domingo, 6 de julho de 2008

QUANDO UM ANIMAL PARTE ....

"Só quem sabe o que é ser costeleta, e é costeleta a sério, é que compreende o que se passa neste blogue..." MZ

TIGER


Aló, mano ....
Tiger.... what about !...
De um momento para o outro...out
Tiger
As coisas não são bem assim....
Quem vem agora para ao pé de mim
Fazer-me festas ... ou rorronar ?..
Onde é que está aquele gatarrão
Que nas noites longas de inverno
E também de verão
Vinha para o pé de mim e estendia-me
a mão
Como quem diz, estou aqui pá... estás bom ou não ?!...
E era contigo que tão bem eu me entendia
Ó meu amigo Tiguer ,
que agora
te foste embora
Saíste-me da mão
E de todo o lado
O que é que vai ser de mim neste estado...
Tiguer... volta
Gostava tanto de te ver à solta
Como naquelas vezes que tu vinhas na minha direcção
Quando eu vinha do trabalho
E tu bem disposto e folgazão
Eras ágil e rápido e safo que nem um alho
Percebeste?...
Olha ... vamos combinar
Quando eu estiver por cá ...
Tu vens cá ficar.
Entendeu ?...
Se sim, aperta aí a mão
ó meu.
E estamos juntos
Sempre
Para o que der e vier
Se Deus quiser.

João

A morte do TIGER,

um animal de estimação dos DIOGO COSTA SOUSA e MARIA FILOMENA provocou no casal e no filho, o Engº aero espacial João Paulo Sousa, recentemente homenageado pela Associação no almoço anual, no dia 08/06, em Vila Moura, este desabafo carinhoso e sentido, dos, digamos, companheiros racionais, o que me levou a colocar o post ...

"o TIGER.....FOI-SE COM OS MESMOS OLHOS MEIGOS QUE SEMPRE NOS OLHOU....MALDITA DOENCA ...ROUBOU-O PARA SEMPRE....NAO QUERO MAIS ANIMAIS....ISTO E' SOFRER DEMAIS...PARA MIM E PARA A MENINHA...

Quanto melhor conheço os homens mais gosto dos cães, disse Victor Hugo.

O TIGER era um dos nossos ... por isso .... vai passar a ser a nossa mascote como o LICEU tinha o MERDOCK.
OUTRA RAZÃO
La Rochefoucauld, in 'Reflexões'
O Homem Congrega Todas as Espécies de Animais
Há tão diversas espécies de homens como há diversas espécies de animais, e os homens são, em relação aos outros homens, o que as diferentes espécies de animais são entre si e em relação umas às outras. Quantos homens não vivem do sangue e da vida dos inocentes, uns como tigres, sempre ferozes e sempre cruéis, outros como leões, mantendo alguma aparência de generosidade, outros como ursos grosseiros e ávidos, outros como lobos arrebatadores e impiedosos, outros ainda como raposas, que vivem de habilidades e cujo ofício é enganar!
Quantos homens não se parecem com os cães! Destroem a sua espécie; caçam para o prazer de quem os alimenta; uns andam sempre atrás do dono; outros guardam-lhes a casa. Há lebréus de trela que vivem do seu mérito, que se destinam à guerra e possuem uma coragem cheia de nobreza, mas há também dogues irascíveis, cuja única qualidade é a fúria; há cães mais ou menos inúteis, que ladram frequentemente e por vezes mordem, e há até cães de jardineiro. Há macacos e macacas que agradam pelas suas maneiras, que têm espírito e que fazem sempre mal. Há pavões que só têm beleza, que desagradam pelo seu canto e que destroem os lugares que habitam.
Há pássaros que não se recomendam senão pela sua plumagem ou pelas suas cores. Quantos papagaios falam sem cessar, sem nunca compreender o que dizem; quantas pegas e gralhas são domesticadas para roubar; quantas aves predadoras vivem da rapina; quantas espécies de animais agradáveis e tranquilas servem apenas para alimentar outros animais! Há gatos, sempre à espreita, maliciosos e infiéis, que deslizam com patas de veludo; há víboras de língua venenosa, sendo o resto útil; há aranhas, moscas, percevejos e pulgas, que são sempre incómodos e insuportáveis; há sapos, que nos horrorizam e que têm peçonha; há mochos, que temem a luz.
Quantos animais não vivem sob a terra para se manter! Quantos cavalos, que utilizamos para tantos fins, não abandonamos quando já não servem mais; quantos bois não trabalham uma vida inteira para enriquecer aqueles que lhes impõem o jugo: as cigarras, que passam a vida a cantar; as lebres, que têm medo de tudo; coelhos, que se espantam e acalmam num instante; porcos, que vivem na crápula e na imundície; patos mansos, que atraiçoam os seus congéneres, atraindo-os a armadilhas, corvos e abutres, que vivem apenas de podridão e de cadáveres! Quantas aves migratórias não voam tantas vezes de um extremo ao outro do mundo e se expõem a tantos perigos para sobreviver! Quantas andorinhas, sempre atrás do bom tempo; quantos escaravelhos, inadvertidos e sem objectivo; quantas borboletas à procura do logo que as queima!
Quantas abelhas, que respeitam o seu chefe e vivem com tanta ordem e trabalho! Quantos zangãos, vagabundos e mandriões, não procuram estabelecer-se à custa das abelhas! Quantas formigas, cuja previdência e economia provêem a todas as suas necessidades! Quantos crocodilos fingem queixar-se para melhor devorar aqueles que são sensíveis às suas queixas! E quantos animais se submetem porque ignoram a sua força! Todas estas qualidades se encontram no homem e ele procede, em relação aos outros homens, como os animais de que acabamos de falar procedem entre si.
Publicação de
João Brito Sousa