Poema da Paixão Assolapada
(cozinhado em lume brando)
O mê amor dêxa-me sózinha na praia,
vai p´ró campo.Ê fique saudosa e triste.
Peço-lhe que fique comigo e nâ vaia,
e más têmoso qúm burro, nâ desiste.
Q´ridinha, diz-me com aquele ar traquino:
nâ mo pessas, qísso nâ faço; nem que me mates.
E depois, quem me rega o pepino
e me cata o piolho dos tomates?
Òh amorzinho, mas aqui podes abanhar,
podes ir à ameijoa e ao berbigão.
E depois estás á mão, para apagar
o incêndio desta minha grande paixão.
Vou já buscar a hortaliça e o marisco.
Já me convenceste, minha magana;
mas primeiro vais fazer-me um petisco,
e vai ser uma valente cataplana.
José Elias Moreno
Quarteira,24/Jun/2009
Recebido e colocado por Rogério Coelho em 24/Jun2011
Olha meu "magano".
ResponderEliminarSegundo os alemones, o "piolho dos tomates" tem outro nome e passou para o "pepino".
Roger
Meu caro Roger
ResponderEliminarNão é meu propósito ser "chato" mas o piolho dos tomates e pepinos chama-se "E.Coli"
A. Mingau
caro ZÉ ELIAS,
ResponderEliminarViva.
Este teu trabalho nas mãos do Vrgílio Carminho era um sucesso lá no rancho.
O sucesso, está sempre garantido quando tu escreves a brincar ou a sério.
E aqui é que bate o ponto. O que não é para todos.
A tua poesia tem tudo para singrar. Encanta.
Como nos versos do Alfredo Marcneiro.
Alfredo quando tu cantas
Cantas com tanta saudade
Que por vezes até encantas
Toda a minha mocidade.
É isso aí.
Ab.
JBS