O CLUBE DA MINHA ALDEIA
Depois de um campeonato, cuja primeira volta decorreu bem, a segunda gorou todas as expectativas. Embora com algumas promessas de melhores resultados, os sócios do clube resolveram em Assembleia Geral destituir a equipa. Treinador principal, adjuntos, massagistas e jogadores (principais e suplentes) foram todos despedidos.
Com uma Assembleia concorrida, a maioria presente foi suficiente para tomar aquele medida. Foi estabelecida data para novas eleições, e consequente apresentação de novas equipas.
Formaram-se grupos de sócios para organizar e concorrer ao novo acto eleitoral, com apresentação das suas propostas e novas equipas. Estas posteriormente seriam apresentadas a nova Assembleia a fim dos sócios decidirem e votarem a sua preferida, sobretudo aquela que lhes desse mais garantias de sucesso.
Muitos grupos se formaram, mas somente três tinham expressão e condições para garantir novas contratações que se enquadrassem no programa previamente fornecido pelo Organismo Europeu que tutela esta actividade desportiva.
A campanha decorreu razoavelmente bem, embora os grupos só apresentassem o treinador, mantendo em segredo o restante elenco. Os futuros treinadores do clube explicaram a táctica que iriam utilizar , embora a mesma não tivesse grande surpresa, dada a obrigatoriedade anteriormente referida de cumprimento das regras que o clube tinha subscrito com o Organismo Europeu.
Finalmente no dia aprazado para a realização da Assembleia, os sócios compareceram em razoável número, embora a abstenção verificada seja uma preocupação que o clube terá de tentar solucionar no futuro.
A eleição gerou resultados que não proporcionaram a um grupo sozinho apresentar a sua equipa. Havia que formar uma coligação que obtivesse a maioria necessária. Logo um segundo grupo, muito menos votado, se prontificou a acordar com o primeiro a formação da almejada maioria.
Manteve-se o treinador do grupo mais votado e conforme se soube posteriormente ( extra-Assembleia), a futura equipa foi formada por jogadores de ambos os grupos.
Segundo os periódicos da especialidade – também alguns treinadores de bancada – as qualidades e os defeitos da equipa foi escalpelizada, particularmente o treinador.
Este nunca havia treinado qualquer equipa, mas era novo, bem parecido e podia aprender rapidamente. Alguns jogadores já veteranos e experientes, garantiam confiança, no entanto dois ou três jogadores eram completamente inexperientes, apesar de excelentes teóricos. Destes, destacava-se o avançado centro, adquirido no estrangeiro, aonde durante muito anos leccionou numa academia de renome.
Os sócios admitiram que havia necessidade de conceder o beneficio da dúvida, apoiando e desejando que tudo corra pelo melhor em benefício da colectividade. A equipa tem excelentes teóricos do jogo, uma boa claque e um presidente incondicionalmente apoiante.
Será que se vão manter na primeira divisão e ir às Ligas Europeias? O futuro o dirá!
A acontecer, era uma festa na MINHA ALDEIA.
Nota do autor: Este texto é pura ficção...qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Jorge Tavares
costeleta 1950/56
Parabens Jorge.
ResponderEliminarBom trabalho. Por mim nota 18! Quem disse que nao possuias sentido de humor enganou-se
Abraco
Diogo
Parabens Jorge.
ResponderEliminarBom trabalho. Por mim nota 18! Quem disse que nao possuias sentido de humor enganou-se
Abraco
Diogo
Texto repleto de imaginação e humor.Bem conseguido,parabéns.
ResponderEliminarAGabadinho
Caro Jorge
ResponderEliminarViva,
Comungo das opiniões já deixadas aqui.
O texto é interesssante e muito exigente em termos de balizamento.
Digamos ser um trabalho que não tem uma palavra a mais nem uma palavra a menos. Tudo está no sítio.
É um texto que sai às sete da manhã, quando o galo canta.
A mim, faz-me lembrar uma frase do Sarmago em "LEVANTADOS DO CHÃO.
Que é assim; " e o sol com tanta vontade de aparecer e com tão pouca para se esconder; como os homens, afnal."
Paece-me que este texto tinha vontade de aparecer. E muita.
Verdade Jorge.
Está bem escrito
Ab.
JBS