sábado, 5 de março de 2016

CRÓNICA DE FARO

Os 50 anos de vida literária
 de Neto Gomes

Manuel Joaquim Neto Gomes, nascido em Vila Real de Santo António, vendo lá ao fundo da “sua rua”, o sempre a correr Guadiana, fazendo-me lembrar o sempre presente poema – hino à terra algarvia do armacenense António Pereira – “A minha rua tem o mar ao fundo…), poeta maior entre os maiores aqui nascidos, conterrâneo da Dra Maria dos Aflitos, essa extraordinária mulher do Manolito”, como lhe chamava a professora Isabel Pato (mãe saudosa do sempre lembrado e saudoso professor Dr António Rosa Gomes), mãe, avó, professora e tanto mais, faz neste ano de 2016, que começou a andar (e de que maneira singular e ativa) nesta aventura louca e de total entrega, que é o jornalismo.
São as “Bodas de Diamante” de quem assentando tropa” no “Times” é hoje autor, senhor e criador de mais de dezena e meia de obras que são colunas ímpares da bibliografia algarvia contemporânea, que abarcam nas suas temáticas aprofundadas, da política e dos políticos, ao viver único do “puto” que nunca foi menino porque as dificuldades zolianas na vivência paternal entre as pescas e a fábrica de conservas, assim o fizeram.
Mas venceu e é um vencedor ele, Neto Gomes, que por esse país em fora, num casso único que jamais se repetiu, anunciou, animou e gritou bem alto, como só ele o sabe gritar, os heróis maiores ou menores, apenas homens, de várias edições da “Volta a Portugal em Bicicleta”.
Cidadão do mundo algarvio o é em pleno, desde a natal cidade pombalina, que ninguém como ele o sabe recordar o Zé Aranha, o Manuel Caldeira, o Califa Manuel José e tantos outros, depois (sem qualquer sentido ordenado por Silves, Portimão, Albufeira, Quarteira, Loulé, onde hoje vive, um verdadeiro andarilho, de quem tem a salutar e heróica coragem de olhar a vida frente a frente e sempre com duas grandes das muitas avenidas que são o seu quotidiano – erguer um mundo novo nos muitos mundos velhos que por aí existem e construir pontes, todas as pontes possíveis no cimento da mais fraterna solidariedade, que distribui a cada instante.
Tanto a dizer do Neto Gomes, este insigne jornalista e escritor, que nunca fecha os olhos a toda e qualquer batalha, desde que me causa esteja e sempre o tem estado, um caso de humanidade, de dar-se e de dar o melhor de si.
Neste ano em que assinalam os cinquenta anos do viver com as letras criativas do “meu irmão” Manuel Joaquim é preciso, importa como pão para a boca, urge, que o Algarve, a luminosa terra sulina onde nascemos, celebre a efeméride com aquilo que o Neto Gomes tem dado “às mãos cheias” – amor, inteligência, empenho, vontade e este espírito indómito de servir, como os milhares de escritos e comentários e a caminho dos 20 livros publicados.
Sim amigos, a nossa região, todos e cada um de nós, tem que dizer para que suestes e levantes a levem a todos os recantos da terra sulina – Obrigado, Neto Gomes!

João Leal
IN JA.