quinta-feira, 31 de março de 2016

BANCOS???

Do Associado "Costeleta" Jorge Tavares recebemos o texto que nos congratulamos em publicar:

 Instituições bancárias- competência ou falta dela?

  Regressar ao tema “Instituições Bancárias” é um imperativo para aqueles que, por dever de “ofício” privam diariamente com ele.
Estou neste grupo!
  Num passado recente, últimas duas décadas, os bancos instalados em Portugal viviam um clima de euforia económica.
  As suas administrações, consideradas  de excelência dentro e fora de Portugal, demonstravam essa pujança abrindo filiais e dependências, em qualquer rua ou local por onde passassem pessoas ou viaturas. Completavam essas aberturas com a admissão massiva de colaboradores.
  Este “desenvolvimento” era acompanhado com créditos a empresas e indivíduos, recebendo em troca garantias inflacionadas e muito duvidosas, mas que proporcionavam nos finais de cada exercício (ano fiscal) enormes lucros, e consequentemente chorudas gratificações aos seus administradores e quadros intermédios.
  Vivia-se um autêntico “El dourado“ na indústria bancária.
 Alguns economistas mais atentos, quiçá mais honestos nas suas análises, iam prevendo que seria um período de muito curta duração e por isso, recomendando algumas providências e cautelas.
  Obviamente que muita riqueza se acumulou durante este período. Os que já eram ricos viram aumentar dia a dia a sua fortuna e uma nova classe de novos ricos foi surgindo em Portugal.  Em linguagem futebolística dir-se-ia: Em equipa que ganha não se muda de treinador.
  Havia que manter esse statu quo, porque a consciência também se limpa com notas de euros.
  Todos sabemos que o dia começa com o nascer do sol. Disfruta-se do seu calor e luz até que desapareça no horizonte e nasça a noite escura.
  Assim aconteceu e era previsível.
 As instituições bancárias ruíram estrondosamente. As administrações do período do “El Dourado“ foram-se para paraísos de outra natureza, mas também eles “dourados”. Contudo, convém não ignorar que os parasitas das sociedades não morrem. Andam por aí, aguardando novas oportunidades.
  Novas administrações foram surgindo no panorama bancário português.
  Critério de escolha? Competência. Muita competência!
  E aí estão eles, dando diariamente provas da sua superior inteligência e dos seus elevados conhecimentos de economia e finança.
  Análise aos balanços e conclusões:
  - Muitos custos! Eis a razão de tantos milhões em prejuízos. É necessário sanear balanços, demonstrando aos acionistas e ao público a sua elevadíssima competência. Seguem-se então, as instruções draconianas: Encerrar dependências e filiais e fazer acordos de rescisão contratual ou seja, despedimentos.
  Passamos a ter administradores “ virados ao avesso “,  mas com decisões dignas de registo e que deviam constar em manuais da ciência económica.
  A verdade é que os bancos continuam a apresentar  milhões de prejuízo e os balanços continuam por sanear.
  Estas medidas das novas administrações não trazem resultados económicos visíveis, mas  o cidadão, cliente ou não das instituições bancárias, continua a ser a principal vítima. Os prejuízos que estão na origem da falta de liquidez obrigam o Estado  (todos nós) a “investir”,  retirando aos impostos de todos nós, os valores necessários ao equilíbrio das contas dos bancos.
  Por outro lado, o encerramento das filiais e dependências obriga os cidadãos a alterar o seu percurso de vida diário.
  Como  exemplo mais flagrante do prejuízo social destas medidas, temos por estes dias, o da Caixa Geral de Depósitos (banco estatal ) e a cidade de Faro. 
Este banco é por obrigação governamental, o receptor de todos os salários e pensões dos funcionários das instituições públicas e ainda, por falta de crença ou por qualquer outra razão, milhares de portugueses  têm nesta instituição as suas contas de depósito à ordem ou as suas poupanças.
  Na semana passada, a filial  da CGD instalada  no início da  Rua de São Luís (praticamente na confluência do cruzamento desta com a rua descendente do Estádio de São Luís até ao Largo da Igreja com o mesmo nome) encerrou as suas portas com o dístico afixado, que informava que as pessoas se deviam dirigir  à Rua D. Francisco Gomes ( frente ao Jardim Manuel Bívar, na baixa da cidade).
  Esta filial proporcionava não só, os serviços normais ao balcão, como caixas multibanco e específicas da própria instituição, para movimentação de contas e atualização de cadernetas.
  A cidade de Faro ficou assim reduzida a dois locais da CGD: Jardim Manuel Bívar e Estrada da Penha. Esta última, por motivos contratuais com o Instituto Politécnico da Universidade do Algarve, não pode ser encerrada, conforme informação obtida dos serviços.
  O que podem fazer perante tal prepotência, reformados, em regra pertencendo à faixa etária dos sexagenários, septuagenários ou  mesmo, octogenários, deficientes motores, trabalhadores com pouco mais  de uma hora para almoço e todo o conjunto de utilizadores, frequentadores duma zona da cidade com imenso movimento?
  Responda quem souber! Na minha qualidade de farense, exercendo há décadas a minha actividade em Faro e profundo conhecedor do local, confesso que não sei responder...ou talvez não possa!

Jorge Tavares


INFORMANDO

Da União de Juntas de Freguesia Sé e S. Pedro recebemos com pedido de publicação:

   Vimos pelo presente convidar V/Exªs a assistir ao Seminário Conversas com Bolinha Branca “1,2,3- Vamos conhecer Emoções desta vez” no dia 9 de Abril pelas 9h00, na Biblioteca Municipal de Faro”.
   Segue em anexo a ficha de Inscrição e o programa.
Contamos com a sua presença!