Sousa

MIGUEL TORGA


A FRASE DO DIA.

A grande beleza da vida e o seu grande sentido é justamente ser inútil...”.
Miguel Torga.

Não sei se o País já fez a devida homenagem a Miguel Torga, no tocante a reconhecê-lo como grande homem das letras. Quer seja na poesia quer seja na prosa, Torga foi enorme.

Apesar de grande artista não se identificou muito com a vida. Nunca a percebeu bem, talvez como muitos e a parte final da sua existência foi difícil. Especialmente quando se apercebeu que a doença de que padecia, estava a tornar inútil tudo quanto de bom tinha feito até ai.

Este poema é dele.

BANQUETE

Encho os olhos de terra.
No Alentejo há muita e é de graça.
Dou-lhes esta fartura,
Antes que um só torrão, na sepultura,
Os cegue e satisfaça.

E esta prosa também...

Rio de Onor, 27 de Setembro – Ao cabo de oito dias de permanência num mundo destes, com sua língua própria, seus costumes e suas leis, nada escrevi sobre ele, nem sinto que venha a escrever grande coisa,

Velho ADOLFO e grande homem ...

João Brito Sousa