
O SORRISO
Os sinos da velha igreja soaram. É quase noite. A chuva cai tristonha, lentamente, muito lentamente,
O homem grita, a mulher segue-o. E a chuva indiferente, continua a cair.
O velho recorda, o menino sorri.
Acendem-se as luzes. Calaram-se os choros, os queixumes; mas a tristeza voltou.
Tudo isto é vida, sim é vida que passa, que ri e não torna mais. A lua redonda desponta lá muito longe rindo, rindo perdidamente.
Eu da minha janela vejo tudo isto. Vejo a vida lá fora a rir-se de mim.
Estou triste, porque quero misturar-me com ela, rir com ela perdidamente.
A chuva cai com mais força, a vida continua a fugir-me.
As sombras alongam-se na rua, o comboio passa.
Passa a vida indiferente, tudo passa estrangula-me e não me deixa pensar.
Ela não me ama, não me deseja. Sou matéria que ela arrastou e converteu em lama. O dia chegou. O sol voltou a brilhar. Lá fora a vida continua
António Anselmo Viegas
IN AÇOTEIA Nº 1
Boa!
ResponderEliminarA ideia, melhor, a iniciativa é altamente louvável.
Para os novos e para os menos jovens, como eu, que saí dos bancos daquela Escola no final do ano lectivo de 60/61, um espaço de convivência e "revivência" é uma prenda de Natal que vem mesmo a calhar.
Não percebi muito bem qual o critério que vai ser adoptado para dar vida a este espaço. Entendi que há já uns predestinados a "dar ao dedo" ao longo da semana. Mas... e depois?! Há lugar e disponibilidade para que cada um possa dar largas à sua ânsia de matar saudades, publicando aqui o que lhe vai na alma e que deseja partilhar com os outros "costoletas"?!
Sugiro ao autor do espaço que se apresente e que, em jeito de Editorial, deixe aqui definidos os propósitos e os objectivos do Blog, e bem assim se desejam e como a comparticipação de outros colegas.
Saudações amigas do
arnaldo silva
felizmente reformado