À COMVERSA COM O
ANTÓNIO DA ENCARNAÇÃO

Por João Brito Sousa

Este texto é pura ficção.

Admita-se que eu encontrava o António da Encarnação, no Café Ossonoba em Estói. E que tínhamos conversado um pouco. Assim,

Voltaste à terra ?

E ele (AE) – Não, não voltei Estou cá de passagem. Houve uma oportunidade e não a quis desperdiçar. A vida ensinou-me assim. Não penses muito, uma, duas e três e decidi vir. Tenho sentimentos e saudade como qualquer português. Eu estou bem no Brasil mas a nossa terra é sempre a nossa terra. Mas muitos dos meus amigos já foram e a aldeia está diferente. A minha aldeia, a que eu vivi, trago-a aqui na minha memória, não é esta que estás a ver. O mercado mensal do meu tempo não era nada disto mas sim o que está aqui na minha cabeça.

O que é para ti a saudade ?

Disse ele. Saudade, é assim como uma recordação dorida, é lembrar alguma coisa que gostamos muito e não podemos voltar a ter ou ver, saudade é um coração magoado, é um beijo que acabou, é um sorriso que já não há, em suma, é uma sensação de ausência.

O Brasil é um País acolhedor

Parra mim é o lugar ideal para se viver e claro é bastante acolhedor. Brasil é samba o ano inteiro, alguma cachaça, jogo do bicho, caiprinha e futebol. E muito mais.

O blogue os costeletas o que representa para ti ?

AE - O blogue é a estação de caminho de ferro onde todos os dias compro um bilhete para Portugal. Aí recordo a minha juventude, a rapaziada do meu tempo, as brincadeiras do meu tempo de criança e de jovem, aí sorrio, aí cai uma lágrima, aí canto uma canção do nosso folclore, aí estou com a minha gente.

A qualidade dos textos ?

AE –Não vou comentar isso, o nosso mano Rogério seleciona-os, o que é importante é que a malta se entenda. Duma maneira geral entendo que o ambiente é bom. E gostava que se mantivesse.

Algum cronista em especial ?

AE – Gosto especialmente do Diogo Costa Sousa e as suas crónicas americanas. È um grande homem e grande costeleta.

Querias deixar alguma nota em especial.

AE – Um grande abraço para todos.