quarta-feira, 30 de junho de 2010

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A SARDINHA ASSADA

Não é fácil esquecer os que os "Vates", algumas decadas atrás, verberavam o gosto que os portugueses manifestavam sobre a "Sardinha Assada".
Também não é incómodo nenhum pensar no "regabofe" pós-revolucionário que leva à mesa massas oprimidas de devoradores daquele peixe e com a preocupação em ocupar o tempo degustando o "fiel peixinho" que se vendia ao quarteirão.
A entrada do Solstício, que origina o culto mais afoito dos pequenos prazeres, trás ao convívio a "sardinha assada", uma classica iguaria das eternas festividades populares ou das efémeras comemorações futebolísticas.
Aqueles que, decadas passadas, se envergonhavam de as mastigar e que reputavam de uma "pelintrice", a observam agora com olhos de ver e, porque, a comunidade médica é lábil em aconselhar este alimento. Segundo a enciclopédia Wikipédia "são peixes pelágicos que formam frequentemente grandes cardumes e alimentam importantes pescarias. Apresentam um importante lipídio (Ômega 3), que se julga ser um "protector" do coração"
Em 1818 Goya pintou o "Enterro da Sardinha" uma sinóstra cerimónia que é comandada por duas megeras mascaradas e um demónio com algo de inquisidor, percebendo-se o anúncio da noite da festa.
Mas a festa da "Sardinha Assada" está bem viva e, nesta época, bastante saborosa, não aquela que é pescada na Bacia Mediterrânica, sensaborana e sem escamas, mas à espécie que prolifera no Atlântico, principalmente na nossa costa. única a obter o certificado de qualidade.
E viva a "Sardinha Assada" de alegria colectiva em que este artigo consubstancia e que prefigura como metáfora.
E termino com a paráfrase dos versos de William Carlos William:
- Temos no nosso prato a espinha da sardinha.
- Eis o que dá ao homem segurança.

Alfredo Mingau