11 de Junho de 2016
A Associação dos Antigos
Alunos da Escola Tomás Cabreira reuniu em convívio alguns dos seus membros, num
almoço servido no Fórum do Hotel Dom Pedro em Vilamoura.
Estive na dúvida se
devia ou não escrever este texto. Não foi fácil tomar esta decisão. Na
continuidade poderão constatar a razão desta indecisão.
Mais uma vez gostei do
convívio. É sempre motivo de regozijo encontrarmos “moças e moços” dos bancos
de Escola. e recordarmos a nossa juventude e seus momentos fáceis ou
difíceis, estes últimos sempre com origem na situação social e económica que se
vivia nessa época.
Enquanto decorreu o
almoço e nas horas em que estive presente, mas sobretudo posteriormente, num
período de reflexão, conclui que algo não estava bem.
Começo pelo local – mais
uma vez – escolhido pela direcção.
Já são muitos os almoços
que se repetem neste Hotel. Acrescem, a qualidade do serviço e a “nudez” do
espaço, que tornam a envolvente demasiado despersonalizada. Penso que podemos e
devemos diversificar, considerando a época do ano ( sol, flores, ambiente
verde, etc ), para que seja novidade, tornando mais atractivo o evento a todos
os participantes. Apesar de reconhecer que algum formalismo é indispensável, um
ambiente mais familiar seria o ideal.
Num Hotel , pelas suas
características, as refeições são normalmente descaracterizadas. Não é à
toa que se usa a expressão “comida de hotel” para fazer uma referência
pejorativa a um qualquer repasto. Bastará analisarmos as estatísticas para
concluirmos que a grande maioria dos utentes dos Hotéis, optam pelo
serviço APA – Alojamento e pequeno-almoço. A qualidade e confecção das
refeições é em geral fraca, em particular no que respeita ao binómio
qualidade/preço.
Qualidade da refeição e
preço a pagar pelos participantes.
Tem sido reconhecido
pela generalidade dos participantes, que a qualidade de toda a comida que
nos é servida, tem vindo a piorar.
Um almoço com três
pratos, fruta e doce, também é algo discutível. Não será preferível dois pratos
com melhor qualidade, um bolo fatiado e alguma fruta da época.
O convívio é, sem margem
para dúvidas, precioso e o seu valor , incomensurável. Não obstante, os
costeletas pertencem maioritariamente ao grupo etário dos sexagenários,
septuagenários ou mesmo octogenários, reformados e ultimamente sujeitos a
cortes nos seus proventos e muitos, não podem suportar demasiados gastos
extra. O valor a pagar (pode) inviabiliza(r) a sua participação com
maior frequência, apesar da grande vontade e do prazer que possam ter de estar
presentes, num evento como o almoço anual dos “Costeletas”, pois aocusto do
almoço, ainda se deve adicionar a deslocação e o prazer que alguns têm de se
fazer acompanhar do seu companheiro de vida.
Três horas de convívio
Também deve ser
repensado o tipo de convívio que fazemos. Este cinge-se a pequenos grupos de
seis ou oito, numa mesa, com deslocações ao bufete para escolha da comida, e
para quem gosta de o fazer, andar de mesa em mesa convivendo com outros
Costeletas. Decorre uma Assembleia Geral de Aprovação de Contas, música para
dançar ( quem gosta, pode ou tem parceira/o).
Se o almo/o tivesse uma
componente artística, palestrante ou de natureza semelhante, traria com certeza
mais participantes. No nosso seio temos Costeletas de elevado nível ,
jornalístico, científico, empresarial, artístico e em tantas outras áreas, que
nos permitiriam endereçar convites, elaborar um programa e abrilhantar doutra
forma os nossos almoços.
Chamar ao nosso
convívio, colegas e amigos Costeletas, que se proponham participar em momentos
de música erudita, popular ou de outra natureza, dizer poesia de sua
autoria ou de outro(s) Costeletas, exposição de pintura ou de outras formas de
arte de que sejam autores os nossos colegas. Permitia-se assim que, todos os
nossos colegas e amigos tivessem uma panóplia de motivações para estar
presentes e partilhar connosco momentos de inesquecível convívio.
Sortear as entradas,
atribuindo-lhes um número, proporcionando por exemplo, três almoços
gratuitos – aos primeiro, segundo e terceiro sorteados – para o almoço do ano
seguinte, ou para o evento mais próximo.
Deslocações
Motivar os Costeletas de
Lisboa, Almada, Caparica e arredores, para se unirem viajando em conjunto, num
transporte colectivo. Para o efeito obter junto de unidades hoteleiras preços
convidativos de estadias a preços acessíveis.
Nota Final
Sei que não é fácil
mudar o status quo, no entanto penso que se deve reagir a uma certa letargia
que humanamente nos “ataca”, e evitar que só comuniquemos entre nós, sobre
doenças, falecimentos e outras fatalidades.
Estamos numa segunda
juventude, e temos uma Associação que merece ser elogiada, pela sua
intemporalidade e pela pujante vida que demonstra.
Um abraço a todos
Jorge Tavares
costeleta 1950/56
NOTA DA REDAÇÃO: Um bom assunto para ser comentado. Ficamos aguardando a vossa opinião.