sábado, 17 de julho de 2010


A EXPERIÊNCIA DA VIDA


Experiência de vida, é o estatuto, que apresentamos depois de termos percorrido uma boa parte dessa mesma vida. Diziam os velhos da minha terra, quando falavam desses assuntos nas tabernas, nas noites de inverno, que na experiência de vida, o corrido valia mais do que o lido.
Na deles, quereriam dizer que experiência de vida vinda do corrido, seria o conhecimento adquirido, do facto de se ter estado/ visitado muitas terras e conhecer variados usos e costumes. Esta experiência de vida, será uma aprendizagem obtida através da resolução dos problemas quotidianos. A outra aprendizagem obtêm-se pela leitura ganhando-se com ela novos horizontes.
No fundo, a experiência de vida, insere-se na relação do homem com o mundo, consigo próprio e com os outros. Digamos que, contactando com os outros, o homem aprende e melhora a sua conduta social e o seu relacionamento. É um comportamento racional
É nas manifestações simbólicas da cultura que ganhamos experiência de vida, que, por sua vez, nos trazem as verdades que assimilamos facilmente.
Contou-me uma vez o Dr. Roldão, um clínico de oitenta anos que se sentava à mesa com os estudantes no Café Central em Almada, anos 60, que, quando a estátua de D. José foi colocada no pedestal no Terreiro do Paço, em Lisboa, com o auxílio de cordas, a estátua não conseguia ser colocada, porque as cordas não davam mais margem para levantar a estátua em mais 2 cms. Foi então que um velho marinheiro lançou um grito e disse: molhem as cordas. E logo as cordas esticaram o suficiente para colocar a estátua no seu lugar.
Venceu a experiência? Sim, experiência e experimentação. Às vezes ganha-se experiência, experimentando.
Não devamos confundir no entanto, experiência com experimentação.
O experiente sabe prever os factos e antecipar-se a eles. O saber do experiente é um saber inteligente. A experimentação se não for transformada em experiência perde-se no termo da sua execução.
Mas a experiência de vida é interminável. É uma tarefa que nunca acaba e nunca somos detentores de toda essa experiência

João Brito Sousa

AMIZADE, MOINHHOS DE VENTO E GASTRONOMIA


As energias alternativas, representam actualmente um tema importante na vida de qualquer cidadão, pela sua importância na economia dos países, particularmente daqueles mais dependentes do famigerado "ouro negro", bem como na protecção e defesa do ambiente.
Das variadas formas de energia, particularizo a eólica,a que me vou dedicar neste texto, conjugando-a com gastronomia e amizade.
Os moinhos de vento e de água (mais conhecidas por azenhas), disseminavam por todos os pontos altos e ribeiras, fazem parte das recordações da nossa juventude.
Tive a felicidade de conviver de perto com estas duas preciosidades.
Montado num "macho", usando calças de cotim e botas cardadas, transportava sacas de trigo e retornava com sacas de farinha. Na EN2, ( antiga estrada de Faro/Lisboa) no sítio do Alportel, a 4 quilómetros de S. Brás de Alportel, os moinhos de vento assinalavam o começo da Serra do Caldeirão. No planalto onde se situava a Pousada de S. Brás, na chapada do serro do Alportel, na campina a caminho de São Romão, e em tantos outros lugares era vê-los com as velas desfraldadas e o barulho caracteristico dos vasos de barro (Uh!Uh!Uh! ).
Estimados costeletas, revivi esse período da minha juventude (1949/1954) no passado dia 14 deste mês.
Romualdo Cavaco, de origem serrana, um costeleta de referência pelo seu carácter e brilhante percurso profissional (homens de uma só palavra), proporcionou um repasto em plena Serra do Caldeirão, a 550 metros de altitude, no seu moinho de vento, restaurado pela primeira vez em 1945 e novamente pelas novas gerações.
Moinho da Cortelha, também Moinho da Eira de Agosto, em excelente estado de conservação, paredes com um metro e oitenta de espessura, albergou 11 costeletas e um bife, que se deliciaram com um guisado de galinha caseira, um arroz de ervilhas e uma excelente carne de borrego assada.
Acompanhou estes pratos, uma belíssima "pinga" do alentejo, e à sobremesa o Alberto Rocha surpreendeu-nos com uns pastéis de nata ainda quentinhos e um digestivo do "outro mundo". Uma aguardente de medronho, só com 40 anos, que ele guarda religiosamente para estes grandes eventos.
A comida estava saborosíssima, e o local, apesar de bastante calor no exterior, apresentava no seu interior uma temperatura amena.
Descrever a paisagem ao redor do moinho, exactamente 360graus, é difícil ... muito difícil adjectivá-la...só mesmo disfrutando!
O convívio foi a palavra de ordem. Estórias dos próprios, de ex-professores e de outros costeletas, foi um desfilar de recordações e lembranças, com alguma pimenta à mistura.
O tempo passou célere, como sempre acontece onde e quando nos sentimos bem. A partir das 16.30h iniciou-se o regresso, mas já com imensa vontade de repetir.
À chamada do Romualdo responderam os convocados, como se comprova pela "caderneta" junto.


ALMOÇO
DIA
14.Julho.2010



ALBERTO SANTOS PEREIRA ROCHA

FERNANDO PALMA

JACINTO MANUEL TEIXEIRA NUNES

FRANCISCO PALARÉ

MANUEL DE SOUSA BELCHIOR

JOAQUIM PEREIRA ALVES

JOSÉ NASCIMENTO HORTA

JOSÉ DA GRAÇA GAGO

LUIS JOSÉ ISIDORO

JOÃO JORGE DO CARMO TAVARES

JOÃO MANUEL GONÇALAVES JACINTO

ROMUALDO CAVACO
JORGE TAVARES
costeleta 1950/59