quinta-feira, 30 de junho de 2011


 
POEMA DOS DOIS AZUIS

Quando me sento, e descanso frente ao mar,
fico solitário. E sonhando acordado;
sinto um interior desejo de versejar
e soltar um sentimento recalcado.


Não sinto a areia fina sob os pés
nem o afago da sombra que me proteje.
Fixo a linha do horizonte...lá ao fundo
unindo dois azuis....fechando o mundo.


Não sinto o peso do meu corpo sobre a cadeira
em que me sento e descanso meus cuidados.
Olho essa linha circular e definida
tão longinqua e tão presa à minha vida.


Dois Azuis tão distintos, dentro de mim...
...ou tão perto, só depende do meu sentir.
Um, o mar; fluido da vida, de onde vim.
Outro, a Fé me diz; p'ra onde hei-de ir.


José Elias Moreno


Quarteira,30.jun.2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011


 
O JORGE TAVARES
Por João Brito Sousa

A minha relação com o Jorge Tavares assenta numa boa amizade. Vem dos bancos da Escola, onde o conheci. Ora, sendo uma amizade costeleta não vacila, claro.

Vem isto a propósito, de dois sonetos que escrevi sobre ele e que vão constar no meu livro de versos, que estou a preparar, para publicar em breve.

Aí vão;


A RAZÃO


Ao Jorge Tavares


JORGE meu velho, do Largo de S. Sebastião
Querido amigo... que aqui não quero omitir !...
Não tenhas problema algum em dizer não
Porque cá estaremos nós p’rós erros corrigir

Às vezes acontece; é da velocidade do fazer
Mas o importante mesmo é colaborar....
Eu faço e refaço tudo p´ro blogue com prazer
E só lá para as tantas é que me vou deitar..

Mas isso, tudo faço sem nenhum cansaço
Tudo em prol daquilo que é o nosso espaço
Onde nos podemos encontrar e dar a mão!...

Por isso a todos os costeletas faço um pedido
Que nos unamos na mesma direcção e sentido
Para que todos tenhamos do nosso lado a razão


João Brito Sousa

e

FOI A FRANCÊS...


Ao costeleta e amigo Jorge Tavares


Ó Tavares, lembras-te daquela vez
Em que eu e uns quantos pedimos
Para fazeres o ponto de Francês?...
Grande foi a vitória ..conseguimos

A última janela devia ficar aberta
Era na aula do Proença vejam bem!
Estava tudo preparado e um alerta
Para te dizer o que o teste contém.

E tu Jorge que eras de actos resolutos
Resolveste o teste em vinte minutos
E... pela mesma janela veio a resolução.

Houve um que teve catorze; eu tive dez
Hoje voltaria a fazer o mesmo outra vez
Foi um momento de enorme satisfação

João Brito Sousa

O primeiro trabalho trata-se dum apelo à unidade, ao não quando é não, palavra tão democrática como o sim, como disse o Dr. Lucas Pires. E para o Jorge é assim.

O segundo trabalho é uma cena académica.

Ab.
JBS

terça-feira, 28 de junho de 2011


SABER TRATAR COM AS PESSOAS

Neste mundo existe apenas um meio de se conseguir que alguém faça alguma coisa. Esse meio é fazer com que a outra pessoa aceite a nossa vontade. Não há outro caminho.
Poder-se-á obrigar uma pessoa a entregar-lhe a carteira apontando-lhe uma pistola; obter-se a colaboração de um empregado, com ameaça de o despedir. Fazer com que uma criança obedeça por meio de pancada. Mas, qualquer destes métodos tem repercussões indesejáveis.
O único método pelo qual pode-se conseguir que alguém faça uma coisa é dar-lhe o que deseja.
“O desejo de ser importante”, para não apontarmos outros que poderão com facilidade ser satisfeitos, falem deste, uma espécie de fome humana insaciável; alguns satisfazem esta aspiração para terem na mão todos os demais. Mas, por outro lado, se os nossos antepassados não cultivassem este vivo desejo de se sentirem importantes, a civilização teria sido impossível. Seríamos como os animais. Mas, o reverso pode levar muitos a confundirem a importância e tornarem-se malfeitores… Foi o desejo de ser importante que inspirou Dickens a escrever as suas novelas imortais. O desejo de serem importantes mas de maneira diferentes. Li algures que alguém se tornou inválido para conquistar simpatias e atenções. Poder-se-á apontar como “doença mental”? E poderá um exame necroscópico detectar tal doença?
Tudo se desfaz quando o “barco dos sonhos” se esbate nas rochas ásperas da realidade.
Pelos apontamentos descritos, fico pensando que o meio mais eficiente para desenvolver o que de melhor há em quem escreve é a apreciação e o encorajamento. Acredito que os incentivos que se dão a quem escreve será o elogio do tema abordado aliado â maneira como é exposto.
Poderão alguns dizer, depois de lerem estas linhas: “Tolices! Isto não dá resultado a não ser com pessoas atrasadas”.
Resumindo e encerrando
- Nunca perca a oportunidade de fazer um elogio ou um agradecimento sincero;
- O maior desejo do homem é ser apreciado e sentir-se importante,
Gostei do agradecimento do Poeta Orlando Silva ao João Brito de Sousa, que me levou a escrever estas linhas e que gostaria fosse publicado.
O meu obrigado!


Montinho

PS:- Desculpem algum "se não", foi escrito em "cima do joelho"


De, Orlando Augusto da Silva
Para, João Brito de Sousa

 
Fiquei contente por ter gostado do meu livro,” Flores e Folhas de Mim”, considerando-o mesmo um bom trabalho. O meu obrigado.
Concordo quando diz que sou um poeta da saudade, não da saudade mórbida, mas da outra…
Também me consideram, intimista, naturalista e lírico. Na realidade é assimque sinto a poesia que escrevo.
Numa apreciação do mesmo livro feita pelo Dr. Teodomiro Neto, este diz a certa altura: “Nada é hiperbólico na poesia do Orlando”
Muito obrigado e os meus parabéns pelo seu belo soneto de que gostei muito.
Nele se consegue observar um grande sentimento e um pouco saudade. Quem se pode esquecer daquelas pedras velhinhas que tanto tempo pisamos, sem evocar a saudade?...

Com um abraço de agradecimento

Orlando
27/6/2011

NOTÍCIAS DO ALGARVE


INFORMAÇÃO DO JORNAL CARTEIA

3º Passatempo: As marchas populares

27-06-2011


O Jornal Carteia está a promover um passatempo de fotografia que todas as semanas, até final de Agosto, terá uma temática diferente. Os vencedores irão receber um convite de uma pessoa para o parque aquático Aquashow. Saiba como participar.

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Miguel Madeira apresenta obra em Albufeira

27-06-2011
! A Biblioteca Municipal Lídia Jorge vai acolher a apresentação da obra "A Governança Municipal - Os desafios da gestão local nas modernas democracias", de Miguel Madeira. A apresentação desta dissertação sob a forma de livro estará a cargo de Mendes Bota, Deputado na Assembleia da República.

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Tabaco apreendido em Portimão

27-06-2011
A Guarda Nacional Republicana apreendeu ontem, domingo, 26 de Junho, 99 800 cigarros das marcas Chesterfield e Fortuna, na zona de Portimão. A mercadoria em infracção corr! esponde a um valor de venda ao público de cerca de 17 mil euro! s.

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Eunice Muñoz apresenta Horizontes do Futuro em Loulé

26-06-2011

Eunice Muñoz, uma das maiores actrizes portuguesas de todos os tempos, vai estar no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Loulé, no próximo dia 30 de Junho, quinta-feira, pelas 21h30, para apresentar mais uma sessão do ciclo de conferências "Horizontes do Futuro".

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Universidade do Algarve aposta na Cultura e na Criatividade

26-06-2011

O CRIA - Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da Universidade do Algarve organiza, a 28 e 29 de Junho, um Laboratório de Inovação para Indústrias Culturais e Criativas, que decorrerá respectivamente no Auditório Vermelho da Faculdade de Economia e na Sala de Seminários do Edifício da Reitoria, no Campus de Gambelas.

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Portimão 'dá' Cursos de Dança de Verão

26-06-2011
A Casa das Artes vai ser palco entre 4 e 29 de Julho de "Cursos de Dança de Verão", projecto enquadrado na Escola Municipal de Ballet de Portimão e que visa proporcionar aos jovens que se interessem pela arte de dançar, o contacto com vários estilos, do ballet à dança contemporânea, ao jazz e ao hip-hop.

Recebido do Jornal Carteia (Quarteira)
Os nossos agradecimentos

segunda-feira, 27 de junho de 2011


lnsónia

O sono encurta
E a noite alonga,
Então sou náufrago
No mar obscuro da insónia
Onde o farol da vida
Ilumina o confuso
E confunde o presente
Que se afunda nas águas
Negras e profundas
Do pensamento confundido,
Nos destroços do naúfrágio
Deste mar de maré viva
Se afunda o real
E se perde a flor de sal.


P'la manhã outra miragem,
Olho defronte
Vejo a paisagem
Outro horizonte ...

&&&

Enfim

É mais efémero o ruido
Do aplauso
Que o silêncio da ternura,
Um permanece no olvido,
Outro fica quedo, perdura.


Orlando Augusto da Silva
IN "Flores e folhas de mim"


PARABÉNS A VOCÊ
JULHO   - ANIVERSÁRIOS DE ASSOCIADOS

01 - Augusto Emídio Martins Veríssimo; João Gonçalves Viegas Jacinto; Fernando da Silva Correia; Maria do Carmo Patrício; Carlos Pedro Sousa Gordinho; Maria Ivone Lopes de Oliveira e Ovelheira. 02 - Maria Emília Anastácio Penisga; Natércia da Visitação Milhano Pessanha Talento Marques. 03 – Maria Ivete Celestino Campina; José Coelho Mendes. 04 – Hélder de Oliveira Gonçalves. 06 - Néli Rocha da Cunha. 07 - Mário Cabrita Guerreiro. 08 - José Lúcio Beatriz Dias. 09 - Florival Brito Cavaco; Albertina Pires Dias Brandão; Orlando João da Cruz Bica. 10 - Maria Antónia Santos. 12 – Rogélio Lopo Neves. 15 - Aníbal António Cavaco Silva; Eduardo Manuel Cruz. 17 - Virgílio António Quintas Rodrigues; Maria Celeste Caiado Mendonça Reis; António Vieira Santos Silva; Maria Paula Tomás Machado Pires Canário. 18 - Custódio Manuel Rosário Ministro. 19 - Rodrigo Luís Moreira Paes Mousinho. 20 - António José Pereira Martins; Arlindo Reis dos Santos; José Emiliano Moreno Entrudo; Hercília dos Santos G. Neto Madeira. 21 - José Alexandre Marreiros Alves; Júlio Encarnação Cachola. 22 – Rui Manuel da Conceição Rosa. 23 – Maria dos Anjos Santos Cebola. 24 - João Francisco Coelho Ramos; Victor Silva Vidal; Manuel de Sousa Lima. 25 - Fausto do Carmo Xavier; José Manuel Serôdio Bernardo; Baltazar Marçal Morais; Maria Filomena Coelho Gomes Jacó. 26 - Amélia Maria Celestino Campina; Leonardo Vila Nova Gonçalves. 28 - Albertino Filipe Bota; Gabriela Conceição Gonçalves Vieira; Maria José Rocheta V. Brás. 30 - João Rufino Malaia Santos; Isabel Maria Viegas de Azevedo; Virgílio Mendes dos Santos Romão; Leonel Nunes. 31 - Maria Viana Margarido Coelho; Alberto João Prazeres da Silva Urbano.

NOTA: - Pedimos desculpa por qualquer lapso.
Pesquisa e colocação de Rogério Coelho

domingo, 26 de junho de 2011



«COSTELETAS» MARCAM NO TEATRO

Foi sempre uma tradição a actividade teatral na Tomás Cabreira.
Desde há longas décadas, de que são referênias notáveis, entre outros os veteranos Maria José Capela e Joaquim Almeida Lima, o Aurélio Madeira (Prémio Nacional de Arte Dramática, na figura do «Primeiro Diabo» da Trilogia Vicentina) e o seu par Tinoco, a Maria José, o Manuel Vargas e tantos outros, a par de professores sempre recordados como o foram os irmãos Campos Coroa.
A nossa escola, através dos seus actuais alunos e professores voltou a marcar presença na Arte de Talma, em Maio último e no Teatro Municipal de Faro, onde têm desfilado tantas celebridades mundiais.
Desta feira foi o Grupo de Teatro Improviso, constituído por alunos do 3° ano da Turma do Curso Profissional Intérprete de Dança Contemporânea da Escola Secundária Tomás Cabreira (PIDC), com a peça «A dança da Duna Luna», numa encenação de Teresa Henriques e Teresa Coutinho eco - coreografia.
Este espetáculo, que alcançou grande nível artístico, estético e interpretativo, foi construído em parceria interdisciplinar a partir de um dos «Contos do Mago - A dança da Duna Luna», de Helena Tapadinhas e fazem parte integrante do Projecto Regional de Educação Ambiental pela Arte dinamizado pela Direcção Regional de Educação do Algarve (DREA), abordando a atual problemática da Praia de Faro nomeadamente a relação entre a dinâmica dos três ecossistemas (duna, laguna e sapal) e a ação humana).

JOÃO LEAL

QUANDO ALGUÉM PARTE


CLÉRIGO DO PASSO,
MAIS UM COSTELETA
QUE DEUS CHAMOU A SI!

Foi mais um dos nossos que partiu para a eternidade. A 17 de Março deixou-nos o José Manuel Clérigo do Passo, natural da Fuseta (terra de tantos e tão conhecidos «costeletas», onde nascera há 75 anos e residente na Cova da Piedade, casado com a Prof. D. Maria Eu¬génia do Passo, que nos finais dos anos 40 e primeira metade da década de 50 do século passado, frequentou a Escola Tomás Cabreira e foi elemento destacado da célebre «2° 4ª». Após concluir o curso de Professor Primário e de exercer o magistério, ingressou na carreira bancária, de que se encontrava aposentado há anos.
Alegre, amigo e companheiro, o «Passinhos» deixou em quantos com ele conviveram, de modo próprio os «costeletas», uma profunda saudade.
O seu funeral que se efectuou para jazigo de família no Cemitério da Fuseta, constituiu sentida e expressiva manifestação de pesar.

João Leal
O CRUZAMENTO DA VIÚVA



Este cruzamento situava-se mais ou menos a meio caminho, entre Montepuez e Porto Amélia, (hoje Pemba) no local em que existia a derivação da estrada que ia para Nampula, o distrito era o de Cabo Delgado, em Moçambique.
Apesar da senhora que lhe dera o nome já não ser viúva, uma vez que casara de novo o nome
manteve-se. Era paragem obrigatória da tropa que por lá passava, pela simpatia das pessoas para com os militares e por que sempre havia, ou uma cervejinha ou um petisco.
Decorria o ano de 1963 e apesar dos cuidados, das preocupações e de uma actividade psico social intensa, nada havia de mais grave.
Um dos problemas que era inevitável enfrentar eram as chuvas e as suas consequências, uma vez que o matope (lama) impedia a utilização da estrada e como é obvio a passagem de duas coisas vitais para os soldados, o abastecimento de víveres e o “machibombo” com o correio da família, da(s) namorada(s) e das inúmeras madrinhas de guerra.
A Manutenção Militar estava sediada em Porto Amélia a 220 Km de Montepuez, onde estava instalada a Companhia de Sapadores 315 da qual eu fazia parte. Numa bela manhã de África sai uma coluna comandada pelo alferes Jardim Fernandes, composta por 2 GMC, 1 Unimog e l Jeep onde seguia o alferes e o seu condutor, nas outras viaturas seguiam vários militares cujo número a memória, ou a falta dela, já não me deixa precisar. O objectivo era carregar mantimentos para que fosse efectuado o reabastecimento das tropas.
A viagem decorreu na maior normalidade e o regresso estava a decorrer também sem incidentes. O famoso cruzamento da viúva foi como era costume o local escolhido para a paragem na hora em que o calor mais apertava. Tudo normal até que se ouve um tiro, todos correm para as armas, mas o silêncio voltou.
Um minuto depois chega o marido da viúva com uma arma na mão (era caçador profissional), que diz:- Que coisa estranha, matei um leão aqui a 150 metros de casa, não é normal estes animais andarem aqui tão perto, só se estão com muita fome.
- Mas onde? Perguntou o alferes.
- Vocês vão para Montepuez, não é? Está morto naquele bocado de capim alto, na estrada por onde vão!
Hora do recomeço da viagem, toda a gente ocupa os lugares destinados e a coluna retoma o caminho. Mas “a curiosidade matou o gato” e a ordem para nova paragem no local indicado pelo “marido da viúva” é dada e cumprida.
O primeiro a descer da viatura é o alferes, seguido do condutor, e ainda os outros não tinham esboçado o gesto para sair das viaturas, já um enorme leão estava abraçado ao oficial.
O sangue frio e acredito que também a sorte, levaram a que o alferes colocasse na boca do leão a mão esquerda, e (aqui esteve a sorte) o cano da pistola metralhadora que levava ao ombro, ficasse apontado debaixo da queixada da fera, depois sim, o sangue frio, fez uma rajada com a arma, que essa finalmente, matou o leão.
Na breve luta com a fera esta rasgou-lhe a carne toda do peito, ficando com as costelas à mostra, e a mão esquerda desfeita pelas mandíbulas do simpático animal. Simpático porque poderia ter sido bem pior.
No meio da confusão foi decidido a coluna continuar para Montepuez e o Jeep regressar a Porto Amélia onde havia um hospital melhor e posteriormente encaminhado a Lourenço Marques, depois ainda a Lisboa.
Fui relembrar esta história porque estive há poucos dias na Madeira, para um excelente almoço convívio a convite do meu amigo, António Maria Jardim Fernandes, industrial de hotelaria, proprietário de vários hotéis na Madeira e no Brasil, protagonista de todo este episódio.

Não fico surpreendido se alguém duvidar desta história real, houve familiares de militares, que só acreditaram nestes factos quando ouviram de viva voz o relato feito pelo próprio. O que se repetiu no almoço a pedido claro, deixando os mais novos boquiabertos e os mais velhos saudosos apesar das dificuldades passadas. JÁ LÁ VÃO QUASE 50 ANOS.

Um abraço
António Viegas Palmeiro

Junto envio a minha poesia "que a forja já arda ", para publicação no blog. Aqui há umas três semanas eu já tunha enviado esta poesia, mas por qualquer razão ela não terá chegado aí.
Nota: quando refiro latir na última palavra da segunda quadra esclareço, que o verbo também significa gritar.
Um abraço.do
Inocencio


Que a forja já arda!


Calem-se de Delfos as infalíveis Pítias,
Que pululam nesta Pátria amada,
Mais não dizem que inúteis fífias,
Não precisamos delas para nada!


Sempre em bicos de pé – vaidosos;
Já os não podemos mais ouvir;
Blá, blá, blá – apenas palavrosos,
Por favor calem-se – deixem de latir!

Não é destes que o País precisa,
Nestas horas de grande aflição
Nestes tempos em que o País agoniza,
Necessitamos é de forte acção!

Vamos – que a forja já arda,
Que sobre a bigorna se bata o malho.
Força, força – a vitória não tarda,
O triunfo é criar e ter trabalho!

Manuel Inocêncio da Costa

NOTA: Por qualquer motivo, que desconheço, não foi recebida na conta do Blogue, desde 4 de Maio, esta poesia a que o autor refere.
Roger

sexta-feira, 24 de junho de 2011

CANTINHO DOS MARAFADOS


Balcão de atendimento da
companhia aérea GOL

Um dos voos da companhia, por motivos de segurança, foi cancelado.
Como é normal nestas circunstâncias estabeleceu-se uma enorme confusão e todos os passageiros foram para o balcão de atendimento da companhia no aeroporto, tentando saber como seria superado o transtorno tendo-se formado a inevitável fila.
Uma atenciosa funcionária tentava simpaticamente informar e resolver todos os casos da forma possível, atendendo caso a caso pela ordem da fila espontânea.
Eis senão quando alguém resolve ignorar a ordem e ultrapassa toda a gente exigindo atendimento imediato e trava-se o seguinte diálogo entre o apressado passageiro e a funcionária:
- Desculpe mas o senhor terá que aguardar a sua vez e eu terei muito prazer em ajudar a resolver o seu problema, disse a funcionária.
- Ao que o passageiro retrucou: - mas eu tenho que viajar imediatamente.
- A funcionária responde, eu compreendo, mas terá que aguardar a sua vez.
- Mas você sabe quem eu sou?
- Sem responder ao passageiro mas já cansada dos modos agressivos e petulantes do provável “personagem importante”, liga o som e ouve-se ecoando por todo o aeroporto.
- Encontra-se no balcão da GOL um senhor que se perdeu da família e não sabe quem é. Se alguém tiver alguma informação que o possa ajudar queira dirigir-se a este balcão.
Furioso o sujeito debruça-se sobre o balcão e diz-lhe a meia voz “ vou f---- te.
Ao que a funcionária retrucou:
Lamento informá-lo senhor mas mesmo para isso, terá que ir para a fila.
Como o som continuava ligado esta última parte do diálogo ecoou por todo o saguão do aeroporto.

Este episódio chega ao meu conhecimento como verídico, embora eu tenha algumas reservas, porque não sendo impossível, a funcionária teria que os “ter no sítio”.

António Viegas Palmeiro


MARCHAS POPULARES EM FARO


Na próxima sexta-feira (hoje) contamos com a Vossa presença no regresso das Marchas Populares na Baixa de Faro. É no Largo da Pontinha pelas 21h30. Não faltem e divulguem.
Viva o São João.

Alexandra Rodrigues Gonçalves

Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Faro


Poema da Paixão Assolapada
(cozinhado em lume brando)


O mê amor dêxa-me sózinha na praia,
vai p´ró campo.Ê fique saudosa e triste.
Peço-lhe que fique comigo e nâ vaia,
e más têmoso qúm burro, nâ desiste.


Q´ridinha, diz-me com aquele ar traquino:
nâ mo pessas, qísso nâ faço; nem que me mates.
E depois, quem me rega o pepino
e me cata o piolho dos tomates?


Òh amorzinho, mas aqui podes abanhar,
podes ir à ameijoa e ao berbigão.
E depois estás á mão, para apagar
o incêndio desta minha grande paixão.


Vou já buscar a hortaliça e o marisco.
Já me convenceste, minha magana;
mas primeiro vais fazer-me um petisco,
e vai ser uma valente cataplana.


José Elias Moreno
Quarteira,24/Jun/2009

Recebido e colocado por Rogério Coelho em 24/Jun2011

UM ABRAÇO A CASIMIRO

Bom dia.

Estive no lançamento do livro Amar a Vida Inteira , do Casimiro de Brito:
embora autónomo(como é e não é um planeta ou um grão de areia) é o terceiro volume do LIVRO DAS QUEDAS, poema em que trabalharei no resto dos meus dias
O salão de segundo piso da Casa Fernando Pessoa estava repleto, e a presença do Professor Eduardo Lourenço entre a assistência ,não se pode dizer que fosse discreta.
A assistência de um modo geral, e o homenageado em particular sentiam-se honrados com tão ilustre presença.
Muito solicitado pelos circunstantes, especialmente do sexo feminino, o autor exalava o seu charme, e a cada autógrafo correspondia com um petit mot e um abraço, um repenicado beijo ou um passou bem, consoante o sexo , o grau de amizade ou o tipo do feliz admirador da obra e da pessoa.
Quanto a mim, o que tencinava ser um Abraço ficou-se por dois vigorosos apertos de mão; um à chegada, ainda o poeta se interrogava interiormente "dondediaboékeuconheçoestegajo", e outro quando lhe estendi o meu exemplar da sua Obra para autografar: É pá, agora é que é pior, diz-me lá o teu nome, porque tenho a impressão que o Alzahimer anda a querer-me lixar.
A apresentação do livro, feita por João Barrento, foi quase exaustiva, lida de uma "cábula", mas revelando profundo conhecimento da obra e do Autor, o que veio talvez fazer despontar algumas curiosidades, e abrir apetites a um maior conhecimento da Obra de Casimiro de Brito, como um dos mais premiados Poetas, ensaístas e escritores contemporâneos..
Seguiu-se a leitura de alguns poemas inseridos neste volume, feita alternadamente pelo autor e por sua filha a artista Silvia Brito, numa atmosfera de grande cumplicidade e descontração.
A poesia de Casimiro de Brito, nem sempre me é de fácil e rápida assimilação. Fiz bem em ter estado na Casa Fernando Pessoa a revisitar Casimiro, pois a resposta que nos deu a algumas "provocações" que lhe fizemos, durante o tempo de bate papo, ajudaram-me a conhece-lo melhor. A quem lhe perguntou, porquê a fusão aos Clássicos Gregos ele respondeu com uma autêntica lição de filosofia e demonstrou a importância que tiveram esses, como os nossos, Gil Vicente e Camões.
Depois interpelado sobre o "enigma" supostamente indecifravel revelado pela construção do poema 78 (pág101): Branco no branco, cantou/Bashô. Despes o vestido,/dispo o teu corpo/A tua sombra na parede /branca. Sorris/Apagas a luz./Sabes que a tela da tua pele/me vai iluminar./Debruças-te no meu peito:/sabes que o teu hálito me vai/acender. Branco/no branco./Derramados/um no outro. Quem é luz?/Quem é sombra?/A cotovia/começa a cantar. Casimiro de Brito falou de um pintor Japonês que, à porta da sua cabana pendurava a sua tela branca, e sobre ela, sem um só traço ou pincelada pintava mentalmente obras inimagináveis em beleza e perfeito equilibrio Zen. Branco no branco. E sobre a arte e poesia japonesas, se proporia a falar muito tempo, se o tempo o permitisse. Uma desajeitada provocação, viria ainda; e a esta o Poeta daria bailarico e corridinho, para satisfação do provocador e dos outros embevecidos assistentes.
Ao ser-lhe perguntado se na realidade Casimiro de Brito era Poeta ou estava Poeta, evocou a sua vivência de serrenho de Loulé, o seu temporão contacto com António Aleixo, que homenageou com a recitação da célebre; Sei que pareço um Ladrão... arrancando largos aplausos. Depois, foi o assumir de que de todas as profissões e ofícios que teve na vida é a Poesia o gerador dos fluidos que mantêm em perfeito equilíbrio o seu estado espiritual e emocional, para amar a família, os amigos e a prória vida.
E não se esqueceu de enviar, agora sim, o tal Abraço para aquela malta Costeleta.
JEM

quinta-feira, 23 de junho de 2011


CONTRASTES

Por Rogério Coelho


Quando escrevi o texto de pesquisa SOBRE CAMÕES, no apontamento da “gruta”, lembrei-me dos usos e costumes de Macau quando ainda era da governação Portuguesa. Estávamos e estive lá em 1998 e passaria para a China em 1999.
Depois de visitar a “Gruta de Camões”, apreciando o busto do Poeta, sentei-me num dos bancos do largo ajardinado na redondeza do local, apreciando os residentes e alguns turistas que, como eu, sentados e/ou passeando circulavam. E o que vi foi uma grande surpresa e admiração. Enquanto bastantes macaístas passeavam transportando uma gaiola com passarinho, outros sentados com a gaiola no chão em frente, vigiavam com atenção para que nada acontecesse. E veio-me ao pensamento que a isto poderia chamar-se “prisão-em-liberdade”
Por cá passeia-se o cãozinho pela trela para libertar as suas necessidades.
E vejamos o segundo “contraste”.
O número que todos nós consideramos de “azar” é o número 13. Ninguém contesta. Mas, naquelas paragens e segundo o guia que nos acompanhava, será o número 4 que causa a este povo uma enorme superstição. E reparei que os quartos andares habitados de longa data, tinham as janelas e as portas das sacadas guarnecidas e protegidas com grades de ferro, os outros pisos não. E o guia explicava: o gradeamento do piso 4 impede que o “dragão do azar” penetre no apartamento.
E mais estranho reparei que prédios com mais de 4 andares, o piso 4 apenas tinha colunas para sustentar os andares de cima. A explicação do guia: os construtores não constroem apartamentos no quarto piso, para evitar despesas, ninguém compra ou aluga porque dá azar. Ficam abertos para que o “dragão do azar” circule sem incomodar.
Fiquei com a certeza e a sensação de admiração de que aquele povo é muito, mas muito supersticioso com o nº 4.
CONTRASTES...!!!

GRUTA (?) DE CAMÕES - Macau


Foto enviada por Diogo Sousa junto com o seu comentário ao meu artigo SOBRE CAMÕES. Podemos verificar que mais parece um pequeno túnel, sob a rocha, com entrada e saída, tendo ao centro o busto do poeta como referi.
Inscrito na base do busto consegue-se ler o ano de sua morte 1580 que, pela pesquisa que fiz, poderá não corresponder à realidade e que se presupõe ter sido em 1579 segundo o que Graça Moura relata. Como disse estive aqui, filmei e fotografei-me ao lado do busto, no ano da graça de 1998. Os meus agradecimentos ao Diogo, porque, não consegui encontrar ainda, como era meu desejo, a minha foto já com 13 anos de tirada.
Sobre Macau, e os seus costumes, estou a escrever um paqueno artigo e que, com admiração minha, há um certo pormenor que se enquadra no comentário do Diogo Sousa.
Rogério Coelho


LIVRO DE POESIA, de Orlando Augusto Silva

Por João Brito Sousa
Recebi, através do Zé Elias Moreno, o livro de poesia do poeta e costeleta Orlando Augusto da Silva, “FLORES E FOLHAS DE MIM”, o que agradeço.

A obra contem muitos bons poemas (em poesia há os bons trabalhos e os menos bons), como na abertura “O CACTO”, a planta humilde das terras arenosas, depois a quadra “A vida sempre me ensinou/Me disse e me deu sinais / Que só devo ser como sou / Igual a mim e nada mais”, que gostei imenso por ser muito bonita. Gostei igualmente do “CAMINHO” de Nov. 2008, minha promessa minha esperança, dedicado à Ana, sua neta. Gostei do “Assim”, E o poema acontece …

Orlando Silva considera-se um poeta da saudade (ver o poema Resposta) mas, em minha opinião é um poeta, da Saudade, sim, mas sobretudo da área das humanidades. O que se saúda.

É um bom trabalho, que mais uma vez agradeço. Em verso, se me é permitido.

Obrigado Orlando e parabéns pelo teu

FOLHAS E FLORES DE MIM


Em cada verso que escreves, retiro
Lições de humildade e bom senso
Por isso ó meu poeta eu te admiro
E da tua capacidade me convenço

Nos poemas enviados pude observar
Em cada palavra sinceridade e amor
Aos poetas cabe-lhes também ensinar
Vê-se nos teus poemas sim senhor …

Furtiva lágrima quase se desprende
Verso teu que a minha alma entende
Na Vila A Dentro pedras velhinhas

Em Pedras e Escolas de Sé o cantas
Nessa mistura de sentimentos encantas
E não sabia grande o talento que tinhas.


Ab.

jbritosousa@sapo.pt

 

quarta-feira, 22 de junho de 2011



SOBRE CAMÕES

Aceitando o pedido do Diogo Sousa, “venha mais sobre Camões”.
Mas em género de publicação e não de comentário, por ser um pouco extenso, Aqui vai uma pesquisa que efectuei.
Conforme o Diogo escreve no seu comentário dou-lhe de facto razão. Eu também estive em Macau e visitei a chamada “Gruta de Camões”. Não identifiquei o local como “Gruta” mais me pareceu um pequeno “túnel com abertura e saída” dentro da rocha tendo ao centro, impedindo a passagem, um pequeno busto do poeta. Bastava contornar o túnel para ver do outro lado.
Quanto às suas paixões, e segundo Hermano Saraiva, “morreu de amores” por D. Violante de Andrade (Condessa de Linhares) por ter sido sua ama, e considerada a “Musa de Camões”. O grande amor do poeta, dos muitos que teve, foi D. Joana de Andrade, filha de Violante e de Francisco de Gusmão, e que, talvez por esse facto, o poeta teria sido exilado para o Algarve. Mais tarde, o “por quê” não consegui detectar, da D. Joana ter sido enviada para a Índia tendo morrido no naufrágio do navio em que viajava. Também já li que ela se encontra enterrada em Portugal.
Quanto às “ossadas” de Camões, vejamos o que nos diz Vasco da Graça Moura num dos seus artigos e que irei transcrever algumas passagens que creio serem suficientes para termos uma ideia.
“…………
Pedro Mariz, o primeiro biógrafo do poeta escrevia em 1613 “custou muito trabalho atinarem com o lugar da sua sepultura”. Que em 1624 Severim de Faria confirmava que “Camões foi sepultado na Igreja de Santa Ana, sem letreiro ou campa alguma que mostrasse o lugar de sua sepultura” e transcreve a lápide: “Aqui jaz Luís de Camões, Príncipe dos Poetas do seu Tempo. Viveu pobre e miseravelmente, & assi morreu, ano de 1579. Esta campa lhe mandou aqui pôr D. Gonçalo Coutinho, na qual se não enterrará pessoa alguma”.
Mais tarde, Miguel Leitão de Andrade, que morou na calçada de Santa Ana, mandou pôr por cima da sepultura este epitáfio em azulejos:

“O Grã Camões aqui jaz
Em pouca terra enterrado,
De espada tão eficaz,
Quanto na pena afamado.”

Gélio Coutinho dizia que no templo tinha havido modificações importantes em 1573 e 1591. Mas em 1755 tanto ela como a lápide desapareceram, tendo a Igreja ficado muito danificada pelo terramoto.
No Século XIX foram constituídas 3 Comissões para exumarem os restos de Camões (1835, 1854 e 1880). A primeira encabeçada por Castilho encontrou uma “campa grossa e lisa”, de pedra lioz, no meio do templo, supondo que substituira a primitiva, “estragada pelo terramoto”. A segunda, oficial, contestou o trabalho da primeira e foi procurar “dentro do coro à mão esquerda de quem entrasse pela antiga porta principal”. A principio nada acharam, mas “escavando-se mais profundamente” acharam ossos “em forma que se lhes não tinha mexido. Alguns destes ossos eram pois sem dúvida os de Luís de Camões”. E em Junho de 1880 preparou-se a transladação deles para o Mosteiro dos Jerónimos. Só que a comissão de 1584 se orientara pela antiga porta principal e esta já não servia desde 1573…
Nas vésperas do cerimonial, o Padre Sebastião Viegas, antigo Capelão do Mosteiro de Santana, veio dizer fundamentadamente ao Governo que aqueles ossos não podiam ser os de Camões. Foi autorizado novas buscas mas a transladação fez-se na mesma.
A terceira comissão encontrou uma ossada num cesto de vime “na sepultura da linha média da Igreja”, e outros ossos dispersos, de oito pessoas… Tudo isso foi posto numa urna cujo paradeiro se ignora, mas que tinha sido entregue â guarda da Abadessa do mosteiro. Esta morreu em 1884.
Sendo assim, é mais que duvidoso que os restos mortais de Camões se encontrem nos Jerónimos.
E a data de 10 de Junho de 1580 também é problemática. Provavelmente corresponde a um lapso de escrita (M.D.LXXX por M.D.LXXIX).
A favor de 1579, além do epitáfio, há o retrato do poeta, coroado de louros, pintado na Índia e pertencente â Casa Rio Maior, certamente póstumo. Foi feito a partir de sinais dados por marujos que o tinham conhecido uns 14 anos antes, e encomendado por Fernão Teles de Menezes para oferta ao Vice-Rei. A armada de 1580 saiu a 3 de Abril e chegou à Índia em Setembro. Não podia ter seguido nela a notícia da morte de Camões a 10 de Junho. A notícia deve ter seguido na armada do ano anterior o que coloca a morte de Camões no primeiro trimestre de 1579.
……………..”
Será que estas minudências poderão alterar o dia 10 de Junho?
Em suma, parece que amores, ossadas e também certas datas… não coincidem.

Rogério Coelho

NOTÍCIAS DO ELOS CLUBE DE FARO


De: Elos Clube de Faro - Associação Cultural
"Em defesa da Língua e Cultura Portuguesas"

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VISITA DA PRESIDENTE DO ELOS INTERNACIONAL,
MARIA INÊS BOTELHO, AO ELOS CLUBE DE FARO

Desloca-se a Portugal entre os dias 20 e 26 de Junho, a presidente do Elos Internacional da Comunidade Lusíada, Maria Inês Botelho com o objectivo de conhecer as unidades elistas portuguesas e com elas confraternizar. Será recebida no Elos Clube de Faro no dia 24 de Junho.

Terá lugar, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, pelas 17 horas, a Sessão Solene de Boas Vindas.

Estarão presentes na referida cerimónia as autoridades do elismo internacional e nacional bem assim como entidades oficiais da região.

O Elos Clube de Faro promove ainda um jantar-convívio de confraternização nesse mesmo dia.


Dina Lapa de Campos
Presidente da Direcção do Elos Clube de Faro

terça-feira, 21 de junho de 2011

CANTINHO DOS MARAFADOS


E EU, QUEM SOU?
QUEM SOU EU?

Nesta altura da vida já não sei mais quem sou...
Vê só que dilema!!!
Na ficha de qualquer loja sou CLIENTE, no restaurante FREGUÊS, quando
alugo uma casa sou INQUILINO, nos transportes públicos e em viatura
particular sou PASSAGEIRO, nos correios REMETENTE, no supermercado (e
lojas também) sou CONSUMIDOR. Nos serviços sociais sou UTENTE.
Para o estado sou CONTRIBUINTE, se vendo algo importado sou
CONTRABANDISTA. Se revendo algo, sou VIGARISTA, se não pago impostos
sou SONEGADOR, se descubro uma maneira de pagar um pouco menos, sou
CORRUPTO. Para votar sou ELEITOR, para os sindicatos sou MASSA
SALARIAL, em viagens TURISTA, na rua caminhando PEDESTRE, se passeio,
sou TRANSEUNTE, se sou atropelado ACIDENTADO, no hospital PACIENTE.
Nos jornais viro VÍTIMA, se leio um livro sou LEITOR, se ouço rádio
OUVINTE. A ver um espectáculo sou ESPECTADOR, a ver televisão sou
TELESPECTADOR, no campo de futebol sou ADEPTO. Na Igreja católica, sou
IRMÃO.
E, quando morrer... uns dirão que sou... FINADO, outros... DEFUNTO,
para outros... EXTINTO, para o povão... MAIS UM QUE DEIXOU DE FUMAR...
Em certos círculos espiritualistas serei... DESENCARNADO, os
evangélicos dirão que fui... ARREBATADO...
E o pior de tudo é que, para os governantes sou apenas um IMBECIL !!!
E pensar que um dia quis ser EU.
SIMPLESMENTE...

Enviado por ELE
Colocado por EU



CANTINHO DOS MARAFADOS


Juventude À Rasca. Culpa de quem?

Li que esta pergunta foi a vencedora num congresso sobre vida sustentável.

"Todos pensam em deixar um planeta melhor para os nossos filhos... Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"
Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro da própria casa e recebe o exemplo dos seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive...


Enviado por A. Mingau
Costeleta dos anos 40

O CLUBE DA MINHA ALDEIA

Depois de um campeonato, cuja primeira volta decorreu bem, a segunda gorou todas as expectativas. Embora com algumas promessas de melhores resultados, os sócios do clube resolveram em Assembleia Geral destituir a equipa. Treinador principal, adjuntos, massagistas e jogadores (principais e suplentes) foram todos despedidos.

Com uma Assembleia concorrida, a maioria presente foi suficiente para tomar aquele medida. Foi estabelecida data para novas eleições, e consequente apresentação de novas equipas.

Formaram-se grupos de sócios para organizar e concorrer ao novo acto eleitoral, com apresentação das suas propostas e novas equipas. Estas posteriormente seriam apresentadas a nova Assembleia a fim dos sócios decidirem e votarem a sua preferida, sobretudo aquela que lhes desse mais garantias de sucesso.

Muitos grupos se formaram, mas somente três tinham expressão e condições para garantir novas contratações que se enquadrassem no programa previamente fornecido pelo Organismo Europeu que tutela esta actividade desportiva.

A campanha decorreu razoavelmente bem, embora os grupos só apresentassem o treinador, mantendo em segredo o restante elenco. Os futuros treinadores do clube explicaram a táctica que iriam utilizar , embora a mesma não tivesse grande surpresa, dada a obrigatoriedade anteriormente referida de cumprimento das regras que o clube tinha subscrito com o Organismo Europeu.

Finalmente no dia aprazado para a realização da Assembleia, os sócios compareceram em razoável número, embora a abstenção verificada seja uma preocupação que o clube terá de tentar solucionar no futuro.

A eleição gerou resultados que não proporcionaram a um grupo sozinho apresentar a sua equipa. Havia que formar uma coligação que obtivesse a maioria necessária. Logo um segundo grupo, muito menos votado, se prontificou a acordar com o primeiro a formação da almejada maioria.

Manteve-se o treinador do grupo mais votado e conforme se soube posteriormente ( extra-Assembleia), a futura equipa foi formada por jogadores de ambos os grupos.

Segundo os periódicos da especialidade – também alguns treinadores de bancada – as qualidades e os defeitos da equipa foi escalpelizada, particularmente o treinador.

Este nunca havia treinado qualquer equipa, mas era novo, bem parecido e podia aprender rapidamente. Alguns jogadores já veteranos e experientes, garantiam confiança, no entanto dois ou três jogadores eram completamente inexperientes, apesar de excelentes teóricos. Destes, destacava-se o avançado centro, adquirido no estrangeiro, aonde durante muito anos leccionou numa academia de renome.

Os sócios admitiram que havia necessidade de conceder o beneficio da dúvida, apoiando e desejando que tudo corra pelo melhor em benefício da colectividade. A equipa tem excelentes teóricos do jogo, uma boa claque e um presidente incondicionalmente apoiante.

Será que se vão manter na primeira divisão e ir às Ligas Europeias? O futuro o dirá!

A acontecer, era uma festa na MINHA ALDEIA.

Nota do autor: Este texto é pura ficção...qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Jorge Tavares
costeleta 1950/56

CANTINHO DOS MARAFADOS

O CACHORRO

Um açougueiro estava em sua loja e ficou surpreso quando um cachorro entrou।
Ele espantou o cachorro, mas logo o cãozinho voltou. Novamente ele tentou espantá-lo, foi quando viu que o animal trazia um bilhete na boca.
Ele pegou o bilhete e leu: - Envie 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor.
Assinado....

Ele olhou e viu que dentro da boca do cachorro havia uma nota de cinquenta Reais. Então ele pegou o dinheiro, separou as salsichas e a perna de carneiro,colocou numa embalagem plástica, junto com o troco, e pôs na boca do cachorro.
O açougueiro ficou impressionado e como já era mesmo hora de fechar o açougue, ele decidiu seguir o animal.
O cachorro desceu a rua, quando chegou ao cruzamento deixou a bolsa no chão, pulou e apertou o botão para fechar o sinal. Esperou pacientemente com o saco na boca até que o sinal fechasse e ele pudesse atravessar a rua.
O açougueiro e o cão foram caminhando pela rua, até que o cão parou em uma casa e pôs as compras na calçada. Então, voltou um pouco, correu e se atirou contra a porta.
Tornou a fazer isso. Ninguém respondeu na casa.
Então, o cachorro circundou a casa, pulou um muro baixo, foi até a janela e começou a bater com a cabeça no vidro várias vezes. Depois disso, caminhou de volta à porta; foi quando alguém abriu a porta e começou a bater no cachorro.
O açougueiro correu até a pessoa e a impediu, dizendo:
- Por Deus do céu, o que você está fazendo ? Seu cão é um gênio!
A pessoa respondeu:
- Um gênio ? Esta já é a segunda vez na semana que este estúpido ESQUECE a chave !!!

Enviado por Diogo
Colocado por Rogério

VINTE ANOS DEPOIS

Por João Brito Sousa

É o meu Albino que está a chegar da América... ai ... ai ...ai, é o meu Albino, ó meu filho, há tanto tempo meu filho, ó Adília... olha o Albino, ó Irene, ó ti Bento é o meu filho, o meu filho, o meu filho...gritava a velha.
Foi no Verão de 49/ 50, que a velha Teresa Guerreiro apareceu na estrada, lá nas Areias, saindo de casa onde estava encostada à ombreira da porta, para vir abraçar o filho que estava a chegar da América, depois de lá ter estado longo tempo.
Vinha agora à terra.
Antoninho que ia para a escola, ficou assustado ao ouvir toda aquela gritaria, mas veio a compreender, mais tarde, que aquela mãe, tinha dentro de si uma dor à espera de conforto e, gritando e vendo o filho ali à mão, tinha atingido o ponto máximo da razão de ser mãe e também de viver, consubstanciado na chegada do filho, que sempre ansiou. Ou seja, naquele momento, toda ela estava ali disponível e por inteiro para o filho, o seu sangue e o seu corpo, continha em si todo o amor de mãe, que se expressava naquele grito. Digamos que já podia morrer.
O pai, o ti João Guerreiro que andava nas regas na horta, apareceu depois, já os ambientes tinham serenado, mas ainda deu uma chorada, quando se abraçou ao filho, dizendo, lá do alto da sua competência de lavrador bem sucedido na vida e de homem de valor e honra:- “meu filho, um homem também chora”. E chamou de seguida o Ti Manel Bento da adega, para que visse bem quem ali estava... e baixando o tom de voz , disse:
Manuel Bento, meu velho amigo e inimigo também, a tua adega tem condições para receber este homem, o meu filho, agora aqui chegado?... para ficar, ouviste ó Albino .. e dizia-lhe isto de cenho cerrado enquanto o olhava nos olhos, levando nas suas palavras uma mensagem de força e confiança no destino. Agora é aqui meu filho. e tens ai uma fortuna à tua espera, ouviste Albino? E tu ó Manel, o que é que dizes acerca da adega para se tomar lá do teu belo vinho?
O Ti Manuel Bento, que tinha a mania da tropa e de se armar em capitão, logo disse, ok meu comandante de enxada, ao mesmo tempo que dava instruções à Irenezinha, para que fosse dar uma limpeza na casa, pois o primeiro copo tinha de ser na sua adega, como pediu o Ti João e ele fazia questão disso.
- Dá cá um abraço ó Albino, foste daqui um gaiato e vens de lá um homem. Vê lá tu como as coisas são. E as americanas ó Albino, tal é o material. Tanto que eu gostava de ter ido para aquelas terras do dinheiro, mas não pôde ser.
- Pai, ó Pai, era a Irenezinha que vinha dizer que a coisa estava montada, que podiam ir até à adega, que a mãe, a Ti Benta, já tinha a coisa em condições .
E lá foram todos beber do vinho do Manuel Bento, na mesa que Rita Bento, a esposa, preparou para o evento.

(retirado do meu romance NAS MARGENS DA VIDA)

jbritosousa@sapo.pt

A FRASE DO DIA...

“A habilidade em política consiste em dizer o que vai acontecer. E, de seguida, a habilidade de explicar porque é que tal não aconteceu...”

A frase é cínica, mas é de alguém que merece ser ouvido e, aliás, tem muitos admiradores:Wintson Churchill.

(retirado do DN de hoje)

Jorge Tavares
costeleta 1950/56

segunda-feira, 20 de junho de 2011

CANTINHO DOS MARAFADOS


UMA LIÇÃO DE IRONIA

Numa boa entrevista conduzida por Tiago Pereira para o jornal i, o escritor Onésimo Teotónio Pereira - açoriano radicado nos Estados Unidos, o que o leva a encarar o Atlântico como "um rio" - ensina-nos através de uma pequena história o que é a ironia, arte muito pouco cultivada em Portugal.

A história é esta:

«Um tipo vai a uma casa de chá, onde estão senhoras educadas, e pergunta: "Há aqui algum sítio onde se possa mijar?" As senhoras respondem: "Olhe, o senhor naquele corredor vira à direita, na segunda porta está escrito "cavalheiros". Não faça caso, entre.»

Evidente ironia, tão rara aos nossos ouvidos, muito mais treinados para escutar sarcasmos.

Enviado e
colocado por Rogério Coelho

Á CONVERSA COM
MAURÍCIO DOMINGUES (IV)

Por João Brito Sousa

Vultos da cultura ‘
FERNANDO ANTÓNIO NOGUEIRA PESSOA
Fernando Pessoa (Lisboa, 13 de Junhode 1888 / 1935 ) foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".
Por ter crescido na África do Sul, para onde foi aos seis anos em virtude do casamento de sua mãe, Pessoa aprendeu a língua inglesa. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções desse idioma.
Ao longo da vida trabalhou em várias firmas como correspondente comercial. Foi também empresário, editor, crítico literário, comentador político, tradutor, jornalista, inventor, astrólogo, publicitário e publicista, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária em verso e em prosa. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterónimos, objecto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Auto-denominou-se um "drama em gente".
Fernando Pessoa morreu de doença hepática ou, segundo um recente estudo médico, de pancreatite aguda aos 47 anos, na cidade onde nasceu. Sua última frase foi escrita em Inglês, na cama do hospital, em 29 de Novembro de 1935: "I know not what tomorrow will bring" ("Não sei o que o amanhã trará").

O QUINTO IMPÉRIO

Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!

Triste de quem é feliz!
Vive porque a vida dura.
Nada na alma lhe diz
Mais que a lição da raíz --
Ter por vida sepultura.

Eras sobre eras se somen
No tempo que em eras vem.
Ser descontente é ser homem.
Que as forças cegas se domem
Pela visão que a alma tem!

E assim, passados os quatro
Tempos do ser que sonhou,
A terra será teatro
Do dia claro, que no atro
Da erma noite começou.

Grécia, Roma, Cristandade,
Europa -- os quatro se vão
Para onde vai toda idade.
Quem vem viver a verdade
Que morreu D. Sebastião?

Fernando Pessoa, in Mensagem


CANTINHO DOS MARAFADOS


A Ritinha faz anos

A Ritinha fazia anos e convidou todos os amigos para o aniversário, e disse:
- Quando chegarem a minha casa tocam a campainha com a testa!
Ficou tudo intrigado…
- Com a testa ?! Porquê?
- Com certeza não estão a pensar vir com as mãos a abanar, pois não?


Nova geração
Duas meninas:
- Eu nunca vou ter filhos!
Porquê? – pergunta a outra:
- Ouvi dizer que o download demora 9 meses!

Enviado por António Palmeiro
Colocado por Rogério Coelho

CANTINHO DOS MARAFADOS (se o Palmeiro não se importar)


A DESCULPA

Um tipo do norte comprou um Mercedes e estava a dar uma volta numa estrada nacional à noite.
A capota estava recolhida, a brisa soprava levemente pelo seu cabelo e ele decidiu puxar um bocado pelo carro.
Assim que a agulha chegou aos 130 km, ele de repente reparou nas luzes azuis por trás dele.
'De maneira alguma conseguem acompanhar um Mercedes' pensou ele para consigo mesmo, e acelerou ainda mais.
A agulha bateu os 150, 170, 180 e, finalmente, os 200 km/h, sempre com as luzes atrás dele.
Entretanto teve um momento de lucidez e pensou:
'Mas que raio é que eu estou a fazer?!' e logo de seguida encostou.
O polícia chegou ao pé dele, pediu-lhe a carta de condução e sem dizer uma palavra e examinou o carro e disse:
- Eu tive um turno bastante longo e esta é a minha última paragem. Não estou com vontade de tratar de mais papeladas, por isso, se me der uma desculpa pela forma como conduziu que eu ainda não tenha ouvido, deixo-o ir!
- Na semana passada a minha mulher fugiu de casa com um polícia - disse o homem - e eu estava com medo que a quisesse devolver!

Diz o polícia: - Tenha uma boa noite!

Enviada pelo Diogo
Colocada pelo Rogério

RECORDAR SARAMAGO, UM ANO E UM DIA DEPOIS DA SUA MORTE
Por João Brito Sousa

COMENTÁRIOS NA IMPRENSA ESTRANGEIRA SOBRE A ATRIBUIÇÃO DO NOBEL.

Em ITÁLIA
La Reppublica
«Até que enfim)! A expressão de júbilo e alívio atravessou o Atlântico de um lado ao outro, ligando o Brasil e Portugal, passando pela Madeira, Porto Santo, Açores e Cabo Verde, fantasmas de uma mítica Atlântida que hoje fala português."
"O prémio Nobel privilegia finalmente um escritor português, um escritor difícil, pouco respeitador do que se considera literariamente correcto."
L’Unità
"A palavra como uma arma, desde os dias difíceis do salazarismo até à descoberta da literatura, através do jornalismo. José Saramago libertou a narrativa portuguesa dos complexos precedentes e dá o impulso à geração pós-revolucionária."
L’Avenire (diário da Consagração dos Bispos italianos)
"Um mundo assinalado pela angústia e desespero, uma visão radicalmente ateia. Romances históricos e imagens apocalípticas, individuais e colectivas, entre as obras de Saramago. Um prémio Nobel dado mais por razões políticas do que pelo talento. José Saramago não é o melhor dos escritores portugueses, há muitos outros e com tanto talento, mas pouco conhecidos, porque a doce Lusitânia fica no confim da Europa."
NA GRA BRETANHA
The Guardian
"O autor que recebeu finalmente o que lhe era devido pela Academia Sueca."
The Idependent
"Pessimista e sério, lúcido e elegante são as palavras para descrever o homem e a sua literatura."
BBC
"José Saramago, 76 anos, é considerado o mais sólido baluarte da literatura portuguesa. O seu estilo muito pessoal e nem sempre de fácil acesso ao leitor, e a sua atenção temática fazem dele uma referência imprescindível na narrativa europeia."
ESPANHA
El Mundo
"Saramago, um Nobel à ironia e ao compromisso"
El País, 9 de Outubro de 1998
"Escritor lúcido, pessimista e crítico, barroco e comprometido com a utopia do comunismo, Saramago é o primeiro prémio Nobel da língua portuguesa, um feito que foi comemorado com júbilo em Portugal e no Brasil."
Manuel Vazques Montalbán, El País, 9 de Outubro, 1998
"Deram o Nobel da Literatura a um grande escritor e a uma grande literatura, que o mereciam. A notícia não é só o prémio dado a Saramago, mas a um escritor de língua portuguesa a penar na de Eça de Queiroz, de Torga ou de Jorge Amado."
FRANÇA
Le Figaro
“Contrariamente a muitos escritores franceses que permanecem na introspecção do pouco, do quotidiano e do quase nada, José Saramago pratica uma literatura do extremo, do imenso."
L’Humanité
"Ao mesmo tempo, prosador emérito, este céptico flamejante, grande leitor de Montaigne, Cervantes e Kafka, não cessa de visitar as almas contraditórias do seu povo, dos seus sonhos abolidos de conquista à realidade de presente, que envolve com uma melancolia extremamente maliciosa."
Li “O MEMORIAL DO CONVENTO” nos anos 80 e devo dizer que a leitura do livro não me entusiasmou. Saramago estava a começar, o livro não tinha vírgulas e não voltei a pegar nele. Peguei noutros, como “O LEVANTADOS DO CHÃO”, João Sem Tempo e Companhia, que me agradou imenso, os alentejanos e a GNR de Montemor, porrada e uma frase que nunca mais esqueci:” …e o sol, com tanta pressa de aparecer e com tão pouca de se esconder, como os homens, afinal” Achei a expressão maravilhosa e vi na frase uma imagem clara do comportamento da humanidade; tem receio de morrer. Escrito em 1979, o livro relata a luta dos operários pelas oito horas de trabalho.

Li outras obras.

jbritosousa@sapo.pt

domingo, 19 de junho de 2011

HOMENS E BESTAS
Desconheço o autor)

O Presidente da República, em atitude inédita entre os seus pares, resolveu comparecer numa cerimónia de homenagem aos combatentes do Ultramar, louvando-os e dignificando-os enquanto soldados de Portugal.
Eanes, “o capitão de Abril”, tinha um certo pudor em relação a este tipo de coisas.
Soares, o demagogo, contemplava-as com falsa “tolerância”.
Sampaio, o rasca, tinha-lhes um pó de morte.
O Estado Português ignorou os combatentes, isto quando não lançou o seu anátema contra a geração que sacrificou boa parte da sua juventude a uma guerra que “os ventos da história” condenavam, mas que quinhentos anos de História largamente justificariam.
A “geração de África” foi abandonada a si própria, renascendo de vez em quando nos nossos dias tão só para alimentar as lamúrias e a caça ao subsídio dos patrões de uma “solidariedade” que nada tem a ver com a sua honra nem com o seu sacrifício.
De resto, nada. Ao contrário do que se passa em países civilizados que nos são próximos - Reino Unido e França, por exemplo - em que os combatentes, qual seja a razão ou o resultado das guerras que travaram, merecem reconhecimento, glorificação e compensação moral, quando não de outra natureza, Portugal riscou os combatentes da sua história recente, quando não os acusou de males de que jamais foram culpados.
As guerras do Ultramar perderam razão de ser com o tempo? É possível. O poder político instalado não soube solucionar os problemas com patriótico pragmatismo? Sem dúvida. Que tem isto a ver com a geração que combateu? Nada.
O que fez o politicamente correcto de tais guerras e de tais combatentes?
Um massacre, de contornos duvidosos, propagandeado à exaustão para demonstrar a “crueldade”, a “brutalidade” e a “estupidez” dos soldados portugueses, foi o que conseguiram arranjar para os condenar, depois de vasculhados treze anos de guerra.
O arrastar na lama do “colonialismo português”, ou seja, a santificação das hordas que o quiseram destruir, condenando à miséria, à fome e à doença milhões de indefesos seres humanos, sacrificados à ganância, à fome de poder e de dinheiro de hordas de bandidos, seus “legítimos representantes”, foi o que fabricou sem escrúpulo nem respeito pela verdade.
A mais incrível manipulação da História em favor da ideologia e do oportunismo político, foi o que resultou do politicamente correcto à portuguesa.
Mais nada.
Por isso que, das alfurjas onde o ignóbil se junta à desonestidade, surgem a banditagem rasca dos “donos” de verdades que desconhecem e que têm a ver com o que propositadamente ignoram: a dignidade.
O senhor L.... (Pedro Lomba chama-lhe Danton - melhor diria Robespierre) veio à liça dizer que o PR cometeu “um nada responsável exercício de reescrita da história”. A besta defende que os “jovens de hoje não têm nenhum exemplo a recuperar de quem foi para a guerra”.
Isto é, a besta mistura as suas apreciações políticas sobre a tal guerra com o valor, a dignidade, o sacrifício e a humanidade dos que a travaram. Para a besta, se a guerra era mal movida, os que nela entraram em vez de desertar, eram tão maus como ela. Mais não vale a pena dizer.
Outra besta insiste, no “Público”, na crítica ao Presidente, que, com o seu “apelo aos jovens”, dividiu os portugueses.
Como se eles não estivessem já divididos entre homens e bestas.

Enviado por Alfredo Mingau

sábado, 18 de junho de 2011


Interregnos

Serão úteis os interregnos? Que representam? Um novo rumo,um acertar de agulhas?
Ou só “um deixa pra lá...o tempo que passe”? Confesso que não sei mas admito que possa ser um pouco de tudo isto. Por mim não foi ausencia premeditada, foi um iato de malandrice,...de deixa ver o que isto dá.E fui lendo,lendo o que me veio parar à mão,não selecionando. Velho e novo tudo me serviu mas...li mais velho do que novo. “ Rumo a Fulacunda”,uma obra dum capitão miliciano sobre a guerra do ultramar, qualquer um de nós que serviu lá pode rever-se nela. Rui Alexandrino Ferreira transporta-nos ás quentes e húmidas Guiné e Angola, à sua Angola, ao planalto da Huila.
Revê a guerra,olha para traz,arrasta-nos naqueles pantanos,enlameados mas homens dignos.Depois comecei e ainda não acabei “Império nação e revolução” de Ricardo Marchi, um italiano que nos escolheu para sua tese de doutoramento e nos leva às causas do surgimento e morte do fascismo em Portugal. Um livro massudo, a meu ver demasiado documentado o que nos faz perder o fio à meada e...voltar atraz.
Não deixei de beber da fonte que é o nosso blog.Várias vezes por dia dei por mim,talvez inconscientemente,procurando se algo de novo havia sido publicado. E o que foi? Quem escreveu? Concordo? Não concordo?...e o que importa? Nada, cada um tem o seu ponto de vista,o seu prisma de análize,o que importa é que o blog está vivo, activo e recomenda-se ( como agora se diz).
Notei que um colega, salvo erro Jorge Tavares escreveu que estava ansioso pelo dia do almoço/confraternização como o estava dezenas de anos atraz quando a seguir às férias grandes recomeçavam as aulas. Como eu o compreendo, passava-se o mesmo comigo mas, dizia, temia que algum "costeleta se lembrasse trazer consigo algum comentário politico /partidário que podesse provocar algum incómodo"(cito decor). Como todo o homem é um animal politico eu confesso que não entendi ou melhor, tentei mas não consegui.Será que se referia ao Mingau?Ao Montinho? Ao Antonio Palmeiro? A mim? Ao Mauricio Domingues?....Ao João Brito de Sousa é que não era de certeza. E num comentário preocupava-se com demasiados ricos na nossa sociedade! Bem, eu preocupo-me é com demasiados pobres e, parafraseando Olof Palm que respondeu ao Coronel Melo Antunes que numa visita deste à Suécia o interrogava se não se incomodava com tantos ricos à sua volta(?!) :- Aqui na Suécia preocupamo-nos muito é com os pobres!
E o João?!...sempre activo. É aquela máquina.E ele que se interroga sob os malefícios das máquinas na sociedade. Manteve um dialogo interessante com o Rgério sob o tema. Num daqueles” toma lá dá cá” diz:-- “ mas compete aos governos arranjar outros empregos”. ...João, eu digo não. Aos governos compete governar.Não podem nem criam empregos a não ser os da máquina administrativa que ainda assim tem que ser o mais "magra" possivel. Essa missão e função tem que ser dos cidadãos e das emprezas. Aos governos cabe governar o melhor possivel e governar o melhor possivel equivale a cobrar o menos de impostos possivel para que a riqueza se quéde nas mãos do cidadão para que crie mais postos de trabalho nos investimentos mais diversos e consequentemente dê ao estado oportunidade de colectar mais impostos.Penso eu. Ao estado( governo) cabe a obrigação de cuidar e zelar pela segurança externa e interna,criar e manter as infraestruturas e sistemas de educação e, saúde claro!
Depois vem o Zé Elias, o grande pensador,aquele que a Dona Helena( de Mar e Guerra) sempre nos dava como exemplo a seguir de bom aluno que era e diz:...”haja pazes...vamos saír disto...nem que seja com umas oliveirinhas”.....mas Zé, tu e eu defendemos isso há muito, mas, como tu dizes,” se calhar somos só os dois” e agora eu acrescento,também Cavaco.
Se fôr publicado deixo um abraço para todos

Diogo

Nota:-Onde está a dúvida para não publicar?
Roger

QUANTO VALE
A AMIZADE COSTELETA?

“Um Amigo faz com que nos excedamos a nós próprios”

À parte o poder de cada um de nós para triunfar ou morrer nas lutas da vida, nada nos auxilia mais na obtenção do êxito que uma amizade firme e leal.
O amigo cujos pensamentos coincidem com os nossos, que simpatiza com as nossas aspirações, que reconhece com imparcialidade a nossa força e a nossa fraqueza, é um poderoso estimulante das nossas boas qualidades, pois reprime as nossas más tendências e reduplica vantajosamente as nossas probabilidades de êxito. O magnetismo de seus pensamentos rodeia-nos, a sua força auxilia-nos e torna-nos pouco menos que invencíveis.
A faculdade de atrair simpatias e de conquistar amizades duradoiras, seja qual for o ambiente em que nos vejamos colocados, tomando como exemplo o convívio do recente Grande Almoço Anual costeleta de 11 de Junho, é de um valor inapreciável na luta pela existência, porque, afora o seu significado moral, espiritual e o gosto e felicidade do companheirismo com que nos elimina a vida, tem uma eficácia pessoal.
As palavras do José Elias Moreno ao microfone dirigidas ao João Brito de Sousa, que por motivos de saúde não disse “presente na chamada”, ao Mingau e ao Montinho presentes mas incógnitos; ao seu comentário no Blog, à publicação no blog, sobre o Almoço Anual, escrito pelo Jorge Tavares, são factores preponderantes na amizade Costeleta dos Antigos Alunos da Escola Tomás Cabreira e que me apraz enaltecer e agradecer na parte que me tocou com um obrigado ao Elias.

Montinho

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A HOMENAGEM AO MARCELINO VIEGAS
Por João Brito Sousa

O José Marcelino Afonso Viegas, foi meu colega de turma, logo no primeiro ano do Ciclo Preparatório na Escola Comercial e Industrial de Faro. E depois também na Escola do Magistério Primário, igualmente em Faro. Portanto, tenho relações de boa amizade com o Marcelino Viegas há mais de cinquenta anos. Logo esse passado dá força a esta crónica.
O Zé, sempre gostou de escrever e sempre escreveu bem. Tinha inclinação para a escrita e lia bastante, mais do que os outros, porque ele queria escrever para os jornais. Foi ele, que me disse certa vez que queria ser jornalista desportivo; e conseguiu ser. Escreveu que eu saiba no jornal “A Bola” E depois, encontrei-o no “Avezinha” e também no jornal da sua terra,”O Notícias de S. Braz”. Estranho que nunca se tenha abalançado num romance. Parece-me que tinha fôlego. Lembro-me bem que gostava bastante de ler o Eça e o Zé Rodrigues Miguéis, entre outros, claro.
Nos tempos do Magistério, tínhamos um jornal interno, de duas ou quatro folhas, não me lembro bem, onde escrevíamos umas coisinhas e o Zé levava aquilo muito a sério, dedicação essa que o guindou, mais tarde, a outros planos, sendo considerado hoje por pessoas da área, que o têm acompanhado, como um excelente jornalista, quer na informação de cariz social, desportiva ou simples crónica.
Homenagem porquê se o Zé tem tanto para dar? Teria, se não fosse acometido de uma doença, traiçoeira, como são todas as doenças. Todos estamos sujeitos a isso; é o risco que corremos pelo facto de estarmos vivos. Da minha parte terá todo o meu apoio e coloco-me à sua disposição, para o que der e vier, desde que esteja dentro das minhas possibilidades de dizer sim. E o Zé sabe disso.
As pessoas, numa certa fase da vida são muito próximas, andam sempre que podem juntas, conversam animadamente e depois distanciam-se por um motivo qualquer e, mais tarde, voltam a encontrar-se. E tentam conversar, rindo das conversas que tiveram noutros tempos, das noites bem passadas e por aí fora.
Foi mais ou menos isso que aconteceu comigo e com o Zé. E nesse intervalo de tempo, em que tivemos distantes, não ausentes, a sua competência profissional foi reconhecida pelas mais altas instituições da Região e do Distrito. A sua dedicação foi inquestionável o que enriquece enormemente o seu invejável “curricula”, constituindo-se, indiscutivelmente, como um dos nomes mais seguros da imprensa escrita algarvia. Daí a razão de ser desta homenagem, justa, quanto a mim, cuja realização está em marcha e tem apoios vários, entre os quais se contam os consagrados homens do jornalismo, João Leal, Neto Gomes e Varela Pires e talvez outros.
E tem também o meu apoio, pelo menos como colega e amigo. E quero deixar-lhe aqui expresso, um voto de sinceras melhoras e ainda que tenha um Bom Natal, junto dos seus.
E um Ano Novo de muita prosperidade.
E aquele abraço do



NOTICIAS ALGARVIAS

INFORMAÇÃO DO JORNAL CARTEIA (Quarteira)
Participe no passatempo de Verão e envie as fotografias para passatempo@carteia.pt

Encontro Ibérico Compal Air disputa-se em Quarteira
17-06-2011
É já amanhã, sábado, 18 de Junho que se realiza a IV edição do Encontro Ibérico do Compal Air. A actividade decorrerá, pela segunda vez, no Calçadão de Quarteira e contará com cerca de 300 participantes.
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Universidade 'desloca-se' para Loulé no Verão
17-06-2011
Na primeira quinzena de Julho, na Alcaidaria do Castelo de Loulé e outros espaços da Zona Histórica de Loulé, realiza-se pelo segundo ano consecutivo a Universidade de Verão - Estudos sobre o Mediterrâneo II.
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Poetas e Palavras cruzam-se em S. Brás
17-06-2011
O Grupo Desportivo e Cultural de Machados leva a efeito, no próximo domingo, dia 19, mais uma edição do Encontro de Poetas e Palavras, uma iniciativa que ano após ano junta na sede do! Grupo poetas de toda a região.

Colocaçãp de Rogério Coelho

PROFESSOR JOSÉ CORREIA

Para conhecimento de todos os Costeletas que por aqui “navegam”, transcrevo da mensagem pessoal enviada pelo Costeleta António Viegas Palmeiro:
“………………….
No almoço, alguns colegas (poucos conhecem o meu parentesco com a esposa dele) perguntaram-me se eu sabia alguma coisa, do professor José Correia. Disse o que sabia, mas ontem liguei para a Marília, informando exactamente o que se tinha passado e o interesse em saber notícias sobre ele.
Tomei então conhecimento da situação actual:
O José Correia faz 92 anos no próximo mês.
Está num lar perto de Carnaxide, 3 vezes por semana a Marilia vai ao seu encontro e passa a tarde com ele, ao fim de semana, passa 1 dia em casa.
Está já com dificuldade para reconhecer as pessoas. Na verdade só não demonstra essa dificuldade com a Marília, mostrando inclusivamente uma grande depêndência da presença dela.
Se o meu amigo, quizer fazer e publicar uma pequena nota com estas informações pode fazê-lo. Eu informei a Marília do interesse das pessoas e de que ele não está esquecido pelos ex-alunos.
…………………………"
Colocação de Rogério Coelho