terça-feira, 30 de junho de 2020

CRÓNICA DE FARO - JOÃO LEAL



        «TALVEZ, O MELHOR DE TODOS NÓS!»
                    Franco, honesto, humilde e generoso, foi durante toda a vida um árduo e destemido lutador, que alcançou os seus objectivos sem nunca calcar alguém, antes pelo contrário, tendo um percurso existencial sempre de mão estendida a quem precisava do seu apoio solidário e do seu amor fraterno. Não obstante as dificuldades múltiplas que teve de, desde o berço, enfrentar e prosseguidos anos em fora, quer de ordem física, como de ordem familiar e económica, ergueu na sua conhecida humildade a cabeça e encarou, com uma rara, singular e invulgar coragem quantos desafios lhe foram colocados.
                  O Doutor Honorato Pisco Ricardo, mais do que o doutor, o «Professor Honorato» como todos afectuosamente o tratavam e ficou para a posteridade no coração de quantos com ele tiveram a sorte de conviver, nasceu na então freguesia rural da Conceição de Faro (22 de Dezembro de 1935), filho de João Ricardo, de quem bem novo ficou órfão e de Maria José Pisco, uma verdadeira lutadora disposta a todos os sacrifícios «pelo seu menino». Concluído a instrução primária veio para Faro, prosseguir estudos na extinta Escola Técnica Elementar de Serpa Pinto, fazendo mais que o percurso de quilómetros, primeiro numa bicicleta a pedal, em que muitas vezes utilizava as mãos para ajudar a única perna válida e, mais tarde numa «motorizada» que manobrava com excepcional destreza. Concluído na Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira o Curso Geral de Comércio e as Secções Preparatórias para os Institutos Comerciais e ingressou na Escola do Magistério Primário de Faro onde obteve o diploma de Professor Primário. Anos volvidos, quando já se encontrava leccionando, licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. 
                Foi homem do ensino, da poesia, do jornalismo, da vida comunitária e da plena dedicação aos outros e pela sua elevação pessoal e cívica. Como Professor ecerceu de modo maior na Fuseta, quer na Escola Masculina nº 1, como no Posto da Telescola, formando equipa com o saudoso Pároco Padre Américo Gomes dos Santos e leccionando ainda nas Escolas João Lúcio, Alberto Iria e José Carlos da Maia, em Olhão e no Colégio Algarve, em Faro. Como jornalista colaborou, entre outros, no «Diário de Notícias», «O Olhanense», «Brisas do Sul» e «Notícias de São Brás». 
               Alguém o definiu como «uma respeitada figura da cultura fusetense». Na verdade, entre outras acções os seus onze anos à frente dos Jogos Florais da Fuseta, de várias décadas na organização das Festas de Nossa Senhora do Carmo, da presença nos corpos sociais do Clube Recreativo Fusetense, concretizam o operariado do homem da cultura. Casado com a Prof. D. Felisbela Tengarrinha Ricardo e pai da Dra. Isabel Ricardo esta «costeleta insigne» (aluno da Escola Tomás Cabreira), que faleceu no Hospital de Faro (8 de Abril de 2002) foi talvez, «o melhor de todos nós». Com um profundo sentido a quadra da autoria de outro «montanheiro da Conceição» e assumido «costeleta», o José Elias Moreno, um homem bom com um coração tamanho do mundo:
                              «Amigo, sempre dedicado, 
                               franco e leal... um senhor
                               por todos é recordado, 
                               como o Senhor Professor»!
            
                                                   JOÃO LEAL

segunda-feira, 29 de junho de 2020

INFORMANDO



«TURISMO DO ALGARVE EM NOTÍCIA»

   Já circula, de novo, o comboio turístico em Faro. O Município concedeu a licença, após concurso público, durante 4 anos, à Delgaturis. Com início e final no Jardim Manuel Bivar, tem novas paragens, pontos turísticos e bilhetes de 6 euros, válidos para todo o dia e de 4 euros para uma só viagem.

     «Algarve fica-te bem» é o mote de uma campanha promocional a decorrer e promovida, interna e externamente pela Região de Turismo do Algarve, visando motivar os turistas nacionais e estrangeiros a desfrutarem as férias de 2020 na região sulina.

          A partir de 1 de Julho a Raynair, a maior companhia aérea europeia de low cost oferece 37 rotas a partir de Faro.

             O Município de Olhão vai proceder à venda do espaço onde se situava a fábrica conserveira Belo Olhão, frente à Doca de Pesca destinado a um complexo turístico, que inclui hotel de cinco estrelas e zonas habitacional e comercial.

              O Turismo Algarvio promoveu a acção promocional «Agentes de Viagens Alemães Reporteres no Algarve» visando promover uma série de conteúdos (texto e imagem) «a fim de dar a conhecer este destino aos colegas de profissão».

                 Promotores do importante segmento «Eventos e Congressos» no Algarve temem só regressar ao activo no próximo ano caso não haja clarificação das regras no contexto da pandemia.

                                           JOÃO LEAL

domingo, 28 de junho de 2020

NOVOS LIVROS



EM TODOS OS SENTIDOS

Lídia Jorge
Este livro, reune os textos de 41 crónicas que a premiada autora portuguesa leu, ao longo de cerca de um ano, aos microfones da rádio Antena 2. Um olhar sobre o mundo contemporâneo, interpretando os seus desafios, perigos e simulacros.
264 páginas
Preço 13,41 euros.

O COMBOIO DAS CRIANÇAS 
Viola Ardone
A história esquecida das crianças napolitanas salvas pelas famílias italianas do Norte, após a Segunda Guerra Mundial, contada através de uma pequena testemunha que luta pela sobrevivência e o amor.
296 páginas
Preço 14,94 euros.

PERDEU-SE UMA MULHER

Ramon Xandler
A meio de uma investigação rotineira, o detective Philips Marlowe cruza-se com Moore Malloy, acabado de sair da prisão, que tem uma única pretensão: descobrir o paradeiro da sua companheira, Velma ...
336 páginas
Preço 6, 93 euros.

PELOS CAMINHOS ASSOMBRADOS DE PORTUGAL

Vanessa Fidalgo
Transmitidas de boca a boca e depois de geração em geração até aos dias de hoje, uma recolha de histórias de fantasmas, bruxas e antigos heróis - que ninguém sabe se realmente existiram.
208 páginas
Preço 13,95 euros.

sábado, 27 de junho de 2020

AS CINZAS DOS DEFUNTOS




 Tendo desempenhado um lugar na Câmara Municipal de Faro, como responsável pelos Cemitérios da sua responsabilidade e, travado laços de amizade e cooperando com a maioria das Agências Funerárias do Algarve, assim como de Norte a Sul do País, ao ler este artigo do meu Amigo com o qual partilhei momentos de tristeza, e, considerando a sua publicação com algum interesse, resolvi partilhar a mesma nesta página, para que os meus amigos, e colegas Costeletas para tirarem as vossas ilações.

          Florêncio Vargues 


ONDE GUARDAR AS CINZAS DOS DEFUNTOS?

   Uma pessoa tem as cinzas dos seus pais em casa. A última a falecer foi a mãe, há uma semana. Começou a ter dúvidas se estava a fazer bem ou mal. Por isso, pediu conselho. Realmente, onde conservar as cinzas dos entes queridos, para garantir a memória, respeito e devoção que eles nos merecem?
   Tanto na vida como na morte, a fé cristã reconhece “a grande dignidade do corpo humano como parte integrante da pessoa da qual o corpo partilha a história”. O mesmo respeito é devido às cinzas, que são “os restos mortais” daquela pessoa concreta, que vive espiritualmente “na esperança de que ressuscitará para a glória” eterna. De facto, a fé cristã afirma que a morte não é o fim de tudo, mas sim a transformação da pessoa e da sua vida. Na ressurreição, pelo seu poder omnipotente, Deus dá nova vida ao nosso ser: “o espírito separa-se do corpo, mas na ressurreição Deus torna a dar vida incorruptível ao nosso corpo transformado, reunindo-o, de novo, ao nosso espírito”.
   A conservação das cinzas em casa pode tornar mais difícil o luto, pois a pessoa está sempre a “tropeçar” nos restos mortais dos entes queridos. Não consegue assim separar-se deles e da memoria dolorosa da sua perda. Ora, nós sabemos que o crescimento e amadurecimento da pessoa, desde o nascimento, faz-se pela separação física dos pais, pela autonomia e independência, para que tenha a sua própria vida e uma rede de relações e convivência diversificadas. A proximidade das cinzas pode enredar a pessoa nessa memória dolorosa, ficando aprisionada nela, sem conseguir viver livre e feliz. Ora, continuar a viver com satisfação e memória grata dos antepassados, honra os defuntos, que continuam a querer o melhor para os seus familiares e não lhes agrada ser para eles um entrave nesse sentido.
   A conservação das cinzas em lugar adequado é memória importante para a relação e comunhão com os defuntos. De preferência, seja um lugar não privado mas da comunidade, onde melhor se pode sentir a dor partilhada por outros e a solidariedade. Mais do que nas cinzas, é em Deus e na comunidade cristã que encontramos espiritualmente vivos os nossos defuntos. Por isso, relação com eles pode ser comunhão positiva, na diferente condição em que se encontram relativamente a nós. A fé cristã considera que a relação com os mortos se faz espiritualmente através da comunhão dos santos: pela memória, a oração, especialmente na missa, e a visita ao lugar da sua sepultura ou da conservação dos seus restos mortais. E isso é vivido na comunidade e não simplesmente de modo privado. A memória e comunhão com os defuntos ajuda a suportar e superar o luto, para transformar a perda em dom, em entrega confiante, à semelhança do que fez Jesus na sua morte: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. 
   Por todas estas razões, a Igreja católica considera que “as cinzas do defunto devem ser conservadas, por norma, num lugar sagrado, isto é, no cemitério”, não consentindo a sua conservação “em casa”, nem que sejam “divididas entre os vários núcleos familiares” ou dispersas “no ar, na terra ou na água, ou, ainda em qualquer outro lugar”. Antes, “deve ser sempre assegurado o respeito e as adequadas condições de conservação das mesmas”.
   As citações são da instrução “Sobre a ressurreição com Cristo”, da Congregação para a Doutrina da Fé “a propósito da sepultura dos defuntos e da conservação das cinzas da cremação” (15/8/2016).

   Luís Camilo

quinta-feira, 25 de junho de 2020

POSTAL ILUSTRADO - Ano lectivo 1933/34

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COSTELETAS VISITAM TAVIRA
EM HOMENAGEM A TOMÁS CABREIRA

Um arranjo digitalizado de Roger.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

LER, PARA PASSAR O TEMPO ESPERANDO UMA VACINA...




Um “ensaio” sobre a vida.
Um arranjo de Roger
DUAS VIDAS
"Temos todos que viver uma vida que é vivida e outra vida que é pensada"
Temos de facto duas vidas, como escreve Fernando Pessoa no seu poema em epígrafe.
A nossa vida vivida é simples, é a que é. A nossa vida pensada, dá-nos a sensação de que o mundo é nosso, com um sentimento de insatisfação e muita pressa de viver. É uma vida mais delicada, com os nossos sonhos sonhados, o que somos e o que não somos, o que gostaríamos de ser com pensamentos, desejos e quereres. Ao contrário da vida vivida é um grande mundo, cheio, vivo, imbuído de esperança e de ilusões. Pensamos em coisas que não conhecemos, que não sabemos e alimenta a vida vivida. Pensamos ter certezas e sentimentos sobre coisas que não vivemos...
A vida vivida é ou pode ser um parasita que se alimenta da vida pensada. É preciso ter cuidado, não deixar que a vida pensada se sobreponha à vivida porque para todos os efeitos, a vivida é a que verdadeiramente vale e é a nossa.
Verdade absoluta essa “duplicidade”!
Ser e/ou estar, pensar e/ou imaginar. Intensões reais ou previsões oníricas? Na vida vivida uma pessoa insiste nessa “duplicidade” quando diz "O amor romântico é como um traje que, como não é eterno, dura tanto quanto dura". E sob a veste do ideal que pensamos, se esfacela, surgindo o corpo real da pessoa humana, com que o vestimos. O amor romântico vivido é, portanto, um caminho da desilusão. Só o não será quando decide variar de ideal nas oficinas da alma com novos trajes.
E assim será fácil descobrir que um sonho realizado é como um saboroso doce dentro de um recipiente de vidro difícil de abrir e que, descuidadamente, escorrega e se esborracha no chão, partindo-se em partículas diferentes, deixando a ilusão de um trago amargo por não ter tempo de ser saboreado. Diga-se a, bem da verdade, que é um sentimento estranho e frustrante.
De um momento para o outro encontramo-nos num deserto, perdidos em pensamentos a tentar desatar as cordas com que nos prendemos nas previsões oníricas
A única atenuante é saber que acontece com qualquer um e que, aquela máxima "quem não se sente não é filho de boa gente" poderá ser mesmo verdade, e isso nos faz sentir um pouco melhor. Pelo menos somos "boa gente" e temos todos que viver uma vida que é vivida e outra que é pensada, tomando como extrato o poema de Fernando Pessoa.
Os sentimentos e os pensamentos são “bicharocos” estranhos que nos condicionam o comportamento. Pior ainda são algumas das reações que conseguimos ter quando nos sentimos condicionados. Para cada um desses comportamentos e/ou reações há sempre explicações abraçadas a mil e uma desculpas esfarrapadas e sem nexo.
É assim que o ser humano chega a ser patético. Mas, mesmo sonhando a vida, o que é necessário real e importante é a “vida vivida”, o resto…
Não é real é “onírico”!
d

terça-feira, 23 de junho de 2020

RECORDANDO O JORNAL "AÇOTEIA" DA NOSSA ESCOLA



UM CONTO PUBLICADO NO Nº 3 EM 24 Maio de 1962

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Parece que o Aluno assinou com "pseudónimo"
Um arranjo digitalizado por Roger.

GENTE DA TOMÁS CABREIRA





O «ALIBABÁ»

                   Não nem nunca lhe soube o nome. Sei apenas que andava na Escola Tomás Cabreira, na década de 40 do século XX, era eu miúdo. Aspecto de aristocrata galã e afadistado, o «Alibabá», como era conhecido no meio escolar e jovem, morava com a avó, a «Tia Maruja», um nome que sabe a mar, que lhe ficava bem perto. O rés-do-chão em que habitavam, com uma ampla «casa de fora», era na Rua Gil Eanes (Rua da Parreira), hoje derrubada, quase no encontro com a Avenida da República. Ao que me recordo o costeleta «Alibabá» tinha muitas e curiosas «estórias»...
                 Coisas de tempos idos da nossa Escola e das suas gentes.

                                              JOÃO LEAL

COISAS DA TOMÁS CABREIRA





«ERAM 200 IRMÃOS»

       A memória do filme português «Eram duzentos irmãos», realizado em 1952 por Armando Vieira Pinto, também autor do argumento, película que versa a vivência de um curso de cadetes da Armada no Navio Escola «Sagres» trouxe-me á lembrança de como eram fraternos os sentimentos entre quantos frequentavam a Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira.
       Curiosamente existiram muitos «costeletas», ao nível de alunos, professores e funcionários que eram mesmo «irmãos de sangue». Entre outros ocorrem-nos os casos das «gémeas da Fuseta, uma das quais era a Divina»; dos Sousas gémeos, naturais de Loulé e que foram gerentes do Montepio Geral, em Faro; dos Molarinhos, o António, o mesmo velho e do José, meu vizinho fronteiro na Rua General Teófilo da Trindade; dos Zambujais, o Chico, professor e caricaturista, já falecido e do Mário, escritor e jornalista; dos Campos, um dos quais destacado futebolista do Farense e do Olhanense; dos Bicas, com o António, professor e jornalista e o Orlando, autor de livros sobre tácticas e leis do futebol; dos também estoienses Quinta Rodrigues (o Valério, acordeonista e Inspector de Finanças e o irmão mais novo, o Virgílio); dessa figura e homem da nossa Associação, fundador e director do «Costeleta», o professor Franklin Marques e a sua irmã, também professora Luísa; o Miguel Tinoco, artista dramático e a irmã, Maria da Conceição, casada com o Paixão Pudim; o Mestre Fernando Mendonça e o irmão, advogado, um dos fundadores da nossa Associação; os Coroas, professores, com o Engenheiro José da Campos Coroa e o irmão médico Emílio; os Pedro, dos quais o mais velho, o Francisco, foi Chefe da Secretaria da Tomás Cabreira e o Alfredo, sempre presente nos nossos encontros; os Piloto, com o Júlio, um dos «homens costeletas de Lisboa» e a irmã; os também Piloto, de Olhão, com o professor Eng. Diamantino e o «caçula», o Raúl; os Germano, com o mancebo e a Manuela; as Martins, com as duas irmãos, que moravam na Alameda e a Antonieta é viúva do Bernardino («Queixinho»); os Gonçalves, com o falecido Jacinto a liderar o clã...
    E tantos, tantos outros casos, de irmandade, que me não ocorrem e pelos quais peço a todos os colegas, os lembrem, trazendo os seus nomes para o blogue, esta janela de saudade e de lembrança!
                                               JOÃO LEAL

INFORMANDO



NOTÍCIAS DO TURISMO ALGARVIO

      Entre 1 e 4 de outubro vai decorrer a 22ª edição da iniciativa motociclista «Portugal de lés - a - lés», que vai ligar as cidades de Lagos e Chaves, com paragens em Évora e na Guarda. Segundo a Federação Portuguesa de Motociclismo «será mais uma edição plena de estreias e novidades, com a visita a muitos locais onde a caravana nunca tinha ido antes».
   
      A EHTA (Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve) integra o projecto «Summer School», que reúne, entre 29 de Junho e 10 de Julho, alunos de todo o Mundo e promove as regiões em que cada escola se insere. Esta iniciativa encerra em Faro o roteiro pelo País, com dois dias de formação inspirados na dieta mediterrânica e doçaria regional. 

       O grupo Air France / KLM vai efectuar, com início a 4 de Julho o voo ligando Paris ao Algarve, aos sábados e evoluindo para 4 voos semanais, a partir de 13 de Julho, às 2ªs, 4ªs, 6ªs e sábados.

         A Transavia inaugura uma nova rota aérea no início de Julho, prolongando-se até fins de Agosto, com dois voos em cada semana.

           Com o apoio da RTA (Região de Turismo do Algarve) e da Câmara Municipal de Alcoutim a blogger Ana Catarina (Wondering Life) esteve à descoberta do Algarve, do Rio Guadiana à Serra do Caldeirão, que vai lançar no seu site e nas redes sociais.

                                                        JOÃO LEAL

segunda-feira, 22 de junho de 2020

POSTAL ILUSTRADO - DESPORTO 1933/34

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Uma lembrança de Roger (para continuar com a série guardada por Franklin Marques)



Aconteceu a 21 de Maio e eu estive a assistir a um webinar sobre o assunto, feito por uma pessoa na qual confio plenamente,

(Ahhhh, o que é isto? A Margarida agora fala de Astrologia? Confesso que não percebo nada do assunto, embora há muito tempo me interesse sobre o mesmo – e não, não estou a falar das “previsões” que vêm nas revistas... – porém, algumas circunstâncias à minha volta levaram-me a tomar a decisão de aprender a falar “astrologuês” ou “zodiaquês”, como preferirem.)

Voltando à Lua Nova!

Lua Nova!

webinar foi muito mais do que isso, foi, também uma verdadeira reflexão sobre o que se está a passar, neste momento, não só à nossa volta, como em todo o mundo. Refiro-me, obviamente, à pandemia provocada pelo Covid 19 e que está a deixar cidades vazias, silenciosamente pesadas e hospitais cheios à beira do abismo.

Esta imposição para ficar em casa é má. Por muitos motivos é! Não há como o negar. E irá ter consequências nefastas em diversas áreas da sociedade. Estou, agora a olhar para o copo meio vazio que tenho na minha frente, por isso, decido e vou buscar um copo mais pequeno, verter nele toda a água e passo a olhar para um copo totalmente cheio.

Ficar em casa pode ser visto como um convite do Universo a olharmos para dentro de nós: o que nos move, quem somos, que medos temos, que assuntos temos por resolver... é um ficar dentro da nossa própria casa, que é como quem diz, no nosso corpo e na nossa mente. É ir às raízes emocionais, cuidar delas e renascer. A vida lá fora corre tão depressa e a um ritmo tão alucinante, que a nossa realidade chega a ser alucinada, e não temos tempo para nada. Chegou a altura!

Pelo que percebi, há uma conjugação de planetas no céu, no signo de capricórnio, que desencadeou tudo o que estamos a vivenciar e que veio mexer com as estruturas externas – a sociedade tal como a conhecíamos não voltará a ser a mesma. Está a ser-nos dada a hipótese de criar uma realidade. Provavelmente haverá quem se queira manter no mesmo lugar, mas essa realidade, que ontem era uma verdade absoluta, amanhã estará noutra dimensão. Não há volta a dar.

Todas as estruturas, tudo aquilo que tínhamos como dado adquirido está a ser agitado e isso vai mexer com a nossa (sensação) de segurança e daí o tal convite à introspeção, à viagem às nossas raízes e a cuidar delas. Não é o que fazemos com uma planta quando ela está moribunda? Cortamos-lhe as folhas para que a vitalidade da raiz não se perca na totalidade, e passado algum tempo uma nova planta nascerá da terra. Como disse a Vera, há que construir a nossa casa, curar o que está doente para podermos sobreviver.

A nossa urgência será fazer renascer o coletivo, mas não nos podemos direcionar para ele sem que, em primeiro lugar, saibamos e conheçamos a nossa individualidade. A essência de cada um de nós. Cada um de nós tem algo de especial com o qual poderemos contribuir para o grupo, mas só depois de o conhecermos. O que está a ser pedido é que fiquemos connosco para curar os nossos medos, as nossas tristezas, as nossas angústias. Vamos descobrir o sol que temos dentro de cada um de nós.

(Calma, pessoal, eu “não vi a luz” nem me virei para o “espiritualinho” que usa a palavra “grata” e “gratidão” como se estivesse a pedir uma sande e um galão ao balcão de um qualquer café)

Vamos aprender a  lidar com a responsabilidade – primeiro comigo e depois com a sociedade. Pelos vistos este processo teve início em 2008 – lembram-se da infortunada crise que a todos nos tocou? – quando Plutão entrou em Capricórnio.

Como já foi dito anteriormente, estar fechado dentro de casa não é fácil e é com ligeireza que nos escapamos ao estar connosco – temos, para o bem e para o mal, muitas distrações: as redes sociais, as séries da moda e toda uma panóplia de coisas que nos afastam o pensamento de nós próprios. Não, isto não se trata de egoísmo, nem de egocentrismo – isso é totalmente diferente! Aproveitemos este tempo para nos “desligarmos” do exterior e nos “conectarmos” com o nosso eu para nos começarmos a curar – não fiquemos à espera que passe, como se estivéssemos distraídos numa estação de metro. É que logo de seguida não virá nenhum comboio... Se é isso que fizermos, as feridas – mais ou menos abertas – continuarão lá e nunca serão saradas. Posso dizer-vos que tenho algumas abertas, mas que por já as ter identificado, já iniciei o meu looonnnngo caminho de cura.

Tudo o que se passa fora de mim, passa-se dentro de mim. É o efeito espelho. Se algo ou alguém me irritam ou me desconcertam, o que é que está avariado dentro de mim? Olhem que isto não é fácil. Durante muito tempo neguei esta teoria, até que aos poucos fui descobrindo o porquê de algumas birras, dores, atos.

A chegada de uma Lua Nova representa uma nova energia, que ao longo do ano vai passando de signo em signo, cada qual com as suas características. E é nesta altura que devemos iniciar um processo de renascimento, colocando as nossas intenções – nunca esquecendo de agradecer por tudo o que já conquistámos e deitar fora o que já não nos faz falta.

Lua Nova em Carneiro – a tal que chegou a 21 de Maio – representa libertação: de raiva, de incapacidade de estabelecer fronteiras, de impulsividade; mas também representa constru-ção: pioneirismo, iniciativa, ação direta e concreta, coragem - que é como quem diz "ação" (agem) vinda do interior, do coração (cor).

E agora? O que faço com isto? Se fores audaz, faz o teu mapa (ou carta) natal, está atento às lunações, vê qual a casa que a Lua abre, pois é aí que terás de desbravar caminho. Usemos cada Lua Nova para nos concretizarmos.

Uma das frases que ontem mais me marcou, dita pela Vera foi: “Deixem que o mundo vos veja!” (que, de imediato me levou para uma canção que cantávamos na oração da manhã no Colégio e que dizia: "essa luz pequenina, vais deixá-la brilhar")

Isto tudo fez sentido ou estive a falar chinês? Bem, se isto é chinês, talvez o melhor – se quiserem saber mais sobre o assunto – é marcarem uma consulta com a Vera, que ela explica tudinho tim-tim por tim-tim.

PS - Este não é um post patrocinado. Ninguém me pediu para o escrever. Apenas senti vontade de partilhar isto convosco, porque foi algo que me tocou. E só vos digo que vou ter muito trabalhinho pela frente, pois a Casa que o Carneiro abre no meu mapa não é pera doce.

                        Margarida Vargues.

sábado, 20 de junho de 2020

INTERESSANTE PARA LER



“polionasmo”
Todos os portugueses (ou quase todos) sofrem de “pleonasmite”, uma doença congénita para a qual não se conhecem nem vacinas nem antibióticos.
Não tem cura, mas também não mata.
Mas, quando não é controlada, chateia (e bastante) quem convive com o paciente.
O sintoma desta doença é a verbalização de pleonasmos (ou redundâncias) que, com o objectivo de reforçar uma ideia, acabam por lhe conferir um sentido quase sempre patético. Definição confusa?
Aqui vão quatro exemplos óbvios: “Subir para cima”“descer para baixo”“entrar para dentro” e “sair para fora”.
Já se reconhece como paciente de pleonasmite?
Ou ainda está em fase de negação?
Olhe que há muita gente que leva uma vida a pleonasmar sem se aperceber que pleonasma a toda a hora. Vai dizer-me que nunca “recordou o passado”?
Ou que nunca está atento aos “pequenos detalhes”?
E que nunca partiu uma laranja em “metades iguais”?
Ou que nunca deu os “sentidos pêsames” à “viúva do falecido”? Atenção que o que estou a dizer não é apenas a minha “opinião pessoal”.
Baseio-me em “factos reais” para lhe dar este “aviso prévio” de que esta “doença má” atinge “todos sem excepção”. O contágio da pleonasmite ocorre em qualquer lado.
Na rua, há lojas que o aliciam com “ofertas gratuitas”.
E agências de viagens que anunciam férias em “cidades do mundo”.
No local de trabalho, o seu chefe pede-lhe um “acabamento final” naquele projecto.
Tudo para evitar “surpresas inesperadas” por parte do cliente.
E quando tem uma discussão mais acesa com a sua cara metade, diga lá que às vezes não tem vontade de “gritar alto”“Cala a boca!”?
O que vale é que depois fazem as pazes e vão ao cinema ver aquele filme que “estreia pela primeira vez” em Portugal. E se pensa que por estar fechado em casa ficará a salvo da pleonasmite, tenho más notícias para si.
Porque a televisão é, de “certeza absoluta”, a “principal protagonista” da propagação deste vírus.
Logo à noite, experimente ligar o telejornal e “verá com os seus próprios olhos” a pleonasmite em direto no pequeno ecrã.
Um jornalista vai dizer que a floresta “arde em chamas”. Um treinador de futebol queixar-se-á dos “elos de ligação” entre a defesa e o ataque.
Um “governante” dirá que gere bem o 
“erário público”.
Um ministro anunciará o reforço das “relações bilaterais entre dois países”.
E um qualquer “político da nação” vai pedir um “consenso geral” para sairmos juntos desta crise. E por falar em crise! Quer apostar que a próxima manifestação vai juntar uma “multidão de pessoas”?
Ao contrário de outras doenças, a pleonasmite não causa 
“dores desconfortáveis” nem “hemorragias de sangue”.
E por isso podemos “viver a vida” com um “sorriso nos lábios”.
Porque um Angolano a pleonasmar, está nas suas sete quintas.
Ou, em termos mais técnicos, no seu “habitat natural”.
Mas como lhe disse no início, o descontrolo da pleonasmite pode ser chato para os que o rodeiam e nocivo para a sua reputação.
Os outros podem vê-lo como um redundante que só diz banalidades.
Por isso, tente cortar aqui e ali um e outro pleonasmo.
Vai ver que não custa nada.
E “já agora” siga o meu conselho: não “adie para depois” e comece ainda hoje a “encarar de frente” a pleonasmite! Ou então esqueça este texto.
Porque afinal de contas eu posso estar só “maluco da cabeça”.

          Autor desconhecido.

Um arranjo de Roger.
Texto enviado por Zé Elias Moreno.