quinta-feira, 30 de julho de 2009

UM TEXTO DIÁRIO, SEMANAL, MENSAL... OU DE VEZ EM QUANDO


AS NOSSAS BRINCADEIRAS DE INFÂNCIA...(CAPÍTULO II)


Falar ou escrever textos sobre a nossa juventude, mais do que um exercício de saudade, é seguramente um desfile de memórias de alegria e de tristeza. Recordar, e fazer recordar às mulheres e homens da minha geração, as nossas brincadeiras, as nossas malandrices, os nossos sonhos, tentando também dar a conhecer aos jovens de hoje, como era fácil ser jovem nos anos quarenta e cinquenta, com o pouco a que tínhamos acesso, e como esse facto tem naturalmente de ser motivo de alegria e satisfação, para todos.

Os brinquedos, como referi em anterior texto, eram na sua maioria feitos por nós.

Os jogos que praticávamos, quase sempre inventados, eram propriedade de todos e não havia exclusividades. Direi que eram universais!Jogar à deserta, significava criar um "coito", normalmente numa parede balizada com duas varas, duas pedras e às vezes com os blusões ou outras peças de roupa. Do grupo, um ou dois ficava no "coito", para não permitir tocar a parede com a mão, metade corria a esconder-se e a outra metade a procurá-los, assim que se ouvisse o grito " à deserta ". Ganhava quem conseguisse atingir o "coito".

O jogo das Uvas, em regra era jogado encostado a uma parede, de preferência se a mesma tinha um pilarete em pedra. À sorte eram distribuídos os que ficavam dobrados pela cintura, com a chamada "mãe" segurando na cabeça do primeiro, e os outros saltavam, com a dificuldade acrescida conforme o tamanho do grupo que se sujeitava a receber os saltadores. Os primeiros, tinham de saltar bastante comprido, para permitir aos restantes "acomodarem-se" e aguentarem o mais possível em cima. Alteravam-se as posições, quando o grupo de cima ou o de baixo, gritava "arreamos".

A fisga, fabricada com uma forquilha em forma de V com uma haste, normalmente obtida nas romanzeiras, dois elásticos retirados das câmaras de ar das bicicletas, já impróprias para utilizar, e um bocado de sola de sapato ou do contraforte ( o qual representava o local ideal para obter este elemento), era a "arma" certa para ir aos pássaros: Calhaus redondos, que se apanhavam nas azinhagas, uma boa pontaria, as "flozinhas de mato" nos arbustos rasteiros, os "picanços" nos fios de telefone por cima dos milheirais, os "piscos" nos figueirais, e às vezes, no regresso uma lâmpada de candeeiro público, era ocupação para muitas horas. Ainda juntávamos a esta actividade (lúdica / desportiva), um ataque às arvores de fruto (quem não se lembra de ir à nêspera, também conhecida por "caracol amarelo"), ou apanhar umas boas corridas dos cães residentes nas hortas? Quantas vezes, corri à frente do cão existente na horta do meu avô - João do Carmo (Carminho) que ignorava a minha presença juntamente ao "bando de rapineiros de fruta"?

Acrescento ainda o jogo de "cowboys" em que o grupo se dividia sem discussão, em bandidos, sherifes e seus ajudantes. Pistolas feitas de madeira, cortiça ou a própria mão de dedo espetado funcionava como "arma". Escondíamo-nos e, espreitando nas esquinas dos prédios, quando se vislumbrava um "bandido", disparava-se o tiro e simultaneamente a voz de prisão. Quem recebia o tiro no peito, caía e dizia em voz alta " Estou morto!". Por vezes, e na ânsia de não ser apanhado, negava-se ter sido ferido, e lá vinha a frase característica do momento: "Se não morres, não brinco!". O jogo continuava até estarem todos presos ou mortos e ai, como hoje, os bons viravam maus e vice-versa.

Termino este capítulo com o "jogo" da velha linha preta, atada à mãozinha da parte fixa das portas: Em regra, as portas eram compostas por duas partes, uma fixa e outra que abria, pelo que, ao cair da noite, após o jantar e aproveitando o crepusculo, dava-se início ao "jogo": Empoleirados nas árvores, que existiam abundamente, puxava-se a linha que havia sido previamente atada à mãozinha e tocava-se à porta. A dona vinha abrir e não via ninguém e começava a ralhar: " Seus malandros, vão-se deitar e tenham juizo" e voltava a fechar a porta. Passados uns momentos, lá ia mais uma puchadela de linha... e a cena repetia-se até que a dona da casa, resolvesse e muito bem não "dar ouvidos". Voltarei para o capítulo III...se a inspiração e a memória continuarem a auxiliar.

Jorge Tavares

costeleta 1950/56
Recebido e colocado por Rogério Coelho

quarta-feira, 29 de julho de 2009

COSTELETAS DE GRANDE VALOR


NO TEMPO DA OUTRA SENHORA

Como é sabido, no tempo da outra senhora, os alunos da periferia da cidade que na Escola Primária mais se destacavam, eram dados conselhos aos pais desses alunos, pelos professores primáros de cada um, de que deveriam continuara estudar. E apareceram grandes alunos que é bom referir aqui.
O Engº BENTO, de Santa Bárbara de Nexe, filho de un homem que vendia sorvetes perto da Escola, que se revelou bom aluno desde os tempos da primária com o professor Leitão é um Engº de grande competência licenciado no Canadá.
Florival de BRITO, natural da GOLDRA, outro produto escepcional da cantera, aprendeu com oo Mestre OLÍVIO, o minucioso trabalho de torneiro
Quer o Bento quer o Florival foram da turma do DIgo Costa e Sousa, do Prof. Arthur, do Fernando Oliveira, do Maçarico, do Ãlvaro Paulino Reves, do Migual Damasceno de Brito, do Pompílio Rombinha e de uns quantos mais

Outro grande senhor do torno, que aprendeu nas nossa escola, e é casado com a Zélia Simão da minha terra é o José PINTO COELHO, que foi da minha turma no 2º ano do ciclo. Favor aparecer pois não sei nada dele há mais de quaenta anos.
Outra figura importante de revelação costeleta, foi o JOSÉ REIS, Engº Químico e Professor de Profissão que podia ter sido actor de teatro pelo grande jeito que tem, foi um cábla nos primeiros anos da escola mas que depois agarrou-se e bem

texto de
JBS

terça-feira, 28 de julho de 2009

O PAI DOS COSTELETAS PINTO FARIA


ROTEIROS DE ALMA

Foi este o título com que a Editora Minerva abriu concurso para selecionar textos em prosa e verso. Concorri com quatro temas e foram todos aprovados. São eles O Pai da Malta, o Senhor Padre, o meu amigo João da Silva e o Professor Leitão.

O Pai da Malta, é pai dos costeletas Engº José Pinto Faria e Engº João Pinto Faria, tendo ambos envergado a camisola da Escola, jogado ambos na mesma posição, defesa central e o Zé chegou mesmo a campião Nacional de JUDO.

Naquele tempo, anos 40, havia entre as terras uma certa (grande) rivalidade profissional. Santa Bárbara de Nexe e Bordeira estavam na cabeça no reconhecmento da profissáo de canteiros , que uma terra dizia ser melhor do que a outra.

Os de Santa Bárbara, certa vez juntaram-se ao pé da IGREJA e resolveram invadir o campo inimigo situado no salão de baile de BORDEIRA. As tarefas foram distribuídas e melhor cumpridas.

No domingo seguinte lá estavam eles em BORDEIRA com todos os apetrechos. O primeiro a entar foi o Domingos da Falfosa, que, com um cacete partiu os candeeeiros todos.

Assim, acabou o baile e começou a porrada.

O resto está no livro que vai sair brevemente, como dizia o Ra(t)imundo.

Texto de
JBS

segunda-feira, 27 de julho de 2009

CRÓNICAS DA SEMANA (5)

Faro - Rua de Stº António

Joaquim Teixeia coloca uma coroa de flores no Mausoleu de Tomaz Cabreira - Tavira

Foi, se a memória não me falha, no ano da graça de 2002
Comemorava-se o 11º aniversário do Jornal “o Costeleta”. O evento realizou-se num restaurante de Tavira e, os membros da Associação, decidiram fazer uma romagem ao mausoléu de Tomaz Cabreira no cemitério de Tavira.
A fotografia, que encabeça esta crónica, colocada por Rogério Coelho a meu pedido, foi publicada no Jornal “o Costeleta”. Nela podemos apreciar e verificar que o dia estava bastante chuvoso mas, a cerimónia concretizou-se com a colocação de uma coroa de flores pelo então Presidente da Direcção Joaquim Teixeira,
Na minha primeira crónica afirmei que elas focariam o presente e “Naquele Tempo” em referência à nossa escola. O passado é dificil de historiar, para contar, como decorreu o arranque da Escola na Rua do Município mas, no respeitante ao inicio da Escola onde hoje está implantada, fomos buscar um texto da autoria do saudoso Franklin Marques e que passo a transcrever na íntegra:
“Outubro de 1948!
O liceu tinha-se mudado para aquele enorme edifício de Santo António do Alto.
As instalações devolutas, antiquadas, mas de linhas arquitectónicas harmoniosas, abrem-se para receber uma “clientela” diferente da habitual: um conjunto de miudos e miúdas oriundos de um outro estrato social, que vai iniciar uma experiência pedagógica introduzida no sistema de ensino em Agosto desse mesmo ano – a frequência do Ciclo Preparatório do Ensino Técnico.
É a Escola Técnica Elementar Serpa Pinto que nasce.
E a cidade começa a assistir. dia após dia, às revoadas de grupos de pequenos estudantes ostentando a “imagem de marca” da recem-criada Escola: a bata branca e o laçarote azul com bolas brancas, para elas, o fato de macaco estilizado, de ganga azul. para eles.
E é curioso como, sendo este um fato para uso nas aulas de Trabalhos Manuais,, em breve passou a ser considerado como imprescindível, quaisquer que fossem as actividades do dia....
Administrativa e pedagogicamente, a principio tudo decorreu na dependência da Tomás Cabreira. Depois foi a autonomia.
Um corpo docente de que imediatamente se destacam Jorge Valadas, Américo Nunes da Costa, Diamantino Piloto, Maria da Conceição Sintra e José Formosinho Mealha, traça o rumo da sua acção educativa.
Aquele espaço que outros não quiseram, com carências de toda a ordem, transforma-se numa verdadeira Escola. Mais do que ensinar, estes mestres educam. São personalidades muito diferentes, até pela formação cientifica que possuem, mas todos têm uma característica comum: são verdadeiros educadores!
Antes de mais, foi a preocupação de que os alunos se sentissem bem naquela casa. E que a sentissem como sua. Daí, todos terem sido chamados a colaborar na arrumação e, até, na limpeza (Se fosse hoje!!!).
Jorge Valadas, o bDirector, deu o exemplo. Ele mesmo vestiu um fato de macaco e carregou mesAS, CADEIRAS E ARMÁRIOS.
Os Empregados (o João Bico, o Castro, a “menina” Lourdes e a “menina” Libânia), bem como a gaiatagem, secundaram-no.
E a Escola alindou-se e tornou-se funcional...
Aconteceu educação. Formaram-se homens. Quarenta e cinco anos depois, pessoas e factos são recordados. É a certeza de que nada foi em vão!
===O===
Correram os anos lectivos de 1948/49 e 1949/50.
E os piuoneiros do Ciclo Preparatório do Ensino Técnico concluiram, no edificio deixado pelo Liceu, o seu ciclo de estudos de cinco anos.
A partir daí, era preciso optar. Comércio ou indústria eram as alternativas. A malta escolheu. Os dois anos de preparação recebida permitiram (coisa inédita!), que cada um avaliasse, com um realismo que a Instrução Primária lhe não permitiria, as suas reais capacidades e vocações.
Abriu-nos as portas a Tomás Cabreira, adentro dos muros da Cidade Velha.
Aqui, tudo era diferente. Os edificios e as pessoas. Quanto a estas, era enorme a heterogeneidade. Era vulgar, na mesma turma, um moço de doze anos ombrear com outro de desasse6te. E havia mesmo alguns que eram considerados verdadeiras Enfim, histórias! Quem não se lembra, entre outros, do Sheriff ou do Ali Babá? O próprio corpo docente tinha, também, esta carecteristica, embora de um modo geral fosse considerao homogéneo quanto à competência profissional.
De trá vinham professores como Lyster Franco, Urbano Santos, José de Sousas Uva, o casal Mestre Guerreiro/D. Maria, etc., etc. A estes se juntara a juventude de Ângelo Passos, António Francisco da Cruz, Jorge Ferreira Matias, José Correia e outros. E, na primeira linha, essa figura ímpar de professor e de director que foi Fernando Moreira Ferreira!
===O===
Por aqui ficámos dois anos. O tempo suficiente para que se concluissem as obras de adaptação entretanto levadas a efeito no edificio de tão belas linhas arquitectónicas que deixáramos.
1952/53 é o ano do regresso.
Já não encontramos a nossa Serpa Pinto. Fora extinta. E a Tomás Cabreira que acabávamos de deixar, encerrou as suas portas. O edificio que iríamos ocupar, muito fria e oficialmente era designado por Escola Industrial e Comercial de Faro...”
Como já vai um pouco extenso, fico para a semana. Até lá.

Alfredo Mingau



Recebido e colocado por Rogério Coelho

ANTÓNIO ENCARNAÇÃO FALA DE;






Na generalidade quando se fala de qualquer assunto, procuramos pesquisar informações sobre o
mesmo !Seja por Documentos ;na Internet, ou mesmo por testemunhas Presenciais ,Ao escrever para publicar num blog em que o tema é REFORMA AGRÁRIA, não podia descurar esses pontos!Acabando pelo trabalho ser na globalidade de minha autoria , porque acontecendo numa época, que mesmo não existindo os meios de informação virtuais , os jornais noticiavam tudo de acordo com o ponto de vista ideológico de cada um ! .

Numa forma de Governo de Base Ditatorial , que durou 48 anos , não existia dados sobre o desenvolvimento nas ¾ partes do Século X X , se em 1910 foi Implantada a República , e conhecidos vários governos que praticamente quase levaram o País á falência ! em 1926 ! foi com o Golpe de Estado de 28 de Maio de 1926 , que deu origem á Instituição do Estado Novo , que perdurou até 1974 !Foi por instigação Partidária que a partir dessa data foram iniciada as acções , entre elas a Ocupação de algumas Empresas pelos trabalhadores , e da Reforma Agrária sobre os Latifúndios !Apoiados pelos órgãos governamentais em que predominava o Partido Comunista Português que na época era o mais Estruturado

Enquanto o Partido Socialista com propaganda da qualidade de Vida nos Paises Nórdicos ,servia de base publicitária do sistema Socialista em que se destacava a palavra “ apoio do nascimento até há morte ) no sistema ! que tinha como resultado grande adesão Popular ! e naturalmente o PS , como outros Partidos mais á Esquerda também embarcaram na epopéia da Reforma Agrária em Portugal !Assim nas Pesquisas encontrei versões de cada linha ideológica, defendendo seus argumentos sobre o que aconteceu , o que não me levou a qualquer consenso !No entanto recordando o que assisti não posso generalizar !Minha recordação não é das melhores ! pelo contrário eu vi e tomei conhecimento de muitas situações erradas !


Ocupações de propriedades em Pleno funcionamento e saqueadas até ao final ! Com ideologia em que cada integrante se sentia como integrante e continuava sendo explorado como antes !Formavam Cooperativas e recordo uma vez que ao me informar onde poderia encontrar alguns produtos ?A resposta foi quer encontrar a Cooperativa Comunista ou Socialista ?quando na minha forma de conhecimento da ideologia de Cooperativa , é que as mesmas tem uma actuação democrática sem envolvimento com Religiões ou Partidos Políticos !Actualmente Reforma agrária em Portugal , não tem significado , e ainda existe algumas Cooperativas verdadeiras! em cada membro não coloca suas ideologias em confronto com o Posto de Trabalho que ocupa na entidade onde presta Serviço .


Texto deAntoniojce

COLOCAÇÃO DE
JBS

domingo, 26 de julho de 2009

O COSTELETA ROMUALDO CAVACO



Mensagem para o Rocha


Em conversa telefónica com o Brito de Sousa, que se encontra de férias nos Acores até ao dia 8 de Agosto, me contou que não conhecias o Romualdo Cavaco. Aqui está a foto. Também a coloquei no texto que escreveu.
Um abração


Rogério Coelho

sábado, 25 de julho de 2009

A PROSA DE MARIA JOSÉ


NO PÁTIO DA ILUSÃO
Por Maria José Fraqueza

Um dia pus-me a pensar nos sentimentos que norteiam a nossa vida e na nossa maneira de agir perante as situações.
Então tentei dissecar pormenorizadamente os encontros e desencontros desta vida.
Em silêncio, debrucei-me sobre a rotina. E deste modo, encontrei algumas presenças familiares: o Amor, o Ciúme, a Paz, a Felicidade, o Sonho e a Esperança - sentimentos que guardava na caixa escondida do meu coração. Amigos do convívio íntimo, tranquilo, percebi que eram cúmplices na missão de agir e de pensar.
Assomei-me à janela do meu Pátio e vi que estava na praça da Alegria. Por ela passava o Amor! Dei os bons dias ao Amor, sorri-lhe e o amor sorriu também. Entrava risonho no meu coração como um flor a desabrochar. Depois vi a flor fechar as pétalas e o Amor sair de casa e perguntei-lhe.
- Para onde vais Amor tão apressado? Mal chegaste e já desapareces deste canteiro florido?
- Vou espalhar-me por aqui e por ali...as minhas pétalas
Eu fiquei triste e senti entardecer – nessa altura o Ciúme porta adentro.
O Ciúme estava muito zangado com tamanha falta do Amor. Derramou lágrimas e disse adeus ao Amor, acenando um lenço branco de despedida.
O amor nem sempre fica connosco, chego a pensar que talvez eu seja uma Rosa com espinhos como a flor do meu nome.
- Mas não há amor sem ciúme, dizia a minha mãe! – Deixa o ciúme em paz!
Acercou-se de mim a Paz e tanto eu, como a minha mãe, compreendemos que tínhamos necessidade dela e que todos os seres humanos devíamos construí-la.
Ali ficamos as duas no poial da porta a conversar com ternura e afeição, sobre poentes e alvoradas que alimentam de gestos e ideias os hospedes do nosso coração. Depois veio a Felicidade ao nosso encontro e juntou-se à Paz e ambas compreenderam que moravam naquele instante dentro de nós.
E ficaram em silêncio até anoitecer. O céu encheu-se de estrelas luminosas e surgiu o Sonho, nas asas do pensamento. O sonho transportou-as ao mundo onde estavam os seus companheiros e amigos, felizes e sorridentes. A cada um deles um projecto de futuro e um desejo de concretização. O sonho fazia sempre parte das suas vidas. O sonho de ver um mundo feliz, de criar um lar para os idosos, um infantário para crianças e mais escolas... um hospital... e num repente, sentiu caminhar até uma instituição, onde era possível ajudar os mais desfavorecidos. E viu uma enorme constelação de amor a rodar num espaço, onde as estrelas brilhavam com um brilho mais intenso. E na imensa trajectória descrita pelos astros, chamou “Rotação” ao seu projecto. No sonho de levar o seu plano por diante, abria-se um horizonte ilimitado, um vasto mundo a percorrer...e girava, girava... qual dançarina mais leve... passo a passo o Sonho... transpôs a porta e saiu...
- Esperança! – gritava a mãe aflita! São horas de levantar! É Natal! Anda ver os presentes que estão na árvore!
Acordada do meu sonho, a Esperança fazia parte dos meus haveres. Parecia ainda dentro do meu sonho, conversando em paz nas noites prateadas de Luar e a imaginar a chegada dos Magos, seguindo a Estrela de Belém, com a mirra, o incenso e o oiro!
Ah! O ouro... era o meu sonho dourado na mina consagrada a Deus!
E o sonho não tinha fronteiras, atravessaria sempre aquela porta para me oferecer novos anseios, novas ilusões, novos projectos e atrás deles a nossa missão de servir a Humanidade e a ilusão de ser criança. Afinal continua com morada certa no Pátio da Ilusão!

COLOCAÇÃO DE
JBS

quarta-feira, 22 de julho de 2009

CRÓNICAS DA SEMANA (4)




O saudoso professor Franklin colocou no Jornal “o Costeleta”, quanto â sua periodicidade, “sai quando sai”. Se esta crónica não sendo semanal mas, crónicas da semana, também, quero deixar bem claro que ela “sai quando sai durante a semana”. Esta será, portanto, a segunda desta semana.
Escrevi na crónica da semana passada a minha curiosidade de tomar conhecimento das prosas e dos sonetos que aqui se publicam. Mas esqueci o pormenor, de afirmar, que também tomo conhecimento dos comentários que se arrolam sobre os textos que aqui se produzem. No meu caso, também, tomei conhecimento de alguns comentaristas se oporem ao meu pseudónimo com que assino as minhas crónicas semanais. É natural a curiosidade dos outros. No meu comentário em resposta ao do sr. J. Tavares eu afirmava não me considerar anónimo, porque, muitos escritores também o faziam. Tenho presente o pseudónimo dum grande escritor que utilizava o pseudónimo de Jôquim Borrego. Será que alguns de vós saberá, ou teria conhecimento, da identidade deste saudoso escritor? Só mais tarde se soube tratar-se do Professor Franklin Marques. E ninguém o considerava anónimo... saber esperar também é uma virtude.
Mas, deixemos as coisas como estão. Se, na semana passada, coloquei a gazetilha do “Zé da Uva” em que ele escreve que o povo, num apertão maluco se juntava para ouvir cantar o cuco... ou cuca. E já pensaram se serei ele... ou ela? O pseudónimo não identifica o sexo. Fiquem na dúvida...!
Mas falemos da nossa escola. Há duas semanas escrevia que a nossa Escola está inserida num grupo de 3 com cursos dedicados às artes, uma no Porto, outra em Lisboa e a nossa em Faro. Os cursos serão distribuídos por 3 categorias: Cursos Artísticos Especializados; Cursos Cientifico-Humanisticos e Cursos de Educação e Formação (tipo 3). Para estes cursos existem várias vertentes de que falaremos na próxima crónica.
E falemos do passado. Contemos uma história que aconteceu Naquele Tempo. Com alguns acrescentos de composição para lhe dar mais enfase.
Estávamos na década de quarenta. O “Moce”, que gostava muito de, nas férias grandes, ir para o campo apanhar os figos e as amêndoas (presume-se que o gosto seja verídico, mesmo com o beneplácito da dúvida, se pensarmos que ninguém gosta de dar o corpo ao manifesto), pensou em não perder tempo e fazer a matrícula no primeiro dia. Quanto mais depressa o fizesse mais cedo iria para o campo. E assim fez. Ainda não eram 9 horas e já ele estava encostado à porta da Escola, na rua do Município, a espera da abertura da secretaria.
Quando a porta se abriu ele foi o primeiro a entrar, porque, já tinham chegado outros com o mesmo fim. E como foi a primeira matrícula, o “Moce” ficou com o número UM.
E gozou as férias como era seu desejo, ajudando a família na apanha das amêndoas e dos figos. E â noite, porque gostava, dormia deitado sobre um monte de palha, a cuidar dos figos, dentro do “almeixar”, espalhados em cima das esteiras de cana, não fosse o diabo tece-las. (Almeixar: cerca de ramos em cujo centro se colocavam, em cima de esteiras de cana, os figos para secarem ao sol e para evitar que as galinhas entrassem para come-los – palavra de origem árabe e usada pelo povo campesino Algarvio – não a encontramos no dicionário nem na internet)
E quando acabaram as férias e começaram as aulas, poucas semanas depois, ficou sem professor da disciplina de francês. Os períodos passaram e cerca de duas semanas do final do ano lectivo aparece uma professora, de seu nome Anália, se a memória não lhe falha no respeitante aos pormenores desta história. A professora teve imediatamente a percepção de que aquela turma, de francês sabia... nicles. E ela teve uma ideia que transmitiu aos alunos e que era o seguinte: “Escolham uma lição, estudem-na, abram o livro e dobrem-no e coloquem debaixo do pé da mesa. Vão todos a exame e eu direi abram o livro numa lição qualquer e a tendência será a abertura da lição que escolheram. E eu darei uma ajuda.”
Bem, o “Moce” escolheu a lição número um e foi praticando. Mas acontece que, nos últimos dias de aulas, a professora deixou de aparecer. Souberam que a professora e o marido, que também era professor, tinham sido presos pela pide. Coisas de política. “E agora, como é que me safo?” pensou o “Moce”. Chumbo pela certa!
E o dia do exame chegou. Entrou na sala e reparou que o professor examinador era a D. Irene da Conceição Jacinto. Estou frito pensou o “Moce”. A professora Irene era muito exigente. Como era o número um, foi o primeiro a sentar-se porque o exame era oral. E diz a D. Irene olhando para os outros dois membros do juri: “Primeiro dia de exame de francês. Primeiro aluno com o número um. Então abra o livro na lição número um...”
Claro que o exame não foi dos melhores. No final do exame diz a D. Irene:
- Primeiro dia de exame de Francês; primeiro aluno a ser examinado e com o número um, e voltando-se para os outros membros do Juri “não vamos começar com um chumbo...”
Esta história, verídica ou ficção, foi-me contada pelo próprio, já lá vão sessenta anos, e conto-a porque lhe acho graça. Fiquem com o pensamento na dúvida mas... ela aconteceu..
E fico para a semana. Até lá.

Alfredo Mingau


Recebido e colocado por Rogério Coelho

terça-feira, 21 de julho de 2009

UM TEXTO... DIÁRIO, SEMANAL, MENSAL... OU DE VEZ EM QUANDO

Jorge Tavares


As nossas brincadeiras de infância... (Capítulo I)


Nós, os sexagenários, septagenários e octogenários, brincávamos todos da mesma maneira, porque as dificuldades económicas, a guerra, as actividades industriais reduzidíssimas e pouco diversificadas, eram o principal motivo para a inexistência de brinquedos. Como se brincava então?

O berlinde, pião, bola de trapos, arco com guiador, trotineta, fisga, cana com carrinho de linhas vazio na extremidade, "apanha", "deserta", uvas, cartas feitas com embalagens de cigarros da marca "Provisórios", cowboys, hóquei em campo, entre outros adaptados aos respectivos lugares de residência, eram os brinquedos e jogos preferenciais dos jovens.

Os berlindes adquiridos nas lojas de ferragens - lembro o Augusto Vieira dos Reis, no largo da Madalena - de uma só côr ou os abafados de diversas cores, jogavam-se, a perdê-los ou ganhá-los, nas modalidades de uma cova, três covas ou palmo e beijoca.

Os piões, que se adquiriam pintados e com careta, de imediato eram "limpos" de pinturas e caretas, afim de evitar o "ataque" da rapaziada - pião pintado vai para o telhado e pião com careta vai para a gaveta - e era uma vez um pião. Jogava-se com um cordel para o fazer rodopiar no chão, para depois fazê-lo subir para a palma da mão e dar um carolada no que se encontrava na poiso, até o colocar dentro do círculo e ganhar a partida e o pião.

A bola de trapos ou trapeira, feita com as meias das mães, permitiam jogar, driblando e rematar embora fosse mais utilizada nos "chutinhos" à parede. Os campeões destes chutos, somavam mais de mil, num muro com inclinação, junto à padaria do Joaquim Lopes "vulgo Joaquim Padeiro", no Largo de São Sebastião.

O arco com guiador, permitia um autêntico espectáculo circense. Percorríamos a cidade, fazendo circular o arco no lancil dos passeios, sem cair, misturado com ralis que inventávamos. A trotineta, veículo que era construído por nós, utilizando tábuas, rolamentos e campainhas usadas obtidos nas casas de bicicletas, chapa zincada para o travão de pé. Só faltava mesmo, Direcção Assistida e ABS.

O carro feito a partir da cana que apanhávamos nos canaviais, era construído com uma reentrância aonde se encaixava o carro de linhas - geralmente de bordar porque eram muito maiores - e encostado ao nosso ombro, funcionava que era uma maravilha.

Os maços de cigarros "Provisórios", com a sua embalagem exterior decorada com um riscado vertical, era no seu interior completamente lisa, permitindo desenhar o que quiséssemos. Porque era o tabaco empacotado que mais se vendia, estavam reunidas as condições para a partir dos pacotes vazios fazermos um baralho de cartas e em cada invólucro, desenhar um naipe. Que grandes jogatanas... a ganhar e perder milhos que retirávamos da dispensa caseira.


Para não tornar o texto muito extenso, voltarei no Capítulo II

Jorge Tavarescosteleta 1950/56

segunda-feira, 20 de julho de 2009

ESCOLA PRIMÁRIA EM ESTOI 1947


MEMÓRIAS DE ESTOI E DA ESCOLA PRIMÁRIA EM 1947
Texto de ANTÓNIO ENCARNAÇÃO



Estoi a maior aldeia do Concelho de Faro com actividade de Predominância Rural , em que residia a maior parte da população !Servida por duas empresas de autocarros que faziam ligações entre Faro e São Braz de Alportel , a EVA e António Evaristo Santos , deslocando-se a maioria dos habitantes em bicicleta e Carros de tração animal , para trabalhar na cidade de Faro , sendo um grande Pólo de empregos a Moagem que em horas definidas a sirene era ouvida numa distancia superior a 10 Km. e servia de orientação das horas para muita gente !

Existia o Racionamento de Produtos Alimentares , na maioria efectuada na venda do Picanço no inicio da Estrada que vai para Olhão , frente ás traseiras da casa de Joaquim Belchior Pai do Eng, Belchior Personalidade Publica de Faro . As Senhas necessárias para as compra davam direito a 600 gr. Mensais por pessoa no Açúcar , arroz , massa etc !
O pão também comprado pelas Senhas era vendido nas duas padarias que ficavam na Rua Principal ; família de Parafusa e José Gaziba este, também com Mercearia e venda que ficava depois da mercearia do Cancela, venda da Cascalhõa , sendo seguida pela barbearia do Chico . tinha dois Abegões ( construtores e reparadores de veículos de tração animal ) nessa rua !

Como figuras Típicas tínhamos o Lópinhos e seu foles “Acordeon “ que tocava em pequenas festas , com um repertório repetitivo ! Nas matanças de Porco o matador Fírmino Apolo grande animador nas confraternizações que se seguiam existia o hábito de quem mandava abater o animal fazer uma distribuição de parte da carne pelos vizinhos , que por sua vez retribuíam quando fazia a mesma , Era cômodo porque não existindo frigoríficos permitia acesso a carne fresca mais vezes na época que ia de 08 de Dezembro ao dia de Carnaval ou entrudo como chamavam .

No dia do ano Novo até ao dia de Reis 06 de Janeiro as Charolas corriam as casas com sua modinhas acompanhadas de castanholas; Ferrinhos e Pandeiros ! O Natal não tinha significado Em Estoi , Sim em Faro ( ainda na actualidade os espanhóis trocam presente pelo Reis) .
No dia de Entrudo a concentração dos foliões na generalidade era no Largo do Coiro da Burra ,e da Igreja na Aldeia ! existia pouco Transito , o primeiro automóvel que deu nas vistas foi do médico doutor Leiria , Nessa época Camiões e carros não tinham motor de arranque e pegavam com voltas de manivela !
Época da Páscoa tradicional jejuns e procissões como a dos Passos , e na Sexta feira Santa ninguém comia Carne de Porto , a Religião Católica respeitada , com um Padre popular que exercia muita actividade Social ! A concorrência evangélica mais perto era no Sitio da Bordeira !
Com a Primavera eram produzidas Favas e Griséus ( Ervilhas ) ;
O Mercado / Feira no Largo em frente ao Cemitério era no segundo Domingo de cada mês , enquanto a festa da Pinha composta exclusivamente por cavaleiros e carros ou carroças engalanadas continua sendo a 02 de Maio com itinerário de Estoi ao Ludo , ao princípio da noite na volta no Coiro da Burra era distribuídas tochas de esparto á população que as acendendo seguia em Procissão iluminada até ao Largo da Igreja do Pé da Cruz .
Nos Santos Populares a época dos Mastros cobertos de Flores em que eram realizados pequenos Bailes ,

Também em 1947 entrei para a Escola Primária de Estoi , num Edifício localizado na Estrada de Faro , denominado Escola do Estado Novo ! Com 04 salas , duas no rez de chão para os rapazes e outras duas no Primeiro andar para as meninas !
A professora mais famosa na época a D. Damásia , dava aulas ás meninas do Piso Superior lado direito ( também tinha sido professora de minha mãe.).
Minha sala foi sempre a do rez do chão lado direito por ter passado todos os anos, não mudei de sala , primeira e segunda classe fui lecionado pelo professor Pires e depois na terceira e Quarta pela professora Beatriz !


Enquanto , na sala do lado esquerdo lecionava a Prof ª. Eurídice , não me recordo do nome da outra professora , nem da auxiliar que completava o Pessoal Escolar .
Alguns colegas já conhecia como vizinhos de familiares moradores dos sítios de Porto de Carro ; Vale da Rosa , a maioria não chegou a freqüentar a Secundária nem o Liceu .
Os que Socialmente mais se destacaram na minha classe e foram para o Liceu foi o José Manuel Leiria ( Dr. Gago Leiria ) o José António Zeferino , filho do Dono do Cinema Ossonoba em Estoi , o António Picanso , ! o José Manuel Pires que só voltei a encontrar na Inspeção militar .
Como Costeletas saíram de lá o José Izidoro que foi para Professor Primário , António Bento do Sacramento Rodrigues que foi para a Força Aérea, o João Bernardino Sancho Cabrita que foi para enfermagem e faleceu em França , o Valério filho mais novo do Barbeiro junto á Igreja que ingressou na Fiscalização das Contribuições e Impostos onde o Irmão mais velho também se encontrava ,

O Balhão foi para o seminário , e o Virgilio José Nunes se notabilizou como Ciclista , tendo até participado na volta a Portugal .
Cada sala de aula funcionava com 2 classes alternadas em que o primeiro ano se juntava ao terceiro , o segundo á quarta classe , de forma que o aluno que passasse todos os anos ficava sempre na mesma sala .
Na época não chegava a 30 % os alunos que conseguiam completar a Primária , entre 10 a 12 alunos na média ! muitos eram obrigados a desistir para ingressar no trabalho Agrícola , outros completavam e iam para ofícios diversos ,

O que escrevi foi retirado de memória , sem qualquer pesquisa , Podia falar de outros colegas , mas quem se lembraria deles ? pessoas simples que na maioria nem estão entre nós e o espaço seria bem extenso!
Posso afirmar que convivi com pessoas de 03 Séculos , me recordo também de freqüentar a pré-primária ( escola paga ) . Agora quase aos setenta , também afirmo que não estou arrependido do que fiz nas diversas fases da minha vida e, se fosse possível voltar atrás não o faria ! porque tudo tem seu tempo ,e me sentiria deslocado não sendo o meu apesar de me adaptar facilmente ás situações !


Li há dias no blogue a resposta a um comentário de um Anónimo que critica o trabalho desenvolvido na Associação pela Geração de Ouro com a designação de velhos !
Em condições adversas ao contrário das facilidades actuais continuam mostrando seu valor !
Quem critica o Dr. José Hermano de Saraiva ; o Manuel de Oliveira ; o próprio Presidente da republica “ Costeleta “ ; e tantas outras figuras , aqui no Brasil temos o Jô Soares com 72 anos; a Hebe Camargo com 80 ; o centenário Oscar Niemeyer !
Será que esse critico Anônimo também os acha Velhos ? Prefiro não comentar !
PUBLICADO POR
JBS

CRÓNICA DA SEMANA /3)


Tenho por hábito, desde que o Blogue se iniciou, tomar conhecimento das prosas e dos sonetos que aqui se publicam e que me dão satisfação por um lado e saudade por outro.
Mas, também gosto de ler jornais principalmente um semanário da nossa província. Na outra semana li uma crónica nesse jornal, da autoria do João Brito de Sousa, que trata este Blogue por “tú”, e que não posso deixar de transcrever na parte que “buliu” com a minha saudade daquele tempo. Reza assim:
“.................Dr Uva na escola em Faro, que era através de chamadas orais onde os estudantes iam pedir dispensa de chamada à lição, argumentando que não a tinham preparado por isto ou por aquilo, o que o Sanches concedia ficando, todavia fulo da vida, vociferava mas não havia nada a fazer.
Foi então que o Dá Mesquita, a propósito disso, lhe dirigiu estes versos: “Dizem que o Sanches embirra/que lhe vão pedir dispensa/Forte asneira/Pois ele pensa/Que lhe vão pedir a despensa/onde tem a salgadeira.
É de uma graça imensa a história do estudante pássaro chamado assim por ter o cabelo que lhe cobria a orelha estilo asa de pássaro. Então nas discussões de estudantes nos Gerais, quando a coisa aquecia, a malta pedia o pássaro, dizendo, fala o pássaro. O camarada pássaro, que deveria ser um cábula dos maiores, atacava o problema fazendo rir a malta toda e o problema resolvia-se. Quando se formou foi para a terra e colocou uma placa de madeira no caminho perto de casa, com a seguinte inscrição: aqui advoga-se. ...............”
Bem, fiz esta transcrição, tanto pela graça que tem como pela recordaçáo do Dr. Uva ter sido meu professor de Direito Comercial. Mas nunca lhe pedi dispensa...
Escrevo aqui no nosso Algarve. E tenho presente a poesia que em 1973 Miguel Torga escreveu sobre o Algarve:
Levo-te emoldurada na retina.
Terra que Portugal sonhou e sonha ainda.
Que imagina depois de conhecer.
Só na retina poderia reter
Um mar que é outro mar.
Um sol que é outro sol,
Gente que é outra gente,
E casas que parecem de repente
Albornozes de pedra.
Magias naturais como a paisagem
Aberta à luz do dia,
Sempre real e sempre uma miragem
Táctil e fugidia...
Mas voltemos ao professor Uva. Alguém escrevia “Zé da Uva era poeta e repentista de geito, compositor musical por intuição, devotado à charla, recheado de humor sadio e de agudo espirito de observação”. E mais adiante escrevia “O encanto popular do seu >corridinho< que toda a gente trauteia e dança, esquecida do nome do seu autor, é bem o testemunho do seu expontâneo poder criador...”
E para terminar esta minha crónica semanal deixo aqui uma gazetilha do “Zé da Uva” (José de Sousa Uva Junior) que, suponho, foi escrita em Março de 1947:
ÓLEO... DE CUCO

Faro tem vida e progride.
A nossa atenção incide
em certos estabelecimentos,
conforme a arte e bom gosto
que o proprietário tem posto
quando faz melhoramentos

E há sempre manequins novos
Com cabelos em fios de ovos,
Sobrancelhas lineares,
Seios cónicos, agressivos,
E cilios rebarbativos
Narcotizando os olhares.

É isto o que mais se encontra.
Mas, há dias, vi na montra
Do meu compadre Seruca,
Relógio feito a capricho:
Dá as horas... salta um bicho
Que deve ser cuco... ou cuca!

E o povo sem mais demoras,
Vai ouvir todas as horas!
E, num apertão maluco,
Comprime-se com deleite
Supondo que arranja azeite
Mas... ouve cantar o cuco!...

E fico para a semana. Até lá
Alfredo Mingau
Recebido e colocado por Rogério Coelho

sexta-feira, 17 de julho de 2009

CONVERSA COSTELETA

Romualdo Cavaco



TEXTO RECEBIDO

DO NOSSO COMPETENTE E ROMUALDO CAVACO






Aula de História
Dr. Furtado

Foi nosso Professor já na provecta idade próximo à reforma. Tinha ligações familiares em Aljezur e Monchique, onde o encontrámos uma vez, a última...

As suas aulas eram peculiares. Entrava na sala, subia ao estrado e, após terminar o arrastar de cadeiras não dava muito tempo a que os alunos se distraíssem... ele é que os distraia e conduzia a aula. Por vezes escolhia um tema que nada teria a ver com História, mas que a ele lhe era grato. Dizia-nos “O João Branco Núncio tem uma quadra de cavalos que não há igual. Toureia a cavalo com a mesma arte como se estivesse apeado... Dizia-nos o nome dos cavalos, etc. Mais tarde pela Televisão pudemos comprovar a razão pela qual os seus pares o tratavam por MESTRE...

Noutra aula falava-nos de João de Deus, que ele admirava, nos dez anos de Coimbra – a sua Guerra de Tróia. Nessa época, sem estatísticas, já havia crise e, J.D. para equilibrar o orçamento teria ido visitar a Igreja de S.Sebastião. Como a estátua do Santo sangrasse, retirou-lhe as setas de prata e deixou um bilhete – “já basta de tanto sofrer” - .

Passados uns minutos mudava de tema – virava-se para a História ... “passem pela Papelaria Capela e comprem a “Cortezã de Sagunto” – Editora (x), autor (Y), preço ($)... Falava... falava ... mantinha os moços motivados ... olhava para eles e escolhia um interlocutor cuja conversa constituiria um misto de chamada ao aluno e aula dada pelo professor. Havia no entanto um deles que não se fixava no Professor e as aulas passavam sem que fosse chamado.

Certo dia, já quase fim de período o Professor apercebe-se pela folha da caderneta que o colega de carteira do Donaldo Campos Machado, próximo do Jacinto Manuel Teixeira Nunes não tinha sido chamado (hoje diz-se avaliado). Esse aluno estudava História em voz alta, numa varanda enorme, pelo que quando o Professor o chamou já tinha a voz “en su sítio”. Revelando alguma surpresa por ter descoberto um “historiador” no canto da sala, quando a aula terminou o Prof. perguntou-lhe: “Que nota queres??!!...” os colegas respondiam: “17 Prof. ... 17...” houve euforia na sala ... e quem pedisse nota mais alta.

No Exame

O exame de História era, segundo creio, apenas a oral, razão pela qual o aluno estudava em voz alta. O Professor, presidia ao Júri e, lembrando-se da tal aula-surpresa, pergunta-lhe:
... Diz-me lá do que é que gostaste mais, na História...
ao que o aluno respondeu:
- Sr. Dr. gostei de tudo em geral, mas, em especial da Antiguidade Clássica – Roma e Atenas..
- Então fala lá sobre isso ...
E... assim... veio um 15 para a colecção...

Cortelha, 2009.07.17


quinta-feira, 16 de julho de 2009

EXPOSIÇÃO AMNÍBAL RUIVO



Caros amigos:
Vai realizar-se uma segunda apresentação da minha obra.
Junto em anexo o respectivo convite.
Abraços ARuivo




Clique em cima para ler


Recebido e colocado por Rogério Coelho

REENCONTRO COM RAMOS ROSA

Norberto Cunha

Artigo de Norberto Cunha




(Publicado em Dezembro de 2004 no “Jornal Escrito” da “Ass dos Jorn. e Escrit. do Algarve)




Curvado sobre a mesa povoada de folhas de papel em branco, livros e o copo de leite intacto e já esquecido, ali estava ele, cabelo em desalinho, cabeça inclinada, olhos presos e pensar absorto nas palavras dum livro: L’Être et L’Autre de Levinas. A imagem que do poeta me ficara através dum programa televisivo relativamente recente e das fotografias publicadas por ocasião do seu doutoramento honoris causa, ajudavam-me a reconhecê-lo. E não resisti a cumprimentá-lo, embora prevendo que, após um desencontro de mais de quarenta anos, o surpreenderia com essa abordagem do desconhecido que, para ele, decerto eu me tornara.

“Desculpe interrompê-lo — disse — não é o poeta Ramos Rosa?”

Levantou para mim aquele seu sereno, fundo e fino olhar e respondeu-me “Sim.” Estendi-lhe a mão, felicitando-o pela sua obra e pelos tributos de reconhecimento que a nossa cidade tão justamente lhe prestou. Sorriu compreensivo, oferecendo-me, com um gesto, o lugar a seu lado e perguntou-me o nome.

Funcionando ao contrário, a ideia de que de mim o poeta não conservaria a menor lembrança, fizera esquecer-me de me apresentar. Mencionado o meu nome, e às primeiras referências que para ele carreava, logo tal ideia se confirmou. Ainda lembrei a minha colectânea de poemas publicada em 62, que então ele lera e de que me pareceu não ter desgostado. Mas depressa me abstive de prosseguir, evocando, como pensava fazer, aquele pequeno grupo de artífices da palavra onde ele sobressaía e eu era tão-só o tacteante neófito, quase um intruso — Casimiro de Brito, Afonso Cautela, Luiza Neto Jorge, Zeca Afonso, António Barahona da Fonseca... Para minha surpresa e contentamento, Ramos Rosa, que evitava responder-me “não me lembro”, já atalhava caminho, tornando insignificante a distância que entre nós crescera, como se as primeiras palavras que trocámos logo a tivessem percorrido e anulado, ou como se, por elas, o estranho que o abordava acabasse de por inteiro se lhe mostrar, desde o mais recôndito da sua subjectividade.

Ao modo de quem reata a conversa amistosa do dia anterior e num discurso trespassado de modéstia e humildade, confessava-me que fora a comoção então sentida com as palavras de alguém, profundo conhecedor da sua poesia, que o absolvera do acto de rendição à jactância ostensiva que, na ausência delas, o momento de pompa e cerimonial do seu doutoramento, eventualmente teria representado para si. E isto, se bem entendi, prendia-se com a problemática relação que, para ele, se gera entre a opacidade do conceito de verdade e a multíplice natureza desta, onde só o sentimento aparece como chave essencial de abertura do primeiro à segunda. A este propósito, se referiu depois ao seu fascínio pela Filosofia, em particular pelo pensamento de Levinas, avançando com a ideia de que aquela se configura como “história da dificuldade de pensar”.

A conversa, durante a qual mais eu me acomodava na posição de sôfrego ouvinte, preterindo a de interlocutor activo, seguiu depois outro rumo. Mostrou-me então, e ofereceu-me, um exemplar do texto, ainda inconcluso, de um artigo destinado ao Jornal de Letras, Artes e Ideias, no qual nos fala da realidade da poesia na sua específica liberdade; Falou-me da sua outra arte, a do desenho, e da exposição permanente que dela se faz no restaurante duma sua amiga; Permitiu-me que espreitasse o próximo livro, escrito em parceria com a sobrinha Gisela e cujos primeiros poemas logo tive o prazer de respirar. Enfim.

Não foi longo o tempo matemático que juntos ignorámos. Mas cada instante, expandindo-se na imensidade do horizonte nele aberto pelo poeta, enformava o momento de uma acessível eternidade.

Por último, presenteou-me com um desenho seu, ali nascido sob o meu olhar. Mas não sei se mais belo é o que nele se materializa, do que o foi no seu materializar-se pela fluidez do gesto na deriva do desenho, onde cada traço é a elegante sombra móvel de uma ave na serena curva do seu voo.

Um pouco antes, a chegada da sobrinha Gisela, por quem esperava, entreabrira já a porta àquele tempo de que nos evadiramos e agora nos solicitava para outros encontros. E com um cumprimento afectuoso nos despedimos sem compromisso nem prazo.

É improvável que a minha acidental aparição tenha trazido algo ao poeta. E nem imagino por que dele mereci as dádivas com que inesperadamente me distinguiu. Mas uma houve que só descrevendo-a a posso resgatar da sua intangibilidade e da minha finitude — os momentos de encantamento que vivi descobrindo-lhe no olhar, no gesto e na palavra, o brilho inconfundível dum espírito que, sustentando e transcendendo o corpo no seu declínio, se projecta e desdobra na temporalidade, como se por si mesmo fosse imperecível.

A. Norberto Cunha




Recebido e colocado por Rogério Coelho
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quarta-feira, 15 de julho de 2009

ANIVERSÁRIO DE ASSOCIADOS COSTELETAS


Fazem anos na 2ª quinzena de Julho:


17 - Virgílio António Quintas Rodrigues; Maria Celeste Caiado Mendonça Reis; António Vieira Santos Silva; Maria Paula Tomás Machado Pires Canário. 18 - Custódio Manuel Rosário Ministro. 19 - Rodrigo Luís Moreira Paes Mousinho. 20 - António José Pereira Martins; Arlindo Reis dos Santos; José Emiliano Moreno Entrudo; Hercília dos Santos G. Neto Madeira. 21 - José Alexandre Marreiros Alves; Júlio Encarnação Cachola. 22 – Rui Manuel da Conceição Rosa23 –Aníbal Rocha Fernandes Norte; Maria dos Anjos Santos Cebola. 24 - João Francisco Coelho Ramos; Victor Silva Vidal; Manuel de Sousa Lima. 25 - Fausto do Carmo Xavier; José Manuel Serôdio Bernardo; Baltazar Marçal Morais; Maria Filomena Coelho Gomes Jacó. 26 - Amélia Maria Celestino Campina; Leonardo Vila Nova Gonçalves. 28 - Albertino Filipe Bota; Gabriela Conceição Gonçalves Vieira; Maria José Rocheta V. Brás. 30 - João Rufino Malaia Santos; Isabel Maria Viegas de Azevedo; Virgílio Mendes dos Santos Romão; Leonel Nunes. 31 - Maria Viana Margarido Coelho; Alberto João Prazeres da Silva Urbano.
PARABÉNS A TODOS
Pesquisa e colocação de Rogério Coelho

terça-feira, 14 de julho de 2009

PONTOS DE VISTA COSTELETA



MARIA JOSÉ FRAQUEZA E EU.

Prezado Amigo Brito Sousa

Li o comentário único, que suponho feito por si, ao meu soneto que é apenas um trabalho premiado. De facto, em relação ao desporto que sempre foi melhor tratado que a cultura (principalmente a poesia) há sempre grandes diferenças. Para si fico grata pelo comentário.

Mas em relação à prosa e à poesia, não se podem comprarar por natureza diferente, além de que os temas diferem bastante. Enquanto no texto, escrevemos ao rigor da pena sem preocupações de regras que a poesia clássica exige, é muito fácil dizer o que nos vai na alma livremente. Sendo o soneto - a poesia de arte maior - obedecendo a regras, no aspecto da rima, da métrica e da mensagem - ela espartilha um pouco o que queremos dizer, nem todos estão à altura de avaliar a poesia clássica, nas suas diversas vertentes que exigem obediência à estilista, nomeadamente nos concursos.

Eu não gosto de criticar aquilo que vejo mal, pois leio muitos sonetos que não estão correctos e contudo, nunca me pronuncio de forma destrutiva, o meu objectivo é fazer critica construtiva.

Daqui não me afecta o perder em relação ao desporto, porque o desporto ganha sempre à cultura. À poesia poucos ligam, a maior parte deles nem lêem os livros que publicamos. Eu tenho 12 livros de poesia e 4 de prosa editados. Quantos costeletas conhecem a minha obra? Quantos já visitaram a minha casa museu? Quantos se interessam pelos poetas? Quantos conhecem os poetas dos jogos florais?

Só tenham pena que em nome da amizade se desconheçam os bons amigos.

ONDE ESTÃO MEUS AMIGOS?

Onde estão, meus amigos, onde estão?
Onde está quem cultiva sentimentos?
Onde está quem diz ter bom coração?
Onde estão bons amigos de momentos?

Onde está o que tenho como irmão?
Onde está o que fala a quatro ventos?
Onde está quem faz bem na ocasião?
Onde está quem pratica mandamentos?

Onde está teu amigo não cobarde?
Em palavras jamais farão alarde...
Onde estão todos esses que eu acato?

Onde está quem pratica a caridade?
Onde estão os conceitos de irmandade?
Onde estão? Que lhes faço o seu retrato!

Maria José Fraqueza

Com amizade



PS- Cara Maria José..

Foi eu que levantei problema da vitória do futebol sobre a cultura. No sentido irónico claro está. Sou pela cultura mas também aprecio um bom texto sobre futebol e achei bem escrito o texto do Jorge Tavares.

Parece-me que ficou melindrada com a “derrota” mas não é disso que se trata, porque aqui não há derrotados. O que eu quis referenciar é a superioridade do futebol em relação a cultura, a nível nacional (compare o nº de jornais e programas de televisão que têm um e outro aspectos da vida portuguesa e custo unitário das publicações) e verá que o futebol é privilegiado.

Acho mal que não critique, porque você percebe da poda. Não crítica não se evolui. A critica construtiva é necessária. Então faça favor de criticar

Não concordo que só considere bons amigos os costeletas que conheçam a sua obra literária e Casa Museu

Zé os bons amigos somos todos.


TEMAS PARA DISCUSSÃO GERAL

Quando diz, que:

“ a prosa e poesia, não se podem comparar por natureza diferente, além de que os temas diferem bastante ...”

Apresento-lhe a minha versão sobre o asssunto.,


ESCRITOR E POETA


Um jornalista do JN do Porto, referindo-se a Rui Lage, designa-o como escritor e poeta, nestes termos: “envolvido na execução da tese de doutoramento, a apresentar em breve, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Rui Lage, escritor e poeta, reconhece que, actualmente, não tem tanto tempo, como desejaria, para ler” O problema que quero abordar aqui, é se será legítimo. encaixarmos o campo do poeta no campo do escritor e com uma só palavra definirmos as duas espécies de artistas.
Pessoalmente já tenho visto .a palavra escritor, aplicada no sentido de englobar em si também a noção de poeta. Mas será a mesma coisa?. Literariamente esse aspecto não me agride, porque se eu disser que Camões foi um escritor todos aqueles que andam ligados a estas coisas saberão que se trata de uma pessoa que escreve poesia.

Mas escrever prosa não é a mesma coisa que escrever poesia, se bem que em certas situações se possa dizer que fulano escreve prosa que mais parece poesia. Mas isso é o estilo do prosador, que tornando a prosa leve mas aguerrida, leva o leitor atrás, muitas vezes até ao fim A prosa é uma forma de escrever mais alargada onde o autor pode dar-se ao luxo de evidenciar toda a sua cultura e evidenciar todos os seus conhecimentos, sensibilidade, valores que pratica, de modo a deixar nas páginas que escreve o seu cunho pessoal, a forma como vê as coisas, fazendo do livro uma bíblia de conhecimentos escritos que possa fazer do homem um ser melhor, um ser mais solidário, mais próximo, mais esclarecido e por aí fora. É esta a definição de escritor que Vergílio Ferreira defendia e eu estou de acordo.

Um poeta, será uma pessoa com um poder de síntese mais apurado, que vive no seu mundo próprio e contrariamente aos escritores que dizem ter invejas dos poetas, estes trabalham as suas ideias de uma forma igualmente profunda, tal qual o prosador mas mais sintética mas de igual beleza, grosso modo. Do verso de um poeta, Sommerset Maugham disse que era capaz de fazer um romance de trezentas páginas, mas estou convencido que o poeta seria mais completo no seu verso. O campo de acção para prosadores e poetas é o mesmo para ambos diferindo as leituras que cada um faz daquilo que vê. E cada um tem a sua especialização direccionada para a sua própria forma de se expressar.

Apesar de ambos passarem a escrito o resultado das suas ideias, podendo por isso ambos ser considerados escritores, eu estou mais de acordo com a separação das águas, ou seja, ao escritor o que é do escritor e ao poeta o que é do poeta. Por isso, em minha opinião, poetas e escritores não são a mesma coisa, já que o poeta terá um comportamento perante a vida muito diferente do comportamento do escritor, tendo ambos um objectivo comum, que é estar ao serviço da cultura e pugnar pelo respeito dos direitos universais do Homem, com o objectivo de cada povo se dar a conhecer melhor ao outro. Depois há a inspiração própria de cada artista para atacar o problema.

Textos de MJF e JBS
colocados por João Brito Sousa

segunda-feira, 13 de julho de 2009

HUMOR... COSTELETA

Jorge Tavares

Na década de cinquenta, os bailes campestres e serrenhos, eram semanais, em regra aos Domingos e permitiam a convivência entre os jovens dos dois sexos.

Quando classifico de campestres e serrenhos, caracterizo-os pela sua situação geográfica:- Campestres eram por exemplo nas Pontes de Marchil, Patacão, Falfosa, STª. Barbara, Estoi, Bordeira, Rio Seco, Pechão, Conceição de Faro entre outros.

- Serrenhos, em São Brás Alportel, Alportel, Gralheira, Vilarinhos, Barreiras Brancas, Amendoeira, Tôr, Querença, Salir, etc. Esta estória passa-se para os lados da serra:

Uma jovem e promissora casadoira, que adorava os seus bailes de fim de semana, tinha um complexo de natureza intestinal, isto é, com bastante frequência, descuidava-se e dava o seu "o peidito".

A mãe, igualmente uma promissora sogra, sugeriu à menina, que antes de ir para o baile, introduzisse no ânus um figo torrado, de produção própria, evitando desta forma a saída dos "ditos".

Arranca o baile, à luz do petromax, e ao som do acordeão, acompanhado do instrumento de percursão - ao tempo bateria e ou jazzband- e logo um prasenteiro rapaz, bem aprumado e penteado com "Brilcream", fez uma vénia e convida a menina para o bolero do Marino Marini (tão em voga na altura).

Iniciada a dança, o rapaz que não era curto de vistas, vislumbrou um figo no chão, apanhou-o e "chamou-he um figo", deglutindo-o com prazer.

Num rodopio mais apertado o rapaz segreda ao ouvido da menina, que tinha acabado de dar o seu "peidito":- MENINA O SEU RABINHO JÁ CANTA. Ao que a menina prontamente responde:- NÃO ADMIRA, POIS O SENHOR COMEU-LHE A TAMPA.

Nota Final--Antes que as ou os costeletas mais pudicos me "cruxifiquem", as minhas desculpas.

Rir é saudável e nós sexa... ou septagenários, tambem precisamos destes remédios!

Recebido e colocado por Rogério Coelho

CRÓNICAS DA SEMANA (2)

Faro

por Alfredo Mingau




O nosso Blogue pode ter um presente e futuro brilhantes, para não dizer brilhantíssimos.
Para que isso aconteça é necessário que todos os Costeletas, sem distinção de serem ou não associados, cooperem; trabalhando cada um com o melhor que puderem, e podem.
Na crónica anterior chamei a atenção para o “Baú de memórias” que todos temos. Vamos a isso. Escrevam!
Já não há “Costeletas” da criação da Escola. Foi no ano de 1888, a 24 de Abril, e com o nome de Escola de Desenho Industrial Pedro Nunes. Já se passaram 121 anos. Em 1948 a Escola inicia o seu funcionamento no edifício onde funcionou o Liceu João de Deus, junto à Alameda, com o nome de Escola Técnica Elementar Serpa Pinto. A 22 de Novembro de 1979 passou a designar-se Escola Secundária de Tomás Cabreira.
Tomaz António da Guarda Cabreira, pelo mérito do homem como militar, político. professor, jornalista, Ministro das Finanças, escritor e algarvio, natural de Tavira, e pelo sentir dos algarvios o Conselho Escolar da Escola Industrial e Comercial de Faro solicitou que este fosse considerado seu Patrono.
E no dia 22 de Novembro de 1979 a Escola passou a designar-se por Escola Secundária de Tomás Cabreira.
Por que motivo o nosso Bloque se chama “oscosteletas”? Não questionei os seus criadores, os seus administradores... mas creio que é esse o sentir de todos os que foram alunos da nossa Escola. ALABI, ALABÁ!
Mas voltemos à nossa Escola. Como leram no início desta crónica a Escola foi criada com o pensamento nas artes. porque, o desenho é uma arte. Pelo que tenho ouvido existem presentemente 3 escolas no país para leccionarem artes. Uma no Porto, outra em Lisboa e no Algarve, em Faro, a nossa.
E regressemos ao nosso Blogue.
Na semana que findou e, porque leio tudo o que se escreve aqui, fiquei bastante surpreendido com um comentário de quem se assina por “anónimo” ao afirmar que são “velhos” os que aqui escrevem “coisas e loisas”.
Será que este senhor, de seu nome “anónimo”, é um jovem? Sim, porque é lícito supor que quem chama “velhos” aos que aqui escrevem não o será...
Seria óptimo que os “jovens anónimos Costeletas” colaborassem no nosso e vosso blogue sem preconceitos de idade. Velhos são os trapos!
Até lá.
Recebido e colocado por Rogério Coelho

sábado, 11 de julho de 2009

OS COSTELETAS DE CINQUENTA


A JUVENTUDE DOS ANOS CINQUENTA


Os almoços anuais têm esta particularidade: os encontros com a malta dos bons velhos tempos.

Nesta foto podemos recordar aqui o Zé Paixão que foi o meu comandante lá na Mocidade Portuguesa. Bom homem, bom contador de estórias, sempre sorridente e muito bem disposto foi um caso sério com as miúdas. Ainda hoje o Zé tem aquele perfil malandrinho, mas a idade não perdoa. O Zeca Basto mandou-lhe estes versos.

UM DESEJO

Que a vida te sorria e a alma se encha
De alegria de viver e vontade também
E se houver escassez que a arte preencha
Essa lacuna com vontade de viver bem

Amigo, já não somos o que fomos dantes
Somos talvez melhores em tudo, vê lá bem
Recordo aqui contigo as matinés dançantes
Onde tu rodopiavas na sala como ninguém

Rompia a música e tu que querias dançar
Colocavas-te em boa posição de sinalizar
A miúda preferida para dançar aquela moda

Uns dançavam e outros não tinham par
E uma outra música ficavam a esperar
Mas tu meu velho andavas sempre na roda


Do JORGE TAVARES, recebemos estas notas acerca do Basto.

O José Correia Xavier de Basto, também conhecido por Pepe, o génio futebolístico do Belenenses, fez tudo bem feito na vida, ou quase tudo. A sua secretária no BNU esteve sempre um brinco. Impossível andar de sapatos por engraxar Jogou futebol na equipa da Escola a meio campo e no Seixal também (aquele treino à noite Zeca...). Fez a tropa com o Zé Pinto em Tavira, foi colega de turma do Alberto Rocha, do Verdelhão, do Vitélio, do Fernando Cabrita ( Aló Alfandanga) e, entre muitos, do Jorge Tavares, que lhe recorda,

ZECA, E O CASACO ?

O Zé Correia Xavier de Basto tinha
Um casaco bom, de pele de camelo.
E quando o Xavier de Basto vinha
A malta apalpava o casaco e o pelo

Móh.. não me estraguem o casaco, dé
Comprei-o no estrangeiro, em Agadir
Com “a massa” que eu recebi do pré
E qualquer um de vocês pode lá ir.

Em África, eu e o Zé Pinto, a passear
Vimos num mercado grande apregoar
Este belo casaco e perguntei o preço

O africano disse; se é para levar é tanto
Achei bom e barato e perguntei, quanto?
E ele repetiu e o preço é porque mereço.


Do Zé Paixão, recebemos a seguinte nota:

Na foto acima estão quatro costeletas de sucesso. O mais “boneco” de nós todos era, naquele tempo, era o Jorge Tavares, que, diziam elas, tinha o seu charme. Muito bom aluno, conhecido pela malta toda, conta histórias com graça e conhece a cidade como os melhores. Conheceu o marreco engraxador no jardim, Vieguinhas e Pardal, o policia Monteiro, o mais novo do Coronel Sampaio, conviveu de perto com o Casimiro de Brito, o Francisco e o Mário Zambujal, o Zé Palminha de Olhão, a Marta Saias e tantos outros. Uma notícia triste, faleceu há um ano ou dois o Hélio de Loulé, que vinha de motorizada e foi da sua turma e era Revisor Oficial de Contas (ROC) . Morava no Largo de S. Sebastião e jogou à bola no Largo com o Víctor Abrantes, o Teófilo Primitivo e o Ludovico. Dizia bom dia à Marciana. Conheceu, no bairro, o homem que vendia a palma, o ferrador com a bigorna e um avental de coiro. Ia à tasca do polícia e era amigo dos filhos, o Zezinho e o Rui. Fez a milícia no posto da GNR no Largo onde nasceu. Andou na explicação do Jorge Primitivo com o Alberto Rocha e o Zé Vitorino Neves do Arco.
É um homem justo. E um grande amigo.
Deixo-lhe o velho abraço.
José Pudim Paixão

Texto de
João Brito Sousa.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

FUTEBOL 3 / CULTURA 1





FUTEBOL 3/ CULTURA 1


O 2º PREMIO - POESIA CLÁSSICA - MEDALHA DE PRATA ATRIBUIDO PELA ACADEMIA SANTISTA DE LETRAS CASA DE MARTINS FONTES SANTOS – SÃO PAULO – BRASIL , a Maria José Fraqueza, perdeu, por um a três no confronto com o texto do Jorge Tavares, JOGATANAS FUTEBOLÍSTICAS .
Em princípio, isto poderia querer dizer que o texto do Jorge Tavares estaria melhor escrito (está um bom texto sim senhor) do que o soneto da Maria José Fraqueza.. Bem, sendo textos literários de cariz diferente. não podemos ir por aí. Mas ambos podem ser consideradas peças literárias porque contêm o seu cunho artístico.
A Literatura é arte. Literatura pode ser definida como a arte de criar e recriar textos , de compor ou estudar escritos artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; o conjunto de produções literárias de um país ou de uma época; a carreira das letras.
Não sou crítico literário, como Jorge Amado dizia não se considerar, mas sabia o que era bom e o que era mau. O soneto da Maria José e o texto do Tavares, são, na minha opinião bons trabalhos e, o facto de um texto ter mais comentários do que outro, pode ter várias explicações:

1 – As pessoas não terem muita sensibilidade para a poesia e consideraram o futebol como a actividade que mais praticaram e portanto estão aí mais por dentro das suas vicissitudes e apostaram nessa vertente.

2- O texto do Jorge é saudade e lá vem o jogo das tabuinhas nos corredores e os campos de S. Francisco, Marinheiros e ... Um poema é um estado de alma.

Já que se falou no jogo das tabuinhas, no corredor ao pé do Ginásio, quem tirava o nº à gente era o Armando, que ameaçava que o ia levar ao senhor Director mas aquilo era só ameaças. Era um bom homem

Nada mais a dizer.

Parabéns aos autores e aos comentaristas.

JBS

quinta-feira, 9 de julho de 2009

PARABENS MARIA JOSÉ


PELO RECONHECIMENTO INTERNACIONAL DO TEU TRABALHO.

Os administradores do blogue e todos os costeletas, vêem entregar (simbolicamente) um ramo de rosas brancas à costeleta MARIA JOSÉ FRAQUEZA pela sua dedicação à poesia e êxito conseguido, levando longe o nome da ESCOLA que nós frequentamos.

ALA BI, ALABÁ, BUM.. BÁ.... ESCOLA, ESCOLA, ESCOLA.

Texto de
João Brito Sousa

CONVERSA COSTELETA




À CONVERSA COM DIOGO COSTA SOUSA


Homem vertical está ai.. Nasceu na fronteira do campo com a cidade foi sempre um homem da cidade. Conhece Faro como poucos. Todos os recantos lhe são familiares. E pessoas, também conhece muitas. É companheiro da primária. Gosta de ler. Um bom livro não lhe escapa e lê duas, três, quatro vezes. É isso que diz Lobo Antunes. Gosta de discutir política e temas sociais. Aflige-se com a pobreza, é uma injustiça, diz ele. Sou contra as desigualdades. Tem amigos que o adoram. Pedimos uns comentários à malta.

Do Adolfo, bife, do sítio do Pau, Gorjões.

O Diogo é um bom elemento. Tem umas ideias arrumadinhas e às vezes e difícil aguentar com a sua argumentação. Joga forte. São para ele estes versos.

O COSTELETA

Homem sério e de carácter
Preparou-se e bem para a vida
Não é Obama cem por cento
Mas anda lá perto
Não acredito que iria a um concerto
Do Jakson, o Michel
Mas sabe tudo da vida
Moderna e antiga
De hoje e de ontem
Podem contar com ele
Vai e vem
A Washington
Anualmente
E é nessa altura
Que almoça cá com
A gente.

Adeus e até ao meu regresso
Conversa de tropas que ele conhece bem
E eu também.

Adolfo Pinto Contreiras/Gorjões.

E a nossa conversa foi;

BLOGUE COSTELETA (BC) – A saudade, diz coisas.

DIOGO COSTA SOUSA (DCS) – A saudade é estar ausente, é um ente querido que desaparece, é muita coisa, mas pode ser também a Escola que frequentámos e os amigos que lá deixámos, pode ser a primeira rapariga que beijámos, um momento inesquecível, pode ser tudo isso e foi certamente uma coisa boa. Por exemplo, o meu tempo de tropa com o Rabeca nos Açores.
BC – Colegas da Escola que et deixaram essa saudade.

DCS – Todos. Ainda hoje são meus amigos. Toda a escola primária com destaque para o meu parceiro Bernardo Estanco dos Santos. Mais tarde na Escola Comercial e Industrial, o Ferro do Carmo, Anselmo do Carmo e o irmão, o Jorge Tavares, o Rogério Coelho e a esposa e esse gentleman de nome Maurício Severo.. Em geral, toda a malta.

BC – De leituras, como vamos

DCS – Gosto efectivamente de ler, e às vezes leio duas e três vezes a mesma obra. Aliás foi o que disse António Lobo Antunes, acerca de Hemingway e John Fitzgerald Scott. É preciso lê-lo três e quatro vezes para lhes apanhar a “cintura”. Um bom livro, para mim, é um bom companheiro.

BC – Poesia, como é.

DCS – Casimiro de Brito e Maria José Fraqueza, obviamente.

BC – Conheces algum poema deles?

DCS – Sim, do Casimiro,

FUGA


Alto estou a teu lado
no verão deitado

Alto no esplendor de possuir-te
e trocarmos silenciosamente
os frutos mais fundos da morte

Como se navegasse um rio
por dentro
e na tua fragilidade encontrasse
a minha força

Um caminho rigoroso de silêncio


Da Maria José Fraqueza

VEM AMOR

Vem amor
Trago-te búzios marinhos
Do outro lado do mar
Dourados por minha mão
Vem amor
O búzio canta
Trazido nas marés de acalmia
Numa onda de embalar...
Vem amor...
Trazer-me conchas e estrelas do mar
Para enfeitar meus cabelos de sereia
Vem amor...
A maré está cheia
Há beijos na areia branca
E na preia-mar
Alguém os pode levar
E o búzio deixar de cantar
E as ondas já não param quietas
Vem amor...
Vem conter o Mar
BC – O blogue vai também dedicar-te um soneto, aceitas.

DCS – Obviamente, sim


A RUA DAS PALMEIRAS


A rua das Palmeiras é no local
Onde eu ultimamente habitei
Por ter um amigo bom e leal
Com quem tanto acompanhei

Por bons caminhos, é verdade
E na hora que tanto precisei
Tive o apoio que na realidade
Muito e muito e muito apreciei

Fracos versos boa amizade
Fraca inspiração na verdade
Poema a revelar já cansaço..

Voltemos atrás para recordar
Os bons momentos e realçar
A minha amizade e o meu abraço.

JBS

MARIA JOSÉ FRAQUEZA PREMIADA NO BRASIL








2º PREMIO - POESIA CLÁSSICA - MEDALHA DE PRATA

ATRIBUIDO PELA ACADEMIA SANTISTA DE LETRAS

CASA DE MARTINS FONTES

SANTOS – SÃO PAULO – BRASIL


PRISIONEIRO DAS ONDAS

O mar foi o teu berço embalador
Aprisionaste as ondas uma a uma
E a poesia rendilhada de espuma
Beijando a linda pauta desse amor!

A carícia que afaga o escritor…
Nesse mar que no peito se avoluma
Tão suave, tão leve… como a pluma
Exalando o perfume duma flor!

Na barca do amor, junto ao convés…
Exalando o perfume das marés,
Erguendo o seu mais nobre pedestal

Quero louvar-te em teu aniversário
Porque do mar fizeste o relicário,
Como esse Mar Poeta és Imortal!


Maria José Fraqueza
Recebido e colocado por Rogério Coelho

JOGATANAS FUTEBOLÍSTICAS




Os estádios de futebol:
A sua e a nossa história.
Hoje vou recordar os locais onde nós, costeletas da década de cinquenta, fazíamos as "jogatanas" futebolísticas. Os intervalos das aulas, algumas faltas dos nossos distintos mestres, ou mesmo os percursos de vinda e ida para a escola, transportavam-nos de imediato aos nossos estádios, para uma peladinha. O equipamento caracterizava-se pela roupa e calçado que tínhamos em uso, e as nossas pastas, em regra, serviam para delimitar as balizas.
A arbitragem ficava a cargo de todos os intervenientes, e com alguma frequência jogadores e árbitos, envolviam-se em acessa discussão, pelas faltas ou foras de jogo.
Os estádios, esses, eram escolhidos em função do tempo disponível, e também do número de intervenientes. Se eram poucos jogadores, podíamos jogar no Campo dos Marinheiros. Se o número aumentava, nos Blocos ou em São Francisco.
O Campo dos Marinheiros, também conhecido por Rádio Naval, adquiriu esta denominação, pela proximidade da Instituição da Marinha ali situada e no qual estavam instalados os serviços de rádio em uso naquela época. Os marinheiros em serviço naquele estabelecimento da A.P., nas suas horas de ócio, ali faziam também a sua peladinha, e daí se chamar Campo dos Marinheiros.
O Campo dos Blocos, situado para lá da linha férrea e à beira da fábrica de cortiça do Fritz, foi o local onde se produziram os blocos em cimento destinados ao molhe de protecção da barra FARO/OLHÃO. Este trabalho demorou alguns anos a ser concluído, pelo facto de, numa primeira fase os blocos terem sido fabricados com dez toneladas, e na primeira tempestade, o mar ter varrido completamente o molhe, obrigando a refazê-lo, desta feita com blocos de tonelagem superior para assim, poder aguentar a força do mar. Resultou! Mas o nosso estádio encerrou.
O Campo de São Francisco, que deve o seu nome à Igreja lá existente, foi de todos o mais carismático. Envolveu costeletas de todos os tempos, inclusivé os que frequentaram a Escola na Rua do Município (Comercial) e no Largo da Sé (Industrial).
Todos os costeletas que, vindos de Olhão, Fuzeta, Tavira e Vila Real de Stº. António, via caminho de ferro, chegavam ou abalavam no apeadeiro de São Francisco, participavam na peladinha, que era jogada à chegada ou à partida, quando os horários permitiam.
Dedico este pequeno texto aos costeletas mais novos, para que possam reflectir, comparando as nossas actividades futebolísticas e os nossos estádios " sem relva", aos meios que hoje lhes são proporcionados para a prática desportiva, e ocupação dos tempos livres. Para esta alteração de condições de vida, nós os "velhos costeletas" lutámos e trabalhámos, e hoje partilhamos um sentimento generalizado de DEVER CUMPRIDO. Nota: Mais de meio século, é justificação para a memória falhar num ou noutro pormenor, que algum costeleta mais atento possa encontrar no texto. As minhas desculpas se tal acontecer.

Jorge Tavares

costeleta 1950/56
Recebido e colocado por Rogério Coelho