domingo, 3 de agosto de 2008


RECORDANDO

SAUDADE

Esta palavra saudade
Aquele que a inventou
A primeira vez que a disse
Com certeza que chorou


A saudade pode ter várias leituras, consoante a situação que se viveu.
Para muitos ela pode traduzir um sentimento melancólico, um sentimento da privação da ausência de algo a quem se quer muito ou ainda uma lembrança nostálgica.
A saudade que eu sinto está ligada à nostalgia. Não à nostalgia que tenha a ver com tristezas ou situações menos boas que foram passando ao longo da minha vida. Essas procuro, na medida do possível, esquecê-las
A saudade que me invade, tem a ver com momentos felizes que me aconteceram e que eu quero preservar, até ao final da minha passagem por este mundo, como gratas recordações.

São muitos os episódios que recordo e de que sinto uma profunda saudade. Entre eles destaco a passagem pela minha querida Escola Tomás Cabreira
Não há tempo que apague ou desvaneça sequer um pouco, os anos que ali passei, quer como aluno quer como professor.
Desta vez, vou falar de um episódio (entre muitos) do meu tempo de aluno:
Naquele tempo a escola funcionava em dois edifícios distintos:
A secção comercial, cujo edifício se situava na Rua do Município, (onde hoje se encontra instalada a polícia judiciária) e era a esta que eu pertencia, visto que fiz ali o Curso de Comércio


Secção Comercial

A secção industrial funcionava no largo da Sé, numas dependências que pertenciam ao seminário e que salvo o erro já foram devolvidas

Secção Industrial


Quer numa, quer noutra dependência, ali funcionavam também cursos nocturnos para estudantes trabalhadores, o que era o meu caso
Para além dos cursos comercial e industrial, havia também o Curso da formação feminina, cujas alunas tinham aulas nos dois edifícios:
As aulas de costura e bordados, eram ministradas no 1º andar da secção industrial (largo da Sé);

Ora um dos episódios de que me recordo com muita saudade é o seguinte:
As aulas de costura e bordados eram ministradas por aquela figura ÍMPAR que foi a D. Maria do Céu, mais conhecida por D. Maria.
Acontece que no rés-do-chão funcionavam as oficinas de Serralharia, Mecânica, Electricidade e Carpintaria.
O Mestre Guerreiro – mestre das oficinas de carpintaria - que devia ter perto de 1,80 de altura, era o esposo adorado da D. Maria, ela bastante mais baixa do que o marido e que formavam um casal que alguns apelidavam ( com carinho) de ponto (.) e vírgula (,).
E entre este casal, muito unido e muito amigo, ocorria um facto engraçado e que me leva a narrar este episódio, retirado da minha arca de recordações.
O episódio a que assisti várias vezes era o seguinte
Perto das quatro e meia da tarde, o mestre Guerreiro, cá de baixo, batia as palmas e lá de cima abria-se a janela e a D. Maria mandava subir o marido para lanchar.
Esta situação mereceu-me as seguintes quadras:

São quatro e meia
Ouvem-se as palmas soar
E uma voz meiga dizer
Já são horas de lanchar

E logo então,
Se vê uma janela abrir
E uma voz terna dizer
Zéquinha podes subir

Quadras que aliás foram inseridas num conjunto de outras aquando da festa dos finalistas.

J. Almeida Lima

DOIS COSTELETAS FAMOSOS


SOTERO CABRITA E JOÃO SANCHO CABRITA


SOTURA, dizia o João para o irmão. Iam lá para a parte de trás da Escola e riam-se, falavam um com o outro, mas só eles é que se entendiam.

O João foi da minha turma no 1º 1ª turma do Curso Geral do Comércio e o SOTERO foi meu colega na TAP, no tempo do Ludgero Farinha e do Teófilo Carapeto...

O SOTERO era poeta, quando estava em Lisboa frequentava o café Martinho ao pé da estação do Rossio o João foi para a Suíça e era lá enfermeiro.

Eram muito amigos deles o Zé Pereira, o Norberto Cunha, o Viana e ouros

Eram naturais de Estoi.


Para os dois...


Eh...pá, quando vocês estavam os dois a falar
Que língua era João .. diz lá.. Sotero diz também
Vocês falavam com certo e tão esquisito cantar
Não percebia nada do que diziam eu e ninguém


João Brito SOUSA