segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011



Era uma vez…

Era uma vez um País,
País grande desde a raíz,
No qual um governante havia,
Que toda a gente conhecia,
Que era um especialista,
De promessas tão famosas,
Como de pedras fazer rosas;
Tinha dons de ilusionista,
Mas o país não progredia,
Pelo contrário se afundava,
Em direcção aos abismos,
Mas de cada vez que falava,
Ele aos íncolas dizia,
Que o país muito progredia,
E assim, alguns confundia;
Mas o país dia a dia,
Mais fraquinho se sentia;
Era a dívida que aumentava,
E o desemprego só crescia;
Então os impostos aumentou;
Essa transfusão segundo falou,
Era para o doente curar,
Mas este em vez de melhorar,
Já mal podia andar,
E começou a murmurar;
De princípio os povos do norte,
Começaram a se revoltar,
Os bois pelo nome a chamar,
Depois os povos do sul,
Onde o desemprego era larvar,
E, até na própria capital,
Agitaram-se as multidões;
Já toda a gente sabia,
Era quimera o que ele prometia,
E, todos começaram a falar,
Que se fosse embora,
Que fosse sem demora,
Para outros países,
De mais novas raízes,
Que eles povos do norte e do sul,
Dele e dos restantes dirigentes,
Fartos, fartos estavam,
Que mais o não toleravam.
E, pelo país inteiro,
Como um vento avassalador,
Que rodopiava,
Que queimava,
O coro imenso do povo,
Soava;
Desde os cumes dos montes,
Até aos vales
E às fontes,
Todos ouviam a mensagem,
Também as árvores, a ramagem,
Velhos carvalhos e castanheiros,
Todos ouviam o apelo,
A ordem,
Ampliando,
Ordenando,
Dizendo que o tempo,
Do homem acabara;
E o coro era tão forte,
Que não havia regresso,
O povo queria progresso,
E, nem que fosse empurrado,
Era a hora do homem partir;
O povo estava sentido,
O povo andava tristonho,
O povo queria de novo,
Sorrir e respirar,
Queria tempos de bonança,
E, foi só quando foi sabido,
Que outros e o homem
Tinham partido,
Que no povo nasceu,
E aqueceu,
De novo a esperança!


Manuel Inocêncio da Costa